Inverno deverá ser mais quente em três regiões do país

O inverno começa na próxima sexta-feira (21), às 13h, devendo originar, ao longo dos próximos três meses, temperaturas acima da média para o período nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do país, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A estação se encerra na madrugada do dia 23 de setembro, quando dá lugar à primavera.

Conforme explica o Inmet, o inverno tem como característica a redução de chuvas nas três regiões e em partes do Nordeste e do Norte do Brasil. Com a diminuição da temperatura, ocasionada pelas massas de ar frio do sul do continente, amplia-se a probabilidade de ocorrerem geadas nas regiões Sul e Sudeste e no estado de Mato Grosso do Sul, além da queda de neve nas áreas serranas e planaltos do Sul do país e friagem em Rondônia, no Acre e no sul do Amazonas. As condições típicas da estação, que incluem inversões térmicas durante as manhãs, também podem produzir a formação de nevoeiros e névoa úmida nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Outro fenômeno que o inverno favorece são as queimadas e os incêndios florestais em determinados pontos do país. De acordo com o Inmet, as chances de aconteceram são maiores na Região Norte, entre a metade do inverno e o início da primavera.

Para o Centro-Oeste, a previsão é de que os incêndios florestais serão propícios devido à conjugação de três fatores: a baixa umidade relativa do ar, a menor ocorrência de chuvas e as temperaturas acima da média, que devem marcar, principalmente, os meses de agosto e setembro. Na região, informa o Inmet, a previsão é de que a umidade relativa do ar fique abaixo de 30%, tendo, em alguns momentos, picos mínimos abaixo de 20%.

Quanto à Região Sul, o Inmet prevê que a maior frequência das frentes frias contribuirá para variações nas temperaturas ao longo do trimestre e antecipa que as temperaturas médias devem permanecer acima da média climatológica. A exceção é a metade sul do Rio Grande do Sul e o leste de Santa Catarina, onde o inverno deverá ocorrer dentro da normalidade. Para essas duas áreas, estima-se que as temperaturas atinjam valores abaixo de 0º C em áreas serranas e planalto, principalmente no mês de julho.

Rio 40°C e Europa -20°C: como o corpo reage ao calor e frio extremos

termometro

Por: Nathalia Tavolieri, da DeustcheWelle

Os desconfortos físico e psicológico causados pelas variações de temperatura não são “frescura”. E têm explicações científicas. O incômodo causado pelo calor ou frio é um mecanismo de defesa. Ao transpirar muito ou ranger os dentes, o corpo alerta que não está mais trabalhando em equilíbrio.

O corpo humano é programado para funcionar a uma temperatura média de 36,5 °C. Se a temperatura corporal passar dos 42°C ou for inferior a 30°C, os órgãos vitais começam a parar de funcionar, e a pessoa corre sério risco de vida.

As sensações de frio e calor são causadas por sensores espalhados por todo o corpo. A concentração e localização destes sensores variam de pessoa para pessoa – o que ajuda a explicar por que uns podem sentir mais frio no pescoço e outros na orelha sob uma mesma temperatura. Além disso, algumas pessoas possuem maior quantidade de sensores de temperatura corporal.

De acordo com o especialista em medicina do esporte da Universidade de Colônia Joachim Latsch, sentir frio e calor são experiências muito particulares. “Assim como as pessoas têm números diferentes de pés, algumas têm mais sensores. Outras, menos”, explica Latsch.

Impactos do calor extremo
O verão no Hemisfério Sul vai até 20 de março de 2017. Seja em uma praia paradisíaca do Brasil ou no interior de um escritório, a intensa exposição ao calor pode provocar dores de cabeça, tonturas, desmaios, além de sensação de exaustão.

Para combater estes sintomas, é importante procurar lugares frescos, sob a sombra, e se hidratar bem para repor os eletrólitos – sais mineiras que vão embora junto com o suor. Beber mais água que o normal é essencial, pois as altas temperaturas forçam o corpo a transpirar mais. Em um dia normal, eliminamos cerca de 2,5 litros de água por meio da transpiração, respiração e urina. Quanto maior o calor, maior a quantidade de líquido eliminado.

As recomendações podem parecer óbvias, mas nem todo o senso comum é verdadeiro. Se o calor for extremamente forte, o uso de ventiladores só piora o desconforto. Segundo a revista Scientific American, diante de temperaturas elevadíssimas, o ventilador mais atrapalha do que ajuda, pois acaba lançando o ar quente, de forma concentrada, sobre a pessoa.

Impactos do frio extremo

Conforme a temperatura cai, o corpo vai apresentando cansaço, lentidão para responder a estímulos, desaceleração dos batimentos cardíacos e dificuldades de respiração.

Como, em geral, as mulheres têm menos músculos que os homens, elas tendem a sentir mais frio – em média, a composição muscular feminina é de 25% e a masculina, de 40%.

No frio, é mais fácil adoecer. Como o corpo precisa gastar mais energia para se manter aquecido, a defesa do organismo enfraquece.

Ficar muito tempo em ambientes fechados, com grande quantidade de pessoas, também facilita a transmissão de doenças. Passando para um cenário de frio extremo, temperaturas excessivamente geladas podem provocar sensação de queimadura (em vez de congelamento), amnésia e até mesmo perda de consciência. Estudos estimam que quando a temperatura interna corpo atinge 23°C, os órgãos param de funcionar.

Mudanças no humor

Em lugares onde o inverno e outono são marcados por temperaturas geladas e dias curtos, o indivíduo pode desenvolver um tipo específico de depressão do frio, chamada de transtorno afetivo sazonal.

Segundo artigo científico publicado no site da Universidade de Harvard, quantidades de calor e de luz solar reduzidas podem alterar substâncias responsáveis pela regulação do humor e do sono, além do funcionamento do ciclo biológico do corpo – normalmente, ajustado em 24 horas.

No frio, o transtorno afetivo sazonal pode provocar maior sensibilidade dos olhos diante da luz, aumento do apetite (especialmente por carboidratos), alterações no nível de neurotransmissores, como a serotonina, sonolência e perda do apetite sexual. De acordo com pesquisa publicada na American Family Physician, cerca de 10% da população do Hemisfério Norte sofre deste tipo de transtorno.

Como os sintomas se manifestam tanto no inverno como no outono, o indivíduo pode ficar deprimido por quase metade do ano. O transtorno afetivo sazonal afeta mais as mulheres. A cada quatro doentes, apenas um é homem.

Para ser diagnosticado com o transtorno, é preciso ter apresentado os sintomas durante as estações frias de pelo menos dois anos consecutivos. O problema é sério e, em alguns países do Hemisfério Norte, não é raro recorrer a terapias de luz, que consistem na exposição a lâmpadas artificiais por determinado período de tempo para tentar repor a falta de sol.

Artificial ou natural, a luz estimula o funcionamento do hipotálamo, que é um dos principais responsáveis pela regulação do relógio biológico. Quem mora em países com invernos rigorosos pode se prevenir. Praticar mais esportes, meditar, instalar mais lâmpadas dentro de casa e até escapar para algum destino quente no final de semana, podem ajudar a evitar o transtorno afetivo sazonal.

É raro, mas o organismo de algumas pessoas funciona sob a lógica inversa, e a depressão surge com a subida dos termômetros e os longos dias marcados pelo horário de verão. De acordo com artigo do site Psychology Today, apenas um em cada dez casos de transtorno sazonal são relacionados ao clima quente. Os sintomas diferem dos da depressão do frio. No calor, quem sofre do transtorno pode apresentar dificuldades de dormir, ansiedade, irritabilidade e até comportamento violento.

Leia a matéria original: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2017/01/11/rio-40c-e-europa–20c-como-o-corpo-reage-ao-calor-e-frio-extremos.htm