Juros do rotativo do cartão de crédito caem para 363% ao ano

A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito caiu 64,8 pontos percentuais em maio, indo para 363,3% ao ano, informou hoje (28) o Banco Central (BC). Em janeiro, a taxa era de 497,5% ao ano.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Desde abril, os consumidores que não conseguem pagar integralmente a fatura do cartão de crédito só podem ficar no crédito rotativo por 30 dias.

A nova regra, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em janeiro, obrigou as instituições financeiras a transferirem para o crédito parcelado, que cobra taxas menores.

A taxa de juros do rotativo classificado pelo BC como “não regular”, em que o consumidor não pagou ou atrasou o pagamento mínimo da fatura, ficou em 445,1% ao ano, em maio, com redução de 75,1 pontos percentuais em relação a abril. A taxa do rotativo do cartão “regular” caiu 50,2 pontos percentuais, indo para 247,5% ao ano. A média dessas duas taxas é 363,3% ao ano. A taxa do crédito parcelado caiu 2,2 pontos percentuais para 160% ao ano.

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, disse hoje, em Brasília, que os juros do rotativo apresentam uma redução “significativa”, mas há também queda em taxas de outras modalidades.

Ele lembrou que o uso do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial só deve ser feito em situação emergencial por serem mais altas [as taxas] do que de outras modalidades, apesar da redução recente. “O cartão de crédito rotativo, assim como o cheque especial, tem a função de ser linha emergencial, por tempo reduzido”, disse.

Cheque especial

Os juros do cheque especial ficaram em 325,1% ao ano, em maio, com redução de 3,1 pontos percentuais em relação a abril. A taxa média de juros para as famílias caiu 4,5 pontos percentuais para 63,8% ao ano, em maio. No caso das empresas, a taxa caiu 0,4 ponto percentual para 25,9% ao ano.

A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas ficou em 5,9%, com aumento de 0,1 ponto percentual em relação a maio.

No caso das pessoas jurídicas, a taxa chegou a 6%, com alta de 0,4 ponto percentual. Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar o captado no mercado.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas físicas subiram 0,7 ponto percentual para 9,7% ao ano. A taxa cobrada das empresas aumentou 0,1 ponto percentual para 11,1% ao ano. A inadimplência das famílias subiu 0,1 ponto percentual para 2,2% e das empresas, ficou estável em 2,2%.

O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos ficou em R$ 3,065 trilhões, com queda de 0,2%, no mês. Em 12 meses, houve retração de 2,6%. Em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – o volume correspondeu a 48,6%, com redução de 0,2 ponto percentual em relação a abril.

Rocha disse que o crédito segue em trajetória de queda, mas já mostra sinais de retomada no caso do crédito para pessoas físicas. No caso das famílias, houve crescimento no saldo de 0,6% no mês, enquanto o crédito para as empresas caiu 1%.

Segundo Rocha, como o crédito para as empresas não mostra sinais de retomada, a projeção do BC para o crescimento do saldo total dos empréstimos no país foi reduzida de 2% para 1%. No caso do crédito livre, a estimativa do BC passou de crescimento de 2% para estabilidade em relação ao saldo de 2016. O crédito direcionado deve crescer 1%, ante a projeção anterior de 2%.

Ele disse ainda que não serão mais divulgadas projeções por tipo de bancos, públicos e privados, por considerar que as informações mais relevantes são relacionadas ao crédito livre ou direcionado.

Banco Central dos Estados Unidos volta a aumentar a taxa de juros

Aumento da taxa de juros foi o primeiro no Governo Trump

O Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed), equivalente ao Banco Central no Brasil, aumentou nesta quarta-feira (15) a taxa de juros de referência do país pela segunda vez em três meses, com uma margem entre 0,75% e 1%. No comunicado, o Fed advertiu que a inflação caminha para a meta de 2%. Ao anunciar o primeiro aumento dos juros na presidência de Donald Trump, o banco central não indicou se a taxa será aumentada mais rápido se a Casa Branca lançar uma política de estímulos econômicos com cortes de impostos e aumentos de gastos.

Mercado financeiro diz que inflação deve fechar o ano em 4,36%

Taxa de juros deve fechar o ano em 9,25%

O mercado financeiro manteve hoje (6) a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,36%, de acordo com o boletim Focus, uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central (BC).

A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta de 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018, a estimativa também não foi alterada e segue em 4,5%.

A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano foi ajustada de 0,48% para 0,49%. Para 2018, a expectativa é que a economia cresça 2,39%. A projeção da semana passada era 2,37%.

Queda da Selic

Para o mercado financeiro, a Selic encerrará 2017 em 9,25% ao ano e, em 2018, em 9% ao ano. Atualmente, a Selic está é 12,25% ao ano.

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, o que gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Mercado prevê que Selic chegará a 9% ao ano em 2018

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Previsão inicial dos juros era de 10,25% ao ano

O mercado financeiro projeta que a Selic, a taxa básica de juros da economia, chegará a 9% ao ano em 2018. Para 2017, está mantida a projeção da Selic em 9,5% ao ano. O mercado também prevê que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 4,7% este ano, perto do centro da meta: 4,5% com dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

As estimativas estão no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) feita com instituições financeiras. No início do mês, as instituições consultadas para o levantamento ainda previam a taxa básica de juros na casa dos dois dígitos em 2017, em 10,25% ao ano.

O mercado vem se mostrando mais otimista a respeito da Selic depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduzir a taxa básica mais que o esperado, em sua primeira reunião de 2017. Em lugar da queda de 0,5 ponto percentual projetada, o Copom cortou 0,75 ponto percentual. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que este deve ser o “novo ritmo” de redução dos juros.

A decisão de intensificar a redução da taxa básica de juros ocorreu após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar que a inflação medida pelo IPCA encerrou 2016 em 6,29%.

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB, a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) em 2017 permanece em 0,50%.