Brasileiro está lendo mais na pandemia, diz Sindicato dos Editores
No primeiro trimestre de 2021, a receita com a venda de livros somou R$ 544 milhões, contra R$ 471,5 milhões no ano passado

 

Da Agência Brasil

O Dia Mundial do Livro, comemorado hoje (23), apresenta dois quadros no Brasil: um muito positivo e outro preocupante, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Marcos da Veiga Pereira. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre direitos legais.

“O quadro muito positivo é que o brasileiro está lendo mais. Desde julho do ano passado, as vendas têm crescido e continuaram crescendo este ano, o que, para mim, evidencia uma reconexão com o livro e com a leitura. É como se as pessoas descobrissem o prazer de ler, porque estão mais em casa, porque têm mais tempo. E ao redescobrir o prazer de ler, elas redescobrem o hábito da leitura; colocam o livro no seu hábito diário. Isso faz com que as pessoas leiam mais. Estão consumindo mais livros. Isso é super positivo”, disse Marcos da Veiga à Agência Brasil.

Preocupação

Os números revelados pelas pesquisas promovidas pelo Snel mostram todo o varejo online se movimentando para criar promoções e eventos com o objetivo de chamar as pessoas ainda mais para o livro. Em contrapartida, o lado preocupante é o das livrarias físicas, disse Marcos da Veiga. “Nos cerca de 14 meses da pandemia do novo coronavírus (covid-19), as livrarias físicas passaram, pelo menos, metade desse tempo ou fechadas ou com muitas restrições, o que gera forte impacto econômico-financeiro”, disse.

De acordo com o presidente do Snel, o funcionamento precário das lojas físicas tem efeito também no próprio hábito do leitor, uma vez que impede as livrarias de chamar o público de volta para ter o prazer do convívio, de manusear os livros, de encontrar autores nos lançamentos de obras, de conversar com outras pessoas e com os livreiros. “Essa é a parte difícil da pandemia, que continua”, disse o presidente do Snel.

A pesquisa mensal do varejo realizada para o sindicato mostra a consistência das vendas do setor. No primeiro trimestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado, houve expansão de 25% em exemplares vendidos, com cerca de 12 milhões de livros, contra 9,6 milhões no acumulado de janeiro a março de 2020. Em valor, o aumento foi menor, e alcançou cerca de 15,5%. No primeiro trimestre de 2021, a receita com a venda de livros somou R$ 544 milhões, contra R$ 471,5 milhões no mesmo período de 2020.

Segundo Marcos da Veiga, isso pode ser explicado porque se vendeu mais obras gerais e menos livros escolares, que são mais caros. Além disso, segundo ele, houve concentração no varejo online, que tem uma prática de descontos para o consumidor muito agressiva.

Pré-adolescentes

Embora o brasileiro esteja lendo mais em razão da pandemia, a pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, divulgada em setembro do ano passado pelo Instituto Pró-Livro e relativa ao ano anterior, revela que pouco mais da metade dos brasileiros têm hábito de leitura (52%). Por idade, a pesquisa mostrou que a única faixa etária que ampliou o total de leitores foi a de crianças entre 5 e 10 anos de idade, que passou de 67%, em 2015, para 71%, em 2019.

Todas as demais faixas leram menos em relação à pesquisa anterior. Apesar da queda, a faixa etária que mais lê no Brasil é a dos pré-adolescentes de 11 a 13 anos de idade (81%, em 2019, contra 84%, em 2015). Em termos de escolaridade, os leitores com curso superior permanecem como os que lêem mais, mesmo com redução entre as edições da pesquisa (68%, em 2019, contra 82%, em 2015).

O presidente do Snel, Marcos da Veiga, confirmou que está ocorrendo um ressurgimento forte de livros juvenis, para faixa pré-adolescente de 11 a 13 anos de idade.

Marcos da Veiga disse que a crise contribuiu para a redescoberta da leitura. Para ele, a palavra, a partir de agora, não pode ser mais oportunidade mas, sim, responsabilidade. “Nós, enquanto indústria, precisamos manter o livro presente na vida das pessoas, precisamos entrar nas casas das pessoas através das mídias sociais das livrarias, das editoras, que são muito fortes. Isso nos permite estar convidando o leitor a conhecer mais livros, fazendo promoções”.

O presidente do Snel disse que quando as pessoas puderem circular mais livremente, a ideia é criar mais eventos com autores, “porque é sempre uma experiência muito bacana ter seu livro autografado e tirar foto com o escritor. Acho que essa é nossa responsabilidade. Acho que temos que aproveitar a crise e criar um mercado mais robusto, reconquistar um pouco o que a gente perdeu de 2015 para cá”.

Advogados lançam livros sobre temas atuais do Processo Civil
Obra reúne teses de mestrado dos dois profissionais

 

 

Os advogados e processualistas Pedro Quintaes e Lidia Souza lançaram dois livros sobre temas atuais do Processo Civil, em evento no Parque Bar, na Lagoa Rodrigo de Freitas. “A Justa Decisão Como Limite de Validade dos Negócios Jurídicos Processuais Probatórios” e “Medidas Coercitivas Atípicas e o Processo Cooperativo” são fruto de um longo período de investigação científica nas universidades de Coimbra, Sevilha e Salamanca, no âmbito do curso de mestrado. Pedro e Lidia foram para Europa cursar Mestrado em Direito na Universidade de Coimbra. Hoje doutorandos, publicaram pela editora Lumen Juris as suas teses do Mestrado.

Autora de “Medidas Coercitivas Atípicas e o Processo Cooperativo”, Lidia analisa a tendência por um processo civil constitucional preocupado com a busca de caminhos mais ágeis e eficientes para a consecução dos ideais da Justiça. Ela aborda o processo cooperativo como sendo a superação dos modelos anteriores, mais compatível com o Estado Democrático de Direito, por representar uma verdadeira comunidade de trabalho entre os sujeitos processuais. Lidia traça breves considerações sobre os modelos tradicionais de organização do processo desenvolvidos ao longo da história até chegar ao modelo atual.

Pedro Quintaes, por sua vez, discorre sobre os negócios jurídicos probatórios atípicos sob a perspectiva da justa decisão. O devido processo legal, cumprindo com seu dever de Justiça, orienta-se ao proferimento de uma justa decisão que, para ser obtida, deve respeitar três premissas: (a) procedimento justo; (b) aplicação correta do direito ao caso concreto; e (c) determinação da verdade dos fatos controvertidos. Em um segundo momento, o autor estabelece até que ponto a atuação dos sujeitos processuais está vinculada como condição ao descobrimento da verdade e justeza da decisão.

Escola Nacional de Seguros doa livros e promove oficina pedagógica para crianças da Associação Origem Amorim

A Escola Nacional de Seguros (ENS) receberá crianças da Associação Origem Amorim no próximo dia 23, às 14h, para uma oficina pedagógica chamada “Educar para Proteger”. A oficina reúne atividades lúdicas e histórias sobre o tema “É preciso saber viver com atitudes seguras”. O objetivo é gerar nas crianças uma reflexão sobre atitudes de risco para que, no futuro, elas se tornem indivíduos seguros e responsáveis. Fundada por moradores da comunidade Amorim, em Manguinhos, a Associação presta serviços comunitários em áreas como educação, saúde, meio ambiente, cultura e arte.

A entidade receberá ainda livros e uma estante que vão compor a Biblioteca Origem Amorim, para uso das crianças da comunidade de Manguinhos. A doação faz parte do projeto Asas para Voar, criado pela ENS como forma de estimular o hábito da leitura entre crianças e adolescentes e, assim, desenvolver o senso crítico dos jovens.

Desde seu lançamento, em 2007, o projeto de responsabilidade social já beneficiou 29 instituições de sete estados: Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Foram cerca de 6 mil títulos doados, entre livros, áudio-livros e DVDs, que beneficiaram mais de 16 mil estudantes.

“A literatura abre novos horizontes na formação de cidadãos conscientes e com pensamento crítico. O acesso a livros é também uma ferramenta de inclusão social. Esperamos que as nossas contribuições estimulem esses jovens na busca por mais leitura como lazer e fonte de conhecimento”, explica a gerente de Recursos Humanos da ENS, Adilia Montenegro.

A oficina “Educar para Proteger” e a doação do Asas para Voar fazem parte da 15ª Semana da Responsabilidade Social do Ensino Superior Particular, que será realizada entre 23 e 28 de setembro. A iniciativa, promovida pela ABMES, foi criada em 2005 e tem como objetivo estabelecer uma ponte entre o setor acadêmico e a sociedade por meio de ações voluntárias e gratuitas realizadas pelas instituições de ensino superior (IES) nas áreas de educação, saúde, cultura, meio ambiente, entre outras.

SERVIÇO
Oficina Educar para Proteger
Data: 23 de setembro
Horário: 14h
Local: Escola Nacional de Seguros (ENS)
Endereço: Rua Senador Dantas 74 / 4º andar – Centro