Technos lucra R$ 18 milhões no 4º tri e fecha seu melhor ano desde 2016
Fabricante de relógios atingiu lucro líquido de R$ 28,1 milhões em 2021, revertendo o prejuízo de R$ 28,2 milhões de um ano antes

 

Por Felipe Laurence, do Valor Econômico

A fabricante de relógios Technos registrou lucro líquido de R$ 18 milhões no quarto trimestre, mais de seis vezes do que um ano antes. As receitas entre outubro e dezembro somaram R$ 113,9 milhões, queda de 3,46% na comparação com o mesmo período de 2020. A companhia destaca a recuperação das vendas e o sucesso de sua estratégia comercial.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) nos três meses finais de 2021 alcançou R$ 29,6 milhões, alta de 51,7% na comparação anual. Retirando efeitos não recorrentes, o indicador teve alta de 11,7%, a R$ 27,6 milhões. A margem Ebitda foi de 24,2%, alta de 3,3 pontos percentuais em um ano.

“O resultado positivo do quarto trimestre de 2021 consolidou o sucesso da reestruturação e a performance recorde de um ano repleto de superações e conquistas dos colaboradores do Grupo Technos, mesmo diante de um cenário externo bastante volátil e conturbado”, diz a companhia.

Em 2021, a Technos teve lucro líquido de R$ 28,1 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 28,2 milhões de um ano antes. O Ebitda saltou 37 vezes, a R$ 59,5 milhões, sem ajustes, e 10 vezes, a R$ 63,2 milhões, ajustado. A margem Ebitda no ano foi de 20,1%. As receitas entre janeiro e dezembro somaram R$ 314,4 milhões, alta de 28,5% ante 2020.

A Technos diz que os números são consequência direta das ações internas de recuperação de vendas e margem bruta, bem como da implementação bem sucedida de um plano agressivo de geração de eficiências que já vem ocorrendo há dois anos. A companhia destaca que esse é o seu melhor resultado desde 2016 e reduziu a dívida líquida a R$ 36,4 milhões.

Sobre 2022, a empresa pondera que o conflito entre Rússia e Ucrânia, além das instabilidades no Brasil, vão continuar a pressionando, em especial na cadeia de suprimentos, inflação de preços e custo de capital. Diz que vão complementar os ganhos de eficiência, com aceleração de vendas, para contornar tais efeitos.

COM LUCRO E RECORDE HISTÓRICO DE VENDAS E EBITDA, BK BRASIL ENGRENA NO 4T21 E MANTÉM RECUPERAÇÃO NO PÓS-PANDEMIA
Com forte participação dos canais digitais e retomada do tráfego, a Companhia alcança recorde histórico de vendas, com lucro líquido de R$ 23,6 milhões

 

Da Redação

A Burger King do Brasil anunciou os resultados do quarto trimestre de 2021. Seguindo o ritmo positivo de vendas do trimestre passado, a companhia fechou o período com um lucro líquido de R$ 23,6 milhões e receita operacional líquida de R$ 912,9 milhões, representando aumento de 17,9% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.  Com o avanço da vacinação e a melhora nos indicadores de mobilidade urbana, a empresa apresenta forte recuperação. No 4T21, a geração de caixa operacional foi de R$149,8 milhões versus uma geração de caixa de R$ 97,5 milhões no 4T20, este desempenho é reflexo da retomada operacional que aconteceu durante o trimestre, com a volta de grande parte do tráfego, unido a eficiência operacional. 

Ao longo dos últimos anos, a organização tem investido em importantes iniciativas voltadas à jornada de relacionamento com os clientes, conseguido assim, aumentar números de vendas, com melhores margens. A estabilidade desse trimestre, quando comparada ao último, mostra que essas iniciativas, aliadas a um importante trabalho de revenue management, demonstram resultados positivos. 

A transformação digital segue como foco da BK Brasil, que continua digitalizando cada vez mais sua operação. No 4T21, o destaque em Burger King continua sendo os canais digitais, representados por delivery, aplicativo e totem de autoatendimento, que bateram novo recorde histórico e foram responsáveis por 33% das vendas totais da companhia, um crescimento de 81% versus o mesmo período do ano anterior e de 29% se comparado ao 3T21. Os totens ganham destaque, atingindo faturamento de R$145,9 milhões. Este canal continua apresentando um crescimento significativo e altos níveis de aprovação do consumidor.  

Já as vendas diretas pelo aplicativo BK, atualmente com mais de 41 milhões de downloads, totalizaram R$17 milhões, aumento de 65% versus o 3T21 e 313% versus 4T20. No ano de 2021, as vendas totalizaram R$36,8 milhões, aumento de 308% versus 2020. O app continua sendo o mais bem-avaliado de QSR do mercado brasileiro em ambas as plataformas mobile (App Store e Google Play). 

Outro ponto positivo relacionado ao digital foi o crescimento do Clube BK, programa de pontos e recompensas, que fechou o ano com 3,7 milhões de usuários cadastrados. O programa registrou aumento de 54% com relação ao terceiro trimestre de 2021 e foi responsável por 10% da receita total da companhia.  

Foi também no último trimestre de 2021, que o Burger King conquistou mais de quatro pontos percentuais de participação de mercado, totalizando 24,4% de market share, segundo a pesquisa CREST/NPD, realizada pela Mosaiclab, alcançando um patamar histórico para a marca.  

Lançada há apenas três anos no mercado brasileiro e mesmo com todos os impactos da pandemia, Popeyes, marca de frango frito Companhia, alcançou o terceiro lugar na preferência dos consumidores de fast-food em São Paulo, ultrapassando seu principal concorrente dentro do mercado de frangos. No ano de 2021, cerca de 53% das vendas da marca foram realizadas de forma online, por aplicativo, delivery e totens de autoatendimento. 

EXPANSÃO DE RESTAURANTES 

A companhia abriu 18 lojas no 4T21, dessas, 15 de Burger King, sendo 12 próprias e 3 franqueadas, e todas no formato Free Standing. Já Popeyes teve três restaurantes inaugurados. Com isso, a companhia encerrou o período com um total de 945 restaurantes, dos quais 736 próprios das marcas Burger King e Popeyes, e 209 de franqueados da marca Burger King.  No total, foram cerca de 40 restaurantes inaugurados no último ano. 

Na frente de expansão, a empresa segue de olho em oportunidades. No 4T21 foi inaugurado a primeira operação BK 100% digital – sem atendentes nos caixas e com atendimento via totem. A marca segue avaliando o potencial dessa iniciativa para expandir o projeto.  Com a abertura da economia, no pós-pandemia, a expectativa é que, em 2022, mais lojas sejam inauguradas em diferentes lugares do território nacional, com foco em restaurantes de rua para BK e novos Estados, além de São Paulo e Rio de Janeiro, com Popeyes.  

EBITDA AJUSTADO 

No 4T21, o EBITDA ajustado atingiu R$ 177,3 milhões, um aumento de R$ 105,2 milhões quando comparado ao 4T20, e de R$ 91,9 milhões quando comparado ao 3T21. Este resultado é decorrente da recuperação de vendas, disciplina no controle das despesas e estratégia de digitalização. Com isso, a companhia chegou neste trimestre ao recorde histórico de EBITDA. 

Shell tem lucro líquido de US$ 11,4 bi no 4º tri e reverte prejuízo de um ano antes
Companhia anuncia programa de recompra de US$ 8,5 bilhões em ações

 

Por Felipe Laurence, do Valor Econômico

A Shell registrou lucro líquido de US$ 11,4 bilhões no quarto trimestre de 2021, revertendo o prejuízo de US$ 4 bilhões de um ano antes. A petrolífera anglo-holandesa somou US$ 90,2 bilhões em receita entre outubro e novembro, alta de 100,3% na comparação com o mesmo período de 2020, sustentado pela alta nos preços do petróleo e gás.

“Nós entregamos uma performance financeira muito forte em 2021, com nossa disciplina e robustez permeando a transformação da companhia”, diz Ben van Beurden, diretor-presidente da Shell, em nota. Ele diz que a empresa tem metas ambiciosas para gerar valor ao acionista e descarbornizar seus produtos.

Em 2021, o lucro líquido da petrolífera foi de US$ 20,1 bilhões, revertendo o prejuízo de US$ 21,6 bilhões em 2020. As receitas no ano passado aumentaram 48,8%, a US$ 272,6 bilhões. A companhia reduziu sua dívida líquida em US$ 23 bilhões entre um ano e outro, chegando a US$ 52,6 bilhões.

Com o robusto resultado, a Shell anunciou que vai iniciar um programa de recompra de US$ 8,5 bilhões em ações na primeira metade de 2022, usando US$ 5,5 bilhões do dinheiro recebido no desinvestimento da bacia do Permian e US$ 3 bilhões em alocação de capital. Além disso, vai aumentar dividendos do primeiro trimestre em 4%.

O desempenho da Shell no quarto trimestre foi ajudado por sua unidade integrada de gás, com o lucro ajustado mais que dobrando, a US$ 4,05 bilhões. No entanto, a empresa destaca o desempenho fraco no segmento de petroquímicos, com prejuízo ajustado de U$ 42 milhões.

Lucro acumulado no ano pelo BNDES é 93% superior a 2020
No terceiro trimestre o lucro foi de R$11,3 bilhões

 

Da Agência Brasil

O lucro de R$ 26,4 bilhões obtido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos três primeiros trimestres de 2021 é 93% superior ao mesmo período do ano passado. O novo relatório de resultados financeiros da instituição foi apresentado de forma online na noite de hoje (11).

Considerando apenas o terceiro trimestre desse ano, o lucro foi de R$ 11,3 bilhões. O montante representa um crescimento de 29% frente ao mesmo período de 2020. Esse resultado, no entanto, foi influenciado pela reversão de provisão das perdas permanentes de R$5,4 bilhões por impairment das ações da Petrobras, o que tem apenas efeito contábil.

As perdas por impairment ocorrem quando se avalia que um ativo sofreu deterioração. Nesse caso, envolvem ações da Petrobras adquiridas pelo BNDES. As operações de perda permanente ocorreram entre 2014 e 2016, quando se avaliou que os valores pagos na aquisição eram mais altos do que os valores considerados recuperáveis.

“Começou uma reversão a partir de 2017, quando se iniciaram os movimentos de venda da ações da Petrobras. Uma grande reversão ocorreu em 2020, quando efetuamos uma oferta pública com um volume mais significativo de venda”, pontuou a diretora de finanças do BNDES, Bianca Nasser.

Segundo ela, a nova reversão no valor de R$5,4 bilhões é parte de um movimento que se dá em função do comportamento das ações da Petrobras, do cenário econômico e dos normativos internos e de órgãos reguladores. “Considerando não só a passagem do ciclo mais grave de pandemia, como também a estabilidade dessa ação em um preço mais elevado, a revisão do valor econômico desse ativo nos trouxe a indicação de fazer a reversão dessa perda permanente”, afirmou.

Uma receita importante da instituição financeira neste trimestre foram os R$ 2,1 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) distribuídos por empresas que compõem sua carteira de ações. Apenas da Petrobras, foi recebido R$1,7 bilhão. Por outro lado, diferente do segundo trimestre, não houve receitas robustas com alienação de ações.

Desde 2019, o banco vem implementando uma política de redução das participações societárias e se desfazendo de papeis com o objetivo de reforçar o caixa para investimentos e de reduzir a exposição aos riscos do mercado. Atualmente, o BNDES possui R$ 80,7 bilhões em participações societárias. Sua carteira de ações é composta por 37% de papeis da Petrobras, 28% da JBS, 13% da Eletrobras, 6% da Copel e 16% de outras companhias. O patrimônio líquido do BNDES, segundo o novo relatório, é de R$ 119,1 bilhões.

O balanço também registra que, até outubro de 2021, foram pagos R$ 59,5 bilhões em dívidas com o Tesouro Nacional. Os valores remanescentes dessa dívida, que diz respeito a aportes feitos no banco pela União entre 2008 e 2014, é de R$90,1 bilhões. Um cronograma de melhores esforços para o pagamento entregue em março ao Tribunal de Contas da União (TCU) prevê que, até o final do ano, sejam quitados mais R$ 35,9 bilhões e, em 2022, os R$54,2 bilhões restantes. Além dos valores da dívida, outros R$ 33,6 bilhões foram transferidos pelo BNDES ao Tesouro Nacional referente a pagamentos ordinários, dividendos e tributos. Esse valor inclui o próximo repasse já agendado para o dia 17 de novembro.

Operações de créditos

O desembolso para operações de créditos realizadas pelo banco no terceiro trimestre alcançou R$ 21,8 bilhões, 13% a mais que no mesmo período de 2020. De acordo com o BNDES, desse total, R$ 7,7 bilhões estão vinculados a projetos que apoiam a economia verde e o desenvolvimento social.

No recorte por setor, R$ 9,3 bilhões dos desembolsos foram para a infraestrutura, R$6,4 bilhões para a agropecuária, R$ 3,5 bilhões para comércio e serviços e R$ 2,8 bilhões para a indústria. O desembolso para micro, pequenas e médias empresas representou 43,8% do total de R$21,8 bilhões.

O relatório registra ainda o desempenho máximo obtido pelo BNDES em avaliação de rating ASG (Ambiental, Social e Governança). A agência Vigeo Eires deu nota A1+ à instituição financeira. “Ficou posicionado com destaque no ranking local e internacional, com as melhores notas tanto para bancos de desenvolvimento, quanto dentro do cenário de países emergentes e inclusive dentro da média mundial”, disse Bianca Nasser.

COP26

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, participou da apresentação online do relatório através de um vídeo gravado, uma vez que ele se encontra em Glasgow, na Escócia, onde acompanha a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26). Ele avaliou que a instituição obteve um resultado sólido e aderente à pauta climática. “Não só o BNDES, mas todo o setor financeiro tem um papel central na agenda de descarbonização e de migração pra economia verde, induzindo práticas, formando consensos e disseminando conhecimento”, disse.

Segundo Montezano, novas oportunidades de negócio estão sendo abertas. “Esse reposicionamento estratégico do BNDES, saindo da carteira de renda variável, focando no impacto, devolvendo recursos ao Tesouro, diversificando suas ferramentas, é fundamental para que a gente possa apoiar o potencial do banco nessa agenda climática que chegou para ficar. E a agenda do clima é negócio, é inovação, é empreendedorismo”, acrescentou.

Entre as ações de sustentabilidade lançadas pelo BNDES na COP26, está o matchfunding Floresta Viva, uma iniciativa de financiamento coletivo para restaurar florestas e bacias hidrográficas nos biomas Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica. As empresas parceiras obterão créditos de carbono e, para cada R$1 doado por elas, o BNDES aportará mais R$1. Espera-se investir até R$500 milhões até 2028. Outra medida é o FGEnergia, um programa de garantia de crédito a micro, pequenas e médias empresas para investimentos em eficiência energética.