Iniciativa do TJRJ propõe uma nova forma de lidar com questões familiare

Ser um diferencial no atendimento às questões familiares. Essa é a proposta da Casa da Família, iniciativa inédita no país lançada pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). As primeiras unidades começam a funcionar no dia 27, segunda-feira, nos Centros Judiciários de Soluções de Conflitos (Cejusc) de Santa Cruz e Bangu.

A filosofia da Casa da Família é procurar resolver os conflitos familiares sem a necessidade do ingresso com um processo judicial. Casais que estão se separando poderão contar com psicólogos, assistentes sociais e mediadores que irão utilizar métodos de mediação, justiça restaurativa e também técnicas de constelação familiar para que os impasses sejam solucionados sem provocar danos para pais, filhos e parentes.

E a Casa da Família também atenderá casos em que já existe um processo em tramitação, se um juiz entender que a mediação pode ser a melhor ferramenta de solucionar um litígio envolvendo as partes no processo. Assim, ações de alimentos, visitação e guarda compartilhada poderão ser encaminhados às unidades. Toda a filosofia da Casa da Família afasta métodos impositivos e nem dispensa a participação dos advogados.

As Casas da Família são fruto de um projeto piloto bem-sucedido implantado nos Cejuscs de Santa Cruz, Bangu e Leopoldina. Neles, o índice de solução de casos entre famílias chegou a 96%, com 0% de reincidência. As técnicas de mediação na área familiar tiveram aprovação de 98%.

“Os conflitos da sociedade estão mais complexos, dinâmicos, com novas formações familiares e demandas. Resolvemos trazer o conceito de justiça multiportas, adaptar às nossas realidades. Assim, criamos uma estrutura que é a nova porta de entrada para questões de família na justiça”, afirmou o desembargador Cesar Cury, coordenador do Nupemec.

Para o presidente do TJRJ, desembargador Milton Fernandes de Souza, a mediação é uma alternativa eficaz na solução de conflitos.

“Não podemos acreditar que a judicialização seja a única saída para todos os problemas. Está em andamento um trabalho muito vigoroso no Tribunal. Em todo o Estado do Rio hoje já acontecem cerca de 400 sessões de mediação por dia, em que a média de resolução dos conflitos é de 50 dias”, afirmou.

70 milhões de processos estão à espera de solução

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Todos em prol da mediação: Paulo Sardinha, Magda Hruza e o desembargador Cesar Cury

O Brasil possui uma cultura do litígio. São impressionantes 70 milhões de processos, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, que estão acumulados, ainda sem desfecho, nos tribunais brasileiros. Como alternativa a essa cultura, a ABRH-RJ vem fomentando o uso da mediação pelas organizações. Isso porque as empresas apresentam um ambiente suscetível ao surgimento de conflitos de diversas naturezas que, muitas vezes, tornam-se disputas judiciais. Além dos altos custos, processos judiciários podem impactar na imagem da organização e no ambiente de trabalho.

Um exemplo dessa empreitada é o convênio firmado com o Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA) de cooperação técnica e de apoio mútuo a ações e eventos. A parceria já vai estar presente no I Congresso Internacional de Mediação e Arbitragem, que será realizado no Rio de Janeiro nos dias 9 e 10 de novembro. Os associados da ABRH-RJ terão 20% de desconto na inscrição.

Também tem sido frequente a discussão do tema nos fóruns da Associação, voltados a apresentar os benefícios do método alternativo, bem como mostrar exemplos práticos para a sua utilização. No RH-RIO, por exemplo, a mesa sobre mediação teve a participação do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e presidente do Fórum Nacional de Mediação e Conciliação (Fonamec), Cesar Cury.

Cury defende a mediação como a ferramenta mais moderna e eficaz contra o excesso de demandas ao Judiciário e também a considera vantajosa para quem a utiliza. “Primeiro, há considerável redução do tempo de resolução; segundo, diminui o custo; terceiro, as partes constroem conjuntamente a decisão, portanto a solução apresenta mais legitimidade e aceitação”, destaca.

Para a diretora jurídica da ABRH-RJ, Magda Hruza, a grande contribuição da mediação numa relação continuada, como as existentes nas empresas, é a preservação das relações. “A via judicial apenas constrói a solução para o concreto do conflito, mas ele continuará a existir, independentemente do teor da decisão. E, normalmente, é apenas uma questão de tempo para que volte a se manifestar”, alerta.

Entretanto, ainda há gestores que não demonstram confiança nos métodos alternativos e ignoram as formas como eles podem ser utilizados. Magda defende, por exemplo, que um confronto de cunho eminentemente emocional é passível de solução mais adequada se for submetido inicialmente à mediação, encarada como recurso disponível às lideranças empresariais na condução de suas equipes, e aos profissionais de RH, na avaliação das expertises dos candidatos e na adequação de empregados a determinados cargos.

Apesar de a Lei da Mediação não ter contemplado os conflitos trabalhistas, Magda ainda destaca que há casos em que o método foi utilizado na administração de divergências trabalhistas de natureza coletiva.

*Matéria publicada na coluna Gestão de Pessoas, da ABRH-RJ.

Empatia entre colaboradores pode evitar crises e até fazer das organizações modelos de sucesso

Se alcançar resultados satisfatórios e crescer sempre foi um desafio para as empresas, hoje, diante do delicado cenário econômico no país, essa meta requer esforços redobrados, e uma ferramenta se faz mais que essencial: o entendimento dentro das corporações. A razão está nos números. Dados de pesquisa do especialista em Neurociência e Neuroeconomia Paul Zak – publicados na revista Harvard Business Review em janeiro deste ano – mostram que funcionários das empresas que estimulam a confiança no trabalho são 50% mais produtivos, 74% menos estressados e 76% mais engajados. Já segundo o Gallup Institute, as organizações nas quais o engajamento de pessoas é maior são 22% mais lucrativas e 21% mais produtivas.

Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, Marie Bendelac Ururahy e Wanda Quadra – especialistas em desenvolvimento de líderes; ambas fundadoras da empresa Be Coaching Brasil – apresentarão o workshop Técnicas de Comunicação Empática para a Mediação de Conflitos, das 9h às 18h, na Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB), no Rio de Janeiro.

“A comunicação dentro das empresas sempre foi um aspecto sensível, principalmente quando líderes e colaboradores precisam receber ou dar feedbacks negativos, fazer cobranças ou dar notícias indesejáveis, como um desligamento. São situações que fazem parte da rotina de trabalho, embora muitos não estejam preparados para lidar com elas. Esse treinamento, que mostra como estabelecer o entendimento e a empatia, é voltado a líderes, executivos, gestores de recursos humanos e qualquer profissional que precise se comunicar de forma eficaz”, explica Marie.

O workshop apresentará técnicas de comunicação aplicadas em mais de 100 países – com efeitos comprovados – para estabelecer relacionamentos de confiança e aumentar a motivação e a cooperação. “Saber ouvir, cobrar, impor respeito e avaliar não é tão fácil assim. Essas habilidades nem sempre são naturais nas pessoas e requerem desenvolvimento. Outro aspecto que precisa ser trabalhado é o distanciamento das situações. Muitos levam para o pessoal algo que faz parte do dia a dia de uma empresa, um ambiente que sempre gera tensões. Mas é possível administrá-las, conviver e até tirar proveito delas”, assegura Wanda.

Serviço:

Comunicação Empática na Mediação de Conflitos

Onde e quando: na Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB), dias 31 de agosto e 1º de setembro, das 9h às 18h.

Mais informações e inscrições: eventosrj@ccfb.com.br

Desembargador fala sobre Mediação em congresso de RH

Divergências dentro de uma organização são inevitáveis. A reunião de pessoas com ideias, comportamentos e opiniões distintas propicia um terreno fértil para o surgimento de conflitos, que, se não forem bem gerenciados ou dependendo da gravidade, podem afetar o desempenho da empresa e, inclusive, se tornar um problema judicial. Como solução, as empresas têm encontrado na mediação um método eficaz, que tem entre seus benefícios a confidencialidade, celeridade e imparcialidade. A judicialização, por exemplo, traz custos elevados e a incerteza de quando será solucionado. Dados do Conselho Nacional de Justiça indicam que 70 milhões de processos estão acumulados, ainda sem solução, nos tribunais brasileiros.

Entretanto, ainda há muitos gestores que não demonstram confiança nos métodos adequados para a solução de conflitos. Para mudar esse cenário, o RH-RIO, principal congresso de gestão de pessoas do Rio de Janeiro, terá, no dia 6 de junho, a mesa “O Poder da Mediação”. Formada pelo presidente do Fórum Nacional de Mediação e Conciliação,  Desembargador Cesar Cury; pela advogada e mediadora Mariana Souza e pela também advogada e mediadora Magda Hruza Alqueres, diretora jurídica da ABRH-RJ a mesa vai apresentar os conceitos essenciais sobre gestão de conflitos, debater sobre casos práticos, além de estimular a reflexão dos participantes sobre a mudança organizacional necessária para a adoção de um novo olhar para os conflitos.

Promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), o RH-RIO acontecerá nos dias 6 e 7 de junho, no Centro de Convenções do Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca. Mais informações pelo www.abarhrj.org.br.