Ministro defenderá reforma trabalhista em Genebra

O ministro fará a defesa da reforma durante a 107ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho

O ministro do Trabalho, Helton Yomura, vai a Genebra no início de junho para defender o Brasil das acusações de que as mudanças nas leis trabalhistas do país contrariam normas internacionais das quais o país é signatário desde antes da entrada em vigor da reforma trabalhista, em novembro do ano passado.

Yomura disse que terá prazer em defender o Estado brasileiro durante a 107ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que vai ocorrer entre sexta-feira (25) e o próximo dia 8. Neste ano, o encontro tem como tema principal a violência e o assédio no local de trabalho.

“O Brasil não descumpre nenhuma regra internacional do trabalho acordada”, disse Yomura, ao participar, em Fortaleza (CE), do 60º Congresso Nacional de Hotéis (Conotel). Discursando para uma plateia formada, principalmente, por empresários e executivos do setor hoteleiro e gestores públicos da área de turismo, o ministro admitiu ficar “irritado” com as denúncias contra o Estado brasileiro na OIT.

“Tem me causado uma certa irritação a teimosia em denunciar a República à OIT, denunciar que somos um país que descumpre a legislação trabalhista e os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”, afirmou. Yomura alegou que a polêmica põe em xeque a credibilidade da nação e lembrou que, no ano passado, o país “bateu na trave” e quase foi incluído na lista dos países suspeitos de descumprir a legislação trabalhista.

A denúncia resultou de consulta feita pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), no ano passado. Para a entidade sindical, a nova legislação viola a Convenção 98 da OIT. Ratificada pelo Brasil em 1953, a Convenção 98 estabelece os princípios do direito de organização dos trabalhadores, o direito de sindicalização e à negociação coletiva.

Pontos questionados

Segundo o secretário de relações internacionais da CUT, Antonio Lisboa, os peritos da OIT demonstraram preocupação com dois pontos da reforma trabalhista questionados pela central sindical: a prevalência do legislado sobre o negociado e a negociação contratual individual, sem a participação dos sindicatos.

A manifestação dos peritos da OIT, de acordo com o sindicalista, motivou a inclusão dos questionamentos dos representantes dos trabalhadores na lista prévia de 40 casos globais a serem analisados no início da conferência – a chamada “lista longa” das violações de direitos trabalhistas da OIT. Destes, 24 casos são selecionados para que os representantes de empregadores, governos e empregados discutam a execução das normas trabalhistas internacionais.

“Achamos que é imprescindível a inclusão do Brasil entre os 24 casos a serem analisados”, disse Lisboa à Agência Brasil.

Lisboa irá para Genebra com o grupo de representantes sindicais que participarão da conferência. Ele afirmou que a petição para que o caso brasileiro seja incluído entre os 24 tem o apoio de outras centrais sindicais. “Há uma disputa de narrativas. O governo, naturalmente, defende a mudança das leis trabalhistas. Os trabalhadores, no entanto, veem que, na prática, os resultados são todos exatamente contrários ao prometido. O desemprego aumentou; as relações laborais se precarizaram; há mais informalidade. Na OIT, vamos poder discutir os números, os dados concretos, diante de especialistas de todo o mundo”, acrescentou Lisboa.

Além da denúncia à OIT, uma série de ações que questionam a legalidade da reforma trabalhista tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), centrais sindicais afirmam que ao alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Lei 13.467/2017 descumpriu direitos sociais, humanos e trabalhistas previstos tanto na Constituição Federal, quanto nas normas internacionais ratificadas para proteger os empregados.

Um dos pontos que as centrais questionam diz respeito à mudança legal que tornou facultativo o financiamento sindical e demais contribuições recolhidas para custear “a articulação da luta da classe trabalhadora por direitos”.

Ministro do Trabalho vai abrir o RH-RIO

O ministro do Trabalho, Helton Yomura, abre, nesta terça-feira (15), o maior congresso de gestão de pessoas do estado do Rio de Janeiro. Promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), no Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, o RH-RIO realizará, até quarta-feira (16), 4 mesas magnas e 25 palestras simultâneas. Executivos de empresas como TIM Brasil, Coca-Cola, GE Celma, IBM, SulAmérica, Vale, Santander, L’Oreal, entre outras, serão alguns dos palestrantes que vão compartilhar práticas de sucesso e tendências da área. O impacto da transformação digital nas organizações, o propósito social do RH, negociações coletivas, gestão de conflitos, novos paradigmas na educação corporativa, diversidade, engajamento e endomarketing e o papel do RH em casos de assédio são alguns dos temas que serão debatidos durante o congresso. O sambista e portelense Monarco vai participar da mesa do Cine-Fórum, que vai discutir a diversidade de gerações no mercado de trabalho.

Inovações

Duas das novidades do congresso serão as Centrais de Inovação e Experiência.  Realidade aumentada aplicada à aprendizagem rápida, canetas que escrevem em 3D, quadros inteligentes, drones design thinking, e biodanza serão algumas das atividades programadas. Haverá, também, oficinas de montagem de cenários e figuras, com um tradicional brinquedo de peças de encaixe, que ajudam a desenvolver a criatividade e espírito colaborativo.

Programação Gratuita

Oficinas técnicas com universidades, encontro com autores e sessões de autógrafos, oficinas de coaching são algumas das 41 atividades gratuitas que acontecerão durante o Congresso Estadual de RH. A programação RH-RIO de Portas Abertas acontecerá nos dois dias de evento, das 10h até 18h. Entre os destaques da programação gratuita estão os workshops com consultores especialistas em recolocação no mercado de trabalho. No dia 15, a atividade começará às 10h40. No segundo dia, a oficina será às 15h30, com foco em trabalhadores com mais de 50 anos.

Serviço
RH-RIO 2018
Local: Centro de Convenções Windsor Oceânico Hotel – R. Martinho de Mesquita, 129 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro
Horário: 9h às 18h30
Data: 15 e 16 de maio
Site: www.abrhrj.org.br