OMS envia 3,5 milhões de vacinas contra febre amarela ao Brasil

Para ajudar a conter o surto de febre amarela, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou ao Brasil 3,5 milhões de vacinas contra a doença, anunciou o órgão nesta quinta-feira (30/03). Desde janeiro, 162 mortes foram registradas devido ao vírus, e outras 95 estão sendo investigadas.

As doses serão utilizadas em campanhas de vacinação no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia. Elas vieram da reserva para emergências da OMS e foram levadas ao país pelo Grupo Internacional de Coordenação (IGC), que coordena um total de 6 milhões de vacinas contra febre amarela. Esse estoque é reposto continuamente.

O Brasil reembolsará o custo das 3,5 milhões de vacinas através da reserva de emergência para a febre amarela financiada pela Aliança Mundial para a Vacinação e a Imunização (GAVI).

Segundo o Ministério da Saúde, 492 casos de febre amarela foram confirmados no Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ao todo, foram notificadas 2.104 suspeitas da doença em 16 estados e no Distrito Federal, sendo que 1.101 permanecem em investigação e 511 foram descartadas. Minas Gerais é o estado mais atingido pelo surto.

O Brasil, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), trabalha para garantir a proteção da população e prevenir a expansão do vírus da febre amarela. As autoridades estão realizando campanhas de vacinação em vários estados, além de reforçar a vigilância e o atendimento dos casos.

Mais de 18,8 milhões de vacinas já foram distribuídas, e a OPAS disponibilizou mais de 15 especialistas através da Rede Global de Alerta e Respostas – agências internacionais, governos, universidades e outras entidades – para apoiar o governo federal com assistência técnica na gestão do surto da doença.

A febre amarela é causada pelo vírus da família flaviviridae. A doença infecciosa febril aguda pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. Ela é transmitida por mosquitos, entre eles o aedes aegypti – o mesmo da dengue, zika e febre chikungunya – e é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

Confira aqui a matéria original.

Consumo de drogas mata cerca de meio milhão de pessoas por ano, alerta OMS

Margaret Chan avalia que o consumo de drogas vem piorando em muitos países

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, alertou hoje (13) que o consumo de drogas mata cerca de 500 mil pessoas todos os anos no mundo.

“A OMS estima que o uso de drogas seja responsável por cerca de meio milhão de mortes todos os anos, mas esse número representa apenas uma pequena parte de todo o dano causado pelo problema mundial das drogas”, disse.

Durante discurso em Viena, na Áustria, Margaret destacou ainda que, em alguns aspectos, a situação está piorando e não melhorando, já que muitos países vivenciam o que ela chamou de crise de emergência sanitária decorrente de mortes por overdose.

“Gostaríamos de ver mais usuários de drogas sendo canalizados por meio de sistemas públicos de saúde do que por meio de cortes e sistemas de justiça criminal”, apontou a entidade.

“À medida em que muitos países e agências internacionais continuam a lidar com o problema das drogas e suas inúmeras dimensões, a OMS pede que as políticas sejam baseadas em evidências médicas e científicas, e não em emoções e ideologias”, concluiu.

Cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia, alerta OMS

Tratamento com medicamento surge efeito em 70% dos casos

Aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de epilepsia, um tipo de transtorno mental crônico que afeta homens e mulheres de todas as idades. Os números, divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), posicionam a epilepsia como uma das doenças neurológicas mais comuns no planeta.

No Dia Internacional da Epilepsia, lembrado hoje (13), a entidade alertou que quase 80% dos casos registrados globalmente estão em países de baixa e média renda. Os dados revelam que três quartos das pessoas com a doença que vivem nessas localidades não recebem tratamento adequado – ainda que o transtorno responda aos remédios em até 70% dos pacientes.

“Em muitas partes do mundo, pessoas com epilepsia e suas famílias sofrem com o estigma e a discriminação”, destacou a OMS.

Doença

A epilepsia é caracterizada por convulsões recorrentes – breves episódios de movimento involuntário que podem envolver uma parte do corpo ou todo o corpo, algumas vezes acompanhados de perda de consciência e do controle da bexiga ou do intestino.

Os episódios de convulsão são resultado de descargas elétricas excessivas num grupo de células cerebrais, sendo que diferentes partes do cérebro podem ser atingidas pelo problema. As convulsões podem variar entre breves lapsos de atenção e espasmos musculares até episódios prolongados e severos.

Uma única convulsão não necessariamente significa diagnóstico de epilepsia, já que até 10% da população global apresenta pelo menos um episódio desses ao longo da vida. A doença é caracterizada após o registro de duas ou mais convulsões não provocadas.

“A epilepsia é uma das mais antigas condições reconhecidas no mundo, com registros escritos datando de 4000 a.C. Medo, desconhecimento, discriminação e estigma social têm cercado a epilepsia há séculos. Esse estigma permanece em diversos países atualmente e pode impactar na qualidade de vida das pessoas com o transtorno e suas famílias”, informou a OMS.

Sinais e sintomas

As características das convulsões variam e dependem da parte do cérebro inicialmente afetada pelo transtorno e do quão rápido ele se espalha. Sintomas temporários podem ocorrer, como perda de consciência, além de perturbações de movimento, sensação (incluindo visão, audição e paladar) e humor.

Pessoas com convulsões tendem a apresentar mais problemas físicos, como fraturas e contusões provocadas pelos episódios, assim como taxas mais altas de condições psicológicas, incluindo ansiedade e depressão. Além disso, o risco de morte prematura em pacientes com epilepsia chega a ser três vezes maior que na população em geral, sendo que as maiores taxas são registradas em países de baixa e média renda.

“Grande parte das causas de morte relacionadas à epilepsia em países de baixa e média renda são potencialmente preveníveis, como quedas, afogamento, queimaduras e convulsões prolongadas”, acrescentou a OMS.

Causas

A epilepsia não é contagiosa. O tipo mais comum, denominado epilepsia idiopática, afeta seis entre dez pessoas com a doença e não tem causa definida. Já o tipo de epilepsia de causa conhecida é denominado epilepsia secundária ou epilepsia sintomática. As principais causas, nesses casos, são:

– dano cerebral provocado por lesões pré-natais ou perinatais, como perda de oxigênio ou trauma durante o parto e baixo peso ao nascer;
– anormalidades congênitas ou condições genéticas associadas a malformações cerebrais;
– ferimento grave na cabeça;
– derrame que limite a quantidade de oxigênio no cérebro;
– infecções do cérebro, como meningite, encefalite e neurocisticercose;
– determinadas síndromes genéticas;
– tumor cerebral.

OMS diz que epidemia de tuberculose é mais grave do que se esperava

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Segundo OMS, 1,8 milhão de pessoas morreram vítimas desta doença em 2015 – 300.000 a mais do que no ano anterior.

A epidemia de tuberculose é mais grave do que se pensava até agora, com 10,4 milhões de contaminados em 2015, enquanto as pesquisas para encontrar uma vacina ou outros tratamentos “carece de fundos suficientes”, segundo o relatório anual da OMS, publicado nesta quinta-feira (13).

A cifra supera amplamente a do relatório anterior, que foi de 9,6 milhões de infectados em todo o mundo.

“A luta para alcançar nossos objetivos mundiais no combate à tuberculose é cada vez mais difícil”, afirmou a diretora da organização, Margaret Chan.

“Teremos que aumentar substancialmente nossos esforços sob o risco de ver países continuamente castigados por esta epidemia mortal e não alcançar nossos objetivos”, ressaltou.

A meta é reduzir o número absoluto de mortes por tuberculose em 35% e de contágios em 20% até 2020 com relação aos números de 2015.

O objetivo para 2030 é diminuir em 90% a quantidade de mortos por tuberculose e em 80% os infectados.

Segundo o informe da OMS, 1,8 milhão de pessoas morreram vítimas desta doença em 2015 – 300.000 a mais do que no ano anterior.

A tuberculose é provocada por uma bactéria, o bacilo de Koch, que na maioria dos casos se aloja nos pulmões, destruindo o órgão gradativamente.

Dois em cada cinco infectados não foram diagnosticados, e por isso podem espalhar a doença, transmitida por via aérea.

Além disso, meio milhão de pessoas têm formas de tuberculose resistentes aos antibióticos, segundo o informe.

Para a ONG Médicos sem Fronteiras, este relatório “é um chamado de atenção para mudar o status quo na forma de diagnosticar e tratar a tuberculose e suas formas resistentes”.

Índia subestimada

As cifras sobre as dimensões da epidemia foram revistas para cima essencialmente porque os pesquisadores se deram conta de que as estimativas da Índia, entre 2000 e 2015, eram muito baixas.

Seis países representam 60% dos novos casos: Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.

Habitualmente vinculada à pobreza e a condições insalubres, a tuberculose continua sendo uma das principais doenças mortais do mundo, embora em um período de 15 anos, o número de mortes tenha caído 22%.

No entanto, para alcançar os objetivos estabelecidos pela comunidade internacional, as infecções teriam que diminuir entre 4% e 5% por ano, três vezes mais rápido do que diminuem atualmente.

Falta de recursos

A escassez de recursos também é um problema crônico no combate à doença.

Entre 2005 e 2014, os fundos disponíveis alcançaram apenas 700 milhões de dólares por ano. São necessários US$ 2 bilhões para a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos antituberculosos, segundo o informe.

É necessário “incrementar o investimento agora ou simplesmente não conseguiremos erradicar uma das doenças mais antigas e mais mortais do mundo”, disse Ariel Pablos-Mendez, um dos encarregados da agência americana para o desenvolvimento internacional, a USAID.

*Leia a matéria original, publicada no G1, aqui.