Do Estadão
Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, reconheceu na semana passada que é prematuro descartar uma possível ligação entre a pandemia e um vazamento de laboratório do governo chinês em Wuhan, a cidade onde a doença foi detectada pela primeira vez no fim de 2019. Ele disse esperar por uma melhor cooperação e acesso a dados, acrescentando que este foi um desafio para a equipe internacional de especialistas que viajou ao país este ano para investigar a causa do surto.
“Eu também fui técnico de laboratório, e acidentes acontecem”, disse Adhanom. Seu posicionamento foi apoiado pelo ministro da saúde da Alemanha, Jens Spahn, que pediu às autoridades chinesas que permitissem que a investigação continuasse.
Zeng disse que o laboratório de Wuhan não trabalha com vírus que infectem humanos diretamente. Ele observou que a equipe de especialistas coordenada pela OMS concluiu que um vazamento era altamente improvável.
No primeiro semestre, a equipe afirmou que o vírus provavelmente passou de animais para humanos, com especulações sobre sua origem focadas em morcegos, que por sua vez podem tê-lo transmitido para pangolins, tradicionalmente vendidos nos mercados chineses de alimentos.
Segundo Zeng, não são verdadeiros os relatos de que funcionários e alunos de pós-graduação do Instituto de Virologia de Wuhan contraíram o vírus e o transmitiram a outras pessoas. Ele reiterou que a China “sempre apoiou o rastreamento científico da doença” e deseja que isso se estenda a vários países e regiões em todo o mundo. “No entanto, nos opomos a politizar o trabalho de rastreamento”, finalizou.