Economia mundial teve em 2017 maior crescimento em seis anos, diz ONU

Um relatório das Nações Unidas lançado esta segunda-feira (11), em Nova Iorque, indica que este ano a economia mundial ganhou força com a diminuição das fragilidades associadas à crise financeira global e teve o maior crescimento desde 2011. O documento prevê um avanço de 3% em 2017, que  deve continuar estável no próximo ano, segundo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (Desa). A informação é da ONU News.

O estudo destaca que a melhora na situação econômica global oferece uma oportunidade aos países para se concentrarem em criar políticas sobre questões de longo prazo. Entre elas, o crescimento econômico de baixo carbono, a redução das desigualdades, a diversificação econômica e a eliminação de barreiras profundas que dificultam o desenvolvimento.

De forma geral, “as condições de investimento melhoraram num contexto de baixa volatilidade financeira, redução de fragilidade no setor bancário, recuperação em vários setores de commodities e uma previsão macroeconômica global mais sólida”, aponta o documento.

Incertezas

Já as razões que podem afetar de forma negativa os investimentos incluem incertezas sobre política comercial, impacto do ajuste do balanço nos principais bancos centrais, o aumento da dívida e os riscos financeiros de longo prazo.

Para o Desa, 2017 também foi marcado por mercados financeiros globais “incrivelmente dinâmicos”. No entanto, essas condições ocorrem ao mesmo tempo em que existem “vários riscos persistentes e incertezas no sistema financeiro global”.

O relatório destaca haver muitas economias em desenvolvimento e em transição que continuam a ser vulneráveis e a correr riscos. Esses fatores incluem contração desordenada nas condições de liquidez globais e a retirada repentina de capital.

Número de trabalhadores na saúde vai duplicar até 2030

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O presidente da CSN, Tércio Egon Paulo Kasten, e o diretor da OIT, Peter Poschen

“A saúde pode alavancar a economia brasileira”, destacou o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Peter Poschen, durante workshop da Confederação Nacional de Saúde (CSN), promovido no último dia 3. Ele destacou que, atualmente, o setor emprega mais de 40 milhões de profissionais no mundo inteiro, destacou. “E segundo a ONU, esses números vão duplicar até 2030”, relatou.

Segundo Peter a estimativa feita pela OIT constatou que o setor teve um crescimento econômico de 1,5 % entre 2000 e 2011. Ele ainda informou que para cada R$ 1,00 de investimento no setor o país obtém o retorno financeiro de R$ 9,00 reais.

Outro ponto destacado ao longo do evento foi a necessidade de intensificar o debate da Segurança e Saúde no Trabalho para que as instituições, tanto públicas como privadas, consigam aprimorar  o acesso com segurança do cidadão brasileiro aos serviços de saúde.

O procurador federal da Advocacia Geral da União (AGU) e coordenador da equipe de trabalho em ações regressivas previdenciárias, Fernando Maciel, informou que as consequências econômicas dos acidentes do trabalho no Brasil estão provocando um déficit aos cofres públicos da Previdência Social (INSS). “A atual arrecadação não está suprindo as despesas acidentárias quanto à demanda de acidentes”, alertou.

De acordo com Maciel, dados atuais apresentados pelo INSS apontam que 8 pessoas morrem todos os dias no país, por acidentes no trabalho,  o que ocasiona cerca de 250 mortes por mês no Brasil. Maciel ainda informou que um dos principais fatores que causam acidentes nos estabelecimentos de saúde são as constantes exposições do trabalhador aos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais.

Em contrapartida, o procurador enfatizou que a AGU está trabalhando de forma efetiva na identificação dos acidentes de trabalho e na propositura das ações regressivas, com o objetivo de ressarcir os cofres da Previdência quando a empresa é condenada e declarada culpada pelo acidente de trabalho ou doença ocupacional.

Relatório da ONU define estratégias contra a poluição

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Erik Solheim: “Poluição é um desafio universal”

Um novo relatório da ONU Meio Ambiente afirma que, embora a poluição tenha impactos negativos consideráveis na saúde humana e nos ecossistemas, a mesma é controlável e evitável através de liderança política, ações de defesa e compromissos importantes e ações locais. A informação é da ONU News.

O relatório “Na direção de um planeta livre da poluição” foi lançado durante a Primeira Conferência das Partes para a Convenção de Minamata sobre mercúrio, realizada semana passada em Genebra,  como sessão preparatória para a Assembleia Ambiental da ONU, que será realizada em dezembro.

O chefe da agência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Erik Solheim, lembrou que a “poluição é um desafio universal”, mas afirmou que a “boa notícia é que o mundo já sabe o que precisa ser feito para evitá-la e reduzi-la”. Ele destacou a responsabilidade é de governos, empresas, autoridades locais, sociedade civil e indivíduos em todo o mundo de se comprometer a agir para acabar com a poluição em todas as suas formas.

Recomendações

Citando os impactos negativos da poluição – especialmente sobre as pessoas mais pobres e vulneráveis, ameaçando  seus direitos humanos – e as respostas limitadas de governos, empresas e cidadãos à situação e desafios atuais, o relatório sugere cinco ações abrangentes: 1. Adotar um pacto global sobre a poluição que torne sua prevenção uma prioridade; 2. Fortalecer a governança ambiental em todos os níveis; 3. Promover o consumo e produção sustentáveis, através da melhora na eficiência de recursos e mudanças em estilos de vida; 4. Priorizar o gerenciamento e a redução do desperdício; e 5. Estabelecer parcerias para desenvolver soluções e investir em produção e consumo mais limpos.

Além disso, o documento também propõe 50 ações concretas para reduzir a poluição em diversas formas e pede um compromisso político forte e de alto nível, com o envolvimento de governos locais, sociedade civil e outros atores.

O estudo destaca ainda que, embora algumas formas de poluição tenham sido reduzidas com o avanço de tecnologias e estratégias de gerenciamento, estimativas são de que cerca de 19 milhões de mortes prematuras ocorram por ano devido à forma como as sociedades usam seus recursos naturais e afetam o meio ambiente para a produção e consumo.

ONU alerta para aumento de casos de doença misteriosa na América Central

Um grande número de jovens vivendo em comunidades de pequenos agricultores na América Central está sofrendo de uma misteriosa doença renal. Em comunicado, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), informou que a doença tem origem incerta e não está relacionada ao diabetes ou à hipertensão. A informação é da ONU News.

A agência da ONU emitiu recomendações às áreas afetadas alertando que as pessoas mais propensas a desenvolver o mal renal são homens jovens em comunidades agrícolas de baixa renda. Para a Opas, a doença está associada a fatores como poluentes ambientais, condições de trabalho precárias e  agroquímicos assim como baixa ingestão de água.

Os primeiros casos surgiram há mais de 10 anos. Numa nova publicação, Epidemia de Doença Renal Crônica em Comunidades Agrícolas da América Central, a agência tenta estabelecer um plano de vigilância para a enfermidade.

De acordo com a Opas, os sistemas de saúde da região precisam de mais informação sobre a epidemiologia para responder à situação e detalhar o que pode ser usado como estratégias. Uma das propostas é identificar pacientes com risco de insuficiência renal e que possam receber o tratamento adequado para mitigar esses riscos.

Problema de saúde pública

Um estudo recente mostrou que mais de 60 mil mortes causadas por complicações renais ocorreram entre 1997 e 2013 na América Central. Muitos casos só foram diagnosticados num estágio bem
tardio.

Entre 2005 e 2012, somente em El Salvador, as internações devido ao problema subiram 50%. Um ano depois, representantes da América Central e da República Dominicana emitiram uma nota sobre o tema indicando a epidemia de causas desconhecidas como um sério e urgente problema de saúde pública.

A Opas informou que continuará acompanhando a situação para promover uma vigilância e mobilização na área além de promover melhorias no meio ambiente e condições de trabalhos dessas comunidades rurais.