Secretário-geral da ONU pede combate ao racismo e à xenofobia

Jean Onu
Declaração António Guterres é uma resposta aos incidentes em Charlottesville, nos Estados Unidos

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu nessa terça-feira (15) que o racismo e a xenofobia sejam combatidos. O pedido foi feito depois dos incidentes do último fim de semana em Charlottesville, nos Estados Unidos (EUA), e depois de afirmações polêmicas do presidente americano, Donald Trump. A informação é da Agência EFE.

Guterres publicou mensagem com o pedido no Twitter, pouco depois da polêmica entrevista concedida por Trump em Nova York.

“O racismo, a xenofobia, o antissemitismo e a islamofobia estão envenenando nossas sociedades. Devemos combatê-los. Sempre. Em qualquer lugar”, escreveu o ex-primeiro-ministro de Portugal.

Apesar de a mensagem não fazer referência a Trump, ela foi postada pouco depois da entrevista coletiva do presidente dos EUA.

Trump voltou a responsabilizar os “dois lados” pela violência em Charlottesville, tanto os neonazistas e defensores da supremacia branca quanto os manifestantes que protestavam contra o racismo na cidade.

ONU alerta para o aumento da fome no mundo

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), fez um alerta hoje (3) na abertura de sua 40ª. Conferência, em Roma, sobre o preocupante aumento do número de pessoas com fome no mundo desde 2015, ameaçando vários anos de progresso na área. A FAO ainda não pode precisar o número exato deste acréscimo, mas indica que terá os resultados em setembro. A informação é da ONU News.

Em seu discurso na abertura da conferência, nesta segunda-feira, o diretor-geral da agência das Nações Unidas, o brasileiro José Graziano da Silva, disse que quase 60% das pessoas que passam fome no mundo vivem em áreas de conflitos e afetadas por mudanças climáticas.

Graziano contou que os 19 países em situação de crise quase sempre enfrentam também problemas com secas e/ou cheias. A FAO destacou o alto risco de fome no nordeste da Nigéria, na Somália, no Sudão do Sul e no Iêmen, com quase 20 milhões de pessoas severamente afetadas no total.

O diretor-geral da agência da ONU informou que os meios de subsistência da maioria das pessoas que vive em zonas rurais foram interrompidos e muitos ficaram sem qualquer opção a não ser migrar por causa da crise.

Segundo Graziano, o compromisso internacional para acabar com a fome é fundamental, mas a questão só será realmente resolvida quando governos transformarem as promessas em ações concretas em níveis local, regional e nacional. Ele afirmou que a paz é vital para acabar com a crise, mas quem tem fome não pode esperar a chegada da paz.

O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, afirmou no evento que a iniciativa de Fome Zero da ONU é uma forma de se atingir a paz, a justiça, a igualdade e preservar o mundo para o futuro.
Na abertura do encontro, discursaram também o chefe do Programa Mundial de Alimentos (PMA), David Beasley, e o novo administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Achim Steiner.

A 40ª. Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação deve terminar no próximo sábado, 8 de julho. Cerca de 1,1 mil pessoas estão em Roma participando do evento, que aprovará também o novo orçamento da agência.

5% da população consumiu drogas em 2015, diz ONU

De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas  (ONU) divulgado nesta quinta-feira (22), 5% da população mundial consumiu algum tipo de droga em 2015, o que se traduz em aproximadamente 250 milhões de pessoas, e pelo menos 190 mil morreram neste mesmo ano por causas diretas relacionadas com entorpecentes. As informações são da Agência EFE.

O Relatório Mundial sobre Drogas da ONU, divulgado hoje em Viena, mostra especial preocupação pela situação de 29,5 milhões de pessoas que sofrem com transtornos graves pelo consumo de drogas, incluída a toxicodependência, e que são os mais vulneráveis.

Só uma de cada seis pessoas que requer tratamento por estes transtornos recebe assistência, a maioria nos países desenvolvidos, aponta o reporte elaborado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito (UNODC).

O número de consumidores de drogas se mantém estável há cinco anos, mas os responsáveis pelo relatório advertem que o mercado das drogas está se diversificando com o surgimento de novas substâncias mais potentes e perigosas.

“Aumentou a situação de risco para a saúde pela diversificação e a potência de novas substâncias”, explicou em uma coletiva de imprensa Angela Me, coordenadora do relatório.

A especialista usou como exemplo o fentanil, um analgésico em pó que é até 50 vezes mais potentes que a heroína e que causou numerosas overdoses nos EUA nos últimos anos.

A maconha é a droga mais consumida, com 183 milhões de usuários em 2015, mas os opioides, entre eles a heroína, seguem sendo as substâncias mais nocivas e as que causam mais mortes.

“O consumo de opioides está associado ao risco de overdose fatais e não fatais, ao risco de contrair doenças infecciosas (como HIV e hepatite C) devido à prática perigosa de consumo de drogas por injeção”, aponta o relatório.

O diretor da UNODC, Yuri Fedotov, aponta no relatório que “a nível mundial foram registradas pelo menos 190 mil mortes prematuras – na maioria dos casos, evitáveis – provocadas pelas drogas, na maioria  atribuídas ao consumo de opioides.”

As estimativas do relatório sobre mortes são muito conservadoras, como reconheceu a própria ONU, se levar em conta que só nos EUA houve 52,4 mil mortes por overdose em 2015.

Cerca de 35 milhões de pessoas consumem opiáceos (substâncias que procedem da papoula, como heroína e morfina) ou opioides (substâncias químicas de efeito análogo, como metadona).

Este grupo de drogas, segundo o relatório, “representaram 70% dos impactos negativos para a saúde associada com transtornos por consumo de drogas no mundo todo.”

Em uma situação especialmente arriscada estão as 12 milhões de pessoas que se injetam opioides como a heroína.

Delas, “uma de cada oito (1,6 milhões) está vivendo com HIV e mais da metade (6,1 milhões) com hepatite C, enquanto cerca de 1,3 milhão sofrem tanto com hepatite C como com HIV”.

“Geralmente, morre o triplo de pessoas que consumem drogas por causa da hepatite C (222 mil) do que pelo HIV (60 mil)”, explica o repórter.

Os consumidores de cocaína chegam a cerca de 17 milhões, os de “ecstasy” são 21,6 milhões, enquanto os de anfetaminas são calculadas em 37.

O relatório aponta que há indícios de um maior consumo de cocaína nos EUA e Europa, os dois maiores mercados, e que aumentaram os casos de tratamento por consumo desta droga.

O relatório aponta que as anfetaminas, que são estimulantes sintéticos, são a segunda causa de tratamento, atrás dos opioides, por transtornos causados pelo consumo de drogas.

O texto também mostra que as “novas substâncias psicoativas”, das quais até 2015 eram mais de 700 tipos, podem supor riscos para a saúde porque sua composição não costuma estar padronizada e pode conter elementos muito nocivos.

Estas novas substâncias sintéticas imitam os efeitos de certas drogas tradicionais, como a maconha, e ao ser mais baratas costumam ser mais atrativas para alguns consumidores.

Além das mortes, o relatório aponta para a perda de “anos de vida sã” pelas mortes prematuras e a incapacidade causada pelo consumo de drogas.

ONU registra mais de 55 mil casos suspeitos de cólera este mês no Iêmen

Surto já provocou a morte de 478 pessoas

Mais de 55 mil casos de suspeita de cólera foram registrados no Iêmen nas últimas quatro semanas, o que representa um aumento sem precedentes de possíveis afetados pela doença no país, informou nesta terça-feira (30) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (em inglês United Nations Children’s Fund –  Unicef). A informação é da agência EFE.

Em comunicado, o diretor regional do órgão, Geert Cappelaere, afirmou que o tempo para conter o surto no país está acabando e que a maior parte das suspeitas envolve crianças. “Cada vez mais crianças morrem diariamente no país devido a causas que podem ser prevenidas, como a desnutrição e a cólera”, alertou.

No dia 16 de maio passado o Unicef já tinha advertido que as crianças representam um terço das vítimas de cólera no país. Na nota, Cappelaere afirma que o Iêmen não pode continuar nessa situação e destaca a necessidade de interromper o conflito civil que atinge o país para poder tratar os infectados com a doença.

De acordo com o último balanço divulgado pelo governo rebelde do Iêmen, 478 pessoas morreram devido à epidemia de cólera no país. Para conter a expansão da doença, a ONU pediu US$ 55,4 milhões para custear o tratamento nos próximos seis meses. Segundo a organização, cerca de 100 mil pessoas podem contrair a cólera no Iêmen caso o surto da doença não seja contido.

O sistema de saúde do Iêmen está profundamente debilitado, após dois anos de conflito armado entre as forças leais ao presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansur Hadi, e os rebeldes houthis.