O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou 2016 com uma queda de 3,6%.
Em 2015, a economia brasileira já tinha recuado 3,8%. Segundo dados divulgados hoje (7), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB de 2016 ficou em R$ 6,3 trilhões. Segundo o IBGE, os números do PIB de 2015 e 2016 representam a maior recessão desde 1947.
No último trimestre de 2016, o PIB recuou 0,9% em relação ao trimestre anterior e caiu 2,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O setor da economia que sofreu a maior queda em 2016 foi a agropecuária, com uma contração de 6,6%. Na indústria, a queda foi de 3,8%. O segmento de serviços teve um recuo de 2,7%, segundo o IBGE.
Se analisado apenas o quarto trimestre, houve queda na indústria (-0,7%) e nos serviços (-0,8%) em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano. Nessa base de comparação, houve crescimento de 1% na agropecuária.
Já na comparação do quarto trimestre com o mesmo período de 2015, todos os setores caíram, com destaque para o recuo de 5% na agropecuária. Indústria e serviços apresentaram retração de 2,4%.
A violência custou US$ 75,894 bilhões ao Brasil em 2014, o equivalente a 3,14% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos pelo país) naquele ano. O dado está em pesquisa divulgada hoje (3) pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O gasto com a violência no país ficou acima da média registrada para países do Cone Sul, de 2,47% do PIB.
O valor despendido no Brasil equivale a 53% do custo total da criminalidade na América Latina e no Caribe. Além disso, entre 17 países analisados na região, o custo da violência no Brasil ficou abaixo apenas de Honduras (5,84%), El Salvador (5,46%), Bahamas (4,16%) e Jamaica (3,64%). A maior parte dos valores gastos pelo Brasil vai para a segurança privada.
Conforme o levantamento do BID, as despesas privadas compuseram a maior parcela dos custos do crime em 2014, ficando em 47,9% do total. O percentual ficou acima da média registrada para a América Latina e o Caribe, de 42,7%, e para os países do Cone Sul, de 43,4%.
“O Brasil se destaca por seu alto gasto com segurança privada, o que pode ser entendido como indício do sentimento da população sobre o serviço de segurança prestado pelo governo”, destaca o organismo na pesquisa.
No caso das despesas com segurança pública, que corresponderam a 36,1% dos gastos com o crime, ocorreu o inverso. O investimento brasileiro ficou abaixo da média registrada para os demais países do Continente americano. O gasto público médio em segurança representou 39,7% do total para a América Latina e o Caribe e 41,4% para os países do Cone Sul.
Regiões e estados
O estudo avaliou ainda o custo da violência de acordo com a região ou o estado do país. Segundo o BID, “o custo entre estados e regiões [no Brasil] é semelhante, em termos de heterogeneidade, ao observado nos países da América Latina e do Caribe”.
Os maiores custos são verificados nas regiões Norte e Nordeste. Em ambas, o custo médio da violência equivale a 4,2% do PIB. No Centro-Oeste, fica em 3,1% e no Sul, em 3%. A região brasileira com o menor gasto com criminalidade em relação ao PIB é o Sudeste, com 2,7%. Entre os estados, o menor gasto ocorre no Tocantins (2%) e o maior em Alagoas (6,2%).
Por outro lado, há diferenças no tipo de gasto que predomina em cada localidade. No Sudeste (49,5%), Sul (47,2%) e Centro-Oeste (43,2%) o gasto privado com segurança supera o verificado no Nordeste (36%) e Norte (35,2%).
Já o gasto público predomina no Norte (44,6%) e Nordeste (44,3%). No Sudeste (33,3%), Sul (32,6%) e Centro-Oeste (32%), no entanto, essa despesa fica atrás do gasto com segurança privada.
Ações
O BID destaca a importância de fazer pesquisas futuras a fim de estudar o custo-benefício de ações de prevenção e controle do crime. O organismo ressalta que algumas localidades analisadas mostraram melhora na segurança pública.
Em São Paulo, Pernambuco e no Rio de Janeiro, por exemplo, as taxas de homicídio caíram 67%, 33% e 32%, respectivamente, no período de 2000 a 2014. “Vale a pena rever essas intervenções para extrair lições aprendidas para aplicações em outros lugares do Brasil e da região”, conclui o banco.
A economia brasileira cresceu 0,2% em novembro contra o mês anterior, quebrando uma sequência de três meses de queda, conforme o Banco Central, que divulgou na manhã desta sexta-feira seu Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) calculado pelo IBGE. Desde julho o índice não apresentava taxas positivas.
Para o economista André Perfeito, da corretora Gradual, o resultado positivo se deveu aos bons resultados do varejo, que avançaram 2% em novembro, conforme o IBGE.
– Essa variação positiva pode não se repetir – apontou o especialista.
Apesar da alta da atividade em novembro em relação ao mês anterior, o índice caiu 2,08% em comparação a novembro de 2015. Nos doze meses até novembro, há uma queda acumulada de 4,96%, segundo o BC. Com o resultado positivo, a retração em 2016 é de 4,76%.
Dados da Fundação Getulio Vargas confirmam a expansão da atividade em novembro. O Monitor do PIB-FGV, também divulgado nesta sexta-feira, aponta avanço de 0,67%, no mês de novembro, em comparação a outubro.
Apesar do crescimento da economia em novembro, a taxa trimestral móvel encerrada em novembro recuou 0,87% contra o trimestre imediatamente anterior (junho, julho, agosto). Comparada com o mesmo mês de 2015, a taxa mensal do PIB em novembro apresentou queda de 1,5%. Embora seja uma taxa negativa, é a menor apresentada em 2016, nesta comparação, destaca a FGV.
A economia continua estagnada no vermelho, com consumo das famílias e formação bruta de capital fixo – que poderiam ser os motores para a recuperação – registrando variações negativas ao longo dos últimos trimestres, explica Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
AVANÇO DO VAREJO
De acordo com o IBGE, em novembro de 2016 o comércio varejista avançou 2% sobre o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. O resultado interrompeu uma sequência de quatro taxas negativas. Nessa mesma comparação, a variação na receita nominal foi de 0,9%. Para o volume de vendas, o aumento de novembro compensou, em parte, a perda acumulada de 2,3% entre julho e outubro.
O último dado publicado pelo BC, divulgado em 15 de dezembro, mostrou queda de 0,48% na atividade econômica em outubro, abaixo da expectativa do mercado financeiro (0,58%), no quarto mês seguido de queda.
O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.
O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.