Twitter vai passar a proibir todos os tipos de propaganda política

O microblog Twitter anunciou que vai passar a proibir todos os tipos de propaganda política em todo o mundo a partir de novembro.

A decisão foi tuitada pelo diretor Jack Dorsey. Ele disse que a proibição de todos os tipos de propaganda política paga passará a valer do dia 22 de novembro em diante, mas algumas exceções, como, por exemplo, anúncios em apoio ao recenseamento eleitoral, ainda serão permitidas.

Twitter adotou a medida em meio às crescentes críticas de que anúncios pagos em redes sociais provocam campanhas de difamação e que muitos deles contêm equívocos ou informações falsas.

A medida contrasta com o Facebook, que afirmou que não vai proibir propagandas políticas e nem vai verificar o conteúdo de anúncios de políticos.

O Ministério da Saúde adverte: política faz mal à Saúde

Os bastidores da engrenagem política brasileira nunca estiveram tão expostos. Se antes o silêncio acobertava certas práticas, o estardalhaço nos faz, agora, perceber com mais nitidez a interferência da corrupção e de interesses isolados em nosso percurso como sociedade.

Muito do que ocorre politicamente no Brasil acomete, com uma intensidade cruel, o bem da Saúde. E essa intromissão se manifesta de algumas formas. Toda vez que um projeto de lei ou medida provisória é anunciado, por exemplo, as câmaras legislativas se movimentam sobre esse tema. Alguns agem para defender o espírito do projeto – seja a diminuição de impostos, um novo benefício ao cidadão, uma discussão a respeito de normatização para operadoras de saúde ou um debate de patente de medicamentos. Mas há, também, grupos organizados à espreita de uma oportunidade para negociar contrapartidas financeiras.

Não faltam exemplos de agentes políticos que abraçam uma causa exclusivamente para auferir alguma vantagem econômica, para si ou para o grupo a que pertencem, aproveitando-se de interesses industriais e que representam, muitas vezes, bilhões de investimentos mundiais. O caso das empreiteiras, hoje em evidência, expressa perfeitamente essa dinâmica. Nós já estamos cansados de saber como isso funciona, não é verdade? E também sabemos que a Saúde é um palco óbvio e frequente de tais práticas. Sentimos como nunca a conexão desses episódios com o futuro que nos alcança.

Outra situação que atrasa os avanços no setor habita as chamadas agências reguladoras, que teoricamente deveriam minimizar a assimetria de informações e de poderes entre consumidores e indústria, ou provedores de serviços. Essas entidades têm o papel de atenuar as diferenças e, ao mesmo tempo, fomentar o segmento. No entanto, o que ocorre, atualmente, é a segregação de projetos, interesses e condutas entre as diretorias que compõem essas instituições. E o que mais elucida esta nossa reflexão: muitos estão lá por nomeação estritamente política.

As duas grandes agências que regulam a Saúde demonstram a mesma patologia política. Ainda que o sujeito seja indicado pelo setor e possua todas as qualificações recomendadas para tal posição, sempre existe, no desenho atual, a necessidade de um padrinho. Se não há esse consentimento, a indicação, por mais técnica, competente e unânime que seja, provavelmente não irá muito longe.

Essa é a famigerada nomeação usada para escambo político e empresarial. Com ela, vem a constante incerteza de que a estrutura política que ampara a Saúde representa, de fato, o cidadão.

Quando tomamos consciência do estágio de nação e de setor que vivenciamos, a defasagem em relação aos debates internacionais é ainda mais notória. A exemplo das reuniões do board da IHF, a International Hospital Federation, das quais participo, a mediação de interesses por órgãos reguladores, por exemplo, é um assunto de caráter técnico e assimilado. Já mais maduras, as discussões estão amparadas pelo entendimento de que toda ação tem por fim a garantia de cidadania e, claro, a estabilidade econômica como um todo. A pergunta feita nesses encontros é: como garantir uma assistência à saúde que seja satisfatória individualmente e que, ao mesmo tempo, cumpra com o pacto do acesso universal?

Eu gostaria de não mais precisar reforçar que a Saúde é extremamente sensível a gastos desnecessários, corrupção e visões fragmentadas, até porque movimenta trilhões de dólares em todo o mundo; que o aumento da longevidade do ser humano e das doenças terão impactos excepcionais na Previdência e no tratamento do paciente; que a revisão dos alicerces políticos é uma imposição. Mas, enquanto os cordões político, econômico e ideológico não tiverem uma visão ética e socialmente responsável como tecido condutor de suas operações, ainda teremos que falar sobre isso.

Francisco Balestrin é presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP)

Dies Terribiles

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Ana Tereza Basilio é advogada

A economia do pais aguarda o desfecho de gravíssima crise política. E o ocupante da Presidente da República, condecorado com o titulo inédito de único a ser objeto de denuncia criminal do Ministério Publico, em pleno exercício do cargo, apegou-se ao posto de tal forma, que prefere ver o Brasil estagnado a apear do poder.

Não faltaram manifestações diretas e indiretas de personalidades ilustres, conclamando o atual ocupante do Palácio do Jaburú a um gesto de estadista, mais preocupado com a sua nação do que com seus interesses pessoais: o de renunciar. De Fernando Henrique Cardoso  à Erna Solberg, foram em vão as observações oportunas. Tasso Jereissati também viu ignorado o seu recente alerta.

Em toda crise, no entanto, há sempre uma boa oportunidade de redenção. A Câmara dos Deputados terá a chance de, ao votar a autorização para o STF apreciara a denuncia contra Temer, restaurar os seus esgarçados laços com os eleitores.

As pesquisas de opinião pública retratam o grau de descontentamento da população com a permanência de um Presidente, acusado de corrupção, e envolvido em situações no mínimo pouco republicanas. Culpado ou não, só saberemos após a decisão final a ser proferida no processo criminal que se inicia. Mas já não preenche, nesse momento, condições éticas e políticas para continuar a governar o Brasil.

Os eleitores não se esquecerão do Deputado Sergio Zveiter, que proferiu voto recente, técnico e com muita dignidade. Serão igualmente lembrados nas urnas aqueles que votarem de acordo com os anseios daqueles que lhes confiaram seus votos em 2014. E serão, por certo, aclamados aqueles que, ameaçados de expulsão de seus respectivos partidos, optarem pela fidelidade ao eleitor, que é a mais legitima expressão do exercício do mandato parlamentar.