Pequim deixa lista das 200 cidades mais poluídas do mundo

A qualidade do ar em Pequim melhorou nos últimos anos ao ponto de a cidade deixar de constar na lista das 200 mais poluídas do mundo. A informação consta de estudo publicado hoje (12).

Pequim “está no caminho certo” para reduzir em 2,5% a concentração de partículas PM 2,5 – as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões -, este ano, em comparação com 2018, segundo a AirVisual, unidade de investigação da empresa suíça IQAir, especializada em purificadores de ar.

Entre janeiro e agosto, o nível médio de concentração das partículas foi de 42,6 microgramas por metro cúbico de ar, comparado com 52,8 no ano passado. “Comparando há dez anos, a diferença é ainda mais impressionante”, mostra o estudo.

“Nos primeiros oito meses de 2019, a concentração de PM2,5 fixou-se em metade do nível atingido no mesmo período de 2009”, acrescenta a pesquisa.

A China sofreu, nos últimas anos, algumas das piores ondas de poluição no mundo, devido à alta dependência do país da queima de carvão para produção de energia.

O governo chinês deslocou, entretanto, algumas das fábricas situadas nas redondezas de Pequim e substituiu o uso de carvão por gás natural no fornecimento de energia para a capital, diante da crescente pressão da opinião pública.

Apesar da melhora significativa, os níveis atuais permanecem quatro vezes acima do nível máximo de concentração recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – 25 microgramas por metro cúbico.

Em 2018, Pequim ficou em 122º lugar entre as cidades mais poluídas do mundo.

O país continua, porém, a ser o maior emissor de gases poluentes do mundo e o principal produtor e consumidor de carvão.

Relatório da ONU define estratégias contra a poluição

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Erik Solheim: “Poluição é um desafio universal”

Um novo relatório da ONU Meio Ambiente afirma que, embora a poluição tenha impactos negativos consideráveis na saúde humana e nos ecossistemas, a mesma é controlável e evitável através de liderança política, ações de defesa e compromissos importantes e ações locais. A informação é da ONU News.

O relatório “Na direção de um planeta livre da poluição” foi lançado durante a Primeira Conferência das Partes para a Convenção de Minamata sobre mercúrio, realizada semana passada em Genebra,  como sessão preparatória para a Assembleia Ambiental da ONU, que será realizada em dezembro.

O chefe da agência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Erik Solheim, lembrou que a “poluição é um desafio universal”, mas afirmou que a “boa notícia é que o mundo já sabe o que precisa ser feito para evitá-la e reduzi-la”. Ele destacou a responsabilidade é de governos, empresas, autoridades locais, sociedade civil e indivíduos em todo o mundo de se comprometer a agir para acabar com a poluição em todas as suas formas.

Recomendações

Citando os impactos negativos da poluição – especialmente sobre as pessoas mais pobres e vulneráveis, ameaçando  seus direitos humanos – e as respostas limitadas de governos, empresas e cidadãos à situação e desafios atuais, o relatório sugere cinco ações abrangentes: 1. Adotar um pacto global sobre a poluição que torne sua prevenção uma prioridade; 2. Fortalecer a governança ambiental em todos os níveis; 3. Promover o consumo e produção sustentáveis, através da melhora na eficiência de recursos e mudanças em estilos de vida; 4. Priorizar o gerenciamento e a redução do desperdício; e 5. Estabelecer parcerias para desenvolver soluções e investir em produção e consumo mais limpos.

Além disso, o documento também propõe 50 ações concretas para reduzir a poluição em diversas formas e pede um compromisso político forte e de alto nível, com o envolvimento de governos locais, sociedade civil e outros atores.

O estudo destaca ainda que, embora algumas formas de poluição tenham sido reduzidas com o avanço de tecnologias e estratégias de gerenciamento, estimativas são de que cerca de 19 milhões de mortes prematuras ocorram por ano devido à forma como as sociedades usam seus recursos naturais e afetam o meio ambiente para a produção e consumo.