Da Redação
Em uma economia data-driven como a que estamos vivendo, em que os dados são essenciais para todo tipo de negócio, na área da saúde não seria diferente. Organizar as informações clínicas do mercado de saúde e com isso agregar mais inteligência na tomada de decisão de instituições e profissionais que têm o paciente como o centro de sua atenção. Essa é a missão da Prontmed, healthtech que atua com foco na organização de dados clínicos para o mercado de saúde.
A startup desenvolveu um dos prontuários médicos eletrônicos mais conhecidos no Brasil, o Prontmed Hub, que já foi usado em mais de 15 milhões de consultas por milhares de profissionais de saúde e conta com diversas integrações e projetos em grandes instituições do país, como Grupo Fleury, Hospital das Clínicas de São Paulo, Hospital das Clínicas da Unicamp, SaúdeId, Bradesco Saúde, Sompo Seguros, Fundação Zerrenner, e outras. O prontuário eletrônico da Prontmed já foi usado para atender mais de 4 milhões de pacientes e espera ter mais de 30 mil médicos utilizando a plataforma nos próximos anos.
“Os dados clínicos das pessoas estão muitas vezes no papel, espalhados por diversos consultórios e hospitais ou talvez dentro do servidor deles ou mesmo em planilhas de excel. Desta forma desestruturada, dificilmente estes dados serão usados para ajudar profissionais de saúde e gestores a realizar ações que fazem parte da pauta da saúde baseada em valor. A Prontmed surgiu para resolver essa dor dos profissionais e gestores de saúde. Um dos grandes diferenciais do nosso produto é a forma como estruturamos as informações, com conceitos de terminologia e semântica clínica, e a usabilidade para quem vai incluir estes dados no prontuário”, explica Lasse Koivisto, CEO da healthtech.
O Prontmed Hub, principal produto da startup, conta com três módulos, totalmente integrados: agendamento; faturamento e prontuário eletrônico; além de outros benefícios, como assinatura digital e telemedicina. Mais de 30 especialidades médicas são contempladas no prontuário médico eletrônico da Prontmed e as que mais utilizam a solução atualmente são Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Endocrinologia, Cardiologia, Pediatria, Geriatria e Médico de Família.
“De janeiro até julho deste ano, foram realizados mais de 2,4 milhões de atendimentos, incluindo atendimentos feitos com a nossa solução de telemedicina. Um aumento de mais de 70% em números de atendimentos, se comparado com o mesmo período do ano passado. Com esse novo módulo de Telemedicina, o profissional de saúde consegue ver o paciente pelo vídeo enquanto preenche os dados no prontuário, sem quebras na usabilidade”, diz Koivisto.
O setor de healthtechs é um dos mais promissores no ecossistema de tecnologia e inovação. Durante a pandemia, o segmento disparou, com um salto de 118% no número de startups de saúde no Brasil, na comparação de 2018 e 2020, passando de 248 para 542 empresas do setor, segundo o Distrito HealthTech Report 2020.
A Prontmed projeta um crescimento de 60% no faturamento até dezembro deste ano. Para 2022, a expectativa é crescer 70%. A importância da organização de dados para o segmento da saúde é tamanha que a Prontmed já recebeu três aportes financeiros de fundos de investimentos brasileiros e do Vale do Silício. São grandes empreendedores, executivos do mercado e empresas estratégicas que acreditam no potencial da empresa. O aporte mais recente, em 2020, foi quando o Fleury e o Sabin compraram 30% da Prontmed.
Histórico
A Prontmed surgiu em 1996, depois que o Hospital das Clínicas de São Paulo expressou a necessidade de ter um prontuário eletrônico na área de reumatologia, que até então fazia tudo no papel, para que pudessem evoluir com pesquisas. Nesta época, Wang Sen Feng, co-fundador da empresa e profissional de TI, atendeu este problema pontual para o HC. Entretanto, o executivo teve uma visão empreendedora e foi além.
Para dar escala ao negócio, Wang convidou Lasse Koivisto, profissional com experiência no mercado financeiro, para que pudessem tocar juntos a Prontmed. Em troca, Wang prometeu ensinar Go (Wei-Qi), jogo estratégico milenar chinês, cujo principal objetivo é a conquista de território. Wang foi sete vezes campeão Sul-Americano pela Copa Fujitsu de Go e por duas vezes, ficou em 7º lugar representando o Brasil em World Amateur Go Championship (WAGC), em Tóquio.
“Em hospital-escola, nosso sistema permite multiplicar a produção de trabalhos científicos e acelerar pesquisas com os dados gerados. E passados os anos, até hoje no HC continuamos nos aperfeiçoando”, afirma Wang.