CONARH 2023 reflete diversidade como ferramenta de transformação
Evento leva 35.000 pessoas ao São Paulo Expo

Congresso de Gestão de Pessoas contou com público recorde nesta quarta-feira.

 

O profissional de recursos humanos pode e deve estar sempre atento às transformações sociais que circulam ao seu redor, para que consiga adaptar a realidade de sua empresa no meio em que está inserida. Pensando em debater sobre isso, a 49ª edição do CONARH, o maior evento de gestão de pessoas do mundo, traz a atenção dos participantes para a importância da diversidade como ferramenta de transformação organizacional nos dias atuais.

O evento, organizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Brasil) e que termina na quinta-feira (10), recebe mais de 3.000 congressistas e traz debates sobre liderança estratégica, inclusão, engajamento e pluralidade para mais de 35 mil visitantes de todo o mundo – representando um público recorde na história do congresso. Nesta quarta-feira, o auditório com capacidade para 3.500 pessoas esteve lotado durante todo o evento.

Paulo Sardinha, presidente da ABRH-Brasil, enfatizou sobre a importância de repensar o presente em um contexto diversificado e a necessidade de abraçar a multidiversidade. “A diversidade é mais do que uma tendência; é sobre encontrar equilíbrio e respeito por todos”, destacou Paulo durante a abertura do CONARH 2023 na terça-feira.

Paulo Sardinha, presidente da ABRH Nacional, e Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.

 

Fiocruz e Angola fecham parceria para ensino e pesquisa
Objetivo é colaboração em áreas de doenças tropicais negligenciadas

Da Agência Brasil

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), assinou memorando de entendimento com a Universidade Agostinho Neto (UAN), de Luanda, Angola, visando futuras parcerias em ensino e pesquisa entre as instituições.

Na avaliação da Fiocruz, a parceria representa mais um passo na busca pelo estreitamento de laços com instituições africanas. O objetivo é a colaboração mútua nas áreas de doenças tropicais negligenciadas, com destaque para malária e tuberculose; doenças transmissíveis; arboviroses; resistência antimicrobiana (AMR); HIV; clima e saúde; saúde materna, infantil e reprodutiva; entre outras. O memorando de entendimento tem duração de cinco anos.

Recursos humanos

A coordenadora da Cooperação Institucional do IOC, Anna Cristina Calçada Carvalho, destacou que a política de cooperação institucional visa reforçar as parcerias técnico-científicas com países do hemisfério sul, sobretudo os de língua portuguesa. “O foco do IOC está em contribuir para a formação de recursos humanos nesses lugares. Nós podemos ajudá-los a enfrentar problemas de saúde pública ligados, especialmente, a doenças transmissíveis”, disse Anna Cristina, em nota.

Lembrou, ainda, que todos os Programas de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto estão envolvidos na parceria. “A Fiocruz e o IOC têm longa história de colaboração com Angola e Moçambique. Em acordos anteriores firmados para a formação de recursos humanos, mais de cinquenta pessoas foram tituladas mestres ou doutores”, comentou.

O próximo passo será elaborar, junto à UAN, um plano de trabalho para dar seguimento à parceria. Uma reunião já está agendada para agosto com representantes da universidade angolana para tratar do assunto.

ABRH-RJ premia organizações que inovaram em gestão de pessoas

O presidente eleito da ABRH-Brasil, Paulo Sardinha, disse que os temas abordados para os próximos anos deverão ser pautados pela sociedade (Foto: Rosane Naylor)
O presidente eleito da ABRH-Brasil, Paulo Sardinha, disse que os temas abordados para os próximos anos deverão ser pautados pela sociedade (Foto: Rosane Naylor)

Os vencedores da 38ª edição do Prêmio Ser Humano (PSH), promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio de Janeiro (ABRH-RJ), foram anunciados durante o Encontro de RH para RH, no Hotel Hilton Copacabana, no dia 26 de novembro. O presidente eleito da ABRH-Brasil, Paulo Sardinha, disse que os temas abordados para os próximos anos deverão ser pautados pela sociedade. “Isso demonstra que o perfil do RH começa a derrubar os muros da organização e passa a ter uma ligação direta com a sociedade”, avalia Sardinha. Para a presidente eleita da ABRH-RJ, Lucia Madeira, a cada edição, os cases se tornam mais interessantes e mais bem construídos. “O RH está aprendendo a contar suas histórias e a compartilhar suas práticas”, destaca Lucia.

A Supergasbras Energia Ltda. foi a grande vencedora da categoria Média e Grandes Empresas (Foto: Rosane Naylor)
A Supergasbras Energia Ltda. foi a grande vencedora da categoria Média e Grandes Empresas (Foto: Rosane Naylor)

A Supergasbras Energia Ltda. foi a grande vencedora da categoria Média e Grandes Empresas com o case “O Instituto de Desenvolvimento Supergasbras”. A plataforma de treinamento corporativo online, lançada em 2015, promove o desenvolvimento profissional de funcionários e colaboradores por meio da capacitação técnica e comportamental. Segundo a coordenadora de treinamento e desenvolvimento da Supergasbras, Fernanda Cancio, o ID veio justamente para ser acessível a todos, independentemente do estado, cargo ou área. “É uma maneira de democratizar os conteúdos e possibilitar o crescimento na carreira alavancada pelo conhecimento, desde funcionários que atuam em nível operacional até gerentes e executivos”, explica Fernanda, que concorria com outras sete empresas, entre elas a Unimed Volta Redonda, que conquistou o segundo lugar da categoria com o case “Talentos para o Futuro”.

Na categoria Setor Público, quem levou o troféu foi a Eletrobras Termonuclear S.A., que usa a Psicologia para identificar e reduzir a ocorrência de erros humanos (Foto: Rosane Naylor)
Na categoria Setor Público, quem levou o troféu foi a Eletrobras Termonuclear S.A., que usa a Psicologia para identificar e reduzir a ocorrência de erros humanos (Foto: Rosane Naylor)

Já na categoria Setor Público, quem levou o troféu foi a Eletrobras Termonuclear S.A., com o case “Programa de Performance Humana”, que usa a Psicologia para identificar e reduzir a ocorrência de erros humanos. Segundo a chefe do Departamento de Carreira, Remuneração e Desenvolvimento de Pessoal da Eletrobras, Bernadete Baptista, o trabalho é feito por intermédio da sistematização de ações que promovem a melhoria no desempenho dos empregados, visando à segurança. “O objetivo principal é a prevenção do erro humano, porque lidamos com energia nuclear, atividade em que precisamos atingir o nível zero de erro humano. A equipe multidisciplinar realiza um trabalho baseado no comportamento humano ante ações dessa natureza, cujo valor número um é a segurança”, pontua Bernadete, que viu a redução expressiva do índice de erros na Eletrobras desde 2008, quando o programa foi criado.

O projeto do CIEDS promove a inclusão de jovens aprendizes, em medidas socioeducativas, na própria instituição (Foto: Rosane Naylor)
O projeto do CIEDS promove a inclusão de jovens aprendizes, em medidas socioeducativas, na própria instituição (Foto: Rosane Naylor)

A justiça social foi a estrela da noite na categoria Terceiro Setor. O vencedor foi o case “Um trabalho muda uma vida: projeto de vida e empregabilidade para jovens em medida socioeducativa por meio do Programa Jovem Aprendiz”, desenvolvido pelo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS). O projeto relata a experiência do CIEDS com a inclusão de jovens aprendizes, em medidas socioeducativas, na própria instituição. O programa oferece uma oportunidade de ressocialização aos jovens, aumentando as chances de eles encontrarem um emprego após o cumprimento da medida socioeducativa. Para o diretor executivo do CIEDS, Fábio Müller, o trabalho tem o potencial de mudar a vida das pessoas. “Quando reinserimos esses jovens que estão em situação de medida socioeducativa e que, muitas vezes, estão totalmente à margem da sociedade, oportunizamos uma real chance de transformar a vida dele. Frequentemente, esse jovem tem sido rotulado pela sociedade como integrante da geração ‘nem, nem’, ou seja, aquela que nem estuda, nem trabalha. Nós, porém, preferimos chamar de ‘sem-sem’, sem escola e sem oportunidade. Se garantirmos essas oportunidades, eu tenho certeza de que é possível transformar a vida deles”, avalia Müller, que já ajudou a ressocializar 33 adolescentes com o programa do CIEDS em apenas um ano.

Na categoria Trabalhos Acadêmicos, o case vencedor foi “Lei anticorrupção e papel da área de recursos humanos no compliance" (Foto: Rosane Naylor)
Na categoria Trabalhos Acadêmicos, o case vencedor foi “Lei anticorrupção e papel da área de recursos humanos no compliance” (Foto: Rosane Naylor)

Na categoria Trabalhos Acadêmicos, o case vencedor foi “Lei anticorrupção e papel da área de recursos humanos no compliance”, da advogada e especialista em Gestão de Recursos Humanos, Paula Camargo de Freitas. De acordo com Paula, o objetivo do trabalho foi identificar de que forma os profissionais de recursos humanos podem contribuir para a área de compliance, prevenindo casos de corrupção praticada por empregados e aplicando penalidades legais nas empresas brasileiras. “O RH desempenha um papel muito importante na construção de uma ética corporativa. O setor é capaz de construir a internalização de uma cultura ética nas empresas, colocando em voga as políticas de controle interno e de gestão, e até visando uma perspectiva mais eficaz na atuação do RH, migrando de uma postura reativa para a proativa. Com uma visão ampla, é possível construir uma sociedade melhor”, opina a especialista ganhadora do Prêmio Ser Humano.

O momento de descontração da noite foi protagonizado pelo coach executivo e sócio-diretor da GDG Desenvolvimento Humano, Gerardi Pereira. Após o coquetel, ele fez apresentações de ilusionismo e recorreu ao universo lúdico da mágica para abordar situações do dia a dia das organizações com muito bom humor. O Prêmio Ser Humano 2018 foi patrocinado pela Trevisan Escola de Negócios, representada pelo diretor José Luiz Trinta.

 

A inovação vem antes da regulamentação

Diego Martins_CEO da Acesso DigitalEDI
Diego Martins é CEO da Acesso Digital

O mundo moderno tem demandado que as empresas encontrem formas de simplificar e desburocratizar todos os seus processos internos. A pesquisa IBOPE/Acesso Digital deixa isso claro ao apontar que é mais demorado e complexo contratar um funcionário do que abrir uma empresa. Hoje, 43% das companhias demoram mais de uma semana para finalizar o processo de admissão, com isso, 50% das empresas já perderam candidatos em que estavam interessadas em razão da demora.

Como alternativa para tornar a área de recursos humanos menos burocrática, muitas empresas acreditam que digitalizar informações em um tablet é o primeiro passo. Contudo, as mudanças têm que ser muito mais profundas e tem de estar diretamente ligadas à inovação. Mas para criar coisas novas se faz necessário um ambiente favorável, disruptivo e fora dos padrões. Temos visto no mercado que a inovação acontece antes mesmo de haver uma lei ou regulamentação apropriada, vejamos os casos do Uber, Netflix etc.

Temos que nos sentir incomodados com a velocidade das coisas, não com a grandeza delas. Hoje, apenas 2% dos projetos pilotos desenvolvidos e implementados são bem-sucedidos nas empresas. A janela do sucesso é muito pequena e as novidades surgem e deixam de existir em um piscar de olhos. Um caminho para os que não conseguem atingir esta excelência na inovação é comprar daqueles que conseguiram chegar lá. Vemos isso acontecendo todos os dias, vide: Microsoft e LinkedIn; Itaú e XP Investimentos; Facebook e WhatsApp.

Mas para os que decidem investir na construção do próprio futuro, é importante lembrar que não existe impossível. Sempre há uma forma de fazer as coisas, independente do ambiente ser hostil. O processo de mudança acabará afastando antigos funcionários, uma vez que sentem que tudo aquilo pelo que lutaram deixará de existir. A Acesso Digital, por exemplo, passou por esse processo em 2016, quando 60% dos funcionários pediram demissão, após um momento disruptivo. O que parecia ser o fim, na verdade foi a porta de entrada para um novo modelo de negócios e para as mudanças culturais, criando uma das maiores empresas de biometria facial do mundo.

Hoje, com o Acesso RH os departamentos de recursos humanos conseguem reduzir o processo de admissão de funcionários de 10 para 2 dias. Além de simplificar e tornar mais rápido o processo de contratação, a solução permite que o próprio admitido preencha seus dados e envie seus documentos via mobile para a empresa. As informações são inseridas em uma plataforma, geridas e validadas de acordo com as regras do e-Social.