O profissional de recursos humanos pode e deve estar sempre atento às transformações sociais que circulam ao seu redor, para que consiga adaptar a realidade de sua empresa no meio em que está inserida. Pensando em debater sobre isso, a 49ª edição do CONARH, o maior evento de gestão de pessoas do mundo, traz a atenção dos participantes para a importância da diversidade como ferramenta de transformação organizacional nos dias atuais.
O evento, organizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Brasil) e que termina na quinta-feira (10), recebe mais de 3.000 congressistas e traz debates sobre liderança estratégica, inclusão, engajamento e pluralidade para mais de 35 mil visitantes de todo o mundo – representando um público recorde na história do congresso. Nesta quarta-feira, o auditório com capacidade para 3.500 pessoas esteve lotado durante todo o evento.
Paulo Sardinha, presidente da ABRH-Brasil, enfatizou sobre a importância de repensar o presente em um contexto diversificado e a necessidade de abraçar a multidiversidade. “A diversidade é mais do que uma tendência; é sobre encontrar equilíbrio e respeito por todos”, destacou Paulo durante a abertura do CONARH 2023 na terça-feira.
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), assinou memorando de entendimento com a Universidade Agostinho Neto (UAN), de Luanda, Angola, visando futuras parcerias em ensino e pesquisa entre as instituições.
Na avaliação da Fiocruz, a parceria representa mais um passo na busca pelo estreitamento de laços com instituições africanas. O objetivo é a colaboração mútua nas áreas de doenças tropicais negligenciadas, com destaque para malária e tuberculose; doenças transmissíveis; arboviroses; resistência antimicrobiana (AMR); HIV; clima e saúde; saúde materna, infantil e reprodutiva; entre outras. O memorando de entendimento tem duração de cinco anos.
Recursos humanos
A coordenadora da Cooperação Institucional do IOC, Anna Cristina Calçada Carvalho, destacou que a política de cooperação institucional visa reforçar as parcerias técnico-científicas com países do hemisfério sul, sobretudo os de língua portuguesa. “O foco do IOC está em contribuir para a formação de recursos humanos nesses lugares. Nós podemos ajudá-los a enfrentar problemas de saúde pública ligados, especialmente, a doenças transmissíveis”, disse Anna Cristina, em nota.
Lembrou, ainda, que todos os Programas de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto estão envolvidos na parceria. “A Fiocruz e o IOC têm longa história de colaboração com Angola e Moçambique. Em acordos anteriores firmados para a formação de recursos humanos, mais de cinquenta pessoas foram tituladas mestres ou doutores”, comentou.
O próximo passo será elaborar, junto à UAN, um plano de trabalho para dar seguimento à parceria. Uma reunião já está agendada para agosto com representantes da universidade angolana para tratar do assunto.
Os vencedores da 38ª edição do Prêmio Ser Humano (PSH), promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio de Janeiro (ABRH-RJ), foram anunciados durante o Encontro de RH para RH, no Hotel Hilton Copacabana, no dia 26 de novembro. O presidente eleito da ABRH-Brasil, Paulo Sardinha, disse que os temas abordados para os próximos anos deverão ser pautados pela sociedade. “Isso demonstra que o perfil do RH começa a derrubar os muros da organização e passa a ter uma ligação direta com a sociedade”, avalia Sardinha. Para a presidente eleita da ABRH-RJ, Lucia Madeira, a cada edição, os cases se tornam mais interessantes e mais bem construídos. “O RH está aprendendo a contar suas histórias e a compartilhar suas práticas”, destaca Lucia.
A Supergasbras Energia Ltda. foi a grande vencedora da categoria Média e Grandes Empresas com o case “O Instituto de Desenvolvimento Supergasbras”. A plataforma de treinamento corporativo online, lançada em 2015, promove o desenvolvimento profissional de funcionários e colaboradores por meio da capacitação técnica e comportamental. Segundo a coordenadora de treinamento e desenvolvimento da Supergasbras, Fernanda Cancio, o ID veio justamente para ser acessível a todos, independentemente do estado, cargo ou área. “É uma maneira de democratizar os conteúdos e possibilitar o crescimento na carreira alavancada pelo conhecimento, desde funcionários que atuam em nível operacional até gerentes e executivos”, explica Fernanda, que concorria com outras sete empresas, entre elas a Unimed Volta Redonda, que conquistou o segundo lugar da categoria com o case “Talentos para o Futuro”.
Já na categoria Setor Público, quem levou o troféu foi a Eletrobras Termonuclear S.A., com o case “Programa de Performance Humana”, que usa a Psicologia para identificar e reduzir a ocorrência de erros humanos. Segundo a chefe do Departamento de Carreira, Remuneração e Desenvolvimento de Pessoal da Eletrobras, Bernadete Baptista, o trabalho é feito por intermédio da sistematização de ações que promovem a melhoria no desempenho dos empregados, visando à segurança. “O objetivo principal é a prevenção do erro humano, porque lidamos com energia nuclear, atividade em que precisamos atingir o nível zero de erro humano. A equipe multidisciplinar realiza um trabalho baseado no comportamento humano ante ações dessa natureza, cujo valor número um é a segurança”, pontua Bernadete, que viu a redução expressiva do índice de erros na Eletrobras desde 2008, quando o programa foi criado.
A justiça social foi a estrela da noite na categoria Terceiro Setor. O vencedor foi o case “Um trabalho muda uma vida: projeto de vida e empregabilidade para jovens em medida socioeducativa por meio do Programa Jovem Aprendiz”, desenvolvido pelo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS). O projeto relata a experiência do CIEDS com a inclusão de jovens aprendizes, em medidas socioeducativas, na própria instituição. O programa oferece uma oportunidade de ressocialização aos jovens, aumentando as chances de eles encontrarem um emprego após o cumprimento da medida socioeducativa. Para o diretor executivo do CIEDS, Fábio Müller, o trabalho tem o potencial de mudar a vida das pessoas. “Quando reinserimos esses jovens que estão em situação de medida socioeducativa e que, muitas vezes, estão totalmente à margem da sociedade, oportunizamos uma real chance de transformar a vida dele. Frequentemente, esse jovem tem sido rotulado pela sociedade como integrante da geração ‘nem, nem’, ou seja, aquela que nem estuda, nem trabalha. Nós, porém, preferimos chamar de ‘sem-sem’, sem escola e sem oportunidade. Se garantirmos essas oportunidades, eu tenho certeza de que é possível transformar a vida deles”, avalia Müller, que já ajudou a ressocializar 33 adolescentes com o programa do CIEDS em apenas um ano.
Na categoria Trabalhos Acadêmicos, o case vencedor foi “Lei anticorrupção e papel da área de recursos humanos no compliance”, da advogada e especialista em Gestão de Recursos Humanos, Paula Camargo de Freitas. De acordo com Paula, o objetivo do trabalho foi identificar de que forma os profissionais de recursos humanos podem contribuir para a área de compliance, prevenindo casos de corrupção praticada por empregados e aplicando penalidades legais nas empresas brasileiras. “O RH desempenha um papel muito importante na construção de uma ética corporativa. O setor é capaz de construir a internalização de uma cultura ética nas empresas, colocando em voga as políticas de controle interno e de gestão, e até visando uma perspectiva mais eficaz na atuação do RH, migrando de uma postura reativa para a proativa. Com uma visão ampla, é possível construir uma sociedade melhor”, opina a especialista ganhadora do Prêmio Ser Humano.
O momento de descontração da noite foi protagonizado pelo coach executivo e sócio-diretor da GDG Desenvolvimento Humano, Gerardi Pereira. Após o coquetel, ele fez apresentações de ilusionismo e recorreu ao universo lúdico da mágica para abordar situações do dia a dia das organizações com muito bom humor. O Prêmio Ser Humano 2018 foi patrocinado pela Trevisan Escola de Negócios, representada pelo diretor José Luiz Trinta.
O mundo moderno tem demandado que as empresas encontrem formas de simplificar e desburocratizar todos os seus processos internos. A pesquisa IBOPE/Acesso Digital deixa isso claro ao apontar que é mais demorado e complexo contratar um funcionário do que abrir uma empresa. Hoje, 43% das companhias demoram mais de uma semana para finalizar o processo de admissão, com isso, 50% das empresas já perderam candidatos em que estavam interessadas em razão da demora.
Como alternativa para tornar a área de recursos humanos menos burocrática, muitas empresas acreditam que digitalizar informações em um tablet é o primeiro passo. Contudo, as mudanças têm que ser muito mais profundas e tem de estar diretamente ligadas à inovação. Mas para criar coisas novas se faz necessário um ambiente favorável, disruptivo e fora dos padrões. Temos visto no mercado que a inovação acontece antes mesmo de haver uma lei ou regulamentação apropriada, vejamos os casos do Uber, Netflix etc.
Temos que nos sentir incomodados com a velocidade das coisas, não com a grandeza delas. Hoje, apenas 2% dos projetos pilotos desenvolvidos e implementados são bem-sucedidos nas empresas. A janela do sucesso é muito pequena e as novidades surgem e deixam de existir em um piscar de olhos. Um caminho para os que não conseguem atingir esta excelência na inovação é comprar daqueles que conseguiram chegar lá. Vemos isso acontecendo todos os dias, vide: Microsoft e LinkedIn; Itaú e XP Investimentos; Facebook e WhatsApp.
Mas para os que decidem investir na construção do próprio futuro, é importante lembrar que não existe impossível. Sempre há uma forma de fazer as coisas, independente do ambiente ser hostil. O processo de mudança acabará afastando antigos funcionários, uma vez que sentem que tudo aquilo pelo que lutaram deixará de existir. A Acesso Digital, por exemplo, passou por esse processo em 2016, quando 60% dos funcionários pediram demissão, após um momento disruptivo. O que parecia ser o fim, na verdade foi a porta de entrada para um novo modelo de negócios e para as mudanças culturais, criando uma das maiores empresas de biometria facial do mundo.
Hoje, com o Acesso RH os departamentos de recursos humanos conseguem reduzir o processo de admissão de funcionários de 10 para 2 dias. Além de simplificar e tornar mais rápido o processo de contratação, a solução permite que o próprio admitido preencha seus dados e envie seus documentos via mobile para a empresa. As informações são inseridas em uma plataforma, geridas e validadas de acordo com as regras do e-Social.