Festival celebra Dia Mundial do Refugiado
Evento traz um pouco da cultura de refugiados que moram no Rio de Janeiro

 

 

 

Da Redação

Rio Refugia, realizado conjuntamente pelo Abraço Cultural RJ, a Feira Chega Junto, o PARES Cáritas RJ e o Sesc RJ, é o maior evento do Rio de Janeiro em celebração à data do Dia Mundial do Refugiado, em 20 de junho. Depois de três edições presenciais, devido à pandemia da Covid-19, o evento será realizado totalmente on-line, assim como no ano passado.

Entre os dias 20 e 26 de junho, a programação do Rio Refugia Em Casa contará com rodas de conversa sobre refúgio, conteúdos culturais exclusivos e um espetáculo musical, além da tradicional divulgação de empreendedores refugiados da área da gastronomia e de artesanato e moda. Na programação, destaque para a roda de conversa online com o tema: “Por que e como contratar refugiados e migrantes?”, no dia 24/06 (quinta-feira), às 18h.

O evento será transmitido pelo YouTube do PARES Cáritas RJ. A lista completa dos empreendedores em situação de refúgio pode ser acessada aqui: https://bit.ly/ListaRioRefugia21

As informações e conteúdos do evento podem ser acompanhadas no perfil @riorefugia no Instagram.

ONU lança site para ajudar refugiados a encontrar emprego no Brasil

Pacto Global e a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) lançaram hoje (3)  site com o objetivo de facilitar a contratação de refugiados que vivem no Brasil. O lançamento ocorreu nesta manhã (3) na capital paulista.

A plataforma é voltada para as empresas, que podem buscar, no site, orientação sobre o processo de contratação de refugiados. Caio Pereira, secretário executivo do Pacto Global, esclarece que o documento de pedido de refúgio é suficiente para o registro de contratação pelas empresas.

“Na plataforma, tem o passo a passo, os documentos. O que a gente vê, muitas vezes, é que o principal desafio é a falta de conhecimento para contratar. Muitas vezes, o  setor de Recursos Humanos tem suas travas. Legalmente, a gente sabe que é muito fácil contratar”.

Ele defendeu que as empresas têm a responsabilidade de atuar ativamente na sociedade para a evolução das causas sociais. “As empresas precisam refletir a diversidade da população”.

Mulheres

Segundo Adriana Carvalho, gerente de Princípios de Empoderamento da Oraganização das Nações Unidas (ONU)  mulheres, estudos apontam que as empresas com mais diversidade são mais lucrativas e vivem por mais tempo. “Tem muitas razões sócio-econômicas para a gente querer uma sociedade mais inclusiva”.

Os casos de mulheres refugiadas, na opinião de Adriana, costumam ser mais complexos que dos homens, muitas delas chegam com seus filhos.

O programa voltado a esse público feminino, Empoderando Refugiadas, beneficiou 130 mulheres da Colômbia, Síria, de Moçambique, da República Democrática do Congo e Venezuela. Na última edição, que começou em julho incluiu 50 participantes venezuelanas, sírias, angolanas e congolesas.

Dados

Paulo Sérgio Almeida, oficial da Acnur, avalia que o mundo registra, atualmente, o maior número de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. “Por ter tido uma opinião política, por causa de sua fé, por causa de sua raça. Deixam uma vida para trás e chegam em outro lugar novo para recomeçar.”

No Brasil, a acolhida de venezuelanos foi o maior desafio enfrentado, pela necessidade de interiorização. “Num país continental como o Brasil, eles chegam na pontinha, no Norte. Há uma retenção, as pessoas ficam lá sem oportunidades. Elas querem contribuir, mas não conseguem se deslocar pelo alto custo”.

De acordo com o Comitê Nacional para Refugiados do Ministério da Justiça, até o final de 2018 o Brasil reconheceu 10.522 refugiados vindos de 105 países, como Síria, República Democrática do Congo, Colômbia, Palestina e  o Paquistão. Desse total, pouco mais de 5 mil tem registro ativo no país, sendo que 52% moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná. A população síria representa 35% dos refugiados com registro ativo no Brasil.