Crise econômica leva empresas a se voltarem para a retenção de talentos

Em um cenário de crise econômica, com altos índices de desemprego, redução de novas posições no mercado e retração de grande parte dos investimentos, em 2017, as empresas devem voltar seus esforços para reter talentos, aumentar o recrutamento interno e utilizar o conhecimento dos funcionários para fortalecer marcas.  “Em momentos difíceis como o atual, existem algumas ações que são importantes para manter o engajamento e a motivação dos colaboradores em alta, mas os principais são confiança, proximidade, transparência e comunicação. Trabalhar bem esses pontos é o melhor caminho para ultrapassar as turbulências com sucesso”, explica Gustavo Costa, sócio da Unique Group.

Nos últimos anos, apesar do mercado aquecido, já se podia notar algumas ações das empresas para reter seus talentos, porém diante do momento econômico atual, bem mais complicado e com forte retração, é fundamental valorizar e aumentar os processos de promoção interna e retenção dos talentos.

Entre os benefícios que a empresa pode criar, visando à retenção de talentos, estão:

  • Oferecer a possibilidade de trilhar uma carreira internacional, com a opção de contratação local para não onerar a folha;
  • Aumentar o escopo de trabalho com a redução das estruturas;
  • Sugerir a mudança de área para aprendizado e desenvolvimento;
  • Criar um processo de reestruturação eficaz e transparente, como forma de priorizar os funcionários que permaneceram na empresa;
  • Valorizar as habilidades de cada profissional, criando times de trabalho para elaboração de tarefas que possam ajudar no sucesso do negócio;
  • Engajar e criar vínculos. É nesses momentos que o líder da empresa precisa aparecer mais e aumentar a proximidade com o time;
  • Participação. É muito mais fácil ir atrás de algo que acredita e saber que pode influenciar do que somente ser comandado.

Tendência

Uma tendência de recrutamento no Brasil em tempos de crise tem sido a reaproximação entre as áreas de RH e Marketing, fundamental para o perfeito gerenciamento de imagem da marca empregadora.  As equipes de RH, responsáveis pela atração de talentos, têm realizado esforços e firmado parcerias com as equipes de marketing para alcançar as novas metas de fortalecimento da imagem.

Entre os desafios para o RH em 2017, com cenário ainda adverso e número menor de promoções, está a motivação do time para entregar os resultados, a superação dos orçamentos baixos e a dificuldade para manter o ritmo de desenvolvimento. Sendo assim, será fundamental mais dedicação, versatilidade e novas soluções.  “Esse momento é uma boa oportunidade para os departamentos de RH entrarem mais nos KPI’s e indicadores de performance e trabalharem essas informações em favor do negócio. Seja na reavaliação dos cargos, forma de pagamento do bônus, benefícios e carga horaria. Quem sabe não teriam executivos dispostos a trabalhar por hora? Será que reduzindo a carga horária não geraria um redução na FP? Agora é hora de fazer contas e mais contas. Redução nos custos é a demanda principal nesse contexto”, destaca Alexia Franco, sócia da Unique Group.

Segundo os especialistas da Unique Group, o cenário econômico repleto de desafios deve ser encarado como uma oportunidade do RH se aprofundar e se envolver mais no negócio e junto trazer alternativas inovadoras para que seja um facilitador no processo de retomada de crescimento da empresa. Em função do orçamento reduzido, o RH vai precisar revisitar seus processos, atuando mais na construção das ferramentas de acordo com a necessidade do negócio.

“Nos últimos anos, o RH passou a absorver varias funções e demandas que fizeram com que algumas atividades fossem compartilhadas e até repassadas aos líderes das empresas. Agora é o momento de retomar algumas ações, voltando a ser o ownership do processo e liderar essas frentes suportando as exigências do negócio, considerando que o RH detém essa expertise”, destaca Gustavo.

Ainda lidando com a crise, algumas ações por parte dos responsáveis pela área de RH podem contribuir para que o processo seja um sucesso:

  • Aprofundar as avaliações de competências/performance, conhecendo melhor o time,  forças, fraquezas, motivações e habilidades;
  • Repensar os processos e modelos existentes, otimizando atividades e criando outros que façam mais sentido para o momento atual;
  • Trabalhar a marca empregadora através da própria equipe, com um bom clima, gestão participativa, trazendo mais unidade e comunicando isso ao mercado.
  • Inovar! Em momentos de baixa atividade, o profissional tem mais tempo para pensar em coisas e formas novas;
  • Arriscar! Toda crise também é oportunidade e a empresa que tem lideres seguros, que sabem até onde arriscar, tem uma dose de audácia que pode ser interessante;
  • Focar! Em cenários difíceis é fundamental saber qual direção tomar e o que deve ser feito. Assim, comunicar isso ao time é fundamental. Não dá para ter alguém remando contra ou que não tenha a visão clara de suas responsabilidades;
  • Ativar o networking e acessar o mercado. São muitas as oportunidades que surgem a partir de informação recebida em primeira mão. Mas, para isso, é importante acompanhar o que acontece no mercado;
  • Olhar mercados que estejam bem posicionados nesse momento e verificar as sinergias e/ou parcerias que possam ser criadas. E, assim, se manter até que o setor onde a empresa atua originalmente retome o crescimento;
  • Gerenciar da melhor forma possível o desligamento de profissionais da empresa, sendo transparente e ético. Muitos líderes tem dificuldade em realizar esse processo e acabam prejudicando a forma como a empresa é vista pelo mercado.