Seminário da FIDAGH debate impacto político e econômico nas estratégias de RH

Painel Impactos
Seminário reuniu gestores de diversos países da América Latina

Nesta quinta-feira (04), a Federação Interamericana de Gestão de Pessoas (FIDAGH) realizou o Seminário Talentum Latam na sede da Fundação Dom Cabral, no Rio de Janeiro. O evento reuniu diretores de RH que debateram os impactos políticos e econômicos nas organizações da América Latina, além das estratégias utilizadas pelos RHs para minimizar esses cenários. O evento contou com o apoio da ABRH-Brasil, da ABRH-RJ, da Fundação Dom Cabral, além do patrocínio do Great Place to Work e do Bradesco.

Gestores de RH da Argentina, do Brasil, da Venezuela e do Panamá compartilharam com o público o cenário atual de seus países e os desafios que as empresas estão enfrentando. De uma forma geral crise econômica, instabilidade política, inflação, desemprego elevado e corrupção são fatores comuns às realidades dos países da América Latina.

A gerente de Talento Humano da empresa venezuelana Saritas, Yleana Corredor, avaliou que esses cenários adversos exigem muito mais dos RHs das empresas, pois há a necessidade de inovar para lidar com a escassez de recursos. Ela contou que a grave crise econômica e política que o país enfrenta gera insegurança e medo, exigindo, mais do que nunca, que a empresa dê suporte aos funcionários. Um exemplo citado por ela é o apoio psicológico aos colaboradores e seus familiares.

A diretora de RH Latam da CGC, Beatriz Flores, comentou que o Brasil também passa por momentos de turbulências, mas que há a expectativa da realização de reformas que são necessárias para o crescimento do país. “Vão acontecer reformas estruturais e as empresas precisam estar preparadas para se adaptar às mudanças”, alertou.

A questão da corrupção também foi muito citada ao longo do evento. Para o professor da Fundação Dom Cabral Paulo Resende, para combater a crise ética presente em boa parte da América Latina, é preciso fomentar um ambiente de integridade nas organizações. Segundo ele, somente ter estruturas de compliance não é suficiente para mudar o cenário. “Compliance significa estar de acordo com a lei, mas isso não significa que se age eticamente”, avalia.

Para ele, a criação desse ambiente de integridade exige a consideração de três pontos: amplitude, que é o compromisso de que a ética não seja algo apenas presente no ambiente interno, mas que dite o relacionamento com todos os stakeholders; governança, que é o entendimento da necessidade de criar uma cultura de integridade e a confiança baseada em vínculos, em sinergia.

Como planejar a gestão das metas organizacionais?

Raimundo alerta que a meta precisa ser viável

Nos dias 25 e 26 de abril, a ABRH-RJ promoverá o Fórum Remuneração em Tempos Turbulentos – Caminhos e oportunidades. Um dos palestrantes será o  diretor técnico do Instituto Aquila, Raimundo Godoy, que vai falar sobre o “Alinhamento e Gestão das Metas Organizacionais”. Em entrevista para a coluna Gestão de Pessoas, Godoy faz uma prévia de sua participação no fórum.

Qual a importância de estabelecer metas individuais e coletivas?

O estabelecimento de metas de uma organização só tem um objetivo: superar o orçamento do exercício. Para isso consideramos três tipos de metas.

Metas individuais: são metas de melhoria, de mudança de patamar, em que o gestor recorre ao máximo do seu conhecimento para fazer a diferença. São as metas com foco em gerar vantagens competitivas para a empresa.

Metas de equipe: são as de rotina, nos compromissos do exercício, e estão ligadas a processos que acontecem diariamente na empresa. É aqui que o resultado acontece.

Metas de influência: devem ser criadas para se evitar metas contraditórias e alinhar os esforços para o objetivo comum da empresa. Dessa forma, os executivos precisam trabalhar em equipe, especialmente nas metas ligadas aos processos essenciais do negócio. Exemplo: se vamos vender mais, vamos comprar mais, produzir mais, entregar mais e atender mais. Decisões em processos essenciais influenciam em toda a cadeia. O desalinhamento dessas metas pode ser um grande risco.

Em que as empresas costumam errar na gestão de metas?

Como as metas devem direcionar a empresa à superação de seu orçamento, o principal erro acontece quando temos peças orçamentárias mal elaboradas e fora da realidade, ou seja, verdadeiras peças de ficção que não contemplam compromissos assumidos no passado nem os desafios do futuro. Desse modo, a chance de falha na gestão é grande, uma vez que nem os próprios funcionários acreditam na viabilidade de alcance dos resultados projetados.

O planejamento das metas deve ser revisto constantemente. Com que periodicidade você defende que deva ocorrer?

Pelo fato de haver alguns fatores externos que fogem ao controle da empresa, é recomendável que haja, pelo menos, três avaliações do orçamento durante o exercício: uma avaliação ao final dos três primeiros trimestres. Tais momentos são importantes, pois possibilitam que a empresa se adeque aos novos cenários, porém a revisão só deve ser feita quando o impacto for realmente causado por um fator externo e não por deficiências internas.

Se as metas forem alteradas, como deve ser feita essa comunicação?

As regras do jogo devem ser estabelecidas no início do processo, quando cada colaborador recebe seu livro de metas alinhadas e negociadas. Metas bem definidas e bem alinhadas não necessitam ser alteradas se forem construídas considerando os 5 níveis aconselháveis de alcance: o nível 1, como resultado do exercício anterior; os níveis 2, 3 e 4, como variação aceitável do orçamento; e o nível 5, a superação máxima ao final do exercício.

Crise econômica leva empresas a se voltarem para a retenção de talentos

Em um cenário de crise econômica, com altos índices de desemprego, redução de novas posições no mercado e retração de grande parte dos investimentos, em 2017, as empresas devem voltar seus esforços para reter talentos, aumentar o recrutamento interno e utilizar o conhecimento dos funcionários para fortalecer marcas.  “Em momentos difíceis como o atual, existem algumas ações que são importantes para manter o engajamento e a motivação dos colaboradores em alta, mas os principais são confiança, proximidade, transparência e comunicação. Trabalhar bem esses pontos é o melhor caminho para ultrapassar as turbulências com sucesso”, explica Gustavo Costa, sócio da Unique Group.

Nos últimos anos, apesar do mercado aquecido, já se podia notar algumas ações das empresas para reter seus talentos, porém diante do momento econômico atual, bem mais complicado e com forte retração, é fundamental valorizar e aumentar os processos de promoção interna e retenção dos talentos.

Entre os benefícios que a empresa pode criar, visando à retenção de talentos, estão:

  • Oferecer a possibilidade de trilhar uma carreira internacional, com a opção de contratação local para não onerar a folha;
  • Aumentar o escopo de trabalho com a redução das estruturas;
  • Sugerir a mudança de área para aprendizado e desenvolvimento;
  • Criar um processo de reestruturação eficaz e transparente, como forma de priorizar os funcionários que permaneceram na empresa;
  • Valorizar as habilidades de cada profissional, criando times de trabalho para elaboração de tarefas que possam ajudar no sucesso do negócio;
  • Engajar e criar vínculos. É nesses momentos que o líder da empresa precisa aparecer mais e aumentar a proximidade com o time;
  • Participação. É muito mais fácil ir atrás de algo que acredita e saber que pode influenciar do que somente ser comandado.

Tendência

Uma tendência de recrutamento no Brasil em tempos de crise tem sido a reaproximação entre as áreas de RH e Marketing, fundamental para o perfeito gerenciamento de imagem da marca empregadora.  As equipes de RH, responsáveis pela atração de talentos, têm realizado esforços e firmado parcerias com as equipes de marketing para alcançar as novas metas de fortalecimento da imagem.

Entre os desafios para o RH em 2017, com cenário ainda adverso e número menor de promoções, está a motivação do time para entregar os resultados, a superação dos orçamentos baixos e a dificuldade para manter o ritmo de desenvolvimento. Sendo assim, será fundamental mais dedicação, versatilidade e novas soluções.  “Esse momento é uma boa oportunidade para os departamentos de RH entrarem mais nos KPI’s e indicadores de performance e trabalharem essas informações em favor do negócio. Seja na reavaliação dos cargos, forma de pagamento do bônus, benefícios e carga horaria. Quem sabe não teriam executivos dispostos a trabalhar por hora? Será que reduzindo a carga horária não geraria um redução na FP? Agora é hora de fazer contas e mais contas. Redução nos custos é a demanda principal nesse contexto”, destaca Alexia Franco, sócia da Unique Group.

Segundo os especialistas da Unique Group, o cenário econômico repleto de desafios deve ser encarado como uma oportunidade do RH se aprofundar e se envolver mais no negócio e junto trazer alternativas inovadoras para que seja um facilitador no processo de retomada de crescimento da empresa. Em função do orçamento reduzido, o RH vai precisar revisitar seus processos, atuando mais na construção das ferramentas de acordo com a necessidade do negócio.

“Nos últimos anos, o RH passou a absorver varias funções e demandas que fizeram com que algumas atividades fossem compartilhadas e até repassadas aos líderes das empresas. Agora é o momento de retomar algumas ações, voltando a ser o ownership do processo e liderar essas frentes suportando as exigências do negócio, considerando que o RH detém essa expertise”, destaca Gustavo.

Ainda lidando com a crise, algumas ações por parte dos responsáveis pela área de RH podem contribuir para que o processo seja um sucesso:

  • Aprofundar as avaliações de competências/performance, conhecendo melhor o time,  forças, fraquezas, motivações e habilidades;
  • Repensar os processos e modelos existentes, otimizando atividades e criando outros que façam mais sentido para o momento atual;
  • Trabalhar a marca empregadora através da própria equipe, com um bom clima, gestão participativa, trazendo mais unidade e comunicando isso ao mercado.
  • Inovar! Em momentos de baixa atividade, o profissional tem mais tempo para pensar em coisas e formas novas;
  • Arriscar! Toda crise também é oportunidade e a empresa que tem lideres seguros, que sabem até onde arriscar, tem uma dose de audácia que pode ser interessante;
  • Focar! Em cenários difíceis é fundamental saber qual direção tomar e o que deve ser feito. Assim, comunicar isso ao time é fundamental. Não dá para ter alguém remando contra ou que não tenha a visão clara de suas responsabilidades;
  • Ativar o networking e acessar o mercado. São muitas as oportunidades que surgem a partir de informação recebida em primeira mão. Mas, para isso, é importante acompanhar o que acontece no mercado;
  • Olhar mercados que estejam bem posicionados nesse momento e verificar as sinergias e/ou parcerias que possam ser criadas. E, assim, se manter até que o setor onde a empresa atua originalmente retome o crescimento;
  • Gerenciar da melhor forma possível o desligamento de profissionais da empresa, sendo transparente e ético. Muitos líderes tem dificuldade em realizar esse processo e acabam prejudicando a forma como a empresa é vista pelo mercado.

Presidente da ABRH-SP promove noite de autógrafos no Rio

O presidente da ABRH-SP, Theunis Marinho, lança no dia 26 de abril, às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, o livro “Sonhar Alto, Pensar Grande”. A publicação é da Editora Gente.

Na obra, o autor narra os fatos mais marcantes da sua escalada profissional, incluindo mais de oito anos como executivo na Alemanha, até chegar ao topo do mundo corporativo: a presidência da Bayer Polímeros S/A e a direção regional América Latina para a Divisão de Plásticos de Engenharia do Grupo Bayer.

Além da trajetória de Theunis, o livro traz ainda lições aprendidas por ele nesses anos todos, resumidas no que ele chamou de“15 mandamentos para sucesso no mundo corporativo”, dicas que se encaixam perfeitamente em diversas situações e em todas as etapas da carreira. São elas:

  1.     Sonhe alto e faça planos desafiadores para o futuro. Lembre-se, nossos olhos não ficam na nuca.
  2.     Não delegue seu destino a terceiros.
  3.     Aprenda a dizer não, sempre que necessário e na hora certa.
  4.     Não cultive relacionamentos destrutivos. Eles são epidêmicos.
  5.     Discipline-se com pensamentos positivos. A vida fica mais suave.
  6.     Reflita sobre as consequências dos seus atos antes de colocá-los em prática.
  7.     Cultive suas amizades, mesmo que sejam passageiras.
  8.     Aprenda com seus erros. Eles são ótimos “professores”.
  9.     Não sofra por antecipação.
  10. Não apague seu passado. Ele é seu alicerce mais profundo. Negá-lo é tornar-se um “indivíduo falsificado”.
  11. Não adie as soluções para seus problemas. Resolva-os respeitando o tempo e todos os envolvidos.
  12. Perdoe quem já o magoou. Você desocupará espaços para preenchê-los com coisas boas.
  13. Estude sempre.
  14. Errar é inevitável.
  15. Tenha bom humor.