Investimento em comunicação e boas parcerias

LEYLA - SUPER ALTAred
Leyla Nascimento: “América Latina é sucesso em políticas de RH”

Em outubro, durante o Congresso Interamericano de Gestão de Pessoas, que ocorrerá em Montevidéu, a atual presidente da Federação Interamericana de Associações de Gestão Humana (Fidagh), Leyla Nascimento, encerra a sua gestão e passa o cargo para o ex-presidente da Federação Colombiana de Gestão Humana, Ivan Dario. Em entrevista à coluna, Leyla fala sobre os dois anos à frente da Fidagh e comenta acerca dos desafios das organizações na América Latina.

Quais os pontos que você destacaria da sua gestão na Fidagh?

A maior proximidade e interação com as associações nacionais dos países; a criação de reuniões virtuais sistemáticas para que a diretoria tivesse um contato mensal para monitoramento das ações; lançamento da Revista Talentum Latam. Houve uma aproximação com o Haiti. O mesmo ocorre com Cuba. Outra ação foi ter parcerias com entidades globais geradoras de conteúdos e de pesquisas, como a OIT/Cintefor, a Organização Internacional de Seguridade Social, a Delloitte, a Micropower, a Transaciones e a Universidade de Barcelona.

Quais foram os principais desafios?

O principal desafio foi promover o crescimento da Federação, com a participação de conselheiros e diretores de diferentes países. É um trabalho voluntário e a distância entre nós não pode ser um entrave. Ao contrário, buscamos alternativas para estarmos sempre alinhados e tomando decisões compartilhadas.

Quais são as questões mais urgentes para o RH?

Se olharmos para a nossa realidade latina, é o engajamento e o cuidado com o desenvolvimento organizacional e do negócio em ambientes tão distintos. As lideranças também exigem um cuidado maior não somente no preparo, mas no entendimento dos processos de mudanças diárias pelos quais as organizações estão passando. Se olharmos para uma previsão futura, em breve alcançaremos outros patamares de resultados mediante o avanço da robotização e inteligência artificial.

Como as crises econômica e política que atingem países da América Latina afetaram os RHs?

Eu diria que muitos países da América Latina carregam ao mesmo tempo um insucesso em desenvolvimento econômico e na esfera política e, certamente, exigem das empresas um rearranjo constante dos seus negócios. As relações do trabalho também são bastante difíceis com leis e reformas que não caminham para uma adequação ao que o mundo contemporâneo exige. Por outro lado, somos um sucesso em metodologias e inovação nas políticas de RH. A nossa capacidade de reagir em cenários adversos é uma competência muito própria dos latinos.

*Entrevista publicada originalmente na coluna Gestão de Pessoas da ABRH-RJ.

Conselhos que valem ouro na busca do emprego

O número de 14 milhões de pessoas fora do mercado assusta e o cenário se torna ainda pior quando se verifica que o tempo médio para conseguir um novo emprego tem sido de oito meses. Alcançar a recolocação é uma tarefa ainda mais árdua para quem permaneceu por um longo período em uma mesma empresa e não tem mais o hábito de redigir um currículo ou participar de uma entrevista. Buscar orientação que auxilie no desafio de recolocação torna-se, assim, uma necessidade para muitas pessoas. Em função desse cenário, a área de Responsabilidade Social da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ) desenvolveu o RecolocaRH.

O projeto oferece suporte para quem busca recolocação no mercado, além de auxiliar empresas a minimizar os impactos causados pelos desligamentos.

“Esse momento de transição e recomeço não é uma etapa fácil. E conduzir isso sozinho torna o processo mais doloroso”, avalia a diretora da ABRH-RJ Patricia Pacheco.

A iniciativa é realizada no formato de workshop. Os participantes são auxiliados a traçarem um planejamento da sua carreira, com técnica, dicas e foco, e orientados quanto à melhor forma de atingir seus objetivos. Também é proposta a avaliação de alternativas, tais como empreender, tornar-se um profissional autônomo ou trabalhar com consultoria.

A primeira edição aconteceu no último dia 5 e reuniu 20 profissionais. O evento foi exclusivo para associados, incluindo empresas, que puderam indicar ex-funcionários para participar.

“O trabalho é feito em parceria com a Right Management. Enquanto a empresa participa com a sua expertise em orientação de transição de carreira, a ABRH-RJ desenha o melhor modelo para atender a demanda dos associados”, explica Patricia.

O primeiro workshop apresentou algumas surpresas para os organizadores. A expectativa inicial era de que os participantes fossem priorizar orientações como produção de um currículo adequado, dicas de comportamento em entrevistas ou o uso de canais de divulgação do perfil profissional.

“Porém, percebemos, na verdade, um grande interesse pelo apoio emocional para lidar com esse momento de transição, bem como por orientações de planejamento, isto é, como se organizar para enfrentar esse período e atingir o objetivo profissional traçado”, revela Patricia.

Próxima turma

O projeto prevê a promoção de uma edição por mês. A próxima será no dia 2 de agosto e já há participantes inscritos. Entretanto, as empresas associadas ainda podem enviar suas indicações de ex-funcionários, assim como os profissionais filiados podem se inscrever enviando um e-mail para o relacionamento@abrhrj.org.br.

Propósito e engajamento são diferenciais para sucesso de pessoas e empresas

Ricardo Seperuelo
Seperuelo: “O engajamento está totalmente ligado ao sucesso”

Em fase de economia ainda conturbada, incertezas políticas e o universo de cerca de 14 milhões de brasileiros desempregados seria possível falar sobre qual empresa tem perfil mais adequado para se trabalhar? Para o autor do livro A arte de engajar pessoas, professor e diretor da Escola de Alto Desempenho e consultor, Ricardo Seperuelo, sim. “Nesse momento de crise e de superar dificuldades, é hora das lideranças das organizações separarem o joio do trigo, ou seja, as pessoas do quadro que estão conectadas ao propósito organizacional das que não estão”, avalia.

E na visão daqueles que estão na fila, em busca da recolocação no mercado? Como essa turma sem emprego deve atuar? Na opinião do consultor Seperuelo, a fase de baixa pode ser a chance de se conectar aos dons e talentos e encontrar mais que uma vaga. “É determinante à pessoa observar a importância da função que desempenha na maior parte da vida profissional. Não dá somente para realizar uma atividade que seu cargo exige, é necessário entender a relevância da sua essência no quadro organizacional. Por exemplo, digamos que a pessoa trabalhe na secretaria acadêmica de uma universidade, ela não é apenas a secretária, mas sim responsável pela comprovação de títulos em um concurso que o formando irá prestar, esse colaborador ajuda as pessoas a crescerem e realizarem seus propósitos. Ser engajado é muito mais do que ser um cargo. É a essência do profissional”, afirma Seperuelo.

Seperuelo frisa que a empresa que visa o lucro pelo lucro não engaja colaboradores. Segundo ele, as organizações que focam simplesmente no rendimento financeiro, e que não têm um propósito, que não conseguem expressar dentro de suas operações o motivo de sua existência, tendem a fracassar na gestão de pessoas, perdendo talentos. “O engajamento está totalmente ligado ao sucesso; pessoas que não estão engajadas têm muita dificuldade de ter sucesso. Elas não conseguem transmitir seu verdadeiro potencial dentro daquilo que fazem”, afirma.  

O fato é que o mundo corporativo precisa melhorar a gestão de pessoas para a formação de equipes com propósito, engajadas, focadas e, assim, ganhar mais fôlego na busca pela expansão dos seus negócios. “É fundamental que as corporações unam os propósitos organizacionais com os propósitos de vida dos colaboradores. Não dá para falar somente em lucro ou resultados. As pessoas não se engajam por isso. Elas se engajam por propósitos, por causas, por pessoas”, diz Seperuelo.

Na trajetória da busca de uma gestão mais humana, Seperuelo considera ser imperioso prestar atenção às pessoas. “Os líderes precisam observar e vivenciar mais os processos que suas equipes executam”, observa. Segundo o consultor, os gestores que praticam esse exercício, saem dos planejamentos de pranchetas e vão para o dia a dia de operação da empresa, são surpreendidos. “As ideias para melhorar o funcionamento da organização estão nas pessoas e nos processos e não ao contrário do que muitos acreditam, focando no financeiro ou no marketing. Metas e objetivos voltados para resultados e conquistas de mercado sem pessoas e processos são somente projeções. A porta do escritório do líder deve ser aberta para conhecer realmente a realidade da corporação”, destaca Seperuelo.

Livro traz exemplos reais do papel do RH nas empresas

livro red
Livro reúne cases finalistas do Prêmio Ser Humano

A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ) lança em parceria com a Qualitymark Editora a 5ª edição do livro “As melhores práticas em gestão com pessoas”, que reúne cases finalistas do prêmio Ser Humano 2016, bem como o trabalho acadêmico vencedor do mesmo . Para profissionais e estudantes de RH, o livro permite fazer benchmarking com iniciativas que realmente trazem  efeitos positivos para dentro das empresas.

“Quando observamos as práticas expostas no livro, vemos empresas de diversos setores da economia. E isso contribui para o desenvolvimento do RH, pois são exemplos de que todos os perfis de empreendimentos podem e devem desenvolver a Gestão de Pessoas. As experiências de sucesso compartilhadas comprovam que investir em pessoas é uma necessidade que independe do tamanho e área de atuação da organização”, avalia José Carlos de Freitas, diretor da ABRH-RJ responsável pela publicação.

Esse volume traz práticas e casos relacionados à comunicação, ao coaching, à avaliação de performance, à inclusão social, à seleção por competências, à qualidade de vida, à responsabilidade social, ao programa de cargos e salários, à educação corporativa, à geração e à retenção e desenvolvimento de pessoas, além de temas atuais do mundo do trabalho que destacam indicadores e resultados quantitativos e qualitativos.

O livro somente está a venda na ABRH-RJ. Os interessados devem entrar em contato pelo (21) 2277-7751.

Serviço:
As melhores práticas em gestão com pessoas
Organizadora: Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ)
Qualitymark Editora, 232 páginas
R$ 40,00