Com baixa cobertura vacinal, estado do Rio busca reverter situação
Secretário propõe estender horário de postos de vacinação

Da Agência Brasil

O secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Dr. Luizinho, manifestou preocupação com as coberturas vacinais no estado, que estão entre as piores do país, e anunciou um pacto para reforçar a imunização e reduzir o número de casos de tuberculose. O estado discutiu o tema nesta sexta-feira (14) com representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), após a inauguração do Centro de Inteligência em Saúde (CIS).

Os casos graves de tuberculose podem ser prevenidos com a vacina BCG, uma das mais conhecidas e antigas no Sistema Único de Saúde (SUS), mas a cobertura atingida pelo estado do Rio de Janeiro no ano passado ficou em apenas 76%, segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). A meta do Ministério da Saúde é vacinar 90% dos bebês com menos de um ano, e o percentual fluminense só foi maior que o do Espírito Santo, onde somente 63% dos bebês foram vacinados.

O estado do Rio também tem a segunda menor cobertura vacinal contra a poliomielite do país, e ocupa essa mesma posição em relação à cobertura da vacina pentavalente, que previne contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b.

Para reverter o quadro, o secretário de Saúde defendeu propostas como a ampliação do horário de funcionamento dos postos de vacinação e a criação de unidades que funcionem de segunda a domingo, das 8h às 20h.

“Os nossos índices de vacinação são muito duros, por isso, precisamos fazer um esforço muito grande para superar essa dificuldade. Hoje, o estado do Rio de Janeiro é o segundo pior da federação em cobertura vacinal”, avaliou Dr. Luizinhoele, que prometeu cobrar resultados dos municípios: “Vou levar à Comissão Intergestores Bipartite do Estado do Rio de Janeiro (CIB) uma proposta pela qual, a partir de 2024, os municípios que não atingirem os índices de vacinação não terão repasse de recursos do estado.”

Especificamente sobre a tuberculose, o secretário disse que o estado adquiriu testes rápidos e pretende montar uma rede para ajudar os municípios a trazer os exames colhidos para detecção da doença. Ele também prometeu levar tomógrafos móveis a presídios, onde condições precárias de ventilação e higiene favorecem a disseminação da doença.

Presente ao evento, o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde/OMS, Jarbas Barbosa da Silva, defendeu a importância dos municípios no processo de recuperação das coberturas vacinais, já que as soluções devem ser elaboradas a partir da visita às salas de vacina. Barbosa também destacou que é preciso aprimorar a qualificação do profissional de saúde que aplica o imunizante, além de investir em estratégias de comunicação.

A Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde apresentou um estudo sobre as causas da baixa cobertura vacinal no estado, e entre eles está o descaso de responsáveis pelas crianças em idade de serem vacinadas.

Também há problemas que interferem nos registros das vacinas junto ao sistema. Entre os principais estão as constantes atualizações do sistema de informatização do governo federal, a lentidão da internet das prefeituras, a ausência ou alta rotatividade de funcionários, a inexistência ou defasagem de softwares, o desconhecimento do sistema de informação e a centralização dos registros.

No Rio, governo assina acordos na área de segurança e roubo de cargas
Ministro da Justiça esteve nas cidades do Rio de Janeiro e de Niterói

Da Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, esteve hoje (19) com o prefeito da cidade de Niterói, Axel Grael, para assinatura de um acordo de cooperação do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) no combate ao crime e prevenção à violência.

O edital vai atender 163 cidades prioritárias do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), no valor de R$ 30 milhões, para projetos de cultura visando à redução e prevenção da violência. Antes, Flávio Dino esteve no Palácio Guanabara, com o governador Cláudio Castro e assinou acordos na área de segurança pública. Entre eles, o repasse de recursos para a construção de dois presídios no estado.

Em Niterói, o ministro destacou a escolha da cidade como local para assinatura do documento. “O nosso objetivo nesse evento é acentuar a dimensão preventiva da política de segurança, na medida em que assinamos um edital para as 163 cidades prioritárias da nossa política nacional de segurança, grupo do qual Niterói faz parte. Também assinamos uma parceria que foi solicitada pela prefeitura municipal, com a Polícia Rodoviária Federal, para que nós possamos, com isso, melhorar a integração da Guarda Municipal com a Polícia Rodoviária Federal, com troca de informações, tecnologia e, com isso, integrar as ações. Essa é uma visita que mostra a importância que a cidade de Niterói tem para o Rio de Janeiro e para o Brasil”, explicou Dino.

O prefeito de Niterói disse que o acordo vai trazer importantes resultados na área da segurança pública para a cidade. “Hoje assinamos com o ministro duas mensagens que foram encaminhadas à Câmara [de Vereadores] para renovar o programa de prevenção e recuperação de armas apreendidas em situação em que não haja vítima e o outro de recolhimento e compra de armas que sejam entregues à prefeitura. São medidas importantes para que a gente avance na agenda da segurança pública na cidade”, afirmou Axel Grael.

A cerimônia também incluiu a ordem de missão para início da operação da Polícia Rodoviária Federal no enfrentamento ao roubo de cargas no estado do Rio de Janeiro, em especial na ponte Rio-Niterói, que liga o Rio de Janeiro às cidades da Região dos Lagos.

“Essa parceria é fundamental, em que teremos acesso a informações importantes, produzidas pelos equipamentos da Polícia Rodoviária Federal na Ponte Rio-Niterói e em todos os acessos à cidade de Niterói. Toda vez que trabalhamos em parceria, temos resultados positivos. É fundamental essa relação”, destacou Grael

O secretário-executivo da prefeitura de Niterói, Rodrigo Neves, informou que a política de segurança que vem sendo implantada no município nos últimos 10 anos reduziu os índices de violência na região.

“Niterói é a única cidade na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro que não tem milícias dominando bairros e territórios, mesmo tendo sofrido com a violência na época da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), no Rio, com a migração de criminosos para cá. Esse resultado não é obra do acaso e se deve a um conjunto de estratégias que nós colocamos em prática nos últimos anos através do plano Pacto Niterói Contra a Violência, que tem como referência o Pronasci. Esse acordo é um marco para avançarmos ainda mais”, avaliou Neves.

O Ministério da Justiça anunciou também uma parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com a Universidade Federal Fluminense (UFF) para pesquisas com o aporte de R$ 1 milhão, para produção de material para prevenir violência e elucidar casos que ocorreram com violência.

Rio negocia gestão compartilhada de aeroportos Santos Dumont e Galeão
Proposta é que União, estado e cidade administrem terminais

Da Agência Brasil

Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nessa segunda-feira (12), o governador do estado do Rio, Cláudio Castro, conversou sobre uma gestão compartilhada dos aeroportos Santos Dumont (doméstico) e Galeão (internacional). A administração dos dois terminais aéreos seria feita em parceria entre União, estado e prefeitura do Rio. 

Segundo nota divulgada pelo governo do estado, a proposta teria partido do ministro da Casa Civil, Rui Costa. “O presidente gostou muito da ideia de uma gestão compartilhada para que, assim, a gente possa encontrar uma solução definitiva. Ainda será visto qual modelo de negócio será feito para se realizar essa gestão com responsabilidade”, disse Castro, por meio de nota.

A situação dos dois aeroportos tem sido discutida há alguns meses. Governo do Rio e prefeitura criticam o fato de que o Aeroporto Santos Dumont – administrado pela União através da Infraero – aumentou muito o número de voos.

Isso provocou um esvaziamento do Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, administrado pela concessionária Changi, de Cingapura.

Estado e prefeitura pedem remanejamento de voos do Santos Dumont para o Galeão, já que, com menos ligações domésticas passando pelo Galeão, o aeroporto internacional não apenas tem seu tráfego de passageiros diminuído como também tem reduzida sua capacidade de funcionar como um hub (ponto de conexão aérea) para voos internacionais.

A situação da concessão do aeroporto Tom Jobim/Galeão está sendo avaliada pelo governo federal.

Outros assuntos

O governador também aproveitou a reunião com o presidente para tratar da situação dos campos de petróleo de Tupi e Cernambi, na Bacia de Santos. O Rio defende a unitização dos dois campos (quando se reconhece que o reservatório que abastece os dois campos é o mesmo), o que beneficiaria o estado.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) entende que os dois campos são um só, enquanto a Petrobras defende que sejam reconhecidos como dois campos separados.

Na disputa, segundo o governo do Rio, haveria R$ 4 bilhões em depósitos judiciais feitos pela Petrobras, os quais o estado gostaria de receber.

“Em outras épocas da história o governo federal já havia liberado esse recurso e eu pedi que novamente fosse liberado. O presidente falou que vai avaliar se há condição de fazer essa liberação e demonstrou boa vontade”, disse Castro, na nota divulgada pelo governo do estado.

O governador também propôs a estadualização do Hospital Federal da Lagoa, a fim de que possa transformá-lo em um grande centro de tratamento oncológico para desafogar o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Palestra no Rio ensina a estabelecer relação saudável com dinheiro
Evento é parte da 10ª Semana Nacional de Educação Financeira

Da Agência Brasil

Criar hábito de poupar, reduzir endividamento e estabelecer uma relação mais saudável com o dinheiro. Esses foram os objetivos de dezenas de pessoas reunidas no Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro, nessa quarta-feira (17), em uma palestra sobre os pilares da educação financeira.

“A educação financeira é fundamental para todas as classes sociais. A ideia é ajudar as pessoas a se planejarem melhor, a terem um orçamento, a entenderem qual o padrão de vida para que se faça melhores escolhas”, diz a especialista Teresa Lustosa, da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar).

Segundo ela, o Brasil tem um grande problema com pessoas endividadas e inadimplentes, que se agravou durante a pandemia de covid-19. Lustosa observa que a organização da vida financeira cria condições para resolver problemas com dívidas e para a realizar de sonhos e planos pessoais.

De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a parcela de famílias brasileiras com dívidas, em atraso ou não, atingiu 77,5% em março deste ano. Essa é a maior proporção de endividados desde o início do levantamento da entidade em 2010.

“Quando o cidadão entende os fatores que influenciam suas escolhas financeiras, consegue equilibrar seus desejos imediatos com suas necessidades de longo prazo. Um dos efeitos disso é o aumento do hábito de poupar, um importante pilar da educação financeira. Assim todos saem ganhando, já que um cidadão financeiramente educado também contribui para o bem-estar coletivo, seja porque essa qualificação resulta em um sistema financeiro mais sólido e eficiente, seja porque cada pessoa tem melhores condições para lidar com emergências e momentos difíceis da vida”, diz Teresa.

A palestra é parte dos eventos realizados no Rio de Janeiro pelo Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) para a 10ª Semana Nacional de Educação Financeira. A programação que se encerra amanhã (19) é totalmente gratuita e inclui ainda cursos, oficinas, campanhas de divulgação, entre outras ações com objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância do planejamento financeiro, das decisões sobre finanças e do consumo que promova o seu bem-estar.

As palestras são ministradas por voluntários de entidades parceiras como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (Nudecom) e a Planejar, entre outros.

Atendimentos

Durante a 10ª Semana Nacional de Educação Financeira, também estão sendo feitos atendimentos ao público para atendimento e orientação sobre micro empreendimento individual (MEI), orientação jurídica para CPF com restrição e orientações financeiras individualizadas.

Carlos Augusto Souza, 32 anos, estava na fila aguardando a sua vez. Ele trabalhava como padeiro, ficou desempregado e contraiu dívidas durante a pandemia. “Estava passando e me disseram que tinha atendimento para solucionar problemas com o SPC”.

Já Erinaldo Dias, 45 anos, marceneiro autônomo, veio em busca de informações com o Sebrae sobre como se tornar MEI. “Com a minha idade já tenho dificuldades em conseguir emprego com carteira assinada. Quero ter o meu próprio negócio e essa pode ser a oportunidade”. Ele estava presente na palestra e disse que irá resolver outros problemas, como a dívida que contraiu durante a pandemia.

“Com a Semana Nacional de Educação Financeira, temos o compromisso de trazer educação financeira para a população. Nesta edição, estamos incrementando a área de atuação e o diálogo, consequentemente ampliando nosso compromisso em zelar pelo desenvolvimento da comunidade onde estamos inseridos”, afirma Nábia Jorge, diretora de Desenvolvimento do Sicoob UniMais Rio.