Governo libera R$ 12,5 bilhões para safra agrícola

O governo federal liberou R$ 12,5 bilhões para financiar a safra agrícola de 2018 e 2019. O lançamento do custeio antecipado da nova safra foi feito pelo presidente do Banco do Brasil, Paulo Cafarelli, em cerimônia realizada na manhã de hoje (30), na zona rural da cidade de Rio Verde (GO).

Os recursos representam montante 16% superior ao valor liberado no ano passado e servirão para adquirir insumos e serviços agropecuários para as lavouras de soja, milho, arroz, algodão e café. O objetivo do lançamento, segundo Cafarelli, é evitar que o produtor fique refém do fornecedor, além de contribuir para a sustentabilidade do agronegócio e da melhora do Produto Interno Bruto brasileiro e aumento da renda

Cada produtor poderá financiar, no máximo, R$ 3 milhões. Para os médios produtores que integram o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), os recursos serão disponibilizados com taxas de 7,5% ao ano.

Para os outros produtores, o banco oferece financiamento com encargos de 8,5% ao ano. Modalidades alternativas de financiamento serão disponibilizadas para os produtores que demandam valores superiores ao limite do plano.

Também participaram do evento o presidente Michel Temer, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, da Integração, Hélder Barbalho, e das Cidades, Alexandre Baldy, o governador de Goiás, Marconi Perillo, entre outras autoridades.

Temer espera nova safra recorde

O presidente Temer e os ministros destacaram o papel do agronegócio no crescimento da economia brasileira e o grande impacto do setor no volume de exportações do país. Temer lembrou ainda que a última safra foi recorde, com uma produção de mais de 240 milhões de toneladas, e afirmou que acredita em novo recorde para a safra deste ano, conforme as projeções do Banco do Brasil.

“Nós estamos destinando esses R$ 12 bilhões de crédito aos agricultores não apenas para ter juros mais acessíveis, não apenas para aumentar a produção, mas é um reconhecimento também àquilo que os senhores fizeram pelo nosso país”, declarou Temer.

O presidente aproveitou a cerimônia para resumir as principais ações de seu governo e defender novamente a reforma da Previdência, que deve ser votada em fevereiro no plenário da Câmara dos Deputados. Temer declarou que a aprovação das mudanças na legislação previdenciária não atingirá os mais pobres e completará o ciclo de reformas empreendidas em sua gestão.

Chuvas elevam em 2,2% previsão da safra para este ano

A produção de soja deve atingir 112,3 milhões de toneladas

A intensidade das chuvas de dezembro determinou uma projeção de aumento de 2,2% na safra agrícola deste ano. Os últimos prognósticos apontam para uma produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas de 224,3 milhões de toneladas, ainda assim resultado 6,8% menor do que a safra recorde de 2017.

As informações constam do terceiro prognóstico para a safra 2018, referentes ao Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPD) divulgado hoje (11), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados confirmam as expectativas de que a safra de 2018 será bem inferior à safra recorde do ano passado.

Pelos números divulgados pelo IBGE, o prognóstico da safra de grãos para 2018 aumentou de 219,5 milhões de toneladas para 224,3 milhões. O aumento, embora não reverta a expectativa de safra menor em 2018, ocorreu em razão da abundância de chuvas no ultimo mês do ano passado.

“Em novembro, a estiagem prolongada tinha levado a um atraso no início do plantio, mas a abundância de chuvas em dezembro mudou esse quadro, levando a um ajuste nos prognósticos de área colhida e volume de produção do arroz, da soja e da primeira safra do milho”, explica o pesquisador do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.

Produção nacional de grãos

Segundo ele, juntos “estes três produtos constituem quase 95% da estimativa de produção nacional de grãos”. As últimas projeções do Levantamento Sistemático indicam que a safra de soja em 2018 deverá atingir 112,3 milhões de toneladas, a de arroz será de 11,7 milhões de toneladas e as duas safras de milho deverão ficar em 26,6 milhões e 57,9 milhões de toneladas, respectivamente.

Estimativa de produção cresce e safra deve ser 25,1% maior

A estimativa de março para a safra de grãos de 2017 é ainda maior que a de 2016, e a produção total deverá ter expansão de 25,1%. Em fevereiro, os cálculos apontavam para uma produção maior: 2,7% no volume da produção (a maior da história) e 0,6% na área a ser colhida.

Os dados fazem parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de março, divulgado hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio de Janeiro. A terceira estimativa para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indica que a produção total este ano será de 230,3 milhões de toneladas, contra as 184 milhões de toneladas produzidas na safra de 2016.

Também houve crescimento de 6,3% na estimativa da área a ser colhida, que deve atingir 60,7 milhões de hectares, contra 57,1 milhões de hectares do ano passado.

O arroz, o milho e a soja continuam sendo os três principais produtos da safra, representando 93,5% do total da produção e 87,7% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,5% na área da soja, de 14,8% na área do milho e de 3,9% na área de arroz. Quanto à produção, houve acréscimos de 15,9% para a soja, 13,9% para o arroz e 45,8% para o milho.

Também nas estimativas de março, Mato Grosso continua como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 25,3%, seguido pelo Paraná (18,3%) e Rio Grande do Sul (14,8%). Juntos, os três estados responderão por 58,4% do total nacional previsto.

Outros estados importantes na produção de grãos foram Goiás (9,9%), Mato Grosso do Sul (7,5%), Minas Gerais (5,9%), São Paulo (3,5%), Bahia (3,4%), Santa Catarina (2,9%) e Maranhão (2,1%), que integram também o grupo dos dez maiores produtores do país.

Outra constatação é que o Centro-Oeste continua como a maior região produtora do país, respondendo por 43% do total da produção nacional. Depois, aparecem as regiões Sul (36,1%), Sudeste (9,5%) e Nordeste (9,5).

Produtos

Dentre os 26 principais produtos envolvidos na pesquisa do IBGE, 15 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior, com destaque para o algodão herbáceo em caroço, cuja produção será 7,3% maior, amendoim em casca segunda safra (35,7%), arroz em casca (13,9%), feijão em grão primeira safra (38,5%), feijão em grão segunda safra (37,7%), milho em grão primeira safra (24,4%), milho em grão segunda safra (59,2%) e soja em grão (15,9%).

Na outra ponta, entre os 11 produtos com variações negativas, aparecem amendoim em casca primeira safra (-2,4%), aveia em grão (-21,3%), batata-inglesa terceira safra (-16,1%), café em grão – arábica (-16,1%), laranja (-7,3%) e trigo em grão (-13,8%).