Hematologista vai liderar unidade de Transplante de Medula e de Terapia Celular da Clínica São Vicente
Com mais de 30 anos de profissão, Vanderson Rocha alerta para necessidade de aumentar as doações de sangue

 

Vanderson também vai liderar a unidade de Transplante de Medula e de Terapia Celular da São Vicente, que será inaugurada no ano que vem

 

Da Redação

Pela primeira vez em mais de 30 anos de carreira, o hematologista Vanderson Rocha vai atender no Rio de Janeiro. Professor Titular de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular da Universidade de São Paulo, consultor de Hematologia na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e coordenador médico nacional de Transplante de Medula Óssea/Terapia Celular na Rede D’Or São Luiz, em São Paulo, Vanderson vai reforçar a equipe da Oncologia D’Or e atender às sextas-feiras na São Vicente. Em meio aos diversos impactos provocados pela pandemia, como afastamento de pacientes de consultas e exames de diagnóstico precoce, o hematologista alerta que é preciso que as pessoas voltem a doar sangue. “A transfusão de sangue salva vidas em cirurgias de emergências, mas também de pacientes oncológicos, principalmente os oncohematológicos”, afirma.

Vanderson relata que a pandemia provocou uma queda expressiva no número de doações nos hemocentros, que chega a variar de 15 a 30%. No caso dos pacientes com cânceres hematológicos, como leucemia, a doação é ainda mais essencial, pois a demanda por transfusão costuma ser maior, porque a doença se origina na medula óssea, região onde o sangue é produzido. “É preciso reforçar para a sociedade como é importante o ato de doar sangue”, destaca.

A pandemia ainda afetou a realização de transplante de doações de medula. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, de janeiro a junho deste ano foram realizados, houve uma queda em torno de 17% de 2019 (3.805) para 2020 (3.195). Felizmente, os números deste ano já demonstram uma retomada, de janeiro a junho foram realizados 1.583 transplantes de medula contra 1.302 no mesmo período do ano passado. “Aos poucos estamos retomando o fluxo de antes da pandemia”, observa.

Terapia celular

Vanderson também chega ao Rio com uma importante missão, liderar a futura unidade de Transplante de Medula e de Terapia Celular da São Vicente, que será inaugurada no ano que vem. “Vamos ser um centro de referência no país”, afirma o hematologista, que aponta que o futuro dos tratamentos hematológicos são as terapias celulares avançadas, como a chamada CAR-T Cells. Elas são células de defesa do organismo, que são extraídas e moldadas em laboratório para combaterem o tumor. Depois, são infundidas de volta ao paciente, ou seja, agem reprogramando as próprias células do paciente contra a doença.

Ele fala sobre o futuro da hematologia com conhecimento de causa. Em paralelo às consultas e cirurgias, o hematologista desenvolve um vasto trabalho de pesquisa. Ele já publicou mais de 300 artigos científicos, coordenou o grupo de leucemias do grupo europeu de transplante de medula óssea e desenvolveu estudos sobre de transplante simples e duplo de células do cordão umbilical. “Hoje, sem dúvida nenhuma, a terapia celular avançada é a esperança para pacientes com leucemia, linfoma ou mieloma que não respondem aos tratamentos tradicionais, como quimioterapia e transplante de medula”, afirma.

Clínica São Vicente promove debate sobre os cuidados com o câncer de mama antes, durante e depois da gravidez

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Médicos lotaram o auditório da Clínica São Vicente

A Clínica São Vicente e a Oncologia D’Or promoveram, no final de março, o Fórum “Câncer de Mama e Gravidez: Antes, Durante e Depois”. Coordenado pelo oncologista José Bines, o evento teve a participação de 18 palestrantes, que destacaram a necessidade de uma coordenação integrada das diversas especialidades envolvidas no cuidado da junção câncer de mama e gravidez. Além de oncologistas, o encontro teve a participação de outras especialidades como pediatra, psiquiatra, ginecologista, radiologista, além de uma paciente que compartilhou a sua experiência.

Quais as limitações do câncer de mama em relação à futura gravidez, o risco para o feto, como preservar a fertilidade, a cirurgia durante a gravidez, a possibilidade de adoção e questões jurídicas relacionadas ao término da gravidez foram alguns dos temas abordados ao longo do evento. O câncer de mama é diagnosticado em 1 em cada 3000 mulheres grávidas. Mas o câncer de mama é o tipo mais comum de câncer diagnosticado durante a gravidez, durante a amamentação ou no primeiro ano após o parto.

Esse foi o primeiro de uma série de encontros que a Clínica São Vicente promoverá ao longo do ano, com o objetivo de colocar em debate temas atuais para os profissionais de saúde, visando um atendimento humanizado e de qualidade para os pacientes.