Secretaria de Saúde do Rio confirma surto de sarampo em Paraty

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio confirmou hoje (22) que dos 13 casos de sarampo ocorridos até o momento, no Rio de Janeiro, 12 foram registrados no município de Paraty, na Costa Verde fluminense. Apesar de não terem sido registrados novos casos, segundo o assessor Alexandre Chieppe, a secretaria continua monitorando a situação na cidade. O último caso foi notificado em 14 de maio. Desde então, não teve mais nenhuma confirmação na cidade.

“A preocupação [com o município existe], mas é menor”, disse o médico. Segundo ele, os casos ocorridos em Paraty estão relacionados a um surto da doença, ou seja, uma pessoa transmite para outra. Mas afirmou que não há espalhamento de sarampo na região. “Agora, não temos casos novos acontecendo em Paraty”, ressaltou.

O estado do Rio de Janeiro tem ainda 30 casos suspeitos de sarampo, espalhados por vários municípios. Na capital fluminense, foi confirmado um caso, de uma mulher moradora no município, mas que foi infectada em Santos, durante uma viagem de cruzeiro. Segundo Chieppe, 95% dos casos suspeitos não são confirmados.

Na campanha de vacinação efetuada no ano passado, foi atingida cobertura de 96% da população. Este ano, como a vacina é dada em duas doses, Chieppe disse que não há ainda dados fechados.

Porém, devido ao surto de sarampo que está ocorrendo no vizinho São Paulo, o alerta da secretaria é para que as pessoas se dirijam aos postos de saúde e se vacinem, principalmente quem pretende ir para São Paulo ou viajar para o exterior. Quem já se vacinou anteriormente, mas não pode confirmar, deve se vacinar outra vez, recomendou o especialista da SES.

Sarampo é confirmado em navio e 9 mil pessoas são vacinadas em Santos

Cerca de nove mil passageiros e tripulantes do navio MSC Seaview recebem imunização hoje (20) contra o sarampo, no Porto de Santos (SP), após tripulantes terem contraído a doença. Exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz confirmaram que seis funcionários do transatlântico foram infectados.

A prefeitura de Santos e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviam hoje 110 profissionais para aplicar as vacinas, não apenas nos passageiros que desembarcam, que somam 4,5 mil pessoas, mas também entre aqueles que ingressam na embarcação: 4,5 mil pessoas.

O navio atracou em Santos no último sábado (15) com 13 suspeitas de rubéola entre os tripulantes. Após vistoria da Anvisa, o transatlântico seguiu para Santa Catarina com esses funcionários em local isolado dentro da embarcação.

O resultado dos exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, entretanto, descartou a infecção por rubéola. Na chegada à cidade catarinense, 1,3 mil tripulantes foram imunizados.

Segundo a MSC, os hóspedes foram alertados sobre os sintomas da doença e um centro médico no navio ficou à disposição gratuitamente. Os tripulantes ficaram isolados em suas cabines e receberam todo o atendimento médico necessário, informou a companhia.

De acordo com o Ministério da Saúde, o sarampo é uma doença grave, transmitida por vírus, e extremamente contagiosa. A transmissão ocorre pela fala, tosse e espirro.

As complicações infecciosas provocadas pela doença são especialmente perigosas em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo.

A vacina, disponibilizada na rede pública de saúde, deve ser aplicada em uma dose aos 12 meses de idade e outra aos 15 meses. Pessoas de cinco a 29 anos recebem duas doses da vacina. Quem tem mais de 30 anos receberá uma dose.

Em 2018, sarampo teve vacinação abaixo da meta em 49% dos municípios

Dados preliminares do ano passado divulgados hoje (14) pelo Ministério da Saúde indicam que, dos 5.570 municípios brasileiros, 2.751 (49%) não atingiram a meta de cobertura vacinal contra o sarampo, que deve ser igual ou maior que 95%. Os dados são ainda mais preocupantes nos estados que registram surto da doença – no Pará, 83,3% dos municípios não atingiram a meta; em Roraima, o índice é 73,3% e, no Amazonas, 50%.

Segundo nota divulgada pela pasta, a baixa cobertura vacinal e a necessidade de ampliar a imunização contra doenças que já haviam sido eliminadas ou erradicadas, mas que voltaram a circular no país, levaram o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a propor um novo pacto sobre vacinação. A proposta foi feita nesta quinta-feira em reunião da Comissão Intergestores Tripartite, que conta com representantes das secretarias estaduais e municipais de Saúde, além do governo federal.

“Nós vamos ter que refazer o pacto sobre vacina neste país. O índice de vacinação está perigosamente baixo. Alguns estados dizem que está muito bom, mas enquanto todos os estados não estiverem com níveis elevados de vacinação, os caminhos estarão abertos para a disseminação do vírus”, alertou Mandetta durante o encontro.

Números

Os dados mais atualizados do Ministério da Saúde sobre sarampo são do dia 28 de janeiro e contam com informações repassadas pelas secretarias estaduais de Saúde. Atualmente, três estados apresentam transmissão do vírus: Amazonas, com 9.803 casos confirmados; Roraima, com 355; e Pará, com 62.

De fevereiro de 2018 a 21 de janeiro deste ano, foram confirmados 10.302 casos da doença no Brasil. Permanecem em investigação 50 casos nos estados de Roraima, do Amazonas e do Pará, sendo 33 notificados pelos estados em janeiro e início de fevereiro deste ano.

“Os estados e municípios estão investigando os casos e aguardam resultado dos exames laboratoriais para melhor entendimento do cenário de 2019”, informou o ministério.

Opas pede a países das Américas que vacinem todos contra o sarampo

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), está alertando os países das Américas a redobrar os esforços para vacinar suas populações contra o sarampo. Reforçar a vigilância para detectar possíveis pacientes e implementar medidas para responder com rapidez a casos suspeitos também são essenciais. A informação é da ONU News

O alerta da Opas acontece após a confirmação de casos de sarampo em nove países das Américas. Somente a Venezuela teve mais de 885 casos, sendo 159 apenas este ano. Segundo a agência da ONU, 14 pessoas foram confirmadas com sarampo no Brasil e 13 nos Estados Unidos. Casos foram registrados também no Canadá, no México e no Peru.

O sarampo foi declarado eliminado das Américas em 2016, sendo que a região foi a primeira do mundo a eliminar o sarampo, a rubéola e a síndrome da rubéola congênita, graças a 22 anos de campanhas de vacinação em massa contra as três doenças.

Entretanto, devido aos novos casos de sarampo, que é altamente contagioso, a Opas está pedindo novamente para que as duas doses da vacina MMR sejam aplicadas na população de todos os municípios das Américas.

Sintomas

O sarampo, uma das doenças mais contagiosas, afeta principalmente crianças. É transmitido pelo ar e pelo contato com secreções de pessoas infectadas. Entre os sintomas, estão febre alta e manchas avermelhadas pelo corpo, podendo causar sérias complicações como cegueira, encefalite, diarreia severa, infecções de ouvido e pneumonia.

No Brasil

O governo brasileiro pediu anteontem (21) ajuda ao presidente da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, para alterar o acordo assinado entre membros da Opas, para conseguir obrigar venezuelanos a tomar vacinas ao entrar em território brasileiro. A informação foi dada em Brasília pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, em evento na Câmara dos Deputados.

O pedido foi feito em razão do grande número de casos de sarampo que têm sido notificados em Roraima, a partir da vinda de venezuelanos para o Brasil. Segundo o ministro, o Brasil já registrou óbitos e tem 100 casos de sarampo notificados, três deles em brasileiros.