Gripe já matou 99 pessoas no Brasil; vacinação segue até 31 de maio

Até 27 de abril, pelo menos 535 pessoas foram hospitalizadas este ano no Brasil por síndrome respiratória aguda grave causada por influenza e 99 morreram em decorrência do quadro.

De acordo com o Ministério da Saúde, do total de óbitos, 90% ocorreram em pessoas que já apresentavam fatores de risco para a gripe, como idosos, pacientes com doença crônica, crianças, gestantes, indígenas e puérperas.

O novo boletim epidemiológico revela que o vírus H1N1 é predominante no país, até o momento, e responsável pela maior parte das mortes por influenza – sozinho, ele responde por 254 casos e 89 óbitos. Foram identificados ainda 54 casos de influenza A (H3N2); 38 de influenza A não subtipado; e 62 casos de influenza B. Outros 127 casos, segundo a pasta, ainda não tiveram o subtipo identificado.

Ainda de acordo com o levantamento, nos primeiros meses de 2019, a circulação de vírus do tipo influenza se deu com maior intensidade e de forma localizada no Amazonas, que registrou 139 casos e 35 óbitos. O estado de São Paulo também se destaca, com 107 casos e 7 óbitos.

Outros estados registraram mortes são: Paraná (11); Pará (7); Espírito Santo (6); Tocantins (5); Rio Grande do Norte (4); Ceará (3); Rondônia (3); Acre (2); Alagoas (2); Sergipe (2); Rio de Janeiro (2); Santa Catarina (2); Mato Grosso do Sul (2); Amapá (1); Bahia (1); Minas Gerais (1); Rio Grande do Sul (1); Mato Grosso do Sul (1), além do Distrito Federal (1).

Campanha

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começou no dia 10 de abril e segue até 31 de maio em todo o país. Devem receber a dose trabalhadores da saúde; indígenas; idosos; professores; pessoas com doenças crônicas e outras categorias de risco clínico; população privada de liberdade, incluindo jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas; funcionários do sistema prisional; e profissionais das forças de segurança e salvamento.

O último balanço da vacinação mostra que, até a última terça-feira (7), 45,3% da população prioritária havia sido imunizada. Entre os grupos, as puérperas registraram maior cobertura vacinal (64,3%), seguido por idosos (52,5%), gestantes (51,2%), crianças (48%) e indígenas (45,1%).

Os grupos que menos se vacinaram foram profissionais das forças de segurança e salvamento (10,9%), população privada de liberdade (11,9%), pessoas com comorbidades (34,3%), funcionários do sistema prisional (35,8%), trabalhadores de saúde (40,3%) e professores (41,2%).

Investir em prevenção para garantir a saúde financeira das empresas

A saúde do funcionário reflete em sua produtividade

Os planos de saúde respondem hoje por até 15% de toda a folha a de pagamento de uma empresa, representando a segunda maior despesa das organizações. Frente a esse cenário, o diretor médico da Med-Rio Check Up, Gilberto Ururahy, relata que deveria ser parte das estratégias das organizações incentivar os funcionários a adotar hábitos saudáveis, para reduzir os gastos com o benefício. Ele também observa que é importante que as empresas tenham o suporte de quem conhece sobre saúde.

Gilberto Ururary alerta que a gestão de saúde nas empresas precisa ser feita por que conhece o assunto

“Em muitos casos, é o RH o responsável pelos programas promoção de saúde nas organizações. Mas, na maioria das vezes, os profissionais de recursos humanos são leigos sobre gestão de saúde. O resultado é que contratam serviços sem conhecimento, o que aumenta o desperdício e não alcança os resultados almejados”

Segundo estudos, cerca de 70% das doenças têm relação com o estilo de vida da pessoa. Isso significa dizer que basta mudar os hábitos de vida, para que reduza a incidência da maior parte de enfermidades. “Imagina o quanto uma empresa, com uma gestão de saúde correta, pode economizar com os elevados custos dos planos de saúde”, destaca o diretor médico da Med-Rio, que também observa que a redução do uso do benefício diminui a sinistralidade. “Isso coloca a empresa numa situação favorável na hora de negociar a renovação do contrato com a operadora”.

Os hábitos de vida também refletem na produtividade dos funcionários. Ururahy, que também é um dos principais especialistas em medicina preventiva no país, alerta que estudos mostram que profissionais que não conseguem se concentrar no trabalho devido à má condição de saúde chegam a ter sua produtividade reduzida em quase oito vezes. O que se vê em muitos desses casos é o presenteísmo, a condição de estar presente no local de trabalho, mas com rendimento reduzido.

“A área de RH sabe o quanto é oneroso substituir um profissional estratégico que se afastou de suas funções, subitamente, por razões de saúde. É oneroso sobre vários prismas: da segurança empresarial, da quebra da engrenagem com consequente perda de resultados, além da falta de segurança, baixa do bem-estar entre os pares e aumento do absenteísmo”, relata.

Ministro faz apelo para público-alvo se vacinar contra a gripe

Com o início, hoje (10), da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez um apelo para que o público-alvo compareça às unidades de saúde para se imunizar. A expectativa, de acordo com o Ministério da Saúde, é imunizar 58 milhões de pessoas até o dia 31 de maio.

O chamado do ministro foi feito principalmente aos grupos prioritários dessa primeira fase da campanha, que vai de 10 a 18 de abril, que são as crianças de 6 meses a menores de 6 anos; as grávidas e as puérperas, mulheres até 45 dias após o parto. Neste ano, a faixa etária do público infantil foi ampliada de crianças menores de 5 anos para até menores de 6 anos, incluindo 2,8 milhões de crianças na campanha.

O chamado foi feito pelo ministro durante cerimônia, em Porto Alegre, que marcou o lançamento oficial da campanha. “Serão doses de vacina onde vamos garantir o inverno para aqueles que necessitam e evitar que aquela gripe se transforme em pneumonia, em tristeza e óbito”, disse Mandetta.

Doses

O governo federal enviou aos estados 63,7 milhões de doses da vacina.

A partir de 22 de abril, todo o público-alvo da campanha poderá receber a dose. Fazem parte desse grupo os trabalhadores da saúde, povos indígenas, idosos, professores de escolas públicas e privadas, pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais, jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade.

A vacina

O Ministério da Saúde informou que houve alteração de duas cepas na vacina, em relação ao ano passado. Por isso, recomenda que os grupos selecionados, ainda que já tenham sido imunizados anteriormente, recebam a nova dose este ano.