Quando o RH solicita saúde

Gilberto Uurahy é diretor médico da Med-Rio Check- Up

Cobrar um pênalti, é papel do Presidente de um clube de futebol, afirmam, com propriedade, os filósofos deste esporte, dada a importância da ação, às vezes, decisiva para o certame.

Assim, também, em uma empresa, a saúde do integrante, deveria compor o programa de ação do presidente da organização, face importância que o tema envolve.

Entretanto, a área de RH é a protagonista da transformação nas organizações, capacita as pessoas na busca por melhores resultados, tem força e influencia sempre por estar próxima aos integrantes.

O homem é o maior ativo de uma empresa. Somente ele é capaz de criar, desenvolver e perpetuar o negócio. A saúde é o seu combustível, o que lhe permite evoluir em todas as suas dimensões. Preservá-la, praticar a prevenção é um ato de autoestima, de responsabilidade consigo, com sua família, com a empresa e com a sociedade.

Quando iniciávamos os nossos trabalhos em medicina preventiva, em 1990, o check-up médico era entendido nas empresas como um “benefício” para seus profissionais estratégicos.

Hoje, está claro, que o programa de exames periódicos para executivos é uma importante ação de segurança empresarial. É tranquilizador para uma organização contar com seus RHs que decidem, em plena saúde. A área de RH sabe o quanto é oneroso substituir um profissional estratégico que se afastou de suas funções, subitamente, por razões de saúde. É oneroso sobre vários prismas: da segurança empresarial, da quebra da engrenagem com consequente perda de resultados, além da falta de segurança, baixa do bem-estar entre os pares e aumento do absenteísmo – doença.

O check-up médico é um conjunto de avaliações clínicas, de exames complementares de imagem e laboratoriais que permite ao indivíduo conhecer os fatores de risco para a sua saúde, diagnosticar possíveis doenças precocemente e, em conjunto com seu médico, desenvolver programas de promoção à saúde, a partir de mudanças no seu estilo de vida.

Em uma organização, a área de RH é aquela que solicita o serviço de check-up médico para sua população de executivos. No entanto, é a área de compra ou suprimentos que busca no mercado as clínicas que prestam o serviço. A responsabilidade para quem compra serviços de saúde é muito grande! Após 29 anos liderando o mercado de check-up médico no Brasil e tendo realizado mais de 130mil exames preventivos em homens e mulheres das maiores empresas estabelecidas no nosso país, sugerimos algumas ações importantes para que a contratação tenha o resultado adequado e satisfatório para os usuários desses serviços e para empresa contratante no que tange a qualidade, inovação, segurança e encantamento da prestação de serviços.

Assim, eis algumas considerações importantes para a área de RH / Suprimentos.

Visitar sempre as clínicas prestadoras de serviços e indagar por:

* Curriculum Vitae da equipe médica que examinará seus executivos e ter a convicção que todas as avaliações e exames serão realizados por médicos;

* Saber qual o laboratório (visitar de preferência) que realizará as análises clínicas dos materiais coletados de seus clientes;

* A clínica prestadora de serviço possui um Código de Conduta? Pratica Compliance?

* Os equipamentos utilizados para complementar os diagnósticos são calibrados e atualizados permanentemente?;

* Existe uma central de esterilização, no seio da clínica, para preparo dos equipamentos de uso invasivo?;

* Todos os equipamentos necessários para uma avaliação da saúde da mulher existem na clínica?;

* A clínica prestadora de serviço possui Certificações internacionais – ISO 9001-2008 (norma e procedimentos) e ISO 9001-2015 (qualidade)?;Definir imagem destacada

* A clínica prestadora de serviço está adequada à nova Lei de proteção de dados? Os resultados liberados para os clientes são protegidos / criptografados?;

* A empresa contratante / área de RH recebe ao término do programa anual de check-up médico, um perfil de saúde da população examinada?;

* A clínica prestadora de serviço promove a “consulta de retorno” do cliente a fim de dirimir dúvidas quanto aos exames realizados e para a elaboração individual de programas de promoção à saúde, face fatores de risco identificados?;

* As instalações da clínica estão a altura das exigências de seus usuários?;

São todas orientações básicas que podem e devem ser adotadas pelas áreas de RH e Suprimentos das empresas e, também, por corretoras de saúde, empresas de Medicina de Grupo e seguradoras de saúde.

Tomar decisão para contratação de serviço de saúde, sem conhecer os prestadores in loco se utilizando de e-mails e propostas, sem realizar uma visita técnica, é uma decisão extremamente frágil e arriscada para os usuários.

Saúde requer qualidade, inovação permanente, segurança nos procedimentos, responsabilidade de quem contrata. Consequentemente, a confiança e o encantamento dos clientes-usuários serão reconhecidos.

Inovação e Tecnologia na Gestão de Saúde

A gestão de saúde é, hoje, um dos temas mais urgentes dentro das organizações. A questão vai além do controle de custos. Contribuir para a qualidade de vida dos funcionários também reflete no engajamento, no clima das organizações e, inclusive, na produtividade. Discutir os principais desafios nos tempos atuais e estratégias que contribuam para assegurar uma gestão cuidadora é o objetivo do II Fórum de Gestão de Saúde da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ). O evento será nos dias 26 e 27 de março, no auditório da Firjan. Inscrições no site da associação www.abrhrj.org.br

“Vamos abordar todos os aspectos da gestão de saúde. Por exemplo, as perspectivas da saúde suplementar, bem como seus impactos nas organizações. Um painel levará três empresas compartilhando práticas, como atuam de forma de forma preventiva e conseguem reduzir a sinistralidade do plano de saúde. E teremos, ainda, a apresentação de uma pesquisa que aponta a prevenção como a melhor forma de reduzir os custos com o benefício”, destaca a vice-presidente da ABRH-RJ e uma das responsáveis pela organização do Fórum, Rosana Rosa.

Especialistas e autoridades debaterão temas como as tendências do cenário da saúde nas organizações, perspectivas e inovações, como promover uma boa gestão e bem-estar dos funcionários e como transformar custos em resultados.

“Teremos atividades práticas, como mindfulness, onde os participantes vivenciarão experiências que poderão levar para suas empresas e cultivar o equilíbrio emocional no trabalho, fomentando a mudança de hábitos e a busca por ambientes mais saudáveis e colaborativos”, revela Leila Felício, presidente do conselho deliberativo da ABRH-RJ e gestora do Fórum deste ano.

O Fórum também pretende propor uma reflexão sobre a transformação tecnológica que ocorre, hoje, na saúde. Big data, inteligência artificial e internet das coisas farão parte de um painel que promete trazer muita inovação. Já a telemedicina também estará em alta no encontro. A questão que vem provocando um intenso debate no setor médico. “O atendimento médico à distância pode ser uma boa alternativa para funcionários que morem longe dos grandes centros. Mas como fica o lado humano da medicina nesses casos? Essa é uma ponderação que precisa ser feita”, destaca Rosana.

A participação feminina no mercado de saúde

denise eloi
Denise Eloi é CEO no Instituto Coalizão Saúde

Nos últimos 20 anos, foi possível observar mudanças interessantes no que diz respeito à inserção das mulheres no mercado de trabalho e à igualdade de gênero na sociedade. Apesar de o relatório “Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências para Mulheres 2018”, publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) às vésperas do último Dia Internacional da Mulher, não mostrar números muito animadores – diferença de 26,5% entre a presença feminina e masculina no mercado de trabalho global, acentuada em países emergentes como Brasil, China e Índia – é indiscutível a evolução das últimas décadas.

Ao olhar para a área da saúde, essa evolução é ainda mais acentuada. Atualmente, nos Estados Unidos, as mulheres representam 78,4% da força de trabalho na área da saúde e assistência social, incluindo uma hegemonia de 92,8% na ocupação de assistente médico; já a participação feminina em cargos executivos ou de diretoria é de apenas 13,5%. Na visão dos especialistas, no entanto, essa grande lacuna está prestes a diminuir: levantamento recente do American College of Healthcare Executives mostra que, em 15 anos, é esperado que 37% a 47% de mulheres ocupem cargos de liderança no país.

No Brasil, houve um salto significativo na quantidade de mulheres médicas nos últimos 100 anos. Em 1910, a população médica feminina e masculina era de 2.956 e 10.314, respectivamente, o que representava 250% mais profissionais do sexo masculino; em 2010, esse número caiu para 50%, com 145.568 mulheres e 219.189 homens. A diferença ainda é significativa, mas o avanço também.

Ampliando o escopo para a ciência no geral, o cenário também é positivo. O Gender in the Global Research Landscape mostra que, na área da ciência, o Brasil é líder mundial em relação a igualdade de gênero: 49% de toda produção científica do país é feita por mulheres – Portugal atinge a mesma porcentagem, mas o Brasil lidera em termos de quantidade. Esses números colocam o Brasil na frente de potências científicas como Dinamarca, Japão, EUA e União Europeia. Outro dado animador é que, ao comparar os períodos 1996-2000 e 2011-2015, a participação feminina é crescente em todos os países com o passar do tempo, mostrando uma tendência.

Assim como ocorre em diversos setores, a participação feminina na área da saúde, apesar de significativamente menor que a dos homens, é crescente. Como as estatísticas mostraram, as mulheres já dominam alguns cargos técnicos e estão, cada vez mais, ocupando cargos de tomada de decisão. A tendência para o futuro é de avanço, e cabe a cada um dentro desse mercado promover mudanças que possibilitem mais inclusão e representatividade feminina no mercado de trabalho, nas mais diferentes áreas e funções.

South America Health Exhibition reunirá mias de 200 marcas o setor da saúde

A SAHE – South America Health Exhibition, feira premium que acontecerá entre os dias 12 e 14 de março no Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo, apresentará para o público mais de 200 marcas do setor da saúde. Para os expositores, a feira oferecerá um ambiente intimista e facilitador para relacionamentos e negócios. Com o objetivo de potencializar ainda mais os negócios, o programa Buyers Club realizará reuniões com expositores e compradores de instituições de saúde de todo o país.

Já os congressistas poderão assistir a mais de 20 fóruns que acontecerão durante os três dias da feira. A entrada é gratuita para os visitantes da feira.

Além de homenagens e encontros que acontecerão durante a SAHE, vale ressaltar o grande encerramento da feira: a premiação do 100 Mais Influentes da Saúde. O prêmio que chega à sua sétima edição e homenageia os profissionais de toda a comunidade de saúde que mais se destacaram no setor neste último ano.