Profissional saudável faz bem a empresa

Gilberto Ururahy reduzida
Gilberto Ururahy é diretor médico da Med-Rio Check-up

Um estudo publicado no Archives of Internal Medicine, da Associação Médica Americana, mostrou que três hábitos, adotados em conjunto, respondem por uma redução de 80% no risco de desenvolvimento das doenças crônicas mais comuns e que causam o maior número de mortes no mundo todo. Os hábitos são: alimentação equilibrada, atividade física regular e dormir bem. Todos esses hábitos refletem diretamente no estilo de vida saudável, que é o antídoto para todas as doenças crônicas.

Para comprovar o impacto dos hábitos saudáveis na redução de risco das doenças, pesquisadores do Centro para Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta, nos EUA, analisaram dados de 23.513 pessoas de 35 a 65 anos de idade, na população da Alemanha. Os dados fazem parte de um extenso estudo realizado em vários países da Europa, chamado Investigação Europeia Prospectiva em Câncer e Nutrição (Epic, na sigla em inglês).

A maioria dos participantes adotava de um a dois desses hábitos, menos do que 4% não seguiam nenhum e 9% mantinham os três hábitos de vida recomendados. Passados cerca de oito anos do início do estudo, 2.006 participantes apresentaram novos casos de diabetes (3,7%), infarto (0,9%), derrame (0,8%) ou câncer (3,8%).

O quadro acima também deveria ser uma preocupação para as empresas brasileiras, pois as doenças cardiovasculares atingem cerca de 30% da população em nosso país. Estudos mostram que profissionais que não conseguem se concentrar no trabalho devido a má condição de saúde chegam a ter sua produtividade reduzida em quase oito vezes. O que se vê em muitos desses casos é o presenteísmo, a condição de estar presente no local de trabalho, mas com rendimento reduzido. Naturalmente, funcionários mais produtivos geram mais resultados para a organização. Há também o peso que a incidência de doenças cardíacas pode ocasionar aos custos da organização, seja com processos de seleção para substituir um funcionário afastado ou devido ao uso do plano de saúde.

Adotar hábitos de vida saudáveis proporciona benefícios a todas as esferas a vida. Significa, por exemplo, ter mais energia para lidar com o corre-corre da rotina diária. A pessoa também tende a desenvolver melhor relacionamento interpessoal com colegas, se comunica mais facilmente e se sente mais confiante. Todos esses fatores juntos possibilitam um melhor desempenho no trabalho e, por consequência, mais chances de alcançar uma promoção e construir uma carreira na organização. Além disso, uma boa qualidade de vida também se reflete em outros aspectos da experiência pessoal. Se a saúde tende a melhorar, fazendo com que haja mais resistência a doenças físicas e psíquicas, a autoestima também aumenta, resultando em maior ganho emocional.

Os participantes do estudo que adotaram o maior número de bons hábitos foram os que menos apresentaram doenças. Entre os que mantinham todos os três hábitos, o risco de ter essas doenças foi 78% menor em termos gerais. A redução do risco de desenvolver diabetes foi de 93%; a chance de ter infarto foi 81% menor; e a de ter derrame, 50% menor. Toda mudança de hábito exige vontade e disciplina. Ações voltadas para a prevenção desenvolvidas pelas organizações podem auxiliar a enfrentar esse desafio, ao buscar conscientizar o seu quadro de funcionários e, por consequência, melhorará os resultados do negócio.

Rio já tem 47 mortes confirmadas por febre amarela

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou ontem (28) novas mortes por febre amarela no estado. O Rio já soma 47 mortes e 103 casos confirmados da doença, em 21 municípios de várias regiões. O maior número de mortes foi registrado em Angra dos Reis, que soma 11, de um total de 21 casos. Em Teresópolis e Valença, foram seis mortes em cada município. Em Nova Friburgo e Cantagalo, foram três mortes (cada).

Quatro municípios registraram duas mortes: Rio das Flores, Sumidouro, Engenheiro Paulo de Frontin e Trajano de Moraes. Também tiveram mortes as cidades de Miguel Pereira, Duas Barras, Vassouras, Paraíba do Sul, Carmo, Maricá, Mangaratiba, Piraí, Cachoeiras de Macacu e Rio Claro. Em dois lugares houve casos registrados, mas não mortes: Petrópolis e Paty do Alferes.

A Secretaria de Saúde ainda confirmou mortes de macacos com febre amarela nos municípios de Niterói, Barra Mansa, Angra, Valença, Miguel Pereira, Volta Redonda, Duas Barras, Paraty, Engenheiro Paulo de Frontin, Araruama e Seropédica. A Secretaria ressalta que os macacos não são responsáveis pela transmissão da febre amarela. A doença é transmitida por meio da picada de mosquitos.

Mérito na saúde

Medalha Oswaldo Cruz
Lottenber recebe a medalha do presidente Michel Temer e do ministro da Saúde, Ricardo Barros

O oftalmologista Claudio Lottenberg recebeu nesta terça-feira, 27 de fevereiro, a medalha de mérito Oswaldo Cruz, concedida pela Presidência da República aos destaques na área da Saúde, por sua contribuição ao bem-estar da sociedade. O médico é presidente do UnitedHealth Group Brasil – grupo ao qual pertence a Amil,  a maior operadora de saúde do país – e presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein. O marco mais recente de sua gestão foi a inauguração, em 2017, do Centro de Treinamento Edson Bueno – um investimento de R$ 32 milhões. Localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, o centro abriga a quarta unidade mundial do IRCAD (Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica). Mais de 500 médicos de diversas nacionalidades foram treinados pela filial carioca do instituto, que já é referência em aprimoramento médico na América Latina.

Medalha Oswaldo Cruz Balestrin e Lottenberg
Lottenberg recebe abraço do presidente da Anahp, Francisco Balestrin

Brasil deve ter 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019

O Brasil deve registrar cerca de 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019, divulgou nesta sexta-feira (2) o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) na Estimativa 2018 de Incidência de Câncer no Brasil. O câncer de pele não melanoma é o mais frequente no país, e a segunda posição é ocupada pelo câncer de próstata, para homens, e de mama, para mulheres.

Considerado menos letal, o câncer de pele não melanoma deve ter cerca de 165 mil novos casos diagnosticados por ano. Se esses casos não forem levados em consideração, as mulheres brasileiras terão como tipos de câncer mais incidentes o de mama (59 mil casos), de intestino (com quase 19 mil) e o de colo de útero (16 mil).

Entre os homens, a próstata é a parte do corpo que deve ser mais acometida pela doença, com 68 mil casos, seguida pelo pulmão, com 18 mil, e o intestino, com 17 mil.

O perfil da incidência de câncer no Brasil varia de acordo com a região, se assemelhando mais a países desenvolvidos nas Regiões Sul e Sudeste, com mais tumores de intestino e menor incidência de câncer de colo de útero em mulheres e estômago em homens.

Nas regiões Nordeste e Norte, o câncer de estômago tem uma incidência maior entre homens, e o câncer de colo de útero ainda está mais presente entre as mulheres. Esses dois tipos de câncer são mais associados a infecções, possuem maior potencial de prevenção e têm maior incidência em países menos desenvolvidos.

Os homens devem apresentar mais casos de câncer que as mulheres em 2018, com cerca de 300 mil casos, enquanto elas devem ter 282 mil novos casos.

Ao apresentar os dados, o Inca exibiu vídeos de pessoas que se curaram de câncer e reforçou a campanha contra a estigmatização da doença, que tem como slogan “o câncer não pode acabar com a vontade de viver”.

O instituto reforçou também a necessidade de combater a desinformação sobre a doença, promovendo um debate sobre fake news, saúde e câncer. A diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho Mendes destacou que as notícias falsas podem afastar as pessoas do tratamento correto e gerar frustrações.

“A proliferação de mensagens falsas e incompletas leva muitos a seguir conselhos que na maioria das vezes são desprovidos de qualquer embasamento científico”, disse a diretora ao destacar que um terço dos casos de câncer podem ser evitados, por serem associados a fatores como o tabagismo, a inatividade física, a obesidade e infecções como o HPV.