Governo de Minas registra mais duas mortes por febre amarela

O governo de Minas Gerais comunicou, na segunda-feira (15), a morte de mais duas pessoas por febre amarela no estado. Um dos casos é de um paciente que estava internado em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, já considerado no levantamento anterior ao apresentado ontem, divulgado no dia 11.

O outro caso ocorreu no município de Goianá, próximo a Juiz de Fora. A confirmação teve como base testes feitos pela Fundação Ezequiel Dias. Com os novos registros, o estado já contabiliza 11 mortes, de um total de 46 casos confirmados, de julho do ano passado até agora.

No início deste mês, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais afirmou que o cenário atual da febre amarela pode ser classificado como a maior epidemia da doença no país, acrescentando, na última terça-feira (9), que a cobertura vacinal no estado é de 81%, “índice muito superior ao mesmo período de 2017”. A pasta decidiu reunir, a partir desta semana, dados atualizados em boletins semanais.

Na sua avaliação, essa sistematização é adequada por aliar exames laboratoriais a investigação de campo (investigação epidemiológica), feita pela própria secretaria, que inclui informações como a localidade do paciente infectado, o que auxilia no rastreamento de epizootias (morte de primatas) e facilita o planejamento de ações.

Contágio e vacinação

Nas áreas silvestres, isto é, rurais ou de florestas, a febre amarela é transmitida pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes. O vírus é transmitido por macacos dos gêneros Allouata (guariba), Cebus (macaco prego), Atelles e Callithrix. Outros mamíferos podem ser reservatórios, como alguns marsupiais e roedores. Após alguns dias contaminado, o mosquito do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, passa a ser capaz de infectar humanos.

A melhor forma de evitar a febre amarela é por meio da vacinação, que é oferecida durante todo o ano nas unidades de saúde e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para zonas de risco, que incluem áreas próximas a rios e cachoeiras.

Febre amarela matou 12 pessoas no estado de São Paulo desde o ano passado

O surto de febre amarela no estado de São Paulo já causou 12 mortes desde o ano passado e uma pessoa segue internada no Hospital das Clínicas, em estado grave. O caso divulgado mais recentemente é o de um homem, de 69 anos, morador de Guarulhos. Ele morreu em 25 de dezembro, após ter sido infectado em sua chácara, em Nazaré Paulista, município localizado próximo ao limite com a cidade de Mairiporã, ao Norte da Grande São Paulo.

Segundo a Secretaria de Saúde de Guarulhos, o resultado da necropsia confirmando a causa da morte foi divulgado neste final de semana, mas a família foi informada sobre os exames solicitados (de leptospirose e febre amarela), no último dia 5. “O homem, morador do Jardim Munhoz, região da Ponte Grande, esteve acompanhado da esposa duas vezes na chácara em Nazaré Paulista, em dezembro”, diz a nota da Secretaria.

A vítima apresentou os primeiros sintomas, no último dia 18 de dezembro, tendo sido encaminhado para atendimento médico, dois dias depois, no Hospital Municipal do Tatuapé, bairro da zona leste da capital paulista, onde ficou internado por um dia. Como houve piora em seu estado de saúde, ele foi transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital particular, mas não resistiu à enfermidade e morreu no dia 25.

De acordo com a prefeitura de Guarulhos, a confirmação de que se tratava mesmo de febre amarela foi transmitida à família, no último dia 5 de janeiro. A prefeitura informou ainda que desde os primeiros casos de mortes de macacos infectados na Serra da Cantareira, a Secretaria Municipal de Saúde vem mantendo ações diversas de imunização. No último sábado, houve vacinação nas Unidades Básicas de Saúde do Jardim Munhoz, Ponte Grande e Cavadas.

Outras duas mortes por febre amarela silvestre, na Grande São Paulo, as primeiras deste ano de 2018, foram confirmadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no último sábado (6). Os casos tiveram origem em Mairiporã.

A prevenção é a melhor opção contra as doenças crônicas

O palestrante Gilberto Ururahy e a diretora da NBCC Glorisabel Garrido

A prevenção é a melhor forma de combater doenças crônicas. Foi essa a diretriz da palestra que o diretor-médico da Med-Rio Check-Up, Dr. Gilberto Ururahy, ministrou nessa terça-feira (05), a convite da Câmara de Comércio Noruega-Brasil (NBCC), no auditório do escritório Vieira Rezende, no centro do Rio de Janeiro.

Ele começou sua apresentação falando sobre a importância de uma abordagem holística para a medicina e destacou que, em um mundo onde a velocidade das coisas obriga o homem a se adaptar constantemente, o estresse crônico é a principal razão para os estilos de vida inadequados.

“Uma pesquisa da Universidade de Harvard mostra que 80% das consultas médicas em todo o mundo têm alguma conexão com o estresse”, comentou Ururahy ao explicar que o papel do check-up é identificar a existência ou a ausência de fatores de risco. “O maior desafio é conseguir fazer com que a pessoa mude o estilo de vida, para isso é preciso entender os hábitos do homem e da mulher modernos”, observou.

Para enfatizar a importância de se rever os hábitos de vida, Ururahy, que é especialista em medicina preventiva e autor de três livros sobre o tema, ainda ressaltou uma pesquisa da Universidade de Stanford que aponta que 73% das mortes no mundo estão relacionadas a questões de estilo de vida.

“Hoje nossos corpos estão pagando pela realidade que estamos vivendo. Mas não faz sentido no estágio atual da medicina o homem se deparar com uma doença em estado avançado, pois há tantas ferramentas disponíveis para detectar uma doença precocemente”, afirmou.

Entretanto, o diretor-médico da Med-Rio salientou que são muitas as situações enfrentadas pelo homem moderno que ajudam a construir um cenário favorável ao desenvolvimento do estresse crônico. Desde situações globais, como uma crise financeira, passando pela pressão no ambiente de trabalho, as responsabilidades dentro de casa e mesmo angústias pessoais podem resultar no desequilibrio físico e emocional. O estresse permanente faz com que os níveis de cortisol e adrenalina aumentem no organismo das pessoas e a produção elevada desses hormônios ocasiona efeitos como depressão, ganho de peso, insônia e hipertensão.

“O estresse crônico é uma patologia e, mais cedo ou mais tarde, o corpo humano atingirá o seu limite. O resultado final é um aneurisma, um ataque cardíaco ou um câncer”, explicou.

Sem um estilo de vida adequado e equilibrado haverá uma deterioração da saúde do indivíduo. Levantamento da Med-Rio feito a partir dos mais de 120 mil check-ups realizados nos seus 27 anos de existência ratificam esse cenário. Os dados do Med-Rio também mostram que o excesso de peso está aumentando, o uso de álcool, especialmente entre as mulheres, também está crescendo e, hoje, entre os executivos, as mulheres estão fumando mais do que os homens.

Ururahy enfatizou que os dados da saúde das mulheres são extremamente preocupantes. “A Socidade Brasileira de Cardiologia aponta que, hoje, há uma epidemia de infarto do miocárdio em mulheres jovens”.

O diretor-médico da Med-Rio observou que as pessoas, de uma forma geral, sabem que precisam rever os seus hábitos, a questão é que não conseguem mudar sozinho. Nesse sentido, Ururahy destacou o papel do Wellness coaching, serviço oferecido pela clínica após a realização do check-up e voltado justamente para dar o suporte necessário à mudança de comportamento essencial a um estilo de vida saudável.

Praticar atividades físicas regulares; ter uma alimentação saudável, equilibrando proteínas, carboidratos e lipídios; ter uma boa noite de sono; evitar estimulantes; cuidar bem do cérebro; exercitar a memória; conhcer a si próprio; rir; valorizar os amigos e equilibrar família e trabalho são os comportamentos indispensáveis para garantir uma vida longeva e de qualidade. “Somente caminhar 5km em 40 minutos diariamente ajuda a aumentar a imunidade e atua como antagonista da depressão”, destacou Ururahy.

Fabricantes de cigarro dos EUA começam a veicular alertas contra o fumo

A Justiça dos Estados Unidos determinou que as grandes companhias fabricantes de cigarro do país passem a veicular anúncios nas TVs, rádios e jornais com advertências sobre os riscos e os danos do fumo à saúde. A medida começou a ser cumprida nesse domingo (26), após 11 anos de disputa judicial nos quais as empresas de tabaco vinham recorrendo com recursos.

Após a decisão, empresas de cigarro começaram a cumprir a sentença nesse final de semana, com anúncios em 50 grandes jornais americanos, com advertências de uma página inteira. A Justiça determinou que eles terão de publicar a página ao menos cinco domingos por ano. Na TV, a decisão é que, durante um ano, sejam veiculados 260 anúncios nas maiores redes de TV aberta nacionais, como a ABC, a CBS e a NBS.

Os anúncios têm o foco na prevenção e visam alertar as pessoas para não começarem a fumar. É a primeira vez em 45 anos que as empresas tabagistas são obrigadas a veicular propaganda educativa na TV americana.

As mensagens alertam para os riscos do cigarro para os usuários. “Fumar mata, em média, 1.200 americanos, por dia”, afirma o anúncio, que também destaca que o hábito provoca mais mortes no país do que assassinatos, uso de drogas, acidentes de carro e doenças como a aids.

Histórico

Em novembro de 2006, uma corte federal concluiu que as empresas produtoras de cigarro não estavam falando a verdade sobre os riscos do produto para os consumidores. Na época, a decisão judicial foi tomada a pedido do Departamento de Justiça, que em 1999 havia requerido que as empresas de cigarro destinassem recursos para tratar pessoas com doenças causadas pelo tabaco, como o câncer., como forma de “devolver” os recursos gastos pelo governo no tratamento dessas enfermidades.

Segundo as autoridades de saúde dos Estados Unidos, o cigarro é a principal causa de mortalidade no país. São 480 mil mortes por ano, apesar de a quantidade de fumantes no país estar em queda.
Na década de 1960, 42% da população do país era fumante. Há dois anos, em 2015, o percentual registrado foi de 15%.