ISAGS promove evento para discutir os custos do uso do tabaco para o desenvolvimento dos países sul-americanos

No próximo 01/06, quinta-feira, a partir das 10h, o ISAGS (organismo permanente da União das Nações Sul-Americanas que investiga temas de Saúde na região) promove em sua sede o debate Dia Mundial sem Tabaco – Os custos para o desenvolvimento na América do Sul. O evento acontecerá no marco da data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para lembrar a importância da luta contra o consumo da substância que mata cerca de 6 milhões de pessoas ao ano, uma cifra que, segundo a organização, aumentará para até 8 milhões de mortes anuais em 2030.

O debate será moderado pelo especialista do Instituto em Determinantes Sociais da Saúde, Francisco Armada, que fará um panorama do controle da substância na América do Sul. A pesquisadora Márcia Pinto, do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), apresentará também o estudo inédito: “Carga de doença atribuível ao uso do tabaco no Brasil e potencial impacto do aumento de preços por meio de impostos”. A avaliação, elaborada em 2013 e atualizada este ano, mostra algumas doenças relacionadas ao tabaco (com infartos, doenças isquêmicas, doenças não isquêmicas, AVC, pneumonias…) e o custo das mesmas para os sistemas de saúde no país e em outras nações da região.

Além de Francisco Armada e Márcia Pinto, estarão presentes na mesa os especialistas:

– Tânia Cavalcante, da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ), que comentará os avanços e desafios do Programa Nacional de Controle do Tabagismo;

– Patrícia Branco/Stefânia Schmaneski Piras, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que traz à tona a contribuição das agências reguladoras para o desenvolvimento sustentável através do controle de tabaco;

– Valeska Carvalho Figueiredo, do Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (CETAB/Fiocruz), falando sobre o controle do tabaco na Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.

O evento também contará com o apoio de instituições como a Aliança de Controle do Tabagismo no Brasil e a Fundação do Câncer. “O tabaco mata e muito. A evidência científica que vincula tanto o consumo do tabaco quanto a exposição à fumaça, com numerosas doenças – muitas delas mortais – é impressionante. Trata-se de uma relação que vem sendo documentada por mais de 50 anos e que ainda precisa de reforços na geração de políticas públicas e conscientização”, finaliza Francisco Armada.

SERVIÇO:

Dia Mundial sem Tabaco – Os custos para o desenvolvimento na América do Sul DÍA: 01/6/2017 – quinta-feira
HORÁRIO: 10:00
LOCAL: Avenida Rio Branco, 151, 19º andar – Centro, Rio de Janeiro, RJ.
Inscrições pelo e-mail: comunicacao@isags-unasur.org
Grátis.

SUS vai incorporar antirretroviral como prevenção ao HIV

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai começar a oferecer a profilaxia pré-exposição (PrEP) para grupos considerados de risco para exposição ao HIV. A estratégia consiste no consumo diário do medicamento Truvada – uma combinação do tenofovir com a entricitabina – por pessoas que não têm o vírus, mas que estão mais expostas à infecção, como profissionais de saúde, homossexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e casais sorodiscordantes (um dos parceiros é soropositivo e o outro, não).

O anúncio foi feito hoje (24) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a 7ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça. A PrEP deve passar a ser distribuída em até 180 dias após a publicação do protocolo clínico de diretrizes terapêuticas, prevista para a próxima segunda-feira (29). Na mesma data, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve publicar a alteração do registro do Truvada, permitindo que ele seja utilizado no tratamento de pessoas infectadas pelo HIV e também de forma preventiva.

De acordo com Barros, com a medida, o Brasil se torna o primeiro país da América Latina a adotar a estratégia de prevenção como política de saúde pública. A PrEP já é utilizada em nações como Estados Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá, onde é comercializada na rede privada, além de França e África do Sul, onde foi incorporada ao sistema público de saúde. O investimento inicial do governo brasileiro, segundo o ministro, será de US$ 1,9 milhão para a aquisição de 2,5 milhões de comprimidos. A quantia deve atender a demanda pelo período de um ano.

Prevenção combinada

A estimativa da pasta é que a estratégia no Brasil seja utilizada por cerca de 7 mil pessoas que integram as chamadas populações-chave, no primeiro ano de implantação. A diretora do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, lembrou que a PrEP se insere como uma estratégia adicional dentro de um conjunto de ações preventivas que inclui a testagem regular, a profilaxia pós-exposição, a testagem durante o pré-natal e o uso de preservativo, entre outros.

Fazer parte de um dos grupos, segundo ela, não é o único critério para indicação da PrEP – será feita ainda, por profissionais de saúde, uma espécie de análise de vulnerabilidade do paciente, levando em consideração o comportamento sexual e outros contextos. A previsão é que, de imediato, a estratégia seja adotada em 12 capitais onde já há experiência nesse tipo de tratamento e, até o fim do primeiro ano de implantação, em todas as capitais brasileiras.

Estudos

As evidências científicas disponíveis, de acordo com Adele, demonstram que o uso de antirretrovirais pode reduzir o risco de infecção por HIV em mais de 90%, desde que o medicamento seja tomado corretamente, já que a eficácia está diretamente relacionada à adesão. A PrEP, entretanto, não substitui o uso da camisinha. “Não é um medicamento que se pode tomar de vez em quando. Tem que ser diariamente. E ele só começa a fazer efeito sete dias para exposição por relação anal e 20 dias para exposição por relação vaginal”, explicou.

HIV no Brasil

Dados do último boletim epidemiológico do ministério revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil atualmente. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, sendo que 260 mil já sabem que estão infectadas e 112 mil não sabem que têm o vírus. A aids, no país, é considerada uma doença estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos para cada 100 mil habitantes. Ainda assim, o número representa cerca de 40 mil novos casos ao ano.

Medicina Preventiva: importante aliada para a conquista da longevidade com autonomia

 

A alta carga de estresse a que as pessoas estão continuamente submetidas potencializa a opção por estilos de vida inadequados, que colocam em xeque a saúde dos indivíduos. Esse cenário, praticamente epidêmico nos dias de hoje, faz da medicina preventiva, mais que uma opção para quem busca viver bem, condição para a sobrevivência. Essa foi a tônica da palestra ‘A Saúde da Mulher Atual’ apresentada pelo diretor-médico da Med-Rio Check-Up, Gilberto Ururahy, nesta terça-feira, 16, na Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB), no Rio de Janeiro. Pioneiro, no Brasil, em check-up feminino completo – especialidade à qual se dedica há 26 anos, com mais de 35 mil clientes examinadas –, o médico evidenciou que a realidade mudou muito nas últimas décadas, com as mulheres se posicionando praticamente em condições de igualdade em relação aos homens quanto à exposição aos fatores de risco à saúde.

Um das dúvidas levantadas entre as participantes do encontro na CCFB, que contou com apoio do LIDE Rio de Janeiro (Grupo de Líderes Empresariais), reflete a apreensão das pessoas com a quantidade de exames pedidos pelos médicos, dita excessiva por algumas correntes. “Não se pode questionar a técnica, foram grandes e importantes os avanços em prol da saúde e do bem-estar”, explicou Ururahy, creditando a descrença quanto aos seus benefícios à falta de conhecimento sobre a Medicina Preventiva.

Segundo ele, sua aplicação é o caminho natural e mais barato para assegurar a longevidade com autonomia. Assim, exames preventivos são necessários para sinalizar o risco, detectar e conter a progressão de doenças. Essa importante preocupação encontra respaldo nos indicadores: de acordo com Ururahy, a análise dos check-ups feitos na clínica aponta que, em 1990, de cada nove vítimas de infarto, uma era mulher. Hoje, cada vez mais cedo, elas representam um terço do total de infartados.

A rotina atribulada das mulheres que acumulam várias jornadas – associada à pressão por resultados profissionais e às questões emocionais – foi ressaltada pelo diretor-médico da Med-Rio Check-Up, alertando que esse quadro pode levá-las a cair no ciclo dos estimulantes – uso de cafeína, de remédios indutores do sono, consumo excessivo de açúcar, fumo e álcool, entre outros hábitos maléficos. “O fato é que a adaptação das pessoas às mudanças do mundo moderno é algo muito difícil, mas quem não faz isso fica à margem. E com a velocidade dos acontecimentos, cada vez maior, é preciso gastar uma grande dose de energia, provocando-se o estresse, que nada mais é do que uma reação às transformações”, destacou Ururahy.

 

Mutação do vírus pode ter acelerado a epidemia de zika nas Américas

Uma mutação ocorrida em uma proteína do vírus da zika pode ter contribuído para as recentes epidemias ocorridas na Polinésia Francesa (entre 2013 e 2014) e na América do Sul (de 2015 a 2016). É o que sugere um estudo da Nature publicado nesta quarta-feira (17).

De acordo com a pesquisa, a proteína não-estrutural 1 (NS1) facilita que mosquitos Aedes aegypti sejam contaminadas por flavivírus (família de vírus que inclui o zika) após picarem mamíferos e, subsequentemente, aumenta esta prevalência viral nestes insetos transmissores da doença.

Uma mutação nesta proteína, porém, permite uma maior aquisição do vírus pelo mosquito, bem como sua secreção viral. Ou seja, potencializa a infeccisiosidade do vírus da zika no inseto.

O experimento se deu com ratos, que foram picados por mosquitos com cargas virais de diferentes linhagens de zika. Naqueles em que o flavivírus possuía a proteína NS1 modificada, a prevalência de infecção foi substancialmente maior do que naqueles em que a proteína NS1 não foi alterada.

Segundo os pesquisadores, tal mutação aparentemente surgiu em por volta de 2013.

Epidemia de zika no Brasil

O país passou a notificar compulsoriamente os casos do vírus da zika, após a relação entre a infecção pelo vírus e o nascimento de crianças com microcefalia, em outubro de 2015, quando foi decretada uma epidemia nacional.

Em 2016, o vírus da zika atingiu 215.319 notificações -no ano anterior, não havia registro de casos prováveis da doença. Os Estados com maior número de casos foram Rio de Janeiro, com cerca de 68 mil registros, Bahia e Mato Grosso, com 52 mil e 22 mil casos, respectivamente.

Contudo, houve redução de casos em 2017, quando o país registrou 7.911 casos de zika, uma queda de 95,3% em relação ao mesmo período no ano passado.