Índice que mede custo médico-hospitalar pode ter subido até 20% em 2016, diz IESS

custo medico

O índice Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH), usado como referência para medir os custos dos planos de saúde individuais e familiares, deve ter encerrado 2016 com alta de entre 18% e 20%. Produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o VCMH registra, desde 2013, fechamento anual superior a 15% ao ano, segundo o levantamento obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Nos seis primeiros meses de 2016, o indicador oscilou no patamar de 18% a 19,7%.

Na média, segundo informações de mercado, o VCMH também acompanha as variações de custos dos planos coletivos empresariais, os quais compõem o conjunto de referências usadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na definição do índice de reajuste das mensalidades dos planos individuais, o que deve ser anunciado nos próximos meses.

No estudo “Variação dos custos médicos hospitalares e inflação geral – Por que esses índices não são comparáveis no Brasil e no mundo?”, o IESS identificou que, em diversos países, o VCMH supera a inflação média por conta do processo de adoção de novas tecnologias na saúde, mais caras do que as anteriores; e também por conta do ciclo de envelhecimento populacional, gerando maior demanda por serviços de saúde. Esses dois fatores também ocorrem no Brasil, mas as falhas estruturais do sistema brasileiro potencializam a alta de custos.

Para o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, o patamar persistente e superior a 15% nos últimos anos é preocupante e coloca em risco o sistema de saúde suplementar. Ele explica que fatores estruturais da cadeia produtiva de saúde suplementar são as causas centrais a impactar o índice.

“Basicamente, a primeira causa decorre do sistema de pagamento das operadoras aos prestadores de serviços de saúde no Brasil, que se assemelha a um ‘cheque em branco’. A chamada ‘conta aberta’, ou fee-for-service (termo em inglês). Nesse formato, a conta hospitalar absorve todos os custos, inclusive desperdícios e falhas assistenciais, como reinternações, por exemplo. Todos os insumos são adicionados à conta hospitalar e, dessa forma, os prestadores buscam o máximo consumo possível com o objetivo de obter a máxima remuneração, um desincentivo total à eficiência”, explica o executivo, que ainda cobra mais transparência e legislação específica sobre algumas questões do setor.

Efeitos da recessão

Carneiro destaca ainda que outras nações que passaram por processo de recessão econômica registraram queda nos custos per capita com saúde, seja por fatores de aumento de competição, seja por queda da demanda da base de beneficiários dos sistemas privados de saúde. No Brasil, por outro lado, quase 2,5 milhões de pessoas deixaram os planos de saúde no período de 2014 a 2016 e, mesmo assim, os custos continuaram crescendo acima de dois dígitos.

“O Brasil precisa urgentemente promover uma reforma do sistema de saúde suplementar”, diz. “Nem consumidores e nem empresas contratantes de plano de saúde têm condições de absorver reajustes de dois dígitos por longos períodos e nem as operadoras são capazes de arcar com essa escalada de custos”, continua Carneiro.

Cálculo

O cálculo do VCMH utiliza dados de uma amostra de mais de 1,5 milhão de beneficiários de planos individuais de operadoras com abrangência nacional e considera a frequência de utilização pelos beneficiários e o preço dos procedimentos. Dessa forma, se em um determinado período o beneficiário usou mais os serviços e os preços médios aumentam, o custo apresenta uma variação maior do que isoladamente com cada um desses fatores.

Para construir o VCMH/IESS, são considerados os valores efetivamente pagos pelas operadoras aos prestadores de serviços de saúde e, por conta dos processos de avaliação das faturas e até de negociações comerciais entre os agentes, o pagamento pode ter uma defasagem de até a 180 dias em relação à data do faturamento. Por esse motivo, o indicador tem uma defasagem média de seis meses em relação ao ano corrente.

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Evento gratuito discute Hipertensão Intracraniana Refratária

Intracraniana_BarraO Hospital Barra D’Or realizará encontro médico com a discussão em torno do paciente neurológico crítico. No dia 16 de março, a partir das 19h, o evento gratuito “Hipertensão Intracraniana Refratária”, abordará as causas, tratamentos e a importância do controle da temperatura desses pacientes.

O evento que é direcionado a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, acadêmicos e técnicos de enfermagem, será conduzido pela coordenadora médica da neurointensiva do Hospital Copa D’Or, Dra. Janaína Oliveira; pelo neurocirurgião do Hospital Barra D’Or, Dr. Ruy Monteiro; e pelo médico residente Dr. Fernando Juncá.

A Rede D’Or São Luiz promove eventos com a proposta de educação continuada para a classe médica, com temáticas diferenciadas que visam discutir questões pertinentes à assistência, como inovações nos tratamentos médicos.

 Serviço:

Sessão Clínica Hipertensão Intracraniana Refratária
Inscrições gratuitas
Informações pelo telefone 2430-3600, ramal 4107, ou pelo e-mail centrodeestudos@barrador.com.br

Seminário discute geração de valor ao paciente na Saúde Suplementar

seminario programacao“O valor ao paciente no cenário de crise da Saúde Suplementar: em busca de soluções”. Este é o tema central do seminário a ser realizado pela Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb) e da Universidade Corporativa (Ucas), no próximo dia 23 de março, no Mundo Plaza Business Center, Caminho das Árvores. A programação vai reunir profissionais que atuam em instituições de Saúde da Bahia durante todo o dia para debater e buscar soluções nas diversas temáticas, abordadas em painéis e palestras.

A programação inicia às 9h, encerra às 18h e engloba discussões sobre assuntos atuais e de suma importância para o consumidor dos serviços da rede suplementar de saúde, a exemplo da judicialização no setor, das mudanças com as regras em segurança do paciente, dos modelos de remuneração. Um momento-chave será o talk show, previsto para as 15h30, quando representações de peso no cenário nacional estarão discutindo a temática central. (vide programação abaixo).

Segundo o presidente da Ahseb, Mauro Duran Adan, os estabelecimentos precisam fazer uma repactuação diante do atual cenário e é de suma importância que isso seja discutido pensando no paciente, o ator principal, e em torno de quem os serviços são prestados. “Precisamos estar juntos, assegurando a qualidade do que é prestado e minimizando os conflitos para seguir adiante”, disse.

Alana Mendonça, coordenadora pedagógica da Ucas, destaca ainda que é necessário que os conflitos entre entidades do mercado equalizem os interesses, tendo como foco comum, o paciente, “a razão de existir das instituições”.

NOVO MODELO

O esgotamento do atual sistema é o principal argumento do presidente da Febase e vice da CNS, Marcelo Britto, para a importância do debate que o seminário irá trazer. “O debate será importante para se pensar num novo modelo que vem sendo discutido na Bahia e que modifica o formato, aproxima o paciente da decisão, retira a pressão do over use e resolve o problema de relacionamento entre prestadores e operadoras”, destacou.

A superintendente da Ahseb, Maisa Domenech, também acredita que o modelo da saúde suplementar necessita de uma reengenharia de forma que a entrega de valor ao paciente seja a variável mais importante do sistema. “A convergência de interesses entre operadoras e prestadores tem que gerar resultados efetivos para o paciente e para o equilíbrio do setor”, afirma.

As inscrições para o seminário “O valor ao paciente no cenário de crise da Saúde Suplementar: em busca de soluções” podem ser feitas por meio do site www.ahseb.com.br.

Diretor do CBEXs alerta para o fator econômico das doenças crônicas

Josier Vilar e o presidente da Anahp, Francisco Balestrin

À frente da filial do Rio do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs), Josier Vilar levou para debate do Hospital Summit, evento sobre gestão hospitalar que termina nesta quarta-feira (15) em São Paulo, a doença crônica e o impacto econômico. “Não adianta discutir parte técnica ou moral de como conduzir o doente crônico. Existe o lado econômico. O mundo está envelhecendo, só no Brasil são 18 milhões de idosos”. Ainda neste debate, Vilar defendeu que o idoso tenha independência física e mental. “A não dependência – para comer ou andar por exemplo – é a velhice saudável “, afirmou Vilar, que também é diretor presidente do IBKL.