67% dos brasileiros desconhecem as próprias taxas de colesterol

Colesterol alto aumenta o risco de doenças cardiovasculares

Você saberia dizer qual é a sua taxa de colesterol? Este questionamento faz parte de uma pesquisa inédita, divulgada nesta quinta-feira, 9, que revela que os brasileiros não têm conhecimento das atitudes que devem ser tomadas para controlar a doença.

O levantamento “O que o Brasileiro Sabe sobre o Colesterol”, do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), realizado pelo Instituto Ipsos, em parceria com a multinacional farmacêutica Sanofi, mostra que 67% das pessoas não sabem informar quais são as suas taxas de colesterol atuais.

O cardiologista Henrique Tria Bianco, do Departamento de Aterosclerose da SBC, um dos responsáveis pela pesquisa, explica que o levantamento ajudou a perceber que a população não tem noção da gravidade do problema. “Grande parte da população nunca mediu o seu colesterol e as pessoas que mediram não lembram os valores das taxas. Essa falta de atitude chama muita a nossa atenção”, ressaltou.

Ainda segundo os dados apurados, 89% dos entrevistados entendem que até as crianças devem medir as taxas regularmente, no entanto, contraditoriamente, a maioria não sabe declarar quais são as suas taxas.

De acordo com a SBC, 300 mil pessoas morrem anualmente no Brasil em decorrência de doenças cardiovasculares. A população não sabe, porém, que o LDL elevado (colesterol ruim) é um dos principais fatores de risco, assim como obesidade, tabagismo e sedentarismo.

O cardiologista Henrique Tria Bianco reforça que o governo precisa investir no desenvolvimento de pesquisas clínicas, os médicos devem esclarecer os riscos do problema e a população precisa buscar conhecimento sobre a prevenção. Ele lembra que 61,5% dos brasileiros têm colesterol elevado. “O colesterol é uma substância fundamental para o funcionamento do nosso organismo. Ele ajuda na formação de proteínas, enzimas e até hormônios, mas os níveis devem ser mantidos controlados”, explicou.

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UFRJ recebe debate sobre doação e transplante de órgãos

A coordenadora geral do Sistema Nacional de transplante, Rosana Nothen, será uma das palestrantes

O Instituto Coppead de Administração da UFRJ receberá, no dia 13/03, palestrantes nacionais e internacionais para debater a questão da  Doação e Transplante de Órgãos no Brasil, que muitas vezes é a única opção terapêutica para pacientes que sofrem de doenças crônicas, podendo salvar vidas, porém há uma grande escassez de órgãos para doação no mundo inteiro. A primeira edição do Debates em Saúde irá abordar os desafios da gestão na saúde, levando a interação entre mercado e academia de forma interdisciplinar e moderna e trazendo questionamentos como: “Como aumentar a capacitação? Será necessário realmente aumentar a captação ou o problema é a má gestão do processo e o baixo aproveitamento dos órgãos capacitados? Como reduzir a perda de órgãos ao longo do processo?”. Carmen Segovia, da Espanha,  Rosana Nothen (BRA), Joel Andrade (BRA) e Rodrigo Sarlo (BRA) serão os palestrantes, que irão trocar experiências com profissionais da área.

Outros três seminários serão realizados durante o ano sobre os seguintes temas:  Saúde 4.0 (no dia 23/05), Market Acess (em 22/08) e  Sistema em Crise (em 17/10). Sempre no horário das 8h às 17h, no Coppead, localizado na Ilha do Fundão – Rio de Janeiro. As inscrições, no valor de R$ 90,00 por seminário, podem ser realizadas pelo site www.debatesemsaude.coppead.ufrj.br. O evento é promovido pelo Centro de Estudos em Gestão de Serviços em Saúde (CESS).

Número de cesarianas cai pela primeira vez no Brasil

Governo anunciou na semana diretrizes de assistência ao parto normal

Pela primeira vez desde 2010, o número de cesarianas na rede pública e privada de saúde não cresceu no país. Dados divulgados hoje (10) pelo Ministério da Saúde revelam que esse tipo de procedimento, que apresentava curva ascendente, caiu 1,5 ponto percentual em 2015. Dos 3 milhões de partos feitos no Brasil no período, 55,5% foram cesáreas e 44,5%, partos normais.

Os números mostram ainda que, considerando apenas partos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), o percentual de partos normais permanece maior – 59,8% contra 40,2% de cesarianas. No ano passado, segundo a pasta, dados preliminares indicam tendência de estabilização do índice, que ficou em torno de 55,5%.

Novas diretrizes

Esta semana, o governo anunciou novas diretrizes de assistência ao parto normal, que servirão de consulta para profissionais de saúde e gestantes. “A partir de agora, toda mulher terá direito de definir o seu plano de parto, que trará informações como o local onde será feito, as orientações e os benefícios do parto normal”, informou o ministério.

Segundo a pasta, as medidas visam ao respeito no acolhimento e mais informações para o empoderamento da mulher no processo de decisão ao qual tem direito. “Assim, o parto deixa de ser tratado como um conjunto de técnicas e representa momento fundamental entre mãe e filho”, acrescentou.

Para o ministério, a estabilização das cesarianas no país é consequência de medidas como a implementação da Rede Cegonha e investimentos em 15 centros de Parto Normal; a qualificação das maternidades de alto risco; a maior presença de enfermeiras obstétricas na cena do parto e a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar junto às operadoras de planos de saúde.

Número de transplantes cresce 5%, mas recusa de doação por famílias ainda é alta

Transplante de coração foi o que mais cresceu em 2016

A taxa de doadores de órgãos efetivos aumentou 5% no Brasil no ano passado, em comparação com 2015, mas continua abaixo da esperada. A informação faz parte de um levantamento estatístico sobre a realização de transplantes no país, divulgado hoje (9) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, na sede da Academia Nacional de Medicina, no Rio. Segundo Barros, a recusa de doação de órgãos pela família ainda é um desafio para a expansão do serviço.

“A cada ano, batemos novos recordes, mas em algumas modalidades de transplante temos cinco anos de fila de espera, cerca de 40% das famílias se recusam a fazer a doação dos órgão de parentes falecidos. Então, há um conjunto de medidas a tomar”, disse Barros. “Para reduzir as filas, já que temos excelente infraestrutura de hospitais especializados em transplantes, precisamos fazer campanhas de conscientização para que as famílias autorizem a doação de órgãos, facilitar a regulação da legislação que envolve essa questão”, acrescentou.

Nas regiões Sul e Sudeste, a taxa de  recusa é de cerca de 30%; nas regiões Norte e Nordeste, o percentual chega a 40%.

Ao todo, 2.983 pessoas foram doadoras de órgãos no ano passado, sendo 357 para o transplante de coração. O aumento desse tipo de procedimento foi de 13% no período.

O número de transportes de órgãos feitos pela Força Aérea Brasileira (FAB) aumentou de cinco, em 2015, para 172 em 2016. Desde junho do ano passado, a FAB tem uma aeronave à disposição para o transporte de órgãos ou de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em relação à fila de espera, cerca de 41 mil pessoas aguardavam por um transplante em 2016, a maioria de rim (24.914).