A economia do pais aguarda o desfecho de gravíssima crise política. E o ocupante da Presidente da República, condecorado com o titulo inédito de único a ser objeto de denuncia criminal do Ministério Publico, em pleno exercício do cargo, apegou-se ao posto de tal forma, que prefere ver o Brasil estagnado a apear do poder.
Não faltaram manifestações diretas e indiretas de personalidades ilustres, conclamando o atual ocupante do Palácio do Jaburú a um gesto de estadista, mais preocupado com a sua nação do que com seus interesses pessoais: o de renunciar. De Fernando Henrique Cardoso à Erna Solberg, foram em vão as observações oportunas. Tasso Jereissati também viu ignorado o seu recente alerta.
Em toda crise, no entanto, há sempre uma boa oportunidade de redenção. A Câmara dos Deputados terá a chance de, ao votar a autorização para o STF apreciara a denuncia contra Temer, restaurar os seus esgarçados laços com os eleitores.
As pesquisas de opinião pública retratam o grau de descontentamento da população com a permanência de um Presidente, acusado de corrupção, e envolvido em situações no mínimo pouco republicanas. Culpado ou não, só saberemos após a decisão final a ser proferida no processo criminal que se inicia. Mas já não preenche, nesse momento, condições éticas e políticas para continuar a governar o Brasil.
Os eleitores não se esquecerão do Deputado Sergio Zveiter, que proferiu voto recente, técnico e com muita dignidade. Serão igualmente lembrados nas urnas aqueles que votarem de acordo com os anseios daqueles que lhes confiaram seus votos em 2014. E serão, por certo, aclamados aqueles que, ameaçados de expulsão de seus respectivos partidos, optarem pela fidelidade ao eleitor, que é a mais legitima expressão do exercício do mandato parlamentar.