Novo CPC é tema de simpósio com a participação de ministros e desembargadores

CPC SEMINARIO
Mesa de abertura do simpósio reuniu ministros do STJ, desembargadores federais e estaduais e advogados

Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e desembargadores federais e estaduais participaram do Simpósio “O Novo CPC: Conflitos e Caminhos”, realizado nesta quinta-feira, dia 19, pelo Instituto dos Magistrados do Brasil (IMB), no Centro de Convenções da Bolsa de Valores, no Centro do Rio. O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Milton Fernandes de Souza, foi representado pelo corregedor-geral da Justiça, desembargador Claudio de Mello Tavares, que integrou a mesa de abertura.

Na composição da mesa estiveram, além do corregedor-geral da Justiça, os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Eustáquio Soares Martins (vice-presidente) e Luis Felipe Salomão; o presidente do IMB, desembargador do TJRJ Roberto Guimarães, a presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), desembargadora Jaqueline Lima Montenegro, o diretor da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, a presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), juíza Renata Gil, o presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros, Técio Lins e Silva, o diretor da OAB Luciano Bandeira, o advogado Wagner Nascimento e o diretor do Bradesco Jorge da Silva Amaral.

Palestras 

Além da abordagem sobre as inovações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil, que completou um ano de vigência em 18 de março passado, os palestrantes prestaram homenagem ao professor e desembargador aposentado do TJRJ José Carlos Barbosa Moreira, que morreu em agosto, aos 85 anos de idade. Carlos Barbosa Moreira, filho do magistrado, esteve presente.

As homenagens deram o tom na abertura da conferência pelo presidente do IMB, desembargador Roberto Guimarães, e na exposição do desembargador aposentado Sylvio Capanema, o qual lembrou que a presença do antigo colega de tribunal é mantida no presente devido ao legado da sua obra literária e na formação dos alunos do curso de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

O ministro do STJ Luis Felipe Salomão também destacou a figura do magistrado falecido no início da palestra com o tema “Sistema de Recursos do NCPC”.  O magistrado chamou a atenção para o crescimento progressivo de processos na justiça que, nos últimos anos, saltou para a marca de milhões. Tanto que, em uma conferência para juristas chineses que visitava o STJ, em Brasília, foi  indagado por um surpreso integrante da comitiva se não havia erro de tradução.

O ministro ressaltou que, nessa era em que vivemos, o tema das ações são bem diferentes das reclamações no passado, sobressaindo as que tratam hoje dos direitos da cidadania e das questões relacionadas às redes sociais.  Concluiu que no primeiro ano de vigência, o NCPC apresenta um balanço positivo, porém ainda é cedo para definir resultados futuros.

Com o tema “Tutela Provisória de Urgência e de Evidência no Novo CPC”, o desembargador Sérgio Ricardo de Arruda Fernandes deu continuidade ao painel de debates, intermediado pelo desembargador Marcos Alcino de Azevedo Torres, ambos do TJRJ. Sérgio Ricardo Fernandes apresentou a evolução da sociedade brasileira  para a necessidade de implementação do Novo CPC, já que os anseios das pessoas deixaram de ser contemplados com o código de 1973. Destacou que a sociedade, nos anos 70, tinha um perfil diferente da atual, marcada pela informatização.

A parte da manhã foi concluída com as palestras do advogado Sérgio Bermudes sobre “Procedimento Comum” e do presidente do Tribunal Regional Federal/2ª Região, desembargador André Ricardo Cruz Fontes, que expôs o tema “Prevenção e prorrogação de Competência no Novo CPC”.

Prosseguimento

O seminário prosseguiu à tarde com as palestras do desembargador do TJRJ Alexandre Freitas Câmara sobre “Inovações em Matéria de Execução do Novo CPC” e do ministro Eustáquio Soares Martins com o tema “Negócios Jurídicos Processuais no Novo CPC”. O painel foi intermediado pela desembargadora Regina Lúcia Passos. O último painel de debates, com intermediação da desembargadora Claudia Pires dos Santos Ferreira, reuniu os ministros do STJ Ricardo Villas Bôas Cuevas, que falou sobre “Negócios Jurídicos Processuais no novo CPC”, e Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, com o tema “Recursos Repetitivos no STJ”.

Simpósio sobre o CPC reúne ministros do STJ e desembargadores de Justiça

O Simpósio “O Novo CPC: Conflitos e Caminhos”, que o Instituto dos Magistrados do Brasil-IMB realizará nesta quinta, dia 19, das 8h às 18h, no Centro de Convenções da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, terá palestras de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e desembargadores das justiças federal e estadual. O evento pretende promover o debate sobre o primeiro ano de vigência do novo Código de Processo Civil.

Com vagas limitadas, as inscrições ainda podem ser realizadas pelo site www.novocpc2017.com.br. Entre os palestrantes, os ministros Humberto Martins, Luis Felipe Salomão, Paulo de Tarso Sanseverino e Villas Bôas Cueva.

O desembargador aposentado, jurista e professor universitário José Carlos Barbosa Moreira, falecido em agosto, será homenageado. O Centro de Convenções fica na Praça XV de Novembro, 20, térreo, Centro.

Projeto que autoriza MP a pedir exclusão de herança é aprovado na CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou hoje (11) o Projeto de Lei do Senado (PLS) 9/2017, que autoriza o Ministério Público a pedir a exclusão do direito à herança do legatário ou herdeiro autor de homicídio doloso, ou tentativa de homicídio, contra aquele que deixa os bens.

O autor, deputado Antonio Bulhões (PRB-SP), diz que o texto do Código Civil de 1916 mencionava expressamente que a exclusão poderia ser pedida apenas por pessoas com “interesse legítimo” na sucessão – outros herdeiros e credores que se sintam prejudicados, por exemplo.

Segundo ele, como a legislação atual não fez essa ressalva, restam dúvidas quanto à atuação do Ministério Público, apesar de o Superior Tribunal de Justiça já ter decidido que o Ministério Público tem legitimidade para promover ação, “desde que presente o interesse público”. O relator, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), deu parecer favorável à aprovação do projeto, que ainda precisa ser examinado em plenário da Casa.

Ministro do STJ fala sobre Mediação e Conciliação no TJRJ

Começou nessa quinta-feira, dia 11, o V Fórum Nacional de Mediação e Conciliação (Fonamec), com o tema “Plataforma Digital – uma Justiça para o século XXI”. Na ocasião, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marco Aurélio Gastaldi Buzzi, ministrou a palestra: “O primeiro ano de vigência do novo Código de Processo Civil: reflexões sobre os autocompositivos”.

Durante a abertura do evento, o presidente do Fonamec e do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador César Cury, destacou a necessidade dos métodos alternativos como forma de se combater o excesso de processos na Justiça. “Vivemos tempos desafiadores. As soluções convencionais acarretam pouco ou nenhum efeito. Todos os dias transitam pelo TJRJ cerca de 120 mil pessoas. Os tribunais estaduais se tornaram um repositório dos problemas da sociedade, por falta de outras opções. Diante das adversidades, é preciso inovar, buscar alternativas”, acredita.

O corregedor-geral da Justiça, desembargador Cláudio de Mello Tavares demonstrou seu apoio à mediação e à conciliação destacando-as como alternativas eficazes para diminuir os conflitos da sociedade. Já o diretor-geral da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, desembargador Ricardo Cardozo, afirmou que as iniciativas propostas pelo Fonamec são essenciais para a modernização do Judiciário e para a prestação jurisdicional de qualidade.

Em sua palestra, o ministro do STJ Marco Aurélio Buzzi destacou que o novo código de processo civil valorizou a mediação e a conciliação e apresentou um panorama da situação dos tribunais brasileiros. “Hoje, temos, no Brasil, cerca de 108 milhões de ações no Judiciário. O Brasil tem o maior índice de judicialização de políticas públicas e de conflitos no mundo. A taxa anual de congestionamento da Justiça Estadual, de acordo com dados do CNJ, é de 74,8%”. Diante desse quadro, o ministro disse que os métodos de alternativos para solução dos conflitos são irreversíveis. “A melhor solução é aquela que as partes constroem. É a mais adequada, a mais justa, a mais fácil de ser implementada”.