Os vencedores da 38ª edição do Prêmio Ser Humano (PSH), promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio de Janeiro (ABRH-RJ), foram anunciados durante o Encontro de RH para RH, no Hotel Hilton Copacabana, no dia 26 de novembro. O presidente eleito da ABRH-Brasil, Paulo Sardinha, disse que os temas abordados para os próximos anos deverão ser pautados pela sociedade. “Isso demonstra que o perfil do RH começa a derrubar os muros da organização e passa a ter uma ligação direta com a sociedade”, avalia Sardinha. Para a presidente eleita da ABRH-RJ, Lucia Madeira, a cada edição, os cases se tornam mais interessantes e mais bem construídos. “O RH está aprendendo a contar suas histórias e a compartilhar suas práticas”, destaca Lucia.
A Supergasbras Energia Ltda. foi a grande vencedora da categoria Média e Grandes Empresas com o case “O Instituto de Desenvolvimento Supergasbras”. A plataforma de treinamento corporativo online, lançada em 2015, promove o desenvolvimento profissional de funcionários e colaboradores por meio da capacitação técnica e comportamental. Segundo a coordenadora de treinamento e desenvolvimento da Supergasbras, Fernanda Cancio, o ID veio justamente para ser acessível a todos, independentemente do estado, cargo ou área. “É uma maneira de democratizar os conteúdos e possibilitar o crescimento na carreira alavancada pelo conhecimento, desde funcionários que atuam em nível operacional até gerentes e executivos”, explica Fernanda, que concorria com outras sete empresas, entre elas a Unimed Volta Redonda, que conquistou o segundo lugar da categoria com o case “Talentos para o Futuro”.
Já na categoria Setor Público, quem levou o troféu foi a Eletrobras Termonuclear S.A., com o case “Programa de Performance Humana”, que usa a Psicologia para identificar e reduzir a ocorrência de erros humanos. Segundo a chefe do Departamento de Carreira, Remuneração e Desenvolvimento de Pessoal da Eletrobras, Bernadete Baptista, o trabalho é feito por intermédio da sistematização de ações que promovem a melhoria no desempenho dos empregados, visando à segurança. “O objetivo principal é a prevenção do erro humano, porque lidamos com energia nuclear, atividade em que precisamos atingir o nível zero de erro humano. A equipe multidisciplinar realiza um trabalho baseado no comportamento humano ante ações dessa natureza, cujo valor número um é a segurança”, pontua Bernadete, que viu a redução expressiva do índice de erros na Eletrobras desde 2008, quando o programa foi criado.
A justiça social foi a estrela da noite na categoria Terceiro Setor. O vencedor foi o case “Um trabalho muda uma vida: projeto de vida e empregabilidade para jovens em medida socioeducativa por meio do Programa Jovem Aprendiz”, desenvolvido pelo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS). O projeto relata a experiência do CIEDS com a inclusão de jovens aprendizes, em medidas socioeducativas, na própria instituição. O programa oferece uma oportunidade de ressocialização aos jovens, aumentando as chances de eles encontrarem um emprego após o cumprimento da medida socioeducativa. Para o diretor executivo do CIEDS, Fábio Müller, o trabalho tem o potencial de mudar a vida das pessoas. “Quando reinserimos esses jovens que estão em situação de medida socioeducativa e que, muitas vezes, estão totalmente à margem da sociedade, oportunizamos uma real chance de transformar a vida dele. Frequentemente, esse jovem tem sido rotulado pela sociedade como integrante da geração ‘nem, nem’, ou seja, aquela que nem estuda, nem trabalha. Nós, porém, preferimos chamar de ‘sem-sem’, sem escola e sem oportunidade. Se garantirmos essas oportunidades, eu tenho certeza de que é possível transformar a vida deles”, avalia Müller, que já ajudou a ressocializar 33 adolescentes com o programa do CIEDS em apenas um ano.
Na categoria Trabalhos Acadêmicos, o case vencedor foi “Lei anticorrupção e papel da área de recursos humanos no compliance”, da advogada e especialista em Gestão de Recursos Humanos, Paula Camargo de Freitas. De acordo com Paula, o objetivo do trabalho foi identificar de que forma os profissionais de recursos humanos podem contribuir para a área de compliance, prevenindo casos de corrupção praticada por empregados e aplicando penalidades legais nas empresas brasileiras. “O RH desempenha um papel muito importante na construção de uma ética corporativa. O setor é capaz de construir a internalização de uma cultura ética nas empresas, colocando em voga as políticas de controle interno e de gestão, e até visando uma perspectiva mais eficaz na atuação do RH, migrando de uma postura reativa para a proativa. Com uma visão ampla, é possível construir uma sociedade melhor”, opina a especialista ganhadora do Prêmio Ser Humano.
O momento de descontração da noite foi protagonizado pelo coach executivo e sócio-diretor da GDG Desenvolvimento Humano, Gerardi Pereira. Após o coquetel, ele fez apresentações de ilusionismo e recorreu ao universo lúdico da mágica para abordar situações do dia a dia das organizações com muito bom humor. O Prêmio Ser Humano 2018 foi patrocinado pela Trevisan Escola de Negócios, representada pelo diretor José Luiz Trinta.