Pesquisa revela que trabalho informal cresceu 7,7% em um ano no Rio

O trabalho informal cresceu 7,7% no segundo trimestre deste ano, comparativamente ao segundo trimestre do ano passado, no Rio de Janeiro. A informação consta de levantamento divulgada hoje (22) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio (Fecomércio RJ), baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a Fecomércio, o levantamento, ao apontar crescimento da informalidade no segundo trimestre deste ano no estado do Rio de Janeiro, revela que o número de empregados do setor privado sem carteira assinada saltou de 7,9% para 8,2% em relação ao trimestre anterior, um crescimento de 0,3 ponto percentual.

O aumento da informalidade pode ser medido a partir dos indicadores relativos à queda no número de trabalhadores com carteira assinada, que passou de 39,5% nos primeiros três meses deste ano, para 38,4% no segundo trimestre – uma queda de 1,1 ponto percentual.

Na comparação anual, a perda foi ainda maior: de 41,1% no ano passado para 38,4% neste ano, queda de 2,7 ponto percentual. “É o menor índice de emprego formal desde 2014”, assegura a Fecomércio.

Segundo a entidade, os índices de informalidade no estado do Rio de Janeiro cresceram mais que os relativos à informalidade nos outros estados da federação.

Trabalhadores por conta própria

Os dados levantados pela Fecomércio da pesquisa mostram que, com o recorte da situação do emprego no estado do Rio, a partir das informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, o número de trabalhadores por conta própria alcançou no Rio de Janeiro o maior índice da série histórica desde 2014, quando a crise se tornou mais forte.

Nesse período, o menor patamar registrado do índice foi no primeiro trimestre de 2014, com 21,1% dos entrevistados afirmando estarem nesta situação.

Taxa de desocupação cai a 12,2%; mas país ainda tem 12,7 milhões de desempregados

O desemprego continua em queda no país e a taxa de desocupação no trimestre móvel encerrado em outubro deste ano fechou em 12,2%, índice 0,6 ponto percentual superior ao trimestre anterior. Ainda assim, havia no país em outubro 12,7 milhões de pessoas desempregadas.

Foram gerados 868 mil novos postos de trabalho de agosto a outubro deste ano. O trabalho doméstico foi o principal item que contribuiu para a queda na desocupação. No entanto, se considerado apenas o trimestre de agosto a outubro, a taxa de desemprego é a maior da série histórica, iniciada em 2012.

Os dados foram divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Se comparada a igual período do ano passado, quando a taxa de desemprego era de 11,8%, houve aumento de 0,4 ponto percentual.

A população desocupada caiu 4,4% no confronto com o trimestre anterior (menos 586 mil pessoas). Já em relação a igual período de 2016, houve aumento de 5,8% (mais 698 mil pessoas desocupadas).

O IBGE indica que a população ocupada fechou o último trimestre móvel em 91,5 milhões de pessoas, um crescimento de 1% em relação ao trimestre de maio a julho deste ano – mais 868 mil pessoas. Em relação ao mesmo trimestre de 2016, houve alta de 1,8% (mais 1,7 milhão de pessoas).

Para o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, embora a desocupação continue alta, a ocupação está crescendo acima da expansão da população. “A gente está assistindo, desde o trimestre terminado em abril, o aumento da ocupação e a queda da desocupação, que continua alta, embora com força menor. O que muda é que a ocupação está crescendo acima da expansão da população”, disse.

Carteira de trabalho

No trimestre móvel encerrado em outubro o país tinha 33,3 milhões de pessoas empregadas com carteira de trabalho assinada, número que permaneceu estável frente ao trimestre anterior. Em um ano, o número caiu 2,2%, o que representa menos 738 mil trabalhadores com carteira.

No setor privado, 11 milhões de pessoas trabalharam sem carteira de trabalho assinada no período, um crescimento de 2,4% em relação ao trimestre anterior (mais 254 mil pessoas). Em um ano,  houve alta de 5,9% (mais 615 mil pessoas).

Já o contingente de trabalhadores por conta própria cresceu 1,4% em um trimestre, atingindo em outubro 23 milhões de pessoas. Em relação ao mesmo período de 2016, houve alta de 5,6% (aumento de 1,2 milhão de pessoas).

O rendimento médio real habitual pago mensalmente ao trabalhador brasileiro de agosto a outubro foi de R$ 2.127, registrando estabilidade em relação ao trimestre anterior e a 2016. Já a massa de rendimento real habitual, de R$ 189,8 bilhões, subiu 1,4% em comparação ao trimestre anterior. Frente ao mesmo trimestre de 2016, o aumento foi de 4,2%.

A pesquisa constatou que o número de empregados no setor público (inclusive servidores estatutários e militares), estimado em 11,5 milhões de pessoas, apresentou estabilidade também em ambos os trimestres comparativos.

Trabalho doméstico e informalidade

Se nas pesquisas anteriores as quedas nas taxas de desemprego vinham sendo reduzidas em decorrência do aumento da informalidade em setores como o de comida e de vendedores ambulantes, nesta Pnad foi o trabalho doméstico que mais contribuiu para a ocupação. “O trabalho doméstico reduz a desocupação, mas reforça informalidade”, avaliou o IBGE.

Houve um aumento de 2,9% no número de trabalhadores domésticos, o equivale a cerca de 177 mil novos postos de trabalho no trimestre. Houve, no entanto, estabilidade frente ao trimestre de agosto a outubro do ano passado. No total, a categoria inclui 6,3 milhões de pessoas.

“Quando o trabalho doméstico sobe pela formalização é positivo. No entanto, na conjuntura atual, as pessoas estão buscando trabalho doméstico, na maioria das vezes sem carteira, por falta de espaço na economia formal”, analisou Azeredo.

Segundo o coordenador, a informalidade foi responsável 757 mil das 868 mil novas ocupações no trimestre, incluindo os trabalhadores por conta própria (326 mil), os empregados sem carteira e os trabalhadores domésticos.