Vendas de veículos novos crescem 23,14% em janeiro

Em todo o país, as vendas de veículos novos cresceram 23,14% em janeiro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2017. Segundo balanço da Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores (Fenabrave), divulgado hoje em São Paulo, foram emplacadas 181,2 mil unidades no primeiro mês de 2018, contra 147,2 mil no ano passado. Em relação ao último mês de dezembro, no entanto, foi verificada uma queda de 14,75%.

O setor de caminhões registrou expansão de 56,26% em janeiro de 2018, com a comercialização de 4,6 mil unidades. As vendas de ônibus tiveram alta de 57,71% no período, com 1,1 mil unidades emplacadas.

Os automóveis e veículos comerciais leves (como picapes e furgões) acusaram crescimento de 22,29% nas vendas. Em janeiro último, foram comercializados 175 mil veículos dessas categorias, enquanto no primeiro mês de 2017 os emplacamentos totalizaram 143,5 mil.

A alta nas vendas reflete, segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção, a melhora do cenário econômico em relação ao começo de 2017. “As expectativas renovadas em função da melhora dos índices econômicos refletem, diretamente, na confiança do consumidor e favorecem o mercado de veículos”, disse.

Para 2018, a perspectiva da entidade é que aconteça uma melhora gradual, com o setor retomando o ritmo de crescimento do período anterior antes da crise econômica.

Produção de veículos no país aumenta 27,1% de janeiro a novembro

De janeiro a novembro deste ano, a produção de veículos no país aumentou 27,1%, totalizando 2,485 milhões de unidades. Na comparação de novembro com o mesmo mês do ano passado, a produção cresceu 15,2%, ao passar de 216,3 mil para 249.089 mil unidades. Na comparação mês a mês (novembro com outubro), houve queda de 0,3%.

“Ainda temos capacidade ociosa importante na ordem de 45%, que começa a se reduzir, mas ainda está alta, principalmente no setor de caminhões, 75%”, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale.

Ao divulgar os dados nesta quarta-feira (6), na capital paulista, Megale informou que as vendas internas de novembro foram 0,7% superiores às de outubro, chegando a 204,2 mil unidades. No acumulado do ano, o total licenciado chegou a 2,027 milhões, número 9,8% maior do que o de igual período do ano passado. Na comparação com o mesmo mês de 2016, houve aumento de 14,6%.

Segundo Megale, pela primeira vez no ano, foram licenciadas mais de 10 mil unidades por dia. “Este é o melhor número desde 2014, e nos dá uma confiança maior. Começamos o ano com 6.600 unidades em janeiro.”

Já as vendas de máquinas agrícolas e implementos rodoviários caíram 21,4% nos meses de outubro e novembro,. Em relação a novembro do ano passado, houve queda de 14,9%. No acumulado do ano, o resultado foi no sentido contrário, com elevação de 2,6%.

Exportações e emprego

A venda de veículos para o exterior aumentou 18,7% em novembro, na comparação com outubro, passando de 73 mil unidades. Em relação a novembro do ano passado, as exportações aumentaram 28,8% e, no acumulado do ano, 53,3%, alcançando 700,893 mil unidades. “Foi um mês excepcional: 73 mil é um número de recorde histórico para o mês. O acumulado de mais de 700 mil também é uma excelente notícia e outro recorde. Mostra o esforço feito pelas empresas, a melhoria na questão cambial e a evolução tecnológica dos produtos”, afirmou Megale.

Segundo a Anfavea, o emprego no setor ficou estável em novembro, com queda de 0,3%, na comparação com outubro. Em relação a novembro do ano passado, houve alta de 2,5%. De acordo com a Anfavea, foram “pequenas variações” normais.

“Mês passados, tinhamos 3.528 pessoas em lay-off e PSE [Programa Seguro-Emprego] e neste mês temos 3.332. Não abrimos, nem fechamos postos de trabalho. Em março de 2016, tínhamos mais de 38 mil pessoas em lay-off ou PSE, ou seja colocamos 35 mil pessoas de volta ao trabalho”, concluiu a associação.

Produção de veículos cai em setembro

A produção de veículos no país em setembro teve uma queda de 9,2% em relação a agosto, atingindo 236.944 unidades. Mas na comparação com o mesmo mês do ano passado, cresceu 39,1%. No acumulado do ano, foram montados 1.986.654 veículos, aumento de 27% na comparação com o mesmo período de 2016. Os dados foram divulgados hoje (5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com relação às vendas, setembro também apresentou queda. No mês passado foram vendidas 199.211 unidades, queda de 8% em relação a agosto. No entanto, as vendas de veículos subiram 24,5% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, foram licenciadas 1.620.005 unidades, o que representa alta de 7,4% ante o mesmo período do ano passado.

As exportações somaram 60.049 veículos, alta de 52,2% em relação a setembro de 2016. Em relação a agosto, houve queda de 10,1% e, no acumulado do ano, um aumento de 55,7%.

Rogério Golfarb, vice-presidente da Anfavea, avalia que os expressivos aumentos nas exportações é favorável para o setor. “Foi influenciado por uma assimilação positiva do mercado da América do Sul, como Argentina, México, Uruguai e Colômbia”, disse.

Foram mantidas 126.280 vagas de emprego no setor durante setembro, alta de 1,3% em relação a setembro do ano passado. Não houve variação em relação a agosto. Foi registrada queda do número de empregados em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho), que passaram de 3.432 em agosto para 2.964 em setembro. A quantidade de funcionários em Programa Seguro Emprego (PSE) caiu de 2.888 em agosto para 2.867 no mês passado.

“Seja em layoff ou seja em PSE, são esses mecanismos importantes em período de crise. À medida que vemos a retomada, esses funcionários passam a migrar e voltar, e contribuir para a produção”, avalia Golfarb.

Previsões

As projeções de resultados para o final do ano, revistas no mês passado, tem como expectativa aumento de vendas de 7,3%; alta na produção, de 25,2%, e nas exportações de 43,3%. O vice-presidente da Anfavea disse que há uma recuperação gradual, mas quando se observa o ambiente macroeconômico, ainda não é possível enxergar um crescimento robusto. “É prematuro usar os números de setembro e acreditar que vai ser sustentável até o final do ano. Por isso, estamos sendo cautelosos”, disse.