Lojistas do Rio de Janeiro projetam alta de 2,5% nas vendas de verão
Após dois meses de queda, confiança do consumidor subiu em dezembro

Da Agência Brasil

As vendas durante o verão, especialmente no Carnaval, no Rio de Janeiro devem ser 2,5% maiores do que atingiram no mesmo período do ano passado. A expectativa é do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio). Na busca de um maior volume e para atrair os consumidores, os comerciantes vão fazer promoções, descontos, dar brindes e permitir forma de pagamento diferenciada.

Para o presidente do CDLRio e do SindilojasRio, Aldo Gonçalves, esta época do ano tem significado especial para o comércio carioca. Ele lembrou que a estação coincide com a alta temporada turística, férias escolares e o Carnaval. Tudo isso fortalecido pelo calor tropical.

Segundo Gonçalves, as coincidências colaboram para o crescimento das vendas, principalmente de produtos da estação, como moda de praia, roupas feminina e infantil especializadas, acessórios para fantasias e souvenires.

“Os lojistas estão animados com o grande número de visitantes que estão na cidade e esperam uma presença ainda maior do número de turistas nacionais e estrangeiros para o Carnaval”.

Confiança do consumidor

Em dezembro, depois de cair nos dois meses anteriores, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), cresceu 2,7 pontos e atingiu 88 pontos.

Na avaliação dos pesquisadores, o avanço do ICC está relacionado à melhora das expectativas do consumidor para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) variou 0,1 ponto, para 70,9 pontos e se manteve estável, enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 4,3 pontos, para 100,3. Esse foi o melhor resultado desde dezembro de 2019.

Na análise das faixas de renda, o indicador apontou também uma compensação de parte das perdas sofridas nos últimos dois meses, para quem tem renda mais baixa. Após forte queda no mês de novembro, os consumidores de menor poder aquisitivo identificaram que a situação financeira das famílias voltou a subir. Já os consumidores de classes de renda mais alta mantiveram o índice em patamar mais elevado.

Especialista alerta para o risco de aumento de casos de infarto e AVC no verão

Na estação mais quente do ano, o cuidado com a saúde deve ser ampliado. Durante este período, o risco de complicações para quem já teve algum tipo de disfunção cardiovascular é ainda maior. De acordo com o cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, da Rede D’Or São Luiz, Fabrício da Silva, para aqueles que já tiveram infarto ou têm doença coronariana, as altas taxas de calor podem causar um desequilíbrio de controle de temperatura do corpo, aumentando a demanda de trabalho do coração. “É necessário um esforço cardíaco maior para que o indivíduo consiga perder calor para manter a temperatura do corpo mais controlada. Isto pode gerar um estresse cardíaco, contribuindo para a instabilização de alguns quadros”, explica o cardiologista.

Outro fator que deve ter atenção redobrada durante o verão é a constante hidratação. O calor pode causar a desidratação, fazendo com que aumente a viscosidade sanguínea, o que contribui para algumas instabilidades das placas coronarianas, aumentando assim o risco de infartos e acidente vascular cerebral – AVC.

Segundo o cardiologista Fabrício da Silva, pessoas que possuem doença coronariana também são mais suscetíveis à insolação. “Boa parte das medicações utilizadas para doenças cardiovasculares acabam dificultando o trabalho natural do nosso corpo de perder calor, como os diuréticos e os betabloqueadores. Isso faz com que estes pacientes sejam mais suscetíveis à insolação. A condição pode ser fatal, pois ocorre quando a temperatura do corpo ultrapassa 40.6°C. Nesta situação, algumas proteínas param de funcionar e começa a disfunção de órgãos, podendo levar à morte. São situações mais extremas, mas é necessário ficar atento”, afirma Fabrício da Silva.

Indivíduos que possuem insuficiência cardíaca, também devem ficar em alerta. “Normalmente, são pacientes orientados a manter restrição de líquidos, pela própria condição do coração, por ter um órgão mais fraco. Eles são mais predispostos a desidratar neste período de alto calor. O ideal é que, sempre nesta época, o paciente retorne ao cardiologista para fazer ajustes medicamentosos, inclusive nas doses de diuréticos, para evitar situações de urgência”, conclui o cardiologista.

Doenças de verão? Fique atento aos principais sintomas das enfermidades no período

Com a chegada do verão e as férias, no mês de janeiro, além da diversão, o período também é propício a propagação de algumas doenças. Entre as mais frequentes enfermidades que podem atrapalhar o tão esperado descanso estão as doenças de pele (micoses, queimaduras solares), insolação, desidratação, otite, conjuntivite, infeções gastrointestinais e arboviroses (infecções transmitidas por insetos). O médico clínico, do Hospital Santa Helena, Daniel Salomão destaca alguns fatores que podem evitar a interrupção do momento de lazer.

 “É comum os hospitais ficarem cheios para atendimentos do que podem ser classificadas como “doenças de verão”. Para prevenir, é importante uma hidratação frequente – com o consumo de bastante água, ter cuidados com a pele, especialmente com uso de protetores solares e evitar a exposição prolongada ao sol. Fazer uso de repelentes, lavar as mãos, especialmente após o uso do banheiro e antes das refeições, e  armazenar os alimentos com atenção e cuidado, especialmente os mais perecíveis, também são cuidados fundamentais”, destaca, o especialista.

Salomão também ressalta que o paciente deve estar atento aos sintomas e, ao perceber maior gravidade, suspender a automedicação ou tratamento caseiro e procurar o profissional de saúde. O médico destaca que falta de ar, desmaios, sangramentos, dores persistentes, alteração em sensibilidade ou movimentação em alguma parte do corpo ou dor no peito são sinais de alerta que devem motivar a busca a um atendimento de urgência, independente do quadro do paciente.

“Alterações na pele que estão associadas à dor ou saída de secreções também requerem uma avaliação por um médico. Casos de alterações nos olhos, persistência de diarreia ou vômitos por mais de três dias em pacientes adultos também necessitam de atenção. No caso de crianças, especialmente menores de dois anos, devem sempre ser avaliadas em caso de diarreia ou vômitos ainda no primeiro dia de sintomas”, alerta.

De olho no verão

termometro

Recordes de temperatura, ultrapassando facilmente os 40ºC. E justamente nesse período a exposição dos olhos aos raios solares se dá por mais horas e com mais frequência. “É preciso conscientizar as pessoas que assim como a pele, os olhos também precisam de proteção, pois os raios ultravioletas (UV) atingem com mais intensidade os tecidos oculares, principalmente a córnea”, alerta o membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) e Consultor do Instituto Varilux da Visão, Dr. Marcus Sáfady.

A falta de proteção aos raios UV contribui ainda para o desenvolvimento de outros problemas visuais, como a Ceratite Actínica. “A Ceratite é uma inflamação na córnea que costuma ocorrer em pacientes que ficaram de 6 a 12 horas expostos ao sol. Os sintomas são vermelhidão nos olhos, dor na região, sensação de areia e fotofobia. No tratamento, deve ser feito com a aplicação de compressas de água gelada filtrada nos olhos”, explica Sáfady, alertando que se os sintomas não diminuírem, deve-se procurar um oftalmologista o quanto antes.

Outro caso comum é o Pterígio, conhecido popularmente como ‘carne no olho’, uma alteração na membrana que recobre o olho com uma massa vermelha em direção à córnea. O desconforto pode ser amenizado com o uso do colírio, porém em casos mais graves é necessário procedimento cirúrgico. “É importante ressaltar também que qualquer tipo de tratamento ocular deve ser indicado pelo oftalmologista. Usar medicamentos sem orientação médica pode trazer mais problemas que benefícios”, alerta Sáfady.

Além disso, nos dias quentes há maior evaporação da camada aquosa da lágrima, contribuindo para o agravamento do olho seco e da fotofobia. “O olho seco é caracterizado por olhos vermelhos, sensação de corpo estranho, ardência, coceira e visão borrada. Já a fotofobia é a sensibilidade acentuada a luz que pode estar relacionada às doenças inflamatórias como, por exemplo, a conjuntivite”, afirma o oftalmologista.

Sáfady alerta ainda que é importante ficar atento ao contato dos olhos com o excesso de cloro na piscina e com a água contaminada do mar que podem ocasionar alergias na região. “O cloro utilizado para higienizar as piscinas pode provocar lesões, irritações ou inflamações nos olhos das crianças, por exemplo, que costumam desaparecer depois de algumas horas, mas merecem atenção porque podem estar associadas às infecções ou ferimentos”, diz.

Óculos escuros e prevenção

Em pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica) e Instituto Meirelles de Proteção à Propriedade Intelectual (Imeppi), nos últimos dez anos foram apreendidos mais de 90 milhões de óculos ilegais no Brasil. Apenas em 2015, cerca de 8,7 milhões foram retirados de circulação. Além disso, as falsificações respondem por 50% do número de óculos de sol comercializados atualmente no Brasil. Para garantir o cuidado dos olhos dos tipos UVA, UVB e UVC, os usuários precisam usar o acessório com proteção adequada. “As lentes escuras de qualidade duvidosa podem ser perigosas, pois ao utilizá-las o usuário terá sua pupila dilatada, permitindo que uma quantidade maior de radiação atinja as estruturas internas dos olhos”, alerta Sáfady.

A solução é utilizar óculos com lentes polarizadas, que além de facilmente encontradas na maioria das ópticas, diminuem a fotofobia e oferecem 100% de proteção UV. “Esse tipo de lente elimina ainda o ofuscamento da luz branca e intensa do sol quando refletida em superfícies horizontais como carro, água, vidro ou estrada que chega a ‘cegar’ momentaneamente”, conclui o médico.