Justiça do RJ já concedeu mais de 9 mil medidas protetivas este ano
Decisões beneficiam mulheres vítimas de violência doméstica

Da Agência Brasil

A Justiça do Estado do Rio de Janeiro concedeu 9.317 medidas protetivas para mulheres em situação de risco entre janeiro a março de 2023. O levantamento também apontou que a quantidade de medidas protetivas concedidas a partir de 2019, incluindo os três meses deste ano, chegou a 115.067.

A afirmação é do presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo. Segundo ele, os números demonstram que o combate à violência doméstica e contra a mulher deve ser incessante, prioritário e envolver, além das instituições da esfera pública, toda a sociedade.

“São números que transmitem a violência diária da qual a mulher é vítima pelo simples fato de ser mulher. A violência é praticada independentemente da camada social da vítima e do agressor. Na maioria dos casos, ocorre no ambiente doméstico e familiar. As ameaças são o primeiro passo que leva ao feminicídio”, alerta

O desembargador lembrou as medidas no âmbito da Justiça, que vão além da aplicação de punição aos infratores pelos Juizados de Violência Doméstica.

“O Tribunal de Justiça do Rio é reconhecidamente um pioneiro no aprimoramento dos instrumentos que possam oferecer mais segurança às mulheres ameaçadas, como o incentivo ao Aplicativo Maria da Penha, a Patrulha Maria da Penha, a Rede Especializada de Atendimento à Vítima de Violência, e a criação no site do tribunal do Observatório Judicial da Violência, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação da Violência Doméstica e Familiar (Coem)”. Ele considera o aumento da violência de gênero um capítulo triste na história da sociedade contemporânea, explicou o presidente do tribunal.

Proteção

A concessão da medida protetiva tem fundamento em diferentes leis, sendo as principais a Lei Maria da Penha, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso. A finalidade é dar proteção à vítima em estado vulnerável. A sua aplicação pode ocasionar para o agressor o afastamento do lar, limite mínimo de distância, restrição de visitas a dependentes, suspensão de porte de armas e acompanhamento psicossocial ao autor da ameaça.

Sambódromo do Rio terá posto para casos de violência contra a mulher
Tribunal de Justiça prepara atendimento especializado para Carnaval

Da Agência Brasil

O Setor 11 do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, na capital Rio de Janeiro, vai ter um posto especial para atender mulheres vítimas de violência durante os desfiles de Carnaval. A iniciativa é do Tribunal de Justiça, que divulgou hoje (14) a criação de um protocolo específico de atendimento. O posto do Juizado Especial dos Grandes Eventos vai ter uma juíza como responsável por acolher as denúncias.

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ricardo Cardozo, diz em nota que a medida é uma resposta aos abusos que costumam ser mais frequentes nesse período.

“Os casos de feminicídio têm crescido e o carnaval é uma época em que os abusos e violências contra as mulheres tendem a aumentar. O objetivo do Tribunal de Justiça do Rio é fazer um atendimento especializado, para que as mulheres se sintam mais seguras na hora de fazer as denúncias”.

 

Desembargado Wagner Cinelli lança livro sobre a violência contra a mulher

 

 

 

O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Wagner Cinelli lança, no dia 11 de dezembro, pela Editora Gryphus, o  livro “Sobre ela: uma história de violência”, durante o webinar promovido pelo Fórum Permanente de Violência Doméstica , Familiar e de Gênero da Emerj.

O autor explica que a obra propõe um olhar multidisciplinar sobre a violência contra a mulher praticada pelo atual ou ex-companheiro. O tema é tratado a partir da
desigualdade de gênero que marca as sociedades no tempo e no espaço, com especial atenção à cultura. Aborda-se também a evolução legislativa, bem como programas e políticas públicas desenvolvidos no Brasil. O que leva o parceiro a transformar a amada em sua vítima contumaz? Como pode o lar, que deveria ser
um ambiente seguro, se tornar lugar de tormenta e medo? Por que tantas dessas vítimas insistem na manutenção do vínculo afetivo com seu agressor? Como quebrar o ciclo de violência? “As respostas para essas questões, que envolvem variáveis complexas, exigem um trabalho coletivo e falarmos. Parodiando Fernando Pessoa, falar é preciso. Por isso, precisamos falar sobre ela”, afirma Cinelli.

A inscrição para o webinar é gratuito e pode ser feito no link encurtador.com.br/IKT25, mas as vagas são limitadas. Também será possível acompanhar o evento pelo   Canal EMERJ EVENTOS no YouTube, através do link: www.youtube.com/user/EMERJeventos/live.