Falta de dinheiro e conhecimento de padrões ESG são entraves ao fornecedor da grande indústria
Levantamento feito pela FIA e Fiesp com 192 empresas aponta que somente 30% dos fornecedores conseguem cumprir as exigências de desempenho ESG feitas pelas grandes companhias

 

Por Claudio Marques, Para o Prática ESG 

Pesquisa realizada pela FIA Business School em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a fim de identificar demandas para o desenvolvimento de fatores ESG e de sustentabilidade nas organizações, mostra que 70% das grandes indústrias paulistas ampliaram os requisitos de performance ESG exigidos para aprovação ou seleção de fornecedores, mas somente 30% deles cumprem com sucesso os indicadores de desempenho desse tipo exigidos.

O estudo, porém, não apurou quais são essas exigências. “O que a pesquisa apurou é que as grandes empresas já têm mecanismos para demandar que seus fornecedores cumpram, e comuniquem, determinadas exigências, que variam enormemente por setor, em relação a aspectos ambientais, sociais e de governança”, afirma a coordenadora de sustentabilidade da FIA Business School, Monica Kruglianskas.

No entanto, o estudo, ao qual o Prática ESG teve acesso e que será divulgado no próximo dia 24, levantou as principais dificuldades dos fornecedores para realizar relato de sustentabilidade. “O relato ajuda, em muitos casos, a suprir parte das exigências, uma vez que identifica e diagnostica várias questões socioambientais e seus pontos de melhora, e pode se constituir em um mecanismo de apoio para a inclusão de aspectos ESG na estratégia do negócio”, diz Kruglianskas.

Dentre as principais dificuldades mencionadas para elaborar o relato, quatro se destacam:

  • Falta de recursos financeiros 28%
  • Falta de conhecimento sobre os padrões e metodologias – 22%
  • Falta de pessoal capacitado – 17%
  • Falta de procedimentos – 15%

A professora ressalta que o compromisso da cadeia de suprimentos é, muitas vezes, centrado no fornecimento e na conformidade contratual. “É muito provável que novos processos que assegurem redução de riscos associados aos aspectos ambientais, sociais e de e de governança só serão agregados se forem exigidos, contratualmente”, diz, acrescentando que os dados, porém, apontam a necessidade de treinamento e qualificação para fornecedores.

Setor financeiro

Atualmente, o setor financeiro dialoga com as empresas para avaliar práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança a fim de melhor embasar suas decisões. Por isso, não surpreende que a agenda ESG seja acompanhada pelo conselho de administração em 95% das grandes empresas. No entanto, essa supervisão cai para 59% nas médias e 42% nas pequenas companhias, de acordo com a pesquisa.

“Uma das contribuições do setor financeiro é promover incentivos às empresas que trabalhem adequadamente para melhorar seu desempenho nas questões ESG (mais além de exigências e mitigação de riscos), facilitando crédito e fomentando a competitividade das companhias que atuam com responsabilidade em prol do desenvolvimento sustentável”, declara Kruglianskas.

Nesse sentido, 75% das grandes empresas informam que têm obtido condições favoráveis em financiamentos, por demonstrar bom desempenho nas métricas ESG, enquanto mais de 50% das pequenas ou médias dizem não se beneficiar com esse fator.

A pesquisa também aponta que 75% das grandes empresas concordam totalmente (40%) ou parcialmente (35%) que as metas estratégicas integram totalmente os indicadores ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG). O índice cai para 28% (totalmente) e 13% (parcialmente), quando se trata de pequenas companhias e para 41 % e 18%, respectivamente, nas médias empresas.

Outros destaques

40% das grandes empresas adotam remuneração variável para cargos executivos atrelados ao desempenho quanto aos aspectos ESG, sendo esta remuneração variável uma realidade ainda mais distante para pequenas (16,3%) e médias (20,4%).

46% consideram seus gestores comprometidos com a execução de ações para atendimento dos indicadores de desempenho ESG, sendo que para as grandes o resultado foi de 70%, médias, 55% e pequenas, 38%.

44% no geral acreditam que seus funcionários consideram importante o comprometimento dos objetivos ESG, sendo o resultado de 80% para as grandes, 45% para médias e 37% para pequenas.

48% do total consideram destinar os recursos adequados para implantar as ações necessárias e acompanhar as métricas de desempenho ESG, sendo que para as grandes o resultado foi de 65%, 63% para médias e 39% para pequenas.

63% consideram ter conhecimento do papel da empresa frente ao atendimento dos ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, sendo de 85% para as grandes, 71% para médias e 57% para pequenas.

24% do total das empresas relatam publicar relatórios sobre os resultados ESG, sendo que das grandes são 60%, das médias 24% e das pequenas 18%.

A pesquisa foi composta por 21 questões que foram respondidas eletronicamente entre os dias 3 de novembro de 2021 ao dia 19 do mesmo mês por 192 empresas, sendo 20 de grande porte. 49 de tamanho médio e 123 são consideradas pequenas. As organizações pertencem aos setores de produtos de metal; máquinas e equipamentos, plástico e borracha, químicos, veículos, móveis, informática, alimentos, não-metálicos, material elétrico, têxtil, madeira, vestuário, couro e calçados, papel e celulose, metalurgia e outros.

Além de identificar demandas para o desenvolvimento de fatores ESG nas organizações, a parceria entre FIA e Fiesp também busca promover a formação e qualificação da indústria e a troca de informações, engajando indústrias, em especial de médio e pequeno porte, no entendimento e implementação da agenda ESG.

 

INSS: autorizado concurso para técnico de seguro social
Portaria publicada no Diário Oficial da União estabelece mil vagas

 

Da Agência Brasil

Diário Oficial da União publica, nesta segunda-feira (13), portaria da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, que autoriza a realização de concurso público para o provimento de mil cargos de Técnico do Seguro Social do quadro de pessoal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A responsabilidade pela realização do concurso será da presidência do Instituto Nacional do Seguro Social, a quem caberá editar as respectivas normas, mediante a publicação de editais, portarias ou outros atos administrativos necessários”, diz ainda o documento.

O prazo para a publicação do edital de abertura do concurso público será de seis meses, contado a partir de hoje, data da publicação da portaria.

Inflação oficial cai para 0,47% em maio, diz IBGE
Maior impacto para inflação do mês veio do setor de transportes

 

Da Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 0,47% em maio , taxa inferior ao 1,06% de abril deste ano e ao 0,83% de maio do ano passado. Os dados foram divulgados hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado de maio, o IPCA acumula taxa de 4,78% no ano. Em 12 meses, a inflação acumulada é de 11,73%, abaixo dos 12,13% registrados no mês anterior. O índice acumulado em 12 meses segue, pelo nono mês consecutivo, acima de 10%.

O maior impacto para a inflação do mês veio dos transportes, que subiram1,34%, devido principalmente à alta de 18,33% no preço das passagens aéreas. Os combustíveis tiveram variação de preços de 1%, abaixo da alta de 3,20% do mês anterior.

O segundo maior impacto no mês veio da saúde e cuidados pessoais, com inflação de 1,01%. Os produtos farmacêuticos, que tiveram alta de preços de 2,51% no período, foram, junto com as passagens aéreas, o item que mais pesou no IPCA de maio.

Os alimentos tiveram inflação de 0,48%, bem abaixo dos 2,06% do mês anterior. Alguns itens tiveram queda de preços, como tomate (-23,72%), batata-inglesa (-3,94%) e cenoura (-24,07%). Apesar disso, alguns produtos tiveram alta, como leite longa vida (4,65%) e cebola (21,36%).

O vestuário teve inflação de 2,11% e foi o grupo de despesas com maior alta de preços no mês. Habitação foi o único grupo com deflação (queda de preços) de -1,70%.

Combustível: presidente propõe ressarcir estados em troca de ICMS zero
Medida valeria para impostos estaduais sobre diesel e gás de cozinha

 

Da Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (6), em uma declaração à imprensa, uma proposta para reduzir os impostos estaduais sobre os combustíveis em troca do ressarcimento da perda de receita com recursos federais. A ideia é aprovar uma proposta de emenda constitucional (PEC) que  autorize os estados a zerarem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidem sobre o óleo diesel e o gás de cozinha (GLP). Ao fazerem isso, os governos estaduais contariam com uma compensação financeira equivalente à receita que deixaria de ser arrecadada. 

“Nós zeramos o PIS/Cofins [imposto federal] desde o ano passado e desde que os senhores governadores entendam que possam também zerar o ICMS, nós, o governo federal, os ressarciremos aos senhores governadores o que deixarão de arrecadar”, disse Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Durante o anúncio, ele estava acompanhado dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de alguns dos seus principais ministros, como Paulo Guedes (Economia), Adolfo Sachsida (Minas e Energia) e Ciro Nogueira (Casa Civil). Antes da declaração à imprensa, eles estavam reunidos na sede do governo federal para debater as medidas.

Para ser viabilizada, a proposta do governo precisa assegurar a aprovação do projeto que limita a aplicação de alíquota do ICMS sobre bens e serviços relacionados a combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. O projeto de lei complementar (PLP), que passou pela Câmara e agora está em análise no Senado, fixa a alíquota desse imposto em, no máximo 17% sobre esses setores, e também prevê mecanismos de compensação aos estados.

“Nós, aqui, esperamos, como é democrático, que o Senado tenha a tranquilidade, autonomia e sensibilidade no PLP 18. E que nós, após isso, tramitaremos uma PEC que autorize o governo federal a ressarcir os estados que estiverem à disposição para zerar esses impostos estaduais, sem prejuízo nenhum para os governadores”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira.

Situação excepcional

Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a situação atual exige a colaboração entre a União, os estados e os municípios. “Todos têm de colaborar. Estados e municípios estão numa situação que nunca estiveram antes. Todos no equilíbrio, em azul, pagando os fornecedores. Estão com as contas em dia, estão dando até aumento de salários. Estamos renovando o compromisso com a proteção da população brasileira, com a cooperação entre os entes federativos”, explicou, durante o pronunciamento.

Pela ideia do governo, a PEC serviria para compensar os estados com um eventual zeramento do ICMS do que ficar abaixo do teto de 17%, caso o Senado aprove o projeto de lei em tramitação na Casa. “A ideia é que uma parte venha por esse teto de 17%, ou seja a colaboração dos estados e dos municípios. E o governo federal, por outro lado, transferindo recursos para qualquer redução de impostos que vá além disso”, explicou o ministro.

Ainda de acordo com Guedes, a medida teria validade até o dia 31 de dezembro deste ano. Ele não informou qual será o impacto orçamentário do ressarcimento aos estados. “Temos receitas extraordinárias que ainda não foram lançadas no Orçamento, esta transferência aos entes estará limitada a essas receitas”, informou.

Senado

O presidente do Senado afirmou que as propostas do governo são bem-vindas e que o assunto será amplamente discutido na Casa, inclusive levando em conta os pleitos dos estados. Sobre o avanço do projeto de lei complementar que limita a alíquota do ICMS, ele disse esperar uma definição breve.

“Esperamos, muito brevemente, ter uma definição em relação à esse relatório do senador Fernando Bezerra Coelho, mas, de fato, uma oportunidade ao diálogo, ao consenso e, o que é mais importante, favorecer o consumidor final em relação ao problema gravíssimo que temos hoje, que é o preço excessivo do combustível na bomba”, disse Rodrigo Pacheco.

Gasolina e etanol

O presidente Jair Bolsonaro também afirmou que o governo federal vai zerar os tributos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre a gasolina e o etanol, para tentar reduzir o valor na bomba. Esses impostos estão zerados sobre o diesel e o gás de cozinha.

“Em havendo o entendimento por parte dos senhores senadores, em se aprovando o projeto de lei complementar, em se promulgando de forma bastante rápida uma emenda à Constituição, isso se faria valer imediatamente na ponta da linha essa diminuição da carga tributária para enfrentarmos esse problema fora do Brasil, que tem reflexos para todos nós aqui dentro”, enfatizou Bolsonaro.