Em crescimento, turismo com pets vira tendência no Brasil
Pesquisa revela que 51% dos donos de animais de estimação só viajarão em 2020 se puderem levá-los

Mercado de pets fechou 2019 com um faturamento de R$ 36 bilhões

Da Agência de Notícias do Turismo

Só quem tem bichinhos de estimação em casa sabe a alegria que eles trazem: eles são companhia, família, dão amor, brincam com as crianças. Por isso, como deixá-los para trás quando chega a hora de fazer turismo? Uma pesquisa realizada pelo Booking.com revelou que 51% dos entrevistados donos de pets só irão viajar em 2020 se puderem levar seus pequenos companheiros.

Dados do Instituto Pet Brasil (IPB) mostram que o segmento nacional fechou 2019 com projeção de um faturamento de mais de R$ 36 bilhões. Os números, que ainda não estão fechados, representam um crescimento de 5,4% sobre o resultado consolidado de 2018 (R$ 34,4 milhões). A projeção para 2020 é ainda mais otimista: R$ 40 bilhões. De acordo com dados do IBGE, em 2013 existiam mais de 132 milhões de animais de estimação no país. Já um estudo mais recente, do Instituto Pet Brasil, estimou a presença de 139,3 milhões de pets no país em 2018.

A veterinária Juliana Stephani, fundadora da PETFriendly Turismo, agência de turismo especializada em viagens com animais de estimação, afirma que é cada vez mais comum os tutores fazerem turismo acompanhados de seus pets. E a busca aumenta tanto para viagens nacionais como internacionais. “Os tutores que reconhecem a relação do pet como um membro da família, e na maioria das vezes como filhos, optam por viajarem com seus pets ou não viajarem”, aponta.

Juliana, que fundou a agência em 2018, explica que hoje as hospedagens já estão entendendo essa nova realidade e muitas se adaptam para ter um serviço realmente especial a esses novos hóspedes. Porém, explica ela, existem muitos que dizem que “aceitam pets”, mas restringem o animal ao quarto, por exemplo. “Ou seja, aceitar animais não é sinônimo de ser pet friendly. Pet friendly é incorporar o hóspede pet na realidade do sistema de hospedagem. Mas hoje já existem locais que usam isso como marketing: ‘aqui aceitamos seus humanos’”, comenta, entre risos.

Aeroportos estão implantando adaptações para receber pets. Alguns oferecem aos passageiros uma área de descanso para os seus bichos, como o terminal internacional de Guarulhos (SP). O local é destinado para os animaizinhos fazerem suas necessidades e relaxarem, principalmente após longas viagens.

Uma medida importante ao planejar a estada com seu pet é pesquisar um local que se adeque ao bicho. Juliana explica que não existe um destino específico para pets, mas sim aquele que mais agrada e se encaixa no perfil da família. “Animais que não gostam de água, por exemplo, não é uma boa opção levar para praias ou lagos. Animais mais velhos ou com problemas respiratórios não devem ir a lugares muito quentes”, orienta Juliana.

HOSPEDAGEM – Outra iniciativa importante é verificar se a hospedagem é a chamada “pet friendly” (na tradução literal do inglês, ‘amigo dos animais’, expressão utilizada para identificar lugares onde animais são bem-vindos) e oferece serviços que permitem que o pet fique à vontade junto com seus responsáveis. No Brasil, vários meios de hospedagem já se renderam a essa tendência e passaram a oferecer comodidade aos bichinhos.

Algumas redes de hotéis convidam as pessoas a se hospedarem com seus animais. A Ibis, que é “dog friendly”, dá várias dicas em seu site para quem quer levar o pet para uma das unidades da rede. Algumas delas são não esquecer de levar o kit de higiene e verificar se a carteirinha de vacinação está em dia, pois a apresentação é obrigatória no check-in.

Em São Paulo, o Maksoud Plaza passa a receber, a partir deste mês, cães de pequeno porte, que podem acompanhar os donos nos quartos e corredores do hotel. Segundo a diretoria do estabelecimento, a novidade surgiu de uma demanda dos próprios hóspedes, que pediam que seus pets os fizessem companhia.  “Cada vez mais os negócios devem ser inclusivos. Certamente existe uma tendência ainda maior de pessoas viajarem com seus animais de estimação”, observa Carlos Lessa, diretor de Vendas e Marketing do Maksoud.

DICAS – A Agência de Notícias do Turismo levantou uma série de dicas para que a viagem com seu pet seja a mais tranquila e feliz possível. Confira:

Saúde: carteira de vacinação, vermifugações e antipulgas sempre em dia. Manter a saúde do pet permite – ou não – ao tutor levá-lo para a viagem. É preciso saber a localização de clínicas veterinárias 24 horas no destino.

Identificação: “microchipar” é uma forma de identificação bem útil e comum atualmente. O pet é cadastrado num banco de dados, que pode ser acessado por qualquer veterinário ou agente sanitário, por exemplo. Isso facilita a localização caso o pet se perca.

Remédios: não medicar os animais para tranquiliza-los durante voos, por riscos à saúde do pet. Existem remédios que relaxam e diminuem o enjoo, mas eles são recomendados em viagens de carro ou ônibus. Cada tutor deve conversar com o veterinário para saber a indicação.

Transporte: cada companhia aérea tem suas regras para levar animais, na cabine ou no porão. O mais importante é adaptar o pet à caixa de transporte. Para viagens de carro, recomenda-se cinto de segurança ou caixa própria. De ônibus, sempre dentro da caixinha.