Magalu prepara “desembarque” no RJ com 50 lojas
CEO do Magalu chama a invasão do mercado carioca e fluminense pelo grupo de varejo de “Desembarque da Normandia”

 

Do Brazil Journal

Num movimento que o CEO Fred Trajano comparou ao desembarque na Normandia, o Magazine Luiza vai abrir pelo menos 50 lojas no Estado do Rio nas próximas semanas — penetrando pela primeira vez um mercado responsável por 15% do varejo nacional.

A entrada no Rio é particularmente relevante para o Magalu porque seu modelo de negócios é baseado na multicanalidade: a rede costuma ter o dobro de market share no ecommerce nas cidades onde tem loja física.

A blitzkrieg fluminense será feita em três ondas de abertura de lojas começando na semana de 5 de julho, quando o Magalu já abrirá 23 pontos. As lojas vão de Copacabana a Bangu, da Tijuca a Santa Cruz, passando pela Pavuna.

No interior, o Magalu vai entrar em Itaguaí, Niterói, Petrópolis, Belford Roxo, Volta Redonda e São Gonçalo.

Fred disse ao Brazil Journal que as 50 lojas são “só o começo”, e devem gerar 3.000 mil empregos diretos.

A campanha de marketing também inclui artilharia pesada: o Magalu vai adesivar mais de 44 mil guarda-sóis e todas os quiosques da orla; colar sua marca no BRT e oferecer wifi gratuito aos passageiros por seis meses; e projetar um laser a partir do Cristo Redentor que apontará para cada uma das 23 lojas na noite anterior à inauguração.

Na ativação da campanha, o Magalu levou em consideração o conselho de Anitta, que notou que “o Rio do carioca não é o Rio do turista.” Num dos vídeos, a “Girl from Rio” aparece no calçadão da Tijuca.

O Magalu aproveitou uma rara janela de oportunidade aberta pela pandemia. “Apesar de toda crise, o mercado imobiliário do Rio é muito aquecido, é muito caro. Com a pandemia, conseguimos alugar pontos muito bons com mais facilidade,” disse Fred.

Perguntado se o Magalu não teme as questões de segurança pública que o Rio historicamente enfrenta, Fred disse que a empresa lida com a insegurança em todos os Estados.

“O Rio é um retrato perfeito do Brasil, com todas as suas oportunidades, belezas e desigualdades. Não acho que vamos encontrar nada diferente no Rio do que encontramos em outros Estados.”

Ministro Tarcísio Freitas participa de webinar sobre Infraestrutura e Seguro
Evento será transmitido pelo canal da ENS no YouTube

 

Da Redação

Os investimentos em infraestrutura são um dos pilares da economia brasileira. Em 2021, o segmento deve se beneficiar da agenda de concessões públicas e privatizações, que tem aportes estimados em R$ 137,5 bilhões. Até o fim do ano que vem, as concessões de ativos públicos na área de infraestrutura deverão render ao país cerca de R$ 260 bilhões em investimentos. Essa agenda impacta diretamente o setor de seguros, que acompanha de perto as obras e os projetos voltados para rodovias, portos, ferrovias e terminais aeroportuários. O tema está em debate na primeira edição da série Grandes Eventos / Ponto de Vista, criada pela Escola de Negócios e Seguros (ENS), como parte das ações comemorativas pelos 50 anos da Instituição.

O primeiro encontro será “A Infraestrutura e o Seguro no Brasil” e acontece nesta quinta-feira (01). O evento contará com a participação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, do deputado federal e presidente da ENS, Lucas Vergilio, bem como de dirigentes da ENS, representantes do Legislativo, do mercado de seguros e da indústria de base.

O presidente executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Venilton Tadini, vai apresentar uma visão do mercado sobre infraestrutura e seguro. Em seguida, o deputado federal Augusto Coutinho (SDD-PE) analisará os impactos da nova Lei de Licitações – projeto do qual foi relator na Câmara. Já o ministro Tarcísio Freitas abordará os investimentos do Governo federal no programa de concessões públicas e seus reflexos no mercado de seguros.

“Criamos essa série para promover uma aproximação e estimular o diálogo entre o poder público e a iniciativa privada. Juntos, queremos identificar e propor soluções para ajudar o País na retomada do crescimento econômico”, explica o presidente da ENS, Lucas Vergilio.

A mediação ficará a cargo do advogado João Marcelo dos Santos, presidente da ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência). No encerramento, João Marcelo comandará mesa-redonda com Roque Melo, vice-presidente da Junto Seguros e presidente da Comissão de Riscos de Crédito e Garantia da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no endereço  ens.vc/pontodevista1. A transmissão do evento será pelo canal da ENS no YouTube: www.youtube.com/channel/UCWKYHpO2GdJ7nfxuNx3XctQ.

 

Venda de plano de saúde para MEI aumenta 70% em 2021
Entre as modalidades mais crescentes, está o empresarial, de adesão e individual

 

Agência O Globo

O número de Microempreendedores Individuais (MEIs) disparou no Brasil nos últimos meses entre 7 de março (último balanço antes do início da pandemia) e 30 de novembro. O acréscimo foi superior a 1,4 milhão, segundo dados do Portal do Empreendedor, do Governo Federal.

A quantidade de pessoas com Plano de Saúde para MEI, ou Plano de Saúde Bradesco para CNPJ, aumentou muito no Brasil. Os novos beneficiários chegam a aproximadamente 47,5 milhões, isso representa um acréscimo de 77,4 mil pessoas, segundo levantamento realizado no ano de 2021. Dentre as modalidades mais crescentes, está o empresarial, de adesão e individual. Desde o começo da pandemia, pode-se afirmar que essa é a primeira vez que houve uma ampliação, na base de pessoas que possuem convênio médico. Especialistas afirmam que parte desse crescimento, está atrelada à entrada de novos usuários em planos mais baratos, com poucas redes de atendimento.

A principal razão disso é que o setor de saúde suplementar não tinha interesse em vender planos individuais, onde os reajustes são regulados pela ANS, que são mais baixos. Ou seja, quem era demitido e perdia o plano empresarial (muitas vezes ofertado pela empresa empregadora), recorria a planos coletivos por adesão, que possuem os reajustes livremente aplicados pelas operadoras e um custo mais elevado. Esses tipos de planos coletivos por adesão estão em constante crescimento, principalmente em períodos como esses em que a instabilidade continua. Isso porque não há necessidade alguma de vínculo empregatício.

Esses fatores abriram um leque de escape para muitos brasileiros, que estão se tornando microempreendedores e gerando a sua própria renda. Tais motivos, impulsionaram a formalização de serviços dos mais variados setores em todo o país. Para se ter uma base, entre o mês de novembro do ano passado e maio deste ano, houve um aumento gradativo de 18% de novos CNPJs, em relação ao mesmo período entre os anos de 2016 e 2017, segundo um levantamento realizado pela consultoria MEI Fácil. Um aspecto significativo mostra que os autônomos procuram empreender e atuar nas áreas em que já possuem mais conhecimento e habilidade, o que potencializa as possibilidades de lucro, garante uma prestação de serviço com maior qualidade e amplie oportunidades de relações comerciais, podendo ser reconhecido por empresas.

No caso de MEI (microempreendedor individual) regularizado e ativo há pelo menos seis meses, pode se contratar um plano de saúde para mei diretamente da operadora de saúde, sem precisar passar por ‘intermediários’, ou seja, pelas administradoras de benefícios (empresas que administram e revendem planos de saúde). Com isso, o plano pode sair até 50% mais barato, se comparado a um plano de saúde por adesão. No plano de saúde empresarial, o MEI pode incluir seus familiares e seu empregado contratado.

Planos devem R$ 2,9 bi ao SUS
Valor pagaria 58 milhões de doses de vacina

 

Do UOL

Se você tiver plano de saúde, sofrer um acidente e for encaminhado a um pronto-socorro do SUS (Sistema Único de Saúde), a lei determina que a conta do atendimento seja enviada para a sua operadora. Porém, em vez de cumprir a legislação e pagar as faturas, parte das empresas prefere questionar os valores na Justiça e acumular dívidas com a União —”travando” bilhões de reais, que poderiam ser investidos em melhorias no serviço público de saúde.

Por conta dessa estratégia, os planos privados devem cerca de R$ 2,9 bilhões ao SUS, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), responsável por fiscalizar o setor e cobrar o pagamento.

As maiores devedoras são a Hapvida e a NotreDame Intermédica, que anunciaram fusão em março e devem juntas ao menos R$ 648 milhões (22% do total). Elas negam que a judicialização e o atraso nos pagamentos sejam estratégia de negócio e acusam a ANS de realizar cobranças indevidas.

Mas enquanto os débitos se arrastam na Justiça, o SUS deixa de receber recursos previstos em lei. Com os R$ 2,9 bilhões da dívida total, equivalente a US$ 588 milhões, daria para comprar ao menos 58 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 (considerando o valor de US$ 10 por dose pago pelo Ministério da Saúde na maioria das vacinas), o que seria suficiente para imunizar 29 milhões de pessoas.

“É claro que esses valores fazem falta. Trata-se de uma injustiça, um favorecimento às empresas, que estão sempre no azul, enquanto o SUS é subfinanciado”, afirma o pesquisador José Antonio Sestelo, representante da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) na Comissão de Saúde Suplementar do CNS (Conselho Nacional de Saúde), que monitora as ações do Ministério da Saúde. Entre os serviços com mais indenizações pendentes estão hemodiálise, transplante de rim e partos.

Por que a cobrança é feita?

O ressarcimento ao SUS consta na lei 9.656 e foi criado para equilibrar as contas do sistema público e evitar que as operadoras ganhem duas vezes: com as mensalidades e sem gastar com o atendimento aos clientes. A medida não tem impacto financeiro ao usuário, já que a conta é enviada ao plano de saúde.

“As empresas cobram dos seus clientes e incluem a oferta de determinados serviços. Se o paciente usou o hospital público, a operadora está ganhando sem trabalhar, sem gastar com equipe e estrutura, por isso o SUS pede o ressarcimento”, afirma Sestelo.

O dinheiro arrecadado vai para o Fundo Nacional de Saúde (FNS), que financia investimentos em saúde, seja na compra de equipamentos ou de vacinas contra a covid.

Inadimplentes em fusão

Líder do ranking, a Hapvida tem débito de R$ 382 milhões e nunca pagou um único centavo. Já a NotreDame Intermédica, com dívida de R$ 265 milhões, quitou apenas R$ 9.306 (0,003%). A fusão das companhias, que depende ainda da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), dará origem à maior operadora de planos de saúde do país, com 8,4 milhões de clientes e receita líquida de R$ 18 bilhões.

A Hapvida é líder no Norte e Nordeste, e a NotreDame, no Sudeste, porém ambas têm foco em clientes com menor poder aquisitivo (com mensalidades em torno de R$ 220). Por trás da Hapvida está o oncologista Candido Pinheiro, que está na lista de bilionários da Forbes, com fortuna estimada em R$ 20 bilhões.

Já a NotreDame foi fundada pelo médico Paulo Sérgio Barbanti, em São Paulo, e hoje é gerida pelo fundo norte-americano Bain Capital.

Segundo o Banco Central, ambas estão inscritas na Dívida Ativa pelo não ressarcimento ao SUS. De acordo com o banco, a Hapvida entrou em 2013 para o Cadin (uma espécie de “Serasa” das empresas e pessoas que devem ao governo federal), e a NotreDame, em 2016.

Apesar de esse cadastro limitar a obtenção de créditos e incentivos, ambas não só continuaram crescendo e comprando concorrentes como atualmente prestam serviço para órgãos públicos. A Hapvida assinou contrato com a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e a NotreDame, com as Forças Armadas.

Como é calculada a indenização ao SUS

A dívida das operadoras é calculada a partir do cruzamento de informações sobre os atendimentos no SUS e os usuários dos planos de saúde. Depois da notificação da ANS, as operadoras podem recorrer administrativamente. Seus argumentos mais comuns são de que o paciente estava em período de carência ou que o serviço não está previsto no contrato. Se comprovado o argumento, a ANS pode cancelar a cobrança ou recalculá-la. Caso contrário, é emitido boleto para pagamento e começam a contar os juros.

Os dados da ANS mostram que a estratégia padrão de algumas companhias é recorrer administrativamente e, depois, empurrar a dívida na Justiça. “É claro que as empresas não querem pagar, então as operadoras vão prorrogando até a hora que der”, afirma Isabela Soares Santos, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

As falhas do processo

A judicialização se baseia em três pontos, segundo o advogado Luiz Felipe Conde, presidente da Comissão Especial de Saúde Suplementar do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil): as empresas questionam o cálculo da ANS, o momento em que os juros começam a valer e o prazo em que as dívidas caducam.

A ANS afirma que tem investido para aprimorar os processos. Mas os dados mostram que o sistema ainda tem falhas, como o longo prazo de um ano até que uma operadora seja notificada. À Repórter Brasil, técnicos da agência disseram que para reduzi-lo seria
preciso mudar os procedimentos no SUS, que demora para consolidá-los.

Outro problema é que são cobrados apenas os atendimentos ambulatoriais de alta complexidade, deixando as consultas de fora.

O que dizem as empresas

Questionado pela Repórter Brasil, o Grupo NotreDame Intermédica não reconheceu a dívida de R$ 265 milhões com o SUS, apesar de a empresa constar na “lista suja” de devedores da União. A operadora argumenta que, “quando entende que as cobranças não são pertinentes, esgotados os meios das defesas administrativas, exerce seu direito de discutir em âmbito judicial, efetuando 100% dos respectivos depósitos de garantia”.

Já a Hapvida afirmou que se manifestaria por meio da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde). Em nota, a associação criticou a demora da ANS em notificar as operadoras e disse que questiona as cobranças, mesmo após o Supremo Tribunal Federal decidir que a indenização ao SUS é constitucional.

Para a Abrasco, os quase R$ 3 bilhões desse “calote” ao SUS — que corresponde à dívida até dezembro de 2020 e sendo que uma parte (R$ 1 bilhão) está em disputa — somado aos lucros crescentes e à fusão das empresas líderes desse ranking são um retrato da saúde privada no Brasil.

“Esse mercado tem ficado altamente oligopolizado e isso aumenta a influência política das empresas”, diz Sestelo.