Presidente da ADUSESP espera que a Justiça mantenha liminar que derrubou descredenciamento de hospitais pela Unimed Recife
Segundo Renê Patriota, decisão da operadora de suspender os serviços desrespeitou a relação médico-paciente

 

Renê cita que há casos de pacientes que tiveram tratamento de câncer interrompido devido à decisão da Unimed Recife

 

Da Redação

A presidente da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros e Planos de Saúde (ADUSEPS), Renê Patriota, espera que a Justiça mantenha a liminar que reverteu a decisão unilateral da Unimed Recife de descredenciar vários hospitais, como o Memorial São José, Esperança Olinda, Esperança Recife e Santa Joana. A decisão do juiz Janduhy Finizola, que considerou o ato abusivo e ordenou o reestabelecimento da rede originalmente vendida nos planos para os consumidores, foi resultado de uma ação cível impetrada pela Associação. Em caso de descumprimento, a Unimed terá de pagar uma multa diária de cinco mil reais. “Espero que a Justiça continue firme com essa decisão, que respeitou o direito do consumidor”, afirma Renê.

Advogada e médica obstetra, Renê critica o descredenciamento tanto do ponto de vista legal quanto do social. O lado mais cruel foi a interrupção de tratamentos que estavam em curso. A decisão da Unimed simplesmente encerrou os serviços, sem permitir que os pacientes continuassem seus tratamentos com os médicos que os acompanhavam. Renê relata que há casos de pacientes que estavam realizando terapias contra câncer, mas também tiveram seus procedimentos encerrados. “Cortaram todos os serviços, sem respeitar a relação médico-paciente”, critica.

Ela observa que a operadora não pode simplesmente ignorar os contratos firmados com os consumidores e excluir os hospitais sem substituir por novas opções. Segundo a presidente, a decisão unilateral expressa a estratégia da operadora de verticalizar o seu serviço, encaminhando os consumidores para a sua rede própria de assistência.  Entretanto, Renê questiona se a rede própria tem capacidade para atender a demanda. Atualmente, a operadora tem mais de 176 mil beneficiários.

Um gargalo apontado por ela é a falta de emergência pediátrica, pois a Unimed possui apenas um hospital materno infantil em Recife. Além disso, a realidade que a presidente tem visto é de emergências lotadas. “A verdade é que os hospitais da Unimed não têm condições de absorver toda essa demanda. Eu tenho passado em frente às emergências e tenho visto pessoas nas calçadas, aguardando atendimento. Isso é um desrespeito com as pessoas”, afirma.

A ADUSEPS também questiona a falta de diálogo entre a operador e os clientes. Segundo a Associação, a Unimed apenas enviou uma carta aos clientes comunicando sobre o fim dos serviços da rede credenciada, sem nem ouvir os consumidores. Porém, relata Renê, ainda há nas rádios propagandas da operadora oferecendo planos de saúde com a rede credenciada. “Eles estão atraindo novos consumidores com serviços que não existem mais. Estão enganando dizendo que vai ter à disposição a rede credenciada”, condena.

Críticas à imprensa local

Renê também aponta a sua crítica à imprensa local. Segundo a presidente da ADUSESP, é inadmissível a falta de cobertura dos veículos de imprensa de Recife sobre uma questão que afeta milhares de pessoas. Ela avalia que o fato de a Unimed ser uma anunciante de peso tem refletido na falta de matérias sobre o caso. “O direito à informação tem que prevalecer. O que está ocorrendo é uma vergonha”, ressalta.

FBH lança nova edição do Manual do Gestor Hospitalar
A publicação está disponível no site da Federação

 

 

Da Redação

A Federação Brasileira de Hospitais (FBH) lançou a 3ª edição do Manual do Gestor Hospitalar, que traz informações estratégicas e técnicas para orientar os gestores hospitalares na tomada decisões à frente de suas instituições. A nova edição foi apresentada pela primeira vez durante o Encontro de Gestores Hospitalares de Goiás, promovido pela Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG), em Goiânia.

O presidente da FBH, Adelvânio Francisco Morato, destaca que a elaboração do Manual consolida um trabalho que teve início há pouco mais de três anos, quando a entidade traçou a meta de realizar um amplo processo de qualificação, que permitisse levar conhecimento e soluções práticas às gestões dos hospitais de todo país. “O objetivo era superar o cenário heterogêneo e oferecer a esses gestores, que enfrentam as mais diversas dificuldades, um suporte maior de capacitação para que pudessem melhorar as gestões dos estabelecimentos que gerenciam”, afirma Morato.

A produção da 3ª edição também incluiu um vasto conteúdo resultado da participação de Morato nos eventos da Federação Internacional de Hospitais (IHF). No início deste ano, o presidente da FBH se tornou membro do Conselho Administrativo da entidade internacional. A obra está organizada em 10 capítulos, que abordam temas focados em três temáticas: transformações digitais na saúde; pessoas no centro das transformações do sistema; e conceito integrado de saúde. O Manual está disponível no site da Federação – https://www.fbh.com.br/.

Bodytech começa a trilhar um caminho de diversidade, equidade e inclusão
Com palestras e aulas práticas, os ensinamentos geram sensibilização na vida pessoal e profissional, transformando a equipe

 

O programa BT Co + Diversa propõe uma reflexão nos mais de 3 mil colaboradores da empresa

 

Da Redação

A Bodytech Company  está implementando o programa BT Co + Diversa, pautado em diversidade, equidade e inclusão. São mais de 3 mil colaboradores se descobrindo e quebrando crenças disseminadas por muitos anos na sociedade e pelo mercado fitness. O projeto leva para o time workshops que são planejados para sensibilizar e tocar na ferida. Os temas focam em questões de gênero, pessoas com deficiência, pessoas gordas, comunidade LGBTQIA+ e raça. “Cada encontro é programado para tornar o momento único. Trazemos pessoas convidadas com histórias inspiradoras e que atuam em suas áreas. Sempre com muita informação, com espaço para questionamento e esclarecimento. Essa troca é bastante importante, mexe com o íntimo de cada um e alguns temas podem causar desconforto. É um momento de reflexão, de expor suas fraquezas e vulnerabilidades, sem julgamento, mas com empatia.”, pontua Ana Urquiza, consultora de diversidade e responsável pelo desenvolvimento do programa.

Ana Urquiza destaca que o programa vai debater quer debater as crenças enraizadas

O BT Co + Diversa conta com a participação de pessoas que lutam por seus ideais, com argumentos, e histórias, e que reservaram algumas horas da sua rotina para dividir suas experiências, e assim, estão ajudando o próximo a abrir novas portas para o conhecimento e até a descobrir preconceitos desconhecidos. Entre eles, estão: Caio Revela (caiorevela), Levi Kaique (levikaiquef), Joice Berth (joiceberth), Beta Boechat (betafala), Rebeca Costa (looklitle), Nati Mota (saudegg), Luana Carvalho (lxccarvalho), Fatou Ndiaye (fatouoficial), Eduardo Valadares (eduvlld), Jaime Ribeiro (jaimeribeiro), Daniel Kehl (danikehl), Preto Zezé (pretozeze), Carla Akotirene (carlaakotirene), Lau Patrón (laucpatron), Erick Cuzziol (nutricionistagordo), Cintia Chiari (cintiachiarinutriser), Adriana Berton (adriana_berton_facilitadora) e a empresa Impact Beyond (impact.beyond).

“Estava trabalhando na recepção organizando os atendimentos, quando um rapaz comentou que havia visitado a academia com seus amigos, que gostou bastante da unidade e queria fechar um plano. Passei todos os detalhes e condições de cada plano. Para concretizar a venda, solicitei um documento com foto, nesse exato momento, senti na fala – “este é meu documento social, mas se precisar tenho o original” – um certo receio de ser constrangido. Perguntei como ele gostaria de ser chamado, e a conversa com o Diego seguiu de maneira natural e tranquila. As capacitações e as sensibilizações realizadas pelo projeto, foram essenciais para saber lidar com a situação e atender a pessoa de maneira acolhedora”, relata Gregory Velozo Santos, Supervisor de Unidade na Bodytech Eldorado.

“Os resultados diários mostram que o trabalho de conscientização é refletido na vida profissional e pessoal. É como cuidar de uma planta, precisa de cuidado e atenção, pois o caminho é longo, e nada acontece do dia para a noite. É necessário tempo e dedicação para florescer”, celebra Ana.

Pesquisas

De acordo com dados da Harward Business, empresas que desenvolvem ações de Diversidade, Equidade & Inclusão em suas equipes possuem 50% dos conflitos reduzidos comparados a empresas que não tratam do tema, além de colaboradores 17% mais engajados. Os benefícios de DE&I vão além de produtividade e transmitem sentimentos de acolhimento e pertencimento às pessoas colaboradoras.

Segundo a consultora de Diversidade & Inclusão da Bodytech Company, Ana Urquiza, desenvolver ações com DE&I é “quebrar ciclos de discriminação e atuar ativamente para mudar as estruturas nas quais a nossa sociedade atual foi construída, que causam desigualdade de oportunidades”. Pesquisas apontadas por Ana revelam que existem grupos que são mais afetados pela vulnerabilidade social, como: mulheres, pessoas negras, LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência. Números revelam que 51,7% das mulheres que formam a população brasileira ganham em média 20,5% menos que os homens em relação a remuneração salarial e somente 13,6% ocupam cargos executivos das 500 maiores empresas do Brasil. Elas também tiveram 81% de suas vagas retiradas em 2020, ano em que a pandemia afetou fortemente a economia no país.

Pessoas negras formam 55,8% da população brasileira e entre as mulheres negras, a remuneração salarial é 59% menor quando comparada aos homens. Os negros ocupam apenas 4,7% dos cargos executivos das 500 maiores empresas do Brasil e quando o assunto é taxa de desemprego eles representam 16,1% contra 11,5% de pessoas brancas.

O grupo LGBTI+ é composto por 10% da população brasileira, segundo dados extraoficiais. A inserção no mercado de trabalho também é uma questão que deve ser estimulada para esse grupo, já que 33% das empresas brasileiras assumem que não contratariam uma pessoa LGBTI+ para assumir cargos de liderança. A segurança também é alarmante: o Brasil possui 1 morte do grupo LGBTQIAP+ a cada 23 horas. A expectativa de vida de uma pessoa trans no país é de 35 anos.

As pessoas com deficiência representam 24% da população brasileira, com 45,6 milhões de pessoas. Somente 1% estão nos cargos executivos das 500 maiores empresas do Brasil e grande parte dos empregadores (81%) revelam contratar um PCD apenas para cumprir a lei de cotas.

De acordo com um estudo da McKinsey & Company e da Harvard Business Review, as empresas que possuem diversidade de gênero em suas equipes executivas são 21% mais propensas a terem lucratividade acima da média do mercado em que atuam. Já em relação à diversidade étnica e cultural os dados apontam 33%. A pesquisa também revela que empresas com diversidade têm 45% mais chance de ganhar market share em seus setores e 75% de novos mercados.

Aeroporto Santos Dumont, no Rio, recebe exposição do Museu Nacional
Peças mostrarão a biodiversidade das Ilhas Cagarras

 

 

Da Agência Brasil

 

Local visitado pelo naturalista Charles Darwin no ano de 1832, o Arquipélago das Ilhas Cagarras, localizado entre 3,8 e 9,1 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, no sul da Praia de Ipanema, é o objeto da exposição que começa hoje (22) no Aeroporto Santos Dumont, no centro da cidade.

Intitulada Nas Asas da Ciência – um voo pelas Ilhas Cagarras, a mostra pode ser vista até o dia 20 de fevereiro no saguão de desembarque do aeroporto, ocupando um espaço com 280 metros quadrados com vista para a pista do aeroporto e para a Baía de Guanabara.

A iniciativa é do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Projeto Ilhas do Rio, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico e a Colônia de Pescadores Artesanais de Copacabana (Z-13), com o apoio das empresas Ecossis e Emob.

O Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MoNa Cagarras) é uma unidade de conservação integral desde 2010. Segundo o pesquisador Fernando Moraes, um dos organizadores da exposição, o local abriga espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção.

“As Ilhas Cagarras têm grande valor paisagístico, cultural e ecossistêmico para os moradores do Rio de Janeiro e para os turistas que visitam a cidade. Grande parte dos voos que chegam e partem da cidade sobrevoa esse cartão postal natural. O público terá a oportunidade de contemplar a rica biodiversidade da região, conhecer uma parte singular da história indígena do Brasil e se aproximar dos resultados científicos produzidos por diversas linhas de pesquisa na unidade de conservação”.

De acordo com a diretora adjunta de Integração Museu e Sociedade do Museu Nacional, Juliana Sayão, a exposição traz peças que nunca foram apresentadas ao público.

“Esta exposição apresenta ao público, pela primeira vez, a mais nova peça preparada no Setor de Taxidermia do Museu Nacional, uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) de quase 50 kg, que foi encontrada no entorno das Ilhas Cagarras por pescadores artesanais da Colônia de Copacabana e doada ao Departamento de Vertebrados da instituição”.

A mostra apresenta cerca de 50 exemplares de espécies e grupos zoológicos da Coleção Didático-Científica da Seção de Assistência ao Ensino do Museu Nacional/UFRJ. Os visitantes e passageiros poderão conhecer melhor, por exemplo, caranguejos, conchas, corais, esponjas e estrelas-do-mar encontrados nas Cagarras.

Os destaques são os exemplares taxidermizados, popularmente chamados de “empalhados”, como as aves marinhas atobá-marrom e fragata e o peixe mero com mais de um metro de comprimento. A mostra traz ainda artefatos arqueológicos como machados de pedra polida e cerâmicas, que registram a presença indígena tupi-guarani no local desde o século 15.

Ilhas Cagarras

A unidade de conservação do arquipélago abrange seis ilhas e ilhotas (Cagarras, Filhote da Cagarra, das Palmas, Comprida, Redonda e Filhote da Redonda), além da área marinha no raio de dez metros de cada uma, protegendo ecossistemas terrestres e marinhos com reconhecida importância internacional, já que o local abriga espécies endêmicas, que só existem nas Ilhas Cagarras. Entre elas está uma espécie de pererequinha-de-bromélia (Scinax gr. Perpusillus) que não havia sido descrita, ou seja, era nova para a ciência.

Segundo o projeto Ilhas do Rio, o nome da ilha principal, que dá nome ao arquipélago, deriva de “cagada”, devido às manchas brancas características, causadas pelos excrementos das aves marítimas, chamado de guano.

A outra ilha principal, chamada de Comprida, aparece nos mapas antigos como Ilha Tapera, indicando a utilização do local pelas populações indígenas. Tapera, em tupi, significa casa abandonada. Em 2011, foram encontrados na Ilha Redonda artefatos de pedra e cacos de cerâmica datadas do ano de 1490, identificados como um sítio arqueológico tupi-guarani e registrado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O arquipélago foi objeto de estudo do naturalista Charles Darwin, responsável pela teoria da evolução, descrita no livro A Origem das Espécies. O então jovem cientista, com apenas 22 anos, integrou a expedição do navio HMS Beagle, iniciada em 1831, que teve o objetivo de mapear a América do Sul.

A rota começou na Inglaterra, em 10 de fevereiro de 1831, e fez 43 paradas, passando pelo Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru e Equador, com ênfase no Arquipélago de Galápagos. Em seguida foi para o Taithi, Nova Zelândia, Austrália e África.

Segundo o projeto Pelos Caminhos de Darwin, da Universidade de Brasília (UnB), o Beagle chegou ao Rio de Janeiro no dia 5 de abril de 1832, onde Darwin desembargou e passou três meses, enquanto o navio voltava a Salvador para fazer novas medições. Darwin publicou A Origem das Espécies em 1859.

Confira o programa Expedições, da TV Brasil, sobre as Ilhas Cagarras.