Procon quer informações do Facebook sobre política de privacidade
Mudanças no Whatsapp ocorrem a partir de 15 de maio

 

Da Agência Brasil

 

Após ter se reunido ontem (22) com representantes do Facebook, o Procon-SP decidiu notificar a empresa e pedir mais informações sobre as mudanças na política de privacidade do WhatsApp, que deve ocorrer no dia 15 de maio.

O Facebook é detentor do aplicativo para troca de mensagens. Com as novas regras, o WhatsApp vai passar a compartilhar dados com usuários do Facebook. Aqueles que não aceitarem as novas regras, não poderão mais utilizá-lo. A mudança afetaria, inclusive, as pessoas que utilizam o WhatsApp para fazer transações bancárias e que não desejariam ter seus dados compartilhados com o Facebook.

Especialistas questionam que essa obrigatoriedade fere a Lei Geral de Proteção de Dados e o Código de Defesa do Consumidor e ainda trata o Brasil de forma diferente a outras regiões do mundo, onde essa condição não tem sido aplicada.

Segundo o Procon, na reunião virtual de ontem os representantes da empresa foram questionados sobre as limitações para as pessoas que não quiserem aderir a esse compartilhamento de dados e as implicações dessa mudança. Ao final da reunião, o Procon entendeu que havia necessidade de mais esclarecimentos por parte da empresa e fez a notificação.

Agora, o Facebook deverá prestar informações sobre quais serão as mudanças na política de privacidade, tanto no tipo de conta que já existe, que é de interlocução com um titular de conta WhatsApp apenas, quanto no novo tipo de conta – o WhatsApp business – que é de interlocução com uma conta comercial acessada por uma coletividade de titulares.

Procurado pela Agência Brasil, o Facebook ainda não se manifestou sobre a notificação do Procon.

Brasileiro está lendo mais na pandemia, diz Sindicato dos Editores
No primeiro trimestre de 2021, a receita com a venda de livros somou R$ 544 milhões, contra R$ 471,5 milhões no ano passado

 

Da Agência Brasil

O Dia Mundial do Livro, comemorado hoje (23), apresenta dois quadros no Brasil: um muito positivo e outro preocupante, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Marcos da Veiga Pereira. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre direitos legais.

“O quadro muito positivo é que o brasileiro está lendo mais. Desde julho do ano passado, as vendas têm crescido e continuaram crescendo este ano, o que, para mim, evidencia uma reconexão com o livro e com a leitura. É como se as pessoas descobrissem o prazer de ler, porque estão mais em casa, porque têm mais tempo. E ao redescobrir o prazer de ler, elas redescobrem o hábito da leitura; colocam o livro no seu hábito diário. Isso faz com que as pessoas leiam mais. Estão consumindo mais livros. Isso é super positivo”, disse Marcos da Veiga à Agência Brasil.

Preocupação

Os números revelados pelas pesquisas promovidas pelo Snel mostram todo o varejo online se movimentando para criar promoções e eventos com o objetivo de chamar as pessoas ainda mais para o livro. Em contrapartida, o lado preocupante é o das livrarias físicas, disse Marcos da Veiga. “Nos cerca de 14 meses da pandemia do novo coronavírus (covid-19), as livrarias físicas passaram, pelo menos, metade desse tempo ou fechadas ou com muitas restrições, o que gera forte impacto econômico-financeiro”, disse.

De acordo com o presidente do Snel, o funcionamento precário das lojas físicas tem efeito também no próprio hábito do leitor, uma vez que impede as livrarias de chamar o público de volta para ter o prazer do convívio, de manusear os livros, de encontrar autores nos lançamentos de obras, de conversar com outras pessoas e com os livreiros. “Essa é a parte difícil da pandemia, que continua”, disse o presidente do Snel.

A pesquisa mensal do varejo realizada para o sindicato mostra a consistência das vendas do setor. No primeiro trimestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado, houve expansão de 25% em exemplares vendidos, com cerca de 12 milhões de livros, contra 9,6 milhões no acumulado de janeiro a março de 2020. Em valor, o aumento foi menor, e alcançou cerca de 15,5%. No primeiro trimestre de 2021, a receita com a venda de livros somou R$ 544 milhões, contra R$ 471,5 milhões no mesmo período de 2020.

Segundo Marcos da Veiga, isso pode ser explicado porque se vendeu mais obras gerais e menos livros escolares, que são mais caros. Além disso, segundo ele, houve concentração no varejo online, que tem uma prática de descontos para o consumidor muito agressiva.

Pré-adolescentes

Embora o brasileiro esteja lendo mais em razão da pandemia, a pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, divulgada em setembro do ano passado pelo Instituto Pró-Livro e relativa ao ano anterior, revela que pouco mais da metade dos brasileiros têm hábito de leitura (52%). Por idade, a pesquisa mostrou que a única faixa etária que ampliou o total de leitores foi a de crianças entre 5 e 10 anos de idade, que passou de 67%, em 2015, para 71%, em 2019.

Todas as demais faixas leram menos em relação à pesquisa anterior. Apesar da queda, a faixa etária que mais lê no Brasil é a dos pré-adolescentes de 11 a 13 anos de idade (81%, em 2019, contra 84%, em 2015). Em termos de escolaridade, os leitores com curso superior permanecem como os que lêem mais, mesmo com redução entre as edições da pesquisa (68%, em 2019, contra 82%, em 2015).

O presidente do Snel, Marcos da Veiga, confirmou que está ocorrendo um ressurgimento forte de livros juvenis, para faixa pré-adolescente de 11 a 13 anos de idade.

Marcos da Veiga disse que a crise contribuiu para a redescoberta da leitura. Para ele, a palavra, a partir de agora, não pode ser mais oportunidade mas, sim, responsabilidade. “Nós, enquanto indústria, precisamos manter o livro presente na vida das pessoas, precisamos entrar nas casas das pessoas através das mídias sociais das livrarias, das editoras, que são muito fortes. Isso nos permite estar convidando o leitor a conhecer mais livros, fazendo promoções”.

O presidente do Snel disse que quando as pessoas puderem circular mais livremente, a ideia é criar mais eventos com autores, “porque é sempre uma experiência muito bacana ter seu livro autografado e tirar foto com o escritor. Acho que essa é nossa responsabilidade. Acho que temos que aproveitar a crise e criar um mercado mais robusto, reconquistar um pouco o que a gente perdeu de 2015 para cá”.

Narizinho, de Monteiro Lobato, faz 100 anos e ganha exposição virtual
Biblioteca inaugura mostra gratuita com raro material do autor

 

Da Agência Brasil

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), da Universidade de São Paulo,  (USP) abre ao público, hoje, em formato digital, a exposição Uma menina centenária – 100 anos de Narizinho Arrebitado, que marca o centenário da publicação do livro infantil A menina do narizinho arrebitado. No último domingo, foi comemorado o aniversário de Monteiro Lobato, nascido em 18 de abril de 1882. 

A mostra tem curadoria das professoras e pesquisadoras Gabriela Pellegrino Soares (USP) e Patrícia Tavares Raffaini, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e do designer Magno Silveira. A abertura será nesta quinta-feira (22), às 14h, com uma mesa-redonda que reúne os curadores e a convidada Cilza Bignotto, escritora e professora de Literatura Brasileira e Teoria Literária na Universidade Federal de Ouro Preto. A mesa de abertura pode ser acessada pelo site da BBM, e a exposição pode ser vista no site.

A mostra apresenta, em imagens e textos, a trajetória do escritor, o nascimento da personagem Narizinho e outras informações e curiosidades.

O site é rico em fotos, cartas de crianças leitoras, ilustrações do cartunista Voltolino e imagens de livros que compõem a história pessoal e profissional de Monteiro Lobato. Uma seção específica é dedicada a discutir a respeito das acusações de racismo que o autor sofreu em tempos recentes.

A curadora Patricia Tavares Raffaini destaca a oportunidade de o visitante ter acesso a materiais muitas vezes desconhecidos e exemplifica: “Na exposição o público poderá verificar na íntegra, não só a primeira edição da obra, muito diferente das versões posteriores, como também o manuscrito que deu origem às aventuras de Narizinho e Pedrinho”.

Já a pesquisadora Gabriela Pellegrino Soares afirma que  “a exposição recupera a história do livro A menina do narizinho arrebitado pelo prisma da biografia de Monteiro Lobato e do ambiente literário, artístico, educacional e político que envolveu as primeiras edições da obra, desde o seu lançamento em 1920.”

EUA vão ampliar recomendação de não viajar para 80% dos países
Departamento de Estado alega "risco sem precedentes" aos viajantes

 

Da Agência Brasil

O Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA)  anunciou que vai aumentar a orientação de “Não viajar” para cerca de 80% dos países do mundo, apontando um “risco sem precedentes aos viajantes” por causa da pandemia de covid-19.

“Essa atualização resultará no aumento significativo do número de países no Nível 4: ‘Não viajar’, para 80% dos países do mundo”, afirmou em nota.

O Departamento já havia listado 34 de cerca de 200 países no Nível 4, incluindo lugares como Chade, Kosovo, Quênia, Brasil, Argentina, Haiti, Moçambique, Rússia e Tanzânia. Chegar a 80% do mundo implicaria a inclusão de mais 130 países à lista, aproximadamente.

A maioria dos norte-americanos já estava impedida de viajar para grande parte da Europa por causa de restrições impostas pela pandemia de covid-19. Washington barrou quase todos os não cidadãos norte-americanos que estiveram recentemente em países europeus, na China, no Brasil, Irã e na África do Sul.

O Departamento de Estado disse que a medida não implica a reavaliação das atuais situações sanitárias em alguns países, mas “reflete um ajuste no sistema de aconselhamento de viagens do Departamento de Estado para se apoiar mais em avaliações epidemiológicas existentes (do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o CDC).”

O CDC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

No início do mês, o CDC anunciou que as pessoas vacinadas completamente contra a covid-19 podem viajar com segurança pelos Estados Unidos com “risco baixo”, mas a diretora do CDC, Rochelle Walenksy, desencorajou os norte-americanos a fazê-lo devido ao alto número de casos no país.