Metaverso domina a tecnologia em 2022
Fusão entre mundo real e digital ganha força e atrai marcas

 

 

Por João Luiz Rosa e Daniela Braun, do Valor EconômicoMet

O metaverso, que promete eliminar as fronteiras entre o mundo físico e o digital, está no centro da lista das dez tendências tecnológicas do Valor para 2022. Ainda é difícil determinar que contornos esse novo ambiente assumirá no futuro, mas a recente decisão do Facebook de mudar seu nome corporativo para Meta, numa alusão a esse conceito, mostra como as “Big Techs” estão determinadas a construir essa rede e definir os modelos de negócio que a tornarão viável e lucrativa.

Os usuários poderão tanto imergir em universos virtuais, na pele de representações digitais ou avatares, como sobrepor imagens e dados digitais ao mundo concreto, podendo interagir com essas informações.

Na prática, trata-se de uma combinação de duas vertentes tecnológicas já existentes – a realidade virtual e a realidade aumentada – acrescida do caráter aglutinador das redes sociais.

“O metaverso é o próximo paradigma computacional da humanidade”, diz Hugo Barra, executivo brasileiro que já passou por cargos internacionais de comando em empresas como Google, Xiaomi e Facebook.

A cada 15 ou 20 anos, afirma Barra, a tecnologia ingressa em um novo ciclo. Foi assim com os mainframes nos anos 50, os minicomputadores nos 60, os PCs na década de 80, e os dispositivos móveis a partir de meados dos anos 90, quando o uso da internet passou a se disseminar. A fase atual, caracterizada pelos smartphones e os aplicativos, começou em 2010. “Faz 11 anos que entramos nesse paradigma. Então, se a história se repetir, teremos um novo salto até o fim da década. Em cinco anos, já veremos mudanças significativas.”

O metaverso não é um território totalmente desconhecido. Em 2003, o jogo Second Life virou febre ao proporcionar um ambiente digital povoado por avatares. Mas não conseguiu manter o interesse do público e caiu no ostracismo. Pokemon Go, lançado em 2016, fez enorme sucesso ao projetar “monstrinhos” em ruas de verdade, uma aplicação de realidade aumentada. E o Fortnite, game mais popular da atualidade, com 350 milhões de contas, funciona como uma rede social, com recursos de comunicação entre os jogadores e espaços digitais compartilhados.

A diferença entre esses precursores e a nova fase que se desenha é que as “Big Techs” parecem empenhadas em juntar essas partes em mundos coesos e mais completos. Não faltam a esses grupos recursos financeiros para levar a tecnologia a patamares mais elevados. As aplicações também irão muito além do entretenimento, com a popularização de novos dispositivos de acesso. “Óculos podem substituir os celulares”, diz Barra.

Em sua 13ª edição, a lista do Valor traz outros tópicos relacionados ao metaverso. É o caso do NFT ou “token não fungível”. Escolhida como palavra do ano pelo dicionário Collins, a sigla descreve um certificado digital que pode ser associado a ativos como vídeos, músicas, jogos, fotos, até um meme da internet.

Esse selo, garantido pela tecnologia Blockchain, não pode ser duplicado, o que dá a seu proprietário a garantia de que detém os direitos do item em questão. No ano passado, o primeiro tuíte da história foi leiloado por US$ 2,9 milhões, enquanto o curta-metragem “Crossroads”, de 10 segundos, foi vendido por US$ 6,6 milhões.

As marcas estão atentas às novas possibilidades. Em dezembro, a Nike comprou a RTFKT, uma startup de NFT que tem entre seus principais produtos uma linha de tênis virtuais para o metaverso.

Criar e manter mundos virtuais vai exigir infraestrutura mais rápida e robusta, como as redes 5G, outro tópico deste ano. No Brasil, o leilão de frequências para a 5ª geração móvel levantou R$ 48 bilhões, em novembro. A expectativa é que o padrão entre em funcionamento nas capitais até meados de 2022.

Completam a relação os seguintes tópicos: cibersegurança, “open health”, comércio ao vivo, carro como serviço, robôs, tecnologias de apoio às políticas ESG e sistemas que proporcionarão uma vida híbrida na pós pandemia – presencial e on-line.

Metaverso
A criação do termo metaverso é atribuída ao escritor americano Neal Stephenson, que em 1992 usou a expressão para descrever um mundo virtual em 3D habitado por avatares – representações digitais de pessoas reais – em seu livro “Nevasca”, de ficção científica. O conceito se popularizou no ano passado, depois que o Facebook anunciou que o nome da companhia seria mudado para Meta, numa alusão ao metaverso. Outras “Big Techs”, como a Microsoft, já anunciaram sua intenção de investir no metaverso, cujos recursos permitem tanto levar os usuários a universos virtuais como projetar imagens digitais sobre cenários físicos, com a ajuda de dispositivos como óculos especiais. Para as marcas, é uma oportunidade de explorar os limites da tecnologia e alcançar grandes comunidades com as quais poderão interagir em tempo real, com a venda de artigos e serviços virtuais.

5G
Até julho, as capitais brasileiras devem contar com a nova geração de tecnologia móvel 5G, que promete transmissão de dados até 100 vezes mais rápida que o 4G e baixa latência – o tempo de resposta em redes de comunicação. “5G é muito mais do que o acesso rápido à internet [para o consumidor]”, diz Márcia Ogawa, líder da consultoria Deloitte. O interesse das 11 operadoras que investiram R$ 48 bilhões para comprar as faixas de frequência 5G, em novembro deixa claro o potencial do padrão. Na agricultura, o 5G poderá ajudará a prevenir o aparecimento de pragas e o uso massivo de defensivos em lavouras de soja e cana-de-açúcar. Na saúde, aparelhos de ultrassom portáteis monitorados a distância permitirão fazer exames em áreas remotas. A 5ª geração vai favorecer a adoção da internet das coisas, em que máquinas se comunicam umas com as outras, intensificando a robotização da indústria.

NFT
De obras de arte a figurinhas de jogadores de futebol, a conversão de direitos de propriedade em “tokens não fungíveis” (NFT, na sigla em inglês) abre uma gama infindável de possibilidades de negócios. Tokens são códigos numéricos com registro de transferência digital. Essa representação de ativos permite que a autoria de uma música ou até de um meme sejam convertidos em NFTs e comercializados, com o suporte da tecnologia blockchain, que nasceu como uma espécie de livro-razão das criptomoedas. Entre o primeiro e o terceiro trimestres de 2021, as transações de NFTs triplicaram no mundo, para mais de US$ 5,9 bilhões, segundo o site Nonfungible.com. Há um interesse crescente das empresas em aplicar os NFTs a programas de fidelização de clientes e promoções. O setor financeiro estuda usá-los como base para rodadas de financiamento coletivo à prova de fraudes.

Open Health
Após a estreia do sistema financeiro aberto ou “Open Banking” – que começou a ser efetivado pelo Banco Central em fevereiro do ano passado e chegou à sua 4ª fase em dezembro – o próximo modelo de compartilhamento de informações entre diferentes instituições, públicas e privadas, caminha para as aplicações de saúde. É o “Open Health”. A plataforma ConecteSUS, que reúne dados de vacinação de todo o país é, de certa forma, um balão de ensaio para a conexão de demais informações de pacientes, destaca Marcello Mussi, sócio da consultoria PwC Brasil. “Daí para determinar que hospitais e clínicas compartilhem as informações dos pacientes é um pulo”, afirma. “Vale lembrar que os dados pertencem ao paciente e não às instituições.” Como no “Open Banking”, a criação de uma plataforma única tende a aumentar os serviços oferecidos, o que pode elevar a concorrência, diluir custos e melhorar a oferta.

Live Commerce
A pandemia ajudou a moldar o interesse do brasileiro pelas transmissões on-line e ao vivo de eventos, shows, esportes e games. O varejo é a próxima fronteira. No comércio ao vivo, o consumidor interage com vendedores e influenciadores digitais em lives nas quais pode comprar os produtos anunciados. O isolamento social deu força à tendência. No Brasil, grandes varejistas e marcas apostaram no modelo com canais próprios e alianças com redes sociais na Black Friday. Segundo a consultoria McKinsey, os clientes gastam mais tempo no “live commerce” do que nas lojas on-line. A conversão de vendas também é maior. Na China, onde foi popularizado pelo Alibaba, o modelo movimentou US$ 171 bilhões em volume bruto de mercadorias transacionadas em 2020 e vai chegar a US$ 343 bilhões em 2022, prevê a McKinsey. No mundo, a estimativa é que represente até 20% das vendas on-line em 2026.

Smartcar
Cada vez mais conectados, os carros estão ficando mais semelhantes aos celulares e computadores com a atualização on-line dos softwares de bordo pela nuvem. A mudança é prenúncio de um novo modelo comercial – o carro como serviço. No futuro, o consumidor poderá fazer o download de recursos e ativa-los a distância, pagando pelo que usa. Por exemplo, aquecer os bancos do veículo em dias frios ou comprar potência extra aos fins de semana. A indústria automobilística já começou a sedimentar esse caminho. A Volvo lançou modelos que dispensam o smartphone para acessar aplicativos, a BMW oferece pacotes de dados gratuitos e a Volkswagen criou sua própria loja de apps. Serviços digitais serão uma fonte de receita significativa para as montadoras. Até 2030, a Stellantis, resultado da fusão entre Fiat Chrysler e Peugeot Citroen, prevê faturamento anual de 20 bilhões de euros com softwares.

ESG
Tecnologias capazes de ajudar as organizações a adotarem práticas ambientais, sociais e de governança ganham espaço à medida que a agenda ESG fica mais relevante. A Oracle, gigante americana de tecnologia, usa o sistema de seleção às cegas da startup brasileira Jobecam em suas contratações na América Latina. Para minimizar o risco de viés, o recrutador não consegue ver a imagem ou ouvir a voz verdadeira do candidato. Na área de sustentabilidade cresce o uso dos gêmeos digitais – modelos virtuais de processos, produtos e serviços. A AES Brasil, de energia, criou uma réplica digital de toda sua estrutura de geração e distribuição. Usando inteligência artificial e “Big Data”, a empresa simula os efeitos de variações climáticas sobre o uso de energias alternativas. Em seis refinarias da Petrobras, gêmeos digitais controlam a queima de gases nas tochas, reduzindo emissões que contribuem para o efeito estufa.

Vida híbrida
Com as campanhas de vacinação, as pessoas estão voltando a trabalhar, estudar e se divertir fora de casa. Mas é um retorno gradual, o que significa que as atividades presenciais vão conviver com hábitos digitais adquiridos na pandemia – e que não desaparecerão. É o caso do ensino a distância, que encerrou o primeiro semestre de 2021 com crescimento de 9,8% no número de matrículas nas universidades privadas, enquanto o de cursos presenciais caiu 8,9%, segundo dados do Instituto Semesp. Na saúde, o número de consultas por telemedicina explodiu. Foram mais de 7,5 milhões entre 2020 e o ano passado, de acordo com a Saúde Digital Brasil, associação do setor. No entretenimento, a expectativa é que segmentos muito atingidos, como o cinema, se recuperem. Até 2025, esse mercado crescerá 39,3%, prevê a PwC. Mas os formatos digitais continuarão em alta: no streaming de vídeo, o aumento previsto é de 12,7%.

Robôs
Robôs assistentes começam a deixar o campo da ficção científica e chegar ao mercado. Em outubro, a Amazon lançou o Astro, seu primeiro robô residencial. Nos Estados Unidos, onde começou a ser vendido na temporada de fim de ano, a consumidores convidados, o dispositivo custa US$ 1 mil. Munido de um sistema de mapeamento e localização, ele acompanha os moradores da casa trazendo os recursos da assistente digital Alexa, além de monitorar a automação e a segurança do local. Outra aplicação é acompanhar idosos para alertar sobre eventuais acidentes. Embora tenha despertado críticas sobre sua capacidade de executar as tarefas sugeridas, Astro evoca o imaginário construído ao longo de décadas pela literatura e o cinema. O “rosto” do robô é uma tela que exibe expressões simpáticas e lembra os personagens da animação “Wall.E”; os sons emitidos lembram o R2-D2, de “Star Wars”.

Cibersegurança
A longa lista de empresas vítimas de ataques cibernéticos em 2021 pode ficar menor neste ano, já que cibersegurança passou a ser assunto de alta gestão. “A ficha caiu entre os executivos de que esse é um problema que afeta estratégia, negócios, imagem e reputação das empresas”, diz Lincoln Mattos, fundador e CEO da Tempest, companhia brasileira de cibersegurança. A adoção da arquitetura de rede de “confiança zero”, ou “zero trust”, é uma das ferramentas para elevar as barreiras contra o cibercrime. “A base é não confiar em nada e manter controles de acesso rigorosos, onde o profissional estiver”, afirma o especialista. Outra tendência é a detecção e resposta estendida (XDR, na sigla em inglês), que dá visibilidade total do fluxo de informação da empresa, internamente e na nuvem. “Isso permite agir rapidamente na mitigação de ameaças”, diz Roberto Engler, líder da IBM Security no Brasil.

IBGE: desemprego cai 1,6 ponto percentual e chega a 12,1%
Queda foi registrada no trimestre de agosto a outubro deste ano

 

Da Agência Brasil

O desemprego no Brasil atingiu 12,1% no trimestre móvel de agosto a outubro de 2021, o que representa queda de 1,6 ponto percentual (p.p.) na comparação com o trimestre de maio a julho de 2021, quando ficou em 13,7%. Em relação ao mesmo trimestre móvel de 2020 (14,6%), o recuo é de 2,5 pontos percentuais.

A população desocupada chegou a 12,9 milhões de pessoas, uma redução de 10,4% ou menos 1,5 milhão, se comparado ao trimestre encerrado em julho, quando eram 14,4 milhões de pessoas. Frente ao mesmo trimestre móvel de 2020 (14,6 milhões de desocupados), caiu 11,3% ou menos 1,7 milhão.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ocupação

De acordo com a pesquisa, a população ocupada atingiu 94,0 milhões de pessoas, com crescimento de 3,6% ou 3,3 milhões de pessoas ante o trimestre anterior e avançou 10,2% ou 8,7 milhões de pessoas, em relação ao mesmo trimestre de 2020.

O nível da ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 54,6%, segundo o IBGE, o maior desde o trimestre encerrado em abril do ano passado. O resultado representa também uma alta de 1,8 p.p. na comparação com o trimestre de maio a julho de 2021. Lá eram 52,8% e de 4,6 p.p. ante o mesmo período do ano anterior (50,0%).

Crescimento da ocupação

Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a queda na taxa de desocupação está relacionada ao crescimento da ocupação, como já vinha acontecendo nos meses anteriores. “O aumento no número de ocupados ocorreu em seis dos dez grupamentos de atividades, a exemplo do comércio, da indústria e dos serviços de alojamento e alimentação”, observou.

De acordo com o IBGE, o aumento na ocupação teve influência do número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, que alcançou 33,9 milhões, um avanço de 4,1% se comparado ao trimestre anterior. O percentual equivale a 1,3 milhão de pessoas a mais.

“Do aumento de 3,3 milhões de pessoas na ocupação, 40% são trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Essa recuperação do trabalho formal já vem ocorrendo nos meses anteriores, desde o trimestre encerrado em julho. Então, embora o emprego com carteira no setor privado ainda esteja em um nível abaixo do que era antes da pandemia, vem traçando uma trajetória de crescimento”, apontou a coordenadora.

Ainda no setor privado, o total de empregados sem carteira cresceu 9,5% ou 1,0 milhão de pessoas. No trimestre encerrado em outubro, a categoria somava 12 milhões de trabalhadores. Em igual período, o número de trabalhadores domésticos sem carteira cresceu 8,0%, e o de empregadores sem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) aumentou 7,4%. Com isso, a taxa de informalidade atingiu 40,7%, o que significa 38,2 milhões de trabalhadores informais no país.

O crescimento da ocupação influenciado pelo trabalho informal, resultou na queda de 4,6% no rendimento real habitual e atingiu R$ 2.449. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o recuo é de 11,1%. Já a massa de rendimento, com R$ 225 bilhões, permaneceu estável frente aos dois trimestres.

“Apesar de haver um crescimento significativo da ocupação, a massa de rendimento permanece estável. Isso acontece porque o rendimento do trabalhador tem sido cada vez menor, seja porque a expansão do trabalho ocorre em ocupações de menor rendimento, seja pelo avanço da inflação nos últimos meses”, comentou Adriana.

Conta própria

O contingente de trabalhadores por conta própria subiu 2,6%, somando 25,6 milhões. Conforme a pesquisa, são 638 mil pessoas a mais nesta categoria. O aumento dos trabalhadores domésticos ficou em 7,8% também na comparação com o trimestre terminado em julho, o que representa mais 400 mil pessoas. A maior parte desse aumento também veio do trabalho informal. Foram contratadas 308 mil sem carteira de trabalho assinada.

A população fora da força de trabalho registrou queda de 2,1% em relação ao último trimestre. Essas pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas na semana de referência somaram 65,2 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, apresentou recuo de 5,4 milhões de pessoas.

Potencial

Segundo a pesquisa, ante o último trimestre, 436 mil pessoas saíram da força de trabalho potencial. Aí estão as pessoas em idade de trabalhar, nem ocupadas, nem desocupadas, mas que tinham potencial para estar na força de trabalho. O IBGE estimou o contingente em 9,3 milhões de pessoas. Fazem parte do grupo os desalentados, que são pessoas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar. Esse grupo caiu 3,8% e foi estimado em 5,1 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando eram Brasil 5,8 milhões de pessoas desalentadas no Brasil, houve queda de 11,9%.

Comércio

O número de ocupados no comércio subiu 6,4%, isso equivale a 1,1 milhão de pessoas a mais trabalhando no setor. Na indústria a alta ficou em 4,6%, ou mais 535 mil pessoas. Conforme a pesquisa, em igual período, mais 500 mil pessoas passaram a trabalhar no segmento de alojamento e alimentação (11,0%). Na construção, foi registrada uma elevação de 6,5% na ocupação ou 456 mil pessoas.

Adriana Beringuy informou que na comparação com o trimestre anterior, dos dez grupamentos de atividades, seis tiveram crescimento na ocupação e os demais ficaram estáveis. “Quando comparamos com o mesmo trimestre do ano anterior, nove apontaram crescimento significativo. Isso indica que a conjuntura econômica do trimestre encerrado em outubro é muito diferente do mesmo período do ano passado. A recuperação já mostra um cenário muito mais favorável para a ocupação”, completou.

Pesquisa

A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. Segundo o IBGE, a amostra da pesquisa por trimestre no Brasil é realizada em 211 mil domicílios com cerca de dois mil entrevistadores, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do órgão.

Por causa da pandemia de covid-19, o IBGE adotou a coleta de informações da pesquisa por telefone desde 17 de março de 2020. “É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante”, indicou o IBGE.

Presidente da Câmara defende fundo emergencial para catástrofes
Lira se reuniu com parlamentares da bancada da Bahia

 

Da Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse hoje (28) que vai pautar, na volta dos trabalhos legislativos, a proposta de criação de um fundo emergencial para ser usado em situações de catástrofes naturais como a que vem acontecendo na Bahia: “logo no primeiro dia de fevereiro [quando voltarem os trabalhos] vamos pautar algumas alterações de leis para que esses casos como da Bahia e outros estados possam ter um atendimento mais rápido e sem burocracia”.

A afirmação foi feita na tarde desta terça-feira, após reunião com a bancada de deputados da Bahia para tratar de ajuda do Parlamento ao estado. “Estamos aqui analisando que tipo de medidas a gente pode fazer para propor ao Brasil que tenhamos um fundo específico, que consta no orçamento muitas vezes, e a primeira coisa que sai, porque muita vezes a gente não tem a realidade de quando vai acontecer uma catástrofe”, disse.

Lira disse que esse tipo de fundo poderia ser acessado em caso de desastres naturais, eliminando a necessidade do uso de outras medidas, como a edição de créditos extraordinários e que também agiliza o repasse dos recursos. Segundo ele, durante a reunião com a bancada da Bahia para avaliar a situação das enchentes no estado, os deputados pediram a adoção de medidas para desburocratizar o repasse de recursos federais às regiões atingidas pelas chuvas.

“Um pleito da bancada da Bahia, muito unida como sempre, é de que isso [envio de verba federal] seja desburocratizado, para que isso chegue o mais rápido possível, para que o estado da Bahia tenha sua vida de retorno à normalidade da maneira mais urgente possível”, afirmou.

O presidente da Câmara afirmou disse ainda que o foco, neste primeiro momento, é salvar vidas e que o governo federal tem atuado ao lado do governo estadual e das prefeituras para dar assistência às vítimas: “queremos comunicar que toda a assistência, nesse primeiro momento, que é para salvar vidas, o governo do estado, as prefeituras, o governo federal tem feito um esforço gigantesco. Não há relatos de falta de assistência nesse primeiro momento que é de salvar a vida das pessoas, de acomodar, de alimentar, de tratar”.

Lira também disse que o segundo momento vai ser fazer um levantamento dos estragos causados pelas chuvas. “Agora vem o segundo momento de fazer o levantamento dos estragos, prejuízos que as chuvas causaram com estradas, pontes, prédios públicos, habitações, no socorro aos comerciantes”, disse.

O presidente da Câmara comentou ainda a medida provisória editada pelo governo federal, que abre crédito extraordinário de R$ 200 milhões no Orçamento para recuperar rodovias danificadas por chuvas nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste atingidas pelas fortes chuvas dos últimos dias. Segundo ele, o dinheiro ainda é um paliativo e que o governo deve adotar outras ações para auxiliar os estados.

“Temos as informações da edição de uma medida provisória hoje que deve ser, no nosso ponto de vista, ainda um paliativo para o tamanho do que aconteceu na Bahia e que está acontecendo também em outros estados do Brasil como Piauí e Minas Gerais. Devemos ter também outras ações do governo federal que já coloca a disposição, nas conversas que tivemos para dar atendimento pleno”, afirmou.

O coordenador da bancada da Bahia, deputado Marcelo Nilo (PSB-BA) lembrou das dificuldades que a população atravessa e disse que Lira se comprometeu a auxiliar na liberação dos recursos. Nilo disse ainda que a bancada também está debatendo o remanejamento de emendas parlamentares para ajudar no atendimento às vítimas.

“O presidente Lira nos prometeu que não vai faltar esforços não só de recursos, porque quem executa é o governo federal, governo estadual, mas tudo que depender do legislativo será atendido”, disse.

Chuvas

Até o momento, o número de pessoas na Bahia afetadas pelas chuvas se aproxima de 500 mil, em especial moradores do sudoeste, sul e extremo sul do estado. Na segunda-feira (27), o estado contabilizava mais de 31.405 desabrigados e 31.391 desalojados, de acordo com dados enviados pelas prefeituras e divulgados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec). O total de municípios afetados chega a 116, sendo que 100 já decretaram situação de emergência. Pelo menos 20 pessoas morreram.

Na manhã desta terça-feira, o governador da Bahia, Rui Costa, disse que o estado atravessa “o maior desastre natural da história”. Em entrevista coletiva, Costa disse que ainda não é possível dizer quando começará a reconstrução das áreas destruídas pelas enchentes que atingem o estado neste mês.

“A Bahia está devastada e ainda não é possível estipular quando as estradas vão ser recuperadas. Não sabemos a extensão. Vamos ter que olhar, caso a caso, a solução técnica. Em alguns lugares vamos ter que mudar a opção. Uma ponte de 50 metros de largura, por exemplo, que foi levada pela água pode ser um pouco maior, com 70 metros, para facilitar a passagem do rio”, adiantou.

No Natal, 51% dos brasileiros dizem que vão comprar presente somente para familiares mais próximos
De acordo com levantamento do Grupo Consumoteca, 29% vão comprar presentes para alguns familiares mais distantes e amigos

 

Por Raquel Brandão, do Valor Econômico

 

Neste Natal, cujas celebrações devem ficar um pouco maiores do que as do ano passado, o consumidor está menos disposto a colocar a mão no bolso, uma vez que o cenário macroeconômico preocupa. De acordo com o Grupo Consumoteca, empresa de pesquisa e inovação, que realizou a pesquisa “O que esperar do Natal”, onde foram ouvidas 1.500 pessoas das classes A, B e C, 51% afirmam que vão comprar presente somente para familiares do seu núcleo, aqueles mais próximos, como pai, mãe, filhos, marido, esposa e irmãos.

Dos respondentes, 29% vão comprar presentes para alguns familiares mais distantes e amigos. Além disso, 74% estão planejando comprar presentes para amigos ou familiares, mas somente 27% vão realizar amigo secreto.

Loja física x e-commerce

O estudo também mostrou que as compras em loja física e on-line estão bem equilibradas. No geral, 77% das pessoas dizem comprar presentes de Natal em lojas físicas e 79%, no on-line de grandes varejistas.

Na classe A, 73% das pessoas compram em loja física, enquanto 84% também adquirem presentes no on-line. O comportamento na classe B é bem parecido: 73% compram na loja física e 86%, no ambiente on-line.

Já a classe C tem uma tendência maior em ir à loja física (80%) e 75% acreditam que os sites são opções a considerar. A maior preferência pela loja física, principalmente da classe C, é por conta do desconto que pode ser obtido. Já no on-line, a maior preocupação é se os presentes vão chegar antes do Natal.

Os consumidores também estão mais organizados para as compras. Segundo a pesquisa, 39% das pessoas criaram uma lista de compras, enquanto 41% já estão monitorando preços e 30% já têm um orçamento definido do que vão gastar.