Roubo de identidades para fraudes digitais cresce no Brasil, diz FICO
Pesquisa realizada com 1.000 consumidores aponta crescimento da prática, mas também revela confiança do consumidor nos sistemas antifraude

(Foto: reprodução/Blog Vindi)

A FICO, empresa global de softwares de analíticos, apresenta o estudo “Fraude, identidade e banco digital”. A pesquisa traz um retrato do comportamento do consumidor brasileiro em relação a situações de fraude e risco. De acordo com os dados, 5%, ou 8 milhões de brasileiros já foram vítimas de roubo de identidade e fraude, um crescimento de 1,2% em relação à última edição da pesquisa publicada em 2022. Outros 19% afirmam que “provavelmente” (9%) ou “que seja possível” (10%) terem caído nesse tipo de golpe. Fraudes envolvendo o uso da identidade para abertura de uma conta por um golpista é a que mais desperta apreensão entre os brasileiros (34%).

Se por um lado vemos esse número de roubo de identidade crescer, por outro percebemos que 62% dos brasileiros dizem ser “improvável” terem sido vítimas (31%) ou “com certeza” não foram expostos a esse tipo de ação (31%).

Segundo o estudo, a proteção contra fraude continua a ser um diferencial competitivo para os bancos. Para 35% dos brasileiros, ter ciência dos esforços das instituições financeiras para mitigar riscos pode ser decisivo na abertura de uma nova conta bancária. Já para 75% dos entrevistados, o combate à fraude está entre os três principais pontos avaliados para a tomada de decisão.

Luis Silvestre, consultor de negócios da FICO, explica que o mercado antifraude é extremamente dinâmico. “A cada nova tecnologia desenvolvida para combater fraudes, há um fraudador testando novas formas de burlar o sistema. O uso de ferramentas que contribuam para o mapeamento da fraude em tempo real, como comunicação instantânea com os consumidores e novas formas de entendimento sobre o perfil comportamental de clientes são grandes aliados nos processos de combate à fraude”, diz.

Verificação de identidades e experiência do cliente

Perceber os sinais de fraude de identidade ou mesmo compras suspeitas exige que, cada vez mais, os processos de verificação sejam ágeis e seguros. Contudo, entre as opções de validação nenhuma atende plenamente aos desejos dos consumidores. O estudo revela que as formas de verificação são bem difusas, mas para 46% das pessoas o escaneamento da digital é o mais utilizado e 61% das pessoas acreditam que o método seja seguro. O escaneamento facial vem logo em seguida, com 43% da preferência e 60% com uma boa percepção de segurança.

“Para minimizar riscos é preciso confirmar e validar que a pessoa que está fazendo a transação digital no sistema financeiro é de fato quem ela diz que é. Promover uma experiência positiva junto ao cliente com o menor atrito possível é indispensável”, revela Silvestre. Que complementa, “se a experiência de verificação de identidade for ruim, há uma grande chance de o cliente abandonar a solicitação e/ou serviço”.

De fato, cerca de 35% afirmam ter reduzido ou parado de usar uma conta devido às verificações de identidade difíceis ou demoradas. Outros 33% seguiram o mesmo caminho com cartões de crédito.

Os brasileiros sinalizaram um aumento nos processos de verificação. De acordo com o estudo, as verificações de identidade para compras on-line foram 62% mais frequentes do que em relação a 2022. Já para conta bancária, esse número é de 59%.

Fraudes pessoais crescem no Brasil

Para conseguir mais crédito ou benefícios no mercado, o brasileiro está predisposto a inflar informações de renda. A fraude pessoal, como é conhecida esse tipo de enviesamento de informações, é considerada uma ação normal para 44% dos entrevistados. O financiamento de imóveis e o financiamento de veículos são os que aparecem com maior percentual para a prática, com 25% e 23%, respectivamente. Em comparação a pesquisa anterior, esse formato de fraude cresceu 3%.

A pesquisa “Fraude, identidade e banco digital” foi realizada de forma on-line com 1.000 adultos brasileiros em novembro de 2023, e conduzida por empresa especializada. Além do Brasil, a pesquisa foi aplicada em outros 12 países, entre eles, México, Canadá, Colômbia, Índia, Filipinas, Espanha, Reino Unido e EUA, totalizando 13 mil entrevistas em nível global.

Produtores de leite que adotaram tecnologias avançadas tiveram rentabilidade 5,96% em 2023 em relação ao ano anterior.
Estudo revela que alta tecnologia na produção leiteira elevou rentabilidade em 2023

Um estudo da Scot Consultoria divulgado recentemente destacou as rentabilidades médias em 2023 e as expectativas para o mercado agropecuário nacional. No que diz respeito à pecuária leiteira, um cenário é claro: fazendas que incorporaram tecnologias avançadas na gestão de seus rebanhos experimentaram uma rentabilidade maior em comparação com aquelas que mantiveram práticas tradicionais.

Este aumento nos rendimentos demonstra o poder da inovação tecnológica em enfrentar desafios econômicos e operacionais no agronegócio. O levantamento da Scot Consultoria levou em conta propriedades que produzem uma média de 25.000 litros de leite por hectare ao ano.

As fazendas que fizeram uso de alta tecnologia em 2023 tiveram uma rentabilidade de 5,96% maior em relação a 2022. Em termos comparativos entre os 18 itens que tiveram rentabilidade média analisados pela consultoria, é o sexto melhor desempenho da tabela.

Já as propriedades rurais produtoras de leite que não fizeram adesão de tecnologia na sua rotina produtiva amargaram o pior desempenho entre todos os itens. Além de terem um parâmetro de produção mais baixo para fins de análise de dados (4500 litros por hectare ao ano), quem não modernizou sua produção sentiu que o retorno veio em forma de queda na rentabilidade na casa dos 13,87%.

Equipadas com inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT), estes dispositivos fornecem dados em tempo real sobre a saúde das vacas, permitindo intervenções rápidas que melhoram a eficiência, reduzem custos e garantem o bem-estar animal.

Para Thiago Martins, cofundador e CEO da COWMED, startup que atua no agronegócio, o estudo da Scot Consultoria reflete em números os altos desempenhos que a equipe da empresa observa na geração de dados das propriedades que são suas clientes. “A tecnologia não é apenas uma ferramenta para otimizar a produção, mas um elemento crucial para garantir a sustentabilidade e o crescimento do setor leiteiro.”

A integração de tecnologias avançadas não apenas facilita a detecção precoce de problemas de saúde de cada animal. Com os dados gerados, os veterinários e produtores de leite conseguem otimizar o manejo nutricional e reprodutivo de cada vaca de maneira assertiva e precisa. A consequência se traduz em ganhos de produtividade e rentabilidade, como comprovado pelos números divulgados pela Scot Consultoria.

“A adoção de tecnologia avançada na produção leiteira não é mais uma opção, mas uma necessidade. Este estudo serve como um lembrete poderoso do papel vital que a tecnologia desempenha no fortalecimento e na sustentabilidade do agronegócio, especialmente em tempos de desafios econômicos”, conclui Martins.

2,74 milhões de famílias que aumentaram a renda com trabalho continuam no Bolsa Família pela Regra de Proteção
Ministro Wellington Dias apontou que número é reflexo do crescimento econômico do país

No mês do primeiro aniversário da retomada do Bolsa Família, 2,74 milhões de domicílios se encontram na Regra de Proteção, número recorde na história do programa. Somente em março, 601,83 mil famílias entraram nesta condição, uma das novidades do novo modelo de transferência de renda. O benefício médio para elas, neste mês, é de R$370,49.

A medida vale para as famílias com elevação de renda acima do limite de entrada no programa, R$218 per capita, para até meio salário mínimo (R$706) por componente familiar. O objetivo é garantir um período de maior estabilidade financeira e a saída da linha de pobreza de forma consistente, apoiando a entrada no mercado de trabalho ou o empreendedorismo, sem retirar totalmente a proteção às famílias.

“Antes, quem entrava no Bolsa Família e assinava a carteira perdia o benefício só porque se efetivou em um trabalho formal. Agora não. A gente mede a renda”, explicou o ministro Wellington Dias, que apontou o crescimento da economia do país, aliado à valorização do salário mínimo e do aumento do emprego formal em 2023, como fatores para a entrada de mais famílias na Regra de Proteção.

“No ano passado já tivemos seis milhões de pessoas que ultrapassaram a linha da pobreza e não estão mais no Bolsa Família porque cresceu a renda. Neste ano, a economia deve crescer novamente na casa de 3%. Isso vai significar um novo saldo positivo de emprego”, completou o titular do MDS.

A maior parte das famílias em Regra de Proteção, em março, está na região Sudeste, com 984,84 mil lares. Em seguida aparece a região Nordeste, com 960,87 mil famílias. São ainda 289,96 mil no Sul, 280,22 mil no Norte e 221,71 mil no Centro-Oeste.

Uma dessas famílias é a de Rafaella Cristina, 25 anos, que teve a carteira de trabalho assinada pela primeira vez no ano passado. Hoje ela trabalha como operadora de cafeteria no mercado Atacadão, em Teresina, e pode dar melhores condições de vida ao filho Nycollas Emanuel, de cinco anos. Ela recebe o Bolsa Família desde 2020, período da pandemia.

“Eu sempre trabalhei em casas de família, fazendo faxina e ajudando nas tarefas domésticas. Nunca fiquei sem trabalhar. Mas com esse novo emprego, tenho a oportunidade de oferecer coisas melhores para meu filho. Está sendo uma experiência maravilhosa, uma oportunidade que nunca tive antes. Este é meu primeiro emprego de carteira assinada”, revelou.

As famílias entraram na Regra de Proteção por conta da integração dos dados do Cadastro Único com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) em que é possível checar a renda familiar com precisão e em menos tempo. O CNIS conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo INSS, revelando um mapa atualizado dos ganhos familiares.

Como funciona

As famílias que elevam a renda para até meio salário mínimo (R$706) por integrante, de qualquer idade, entram na Regra de Proteção. Para esse cálculo, é levada em conta apenas a remuneração recebida pelos membros da família, e não o valor do benefício do Bolsa Família.

“Calculamos o salário mínimo que ela passou a ganhar por sete pessoas, dá abaixo de R$218. Então, ela recebe o Bolsa Família e o salário. Se outra pessoa da família arranjar um emprego e vai para R$400 per capita naquela família, está acima de R$ 218, mas está abaixo de R$ 706. Ela não sai do programa. Recebe os dois salários e metade do Bolsa Família. É o que a gente chama de Regra de Proteção”, exemplificou o ministro Wellington Dias.

A família que entra em Regra de Proteção continua no programa por até dois anos, recebendo 50% do valor a que teria direito caso não estivesse nesta condição, incluindo os adicionais para crianças, adolescentes, nutrizes e gestantes. O prazo é contado a partir da data da atualização de renda no Cadastro Único.

Se a família perder a renda depois dos dois anos, ou tiver pedido para sair do programa, ela tem direito ao Retorno Garantido, e o benefício volta a ser pago. A reversão de cancelamento do benefício é feita diretamente pelos municípios no Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec).

Retomada dos processos de IPO representa um impulso para o mercado de capitais no Brasil
De acordo com Rodrigo Negrini, fundador da Soul Capital, a estabilidade e a queda de juros farão com que o país se posicione como um destino atrativo para investimentos

(Foto: Site PagBank)

Após um período de relativa escassez, as empresas brasileiras estão mais uma vez buscando capitalizar-se no mercado de ações. Com isso, o mercado de capitais no Brasil testemunha uma reviravolta com a retomada dos processos de Ofertas Públicas Iniciais – IPOs.

De acordo com Rodrigo Negrini, fundador da Soul Capital, empresa que colabora na estratégia financeira de companhias, auxiliando a otimizar recursos e buscar as soluções adequadas para cada projeto ou empresa, a retomada dos IPOs no Brasil não é apenas um fenômeno isolado, mas sim um indicativo mais amplo de uma provável estabilidade econômica com redução das taxas de juros . “Empresas de diversos setores estão buscando listar suas ações nas bolsas de valores, visando melhorar suas estruturas de capital e de olho em possíveis oportunidades de expansão”, revela.

Rodrigo Negrini, fundador da Soul Capital (Foto: divulgação)

O papel das startups na retomada dos IPOs

O especialista acredita que o ecossistema empreendedor brasileiro, cada vez mais maduro, tem proporcionado a criação de startups inovadoras, que buscam financiamento por meio de IPOs para acelerar seu crescimento. “Esse movimento não apenas atrai investidores, mas também fortalece a imagem do Brasil como um terreno fértil para empresas promissoras”, pontua.

Apesar do otimismo, a retomada dos IPOs não está isenta de desafios. Volatilidade do mercado, questões regulatórias e a necessidade de uma gestão financeira robusta são fatores que devem ser considerados. “Mesmo assim, as oportunidades em potencial para captações e crescimento superam esses desafios, destacando a importância de uma abordagem estratégica”, declara Negrini.

Diversificação e potencial de retorno

Para os investidores, a retomada dos IPOs no Brasil representa uma oportunidade única de diversificação de portfólio e potencial de retorno. “Com a entrada de novas empresas nos mercados de ações, existem mais opções para direcionar recursos, equilibrando riscos e facilitando a busca por oportunidades de crescimento”, relata.

Segundo Negrini, o panorama futuro dos IPOs no Brasil parece promissor. “Com a economia se recuperando, espera-se que mais empresas busquem o mercado de capitais como fonte de financiamento, não só as conhecidas ou large caps, mas também para estreantes e empresas de médio porte. As condições macroeconômicas continuarão a moldar o cenário dos IPOs no país pelos próximos anos”, ressalta.

Para o especialista, a retomada dos processos de IPO no Brasil não é apenas um fenômeno momentâneo, mas sim o início de uma nova era para o mercado de capitais brasileiro. “Se não tivermos grandes interferências do governo, há muita liquidez para ser alocada no Brasil. Com a queda de juros, esses valores irão se concentrar majoritariamente na bolsa brasileira”, finaliza.