Mercosul firma acordo comercial com Singapura na próxima semana
País é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na Ásia

Da Agência Brasil

O Mercosul deve fechar um acordo extra regional com Singapura na próxima semana, durante a 63ª Cúpula do bloco que será realizada, no Rio de Janeiro, entre os dias 4 e 7 de dezembro. Este pode ser o primeiro acordo do Mercosul com uma país de fora do continente dos últimos 12 anos. O pequeno país é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na Ásia, atrás apenas da China, e o sétimo principal parceiro comercial do Brasil em todo o mundo.

“Desde 2011 não tínhamos assinado acordo com nenhum outro país, uma dificuldade de negociação externa do Mercosul. Mas, dessa vez, deveremos assinar na Cúpula, no Rio de Janeiro, o acordo com Singapura”, disse o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, acrescentando que o acordo está na fase de revisão, mas que tudo já está praticamente concluído.

Desde que foi criado em 1991, o Mercosul fechou apenas três acordos com países de fora da região, com Israel, em 2007; Egito, em 2010, e Palestina, em 2011. O bloco fechou ainda alguns acordos de preferência, que não são acordos plenos de livre comércio, com a Índia e com países do sul da África, que formam a União Aduaneira da África Austral (Sacu), e que reúne África do Sul, Botswana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia.

O embaixador Maurício Lyrio destacou que o acordo com Singapura é importante para o Brasil devido a intensa relação comercial entre os países, com U$S 8 bilhões de exportações do Brasil para Singapura em 2022 e superávit significativo. “É o sinal de força do Mercosul. Ou seja, depois de períodos de dificuldades, não vamos esconder aqui as dificuldades que enfrentamos em vários momentos, mas temos agora com a assinatura desse acordo mais um sinal da vitalidade do Mercosul”, afirmou.

O diplomata acrescentou que Singapura tem muitos investimentos no Brasil e que a maioria das empresas brasileiras com interesse na Ásia têm suas sedes nesse país. Além disso, defendeu que a negociação foi satisfatória para o Brasil e o Mercosul, uma vez que foi possível manter a preferência de empresas brasileiras para compras governamentais no Brasil, que é uma das exigências do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fechar acordos comerciais, inclusive com a União Europeia.

Singapura

Com 5,6 milhões de habitantes, com população menor que a da cidade do Rio de Janeiro, Singapura tem 728 km² de área, tamanho próximo ao do município de Salvador. Em 2021, o pequeno país asiático ostentou um Produto Interno Bruto (PIB) de U$S 397 bilhões. Esse resultado, para efeito de comparação, é bem superior aos dois menores parceiros do Mercosul, o Uruguai com PIB de US$ 59,32 bilhões, e o Paraguai, US$ 39,5 bilhões, e menor que Argentina, com PIB de U$S 487 bilhões, e o Brasil, com U$S 1.609 bilhões no mesmo ano.

Singapura é um importante centro financeiro do mundo, tem o segundo maior porto de contêineres do planeta, depois de Xangai, e está entre os cinco maiores centros de refinamento de petróleo em termos globais.

Em 2022, a balança comercial Brasil-Singapura alcançou US$ 9,35 bilhões. As exportações do Brasil para Singapura naquele ano foram de US$ 8,345 bilhões, dos quais US$ 5,77 bilhões correspondem a petróleo refinado e cru, enquanto as importações singapurenses de produtos brasileiros foram da ordem de US$ 1 bilhão.

Os principais produtos exportados pelo Brasil a Singapura são dos setores de óleo e mineração (petróleo refinado, petróleo bruto, ferro-nióbio), seguidos de produtos agrícolas (frango, suínos e carne bovina) e turbinas a gás.

O Brasil é responsável por 58% da carne bovina, 48% da carne de frango e 39% da carne suína consumidas localmente. Os principais produtos importados pelo Brasil de Singapura são componentes eletrônicos e circuitos integrados e inseticidas.

Brasil poderá integrar grupo de produtores e exportadores de petróleo
Convite foi feito pela Opep+, que reúne 23 países exportadores

Da Agência Brasil

O Brasil recebeu o convite para entrar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), grupo de 23 países produtores e exportadores de petróleo. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, analisa a questão, segundo informou a pasta.

Criada em 1960, com o objetivo de estabelecer uma política comum em relação à produção e à venda de petróleo, a Opep reúne 13 grandes produtores de petróleo: Arábia Saudita, Irã, Kuwait, Venezuela, Iraque, Argélia, Equador, Gabão, Indonésia, Líbia, Nigéria, Catar e Emirados Árabes Unidos.

Já a Opep+, formada em 2016, agrega mais dez países, entre eles a Rússia e Arábia Saudita. O grupo se reúne regularmente para decidir a quantidade de óleo bruto que será comercializada no mercado mundial.

Com produção de 3,672 milhões de barris de petróleo por dia, o Brasil é o nono maior produtor de petróleo do mundo e o primeiro da América Latina. Estados Unidos, Rússia e Arábia Saudita, na ordem, são os três principais.

Juntos, os três países respondem por mais de 40% da produção global.

Economia circular: Danfoss Brasil introduz a remanufatura em sua estratégia de logística reversa

Danfoss, multinacional dinamarquesa líder em fornecimento de tecnologias e soluções para setores como refrigeração, ar condicionado, aquecimento, automação industrial e hidráulica móbil, lança no Brasil o Projeto Reman. Alinhado às ambições ESG da empresa, busca promover o conceito de economia circular por meio da remanufatura de produtos do segmento de hidráulica móbil da Danfoss Power Solutions no Brasil.

A remanufatura, além de reduzir custos, é um aspecto chave da economia circular por ser um processo industrial de reconstrução do produto em que reaproveitam-se os componentes e materiais que oferecem condições técnicas e tem como objetivo a confecção de um equipamento com as mesmas características e funcionalidades do produto original, dando um novo ciclo para algo que poderia ser descartado.

Nesse sentido, a Danfoss Power Solutions, ao introduzir no Brasil o Projeto Reman, busca avançar na agenda estratégica ESG em que a remanufatura pode ser benéfica para todos os envolvidos no ciclo de vida do produto, desde fornecedores de componentes até fabricantes e consumidores. “A Danfoss é um grupo industrial global que há muito baseia seu trabalho no uso eficiente de recursos. A remanufatura é uma forma de implementarmos a logística reversa otimizando o uso de energia, minimizando o desperdício e ampliarmos o ciclo de vida de um produto”, afirma Marcelo Schumacher, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Danfoss Power Solutions LAM.

O Projeto Reman busca estabelecer o processo de remanufatura junto a parceiros estratégicos estabelecidos na rede de Distribuidores da Danfoss, objetivamente, isto significa que o distribuidor passa a ser uma extensão da fabricante, identificado como REMAN AUTHORIZED CENTER. Atualmente o projeto piloto dessa iniciativa acontece exclusivamente no Brasil, por meio do Distribuidor Mecanizza, inicialmente focado nas bombas S90 aplicadas no mercado de cana.

Tendência Mundial

De acordo com Schumacher, nos últimos anos, a remanufatura na indústria de hidráulica móbil no mundo aumentou mais de 50%, o que revela uma necessidade crescente dos usuários finais que desejam soluções de qualidade OEM que minimizem tempo de inatividade e custos.

“Os clientes reconhecem que os produtos remanufaturados resultam em menor tempo de inatividade da máquina e menor custo total, embora os termos sejam frequentemente trocados, remanufaturado não significa reparado. A Danfoss emprega processos de remanufatura adaptados dos comprovados métodos de fabricação OEM da empresa, garantindo que os clientes recebam produtos que atendam as especificações originais”, finaliza o executivo.

Maioria das indústrias já adota ações para melhorar sustentabilidade
Maioria das indústrias já adota ações para melhorar sustentabilidade

Da Agência Brasil

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizada com empresários de todo o país mostra que a maioria das empresas industriais já adota medidas para reduzir a geração de resíduos sólidos (89%), para otimizar o consumo de energia (86%) e para para otimizar o uso de água (83%). 

O levantamento elencou nove ações para contribuir com a sustentabilidade ambiental na linha de produção. Do total de indústrias que participaram da pesquisa, 36% adotam de cinco a seis ações e 22% adotam de sete a oito ações. As empresas que não desenvolvem nenhuma medida relacionada à sustentabilidade somam 3%.

A pesquisa ouviu 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todos os estados. O levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB, entre os dias 3 e 20 de novembro.

Os empresários também elencaram as ações prioritárias para que a indústria contribua com a descarbonização do país: modernização de máquinas (27%), uso de fontes de energias renováveis (23%) e investimento em tecnologias de baixo carbono (19%). Outras medidas citadas foram investimento em inovação (14%) e acesso a financiamento (10%).

A dificuldade de crédito ou financiamento foi apontada como barreira para implantar ações de sustentabilidade por 22% dos entrevistados e 67% demonstraram interesse em acessar linhas de crédito para iniciativas sustentáveis.

Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, a indústria brasileira já é parte da solução quando o assunto é sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas. “Nós já fizemos, há muito tempo, o que muitos setores industriais de outros países estão correndo para fazer agora”, destacou, em nota.

Energia

O principal foco de investimento dos empresários industriais para incrementar as ações sustentáveis nos próximos dois anos é o uso de fontes renováveis de energia, citado por 42% dos entrevistados, seguido por modernização de máquinas (36%) e medidas para otimizar o consumo de energia, indicado como prioridade para 32%.

A pesquisa mostra que 53% das indústrias já têm projetos voltados para o uso de fontes renováveis de energia. A fonte solar é a que concentra o foco dessas iniciativas, que responde por 91% delas. Biomassa (5%), eólica (3%) e hidrogênio de baixo carbono (1%) respondem pelas demais fontes sendo estudadas pelas empresas.