Paciente vence a Covid após ficar mais de 30 dias utilizando ECMO
Foram mais de dois meses internada no Glória D’Or

 

 

Da Redação

Gabrielle Ferreira, 29, é mais uma pessoa a fazer parte da estatística que aumenta as esperanças no meio dessa pandemia. Depois de mais de dois meses internada no Glória D’Or, sob os cuidados da equipe do pneumologista David Nigri, devido à covid, ela recebeu alta na última desta sexta-feira (28). A ida para casa mereceu uma verdadeira festa da equipe do hospital e dos familiares. Gabrielle correu risco de morte por quase três semanas e ficou mais de trinta dias em tratamento por ECMO, equipamento que funciona como se fosse um pulmão artificial.

Irmão da paciente, o também pneumologista Gabriel Santiago acompanhou o quadro desde o início e a viu rapidamente evoluir para um caso grave. Após dez dias de sintomas leves de Covid, Gabrielle começou a registrar, no dia 22 de março, uma brusca queda da saturação de oxigênio, bem como um forte cansaço. Ela então foi encaminhada para o hospital, onde ficou internada por 68 dias. Gabriel relata que já no dia 23 a irmã apresentou uma piora muito grande e, no dia seguinte, precisou ser intubada. “Em menos de uma semana ela desenvolveu pneumotórax (presença de ar entre as duas camadas da pleura, que pode provocar o colapso do pulmão) e precisou ser submetida a ECMO”, conta.

Mesmo intubada, o pulmão não conseguia mais cumprir a sua função e a saturação permanecia muito baixa, por isso a única opção foi utilizar o “pulmão artificial”. Ainda assim, as quatro semanas seguintes foram de enorme preocupação, com grande risco de morte para paciente devido às inúmeras complicações por causa da covid. Felizmente, há três semanas, ela começou a dar sinais de melhora e de resposta ao tratamento e a evolução surpreendeu toda equipe médica. “Quem viu a minha irmã um mês atrás na UTI não acreditaria que hoje ela está recebendo alta”, comemora Gabriel, que conta que a partir de agora ela vai passar por um longo período de reabilitação, com sessões diárias de fisioterapia.

O diretor do hospital, Bruno Queiróz, destaca que o caso dela motiva ainda mais toda a equipe a continuar se dedicando no combate a essa doença. “Foi um caso muito grave, mas que teve um desfecho feliz. Toda a equipe que acompanhou o caso da Gabrielle está comemorando a sua alta”, afirma.

Estudo da CoronaVac em Serrana mostra que pandemia pode ser controlada
A cidade viu reduzir em 95% o número de mortes por covid-19

 

Da Agência Brasil

O estudo feito com a vacina CoronaVac na cidade de Serrana, no interior paulista, demonstrou que, com 75% da população vacinada, a pandemia do novo coronavírus pode ser controlada. O dado foi apresentado hoje (31) em entrevista coletiva no Instituto Butantan, um dos fabricantes da vacina.

“O estudo indica que com 75% da população imunizada com duas doses da vacina, a pandemia foi controlada em Serrana e isso pode se reproduzir em todo o Brasil”, disse João Doria, governador de São Paulo.

A CoronaVac é uma vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan e faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A vacina é aplicada em duas doses.

estudo, chamado de Projeto S, teve início no dia 17 de fevereiro e o objetivo era vacinar toda a população adulta da cidade para avaliar a efetividade da CoronaVac. Serrana tem cerca de 45 mil habitantes, dos quais 38% são menores de 18 anos, que ainda não podem ser vacinados por falta de estudos clínicos para essa faixa etária.

O Projeto S previa vacinar 28.380 adultos com mais de 18 anos que vivem na cidade. Desse total populacional, 97,7% tomaram a primeira dose do imunizante [o que corresponde a 27.722 pessoas] e 95,7% completaram seu esquema vacinal, tomando também a segunda dose [27.160 pessoas].

Serrana foi escolhida porque apresentava alto índice de prevalência de infecções por covid-19, além de estar perto de um centro universitário e ter um hospital regional. Para o estudo, a cidade foi dividida em quatro áreas, que foram vacinadas com uma semana de diferença entre elas. A primeira área a ser vacinada, definida por sorteio, foi a verde, seguida pela área amarela, cinza e azul.

Com o fim da vacinação em massa, a cidade viu reduzir em 95% o número de mortes por covid-19. Já o número de casos sintomáticos da doença caiu 80%. E a quantidade de hospitalizações teve uma queda de 86%.

Segurança

Além da efetividade, o estudo também apresentou dados sobre segurança, ou seja, se a vacina produz efeitos adversos nas pessoas que a tomam.

Segundo Marcos Borges, diretor do Hospital Estadual de Serrana, durante a vacinação em Serrana foram observados 67 eventos adversos graves, nenhum deles relacionado à vacina. Nesse estudo, todos os eventos adversos graves que ocorrem após a vacinação são relatados. Entre eles, Borges citou acidentes de trânsito.

Após a primeira dose, foram observadas 4,4% de reações adversas, sendo somente 0,02% considerados de grau 3, como mialgia ou cefaleia. Já após a segunda dose ocorreram 0,2% de relatos de reações adversas, nenhuma de grau 3.

Entre a aplicação da primeira e segunda doses, ocorreram 15 internações e cinco mortes entre as pessoas com idade acima de 60 anos e 28 internações e dois óbitos na população abaixo de 60 anos. Até 14 dias da aplicação da segunda dose, ocorreram duas internações e um óbito na população acima de 60 anos e três internações na população abaixo dos 60 anos. Passados mais de 14 dias da aplicação da segunda dose, esses números caíram para duas internações na população até 60 anos. Não houve registro de internações ou mortes de pessoas acima de 60 anos passados 14 dias da vacinação.

Proteção dos não-imunizados

A pesquisa mostrou ainda que a vacinação protege tanto os adultos imunizados quanto crianças e adolescentes que não receberam a vacina. Segundo o estudo, a imunização gerou uma espécie de cinturão imunológico em Serrana, reduzindo drasticamente a transmissão do coronavírus no município.

“A redução de casos em pessoas que não receberam a vacina indica a queda da circulação do vírus. Isso reforça a vacinação como uma medida de saúde pública, e não somente individual”, falou Ricardo Palácios, diretor de pesquisa clínica do Instituto Butantan.

“Crianças e adolescentes menores de 18 anos não poderiam tomar a vacina por falta de estudos. Mas houve redução dos casos também em crianças. Não vimos, nesse estudo, o efeito de empurrar o aumento de casos para os não vacinados. O que vimos foi proteção também para eles”, disse Palácios. Isso indicaria, segundo ele, que não será necessário vacinar as crianças, neste momento, para o retorno das atividades escolares presenciais.

Outro efeito observado no estudo, segundo ele, foi a diminuição de casos inclusive entre os idosos não-vacinados. “O efeito da vacina é tão forte que consegue proteger até aqueles que não foram vacinados, mesmo nas faixas etárias mais avançadas. E, quando acabamos a vacinação, acabaram casos de hospitalizações e óbitos entre os vacinados. E ainda conseguimos controlar também entre os casos não vacinados, não importando faixa etária. Isso nos traz esperança e alegria”, disse Palácios.

Por isso, disse ele, não é importante oferecer uma terceira dose de vacina aos idosos neste momento como tem sido cogitado. O que o estudo deixa claro é que é importante aumentar o número de vacinados para que os idosos também tenham mais proteção contra a doença. “Temos que aumentar a escala de vacinação para ofertar aos idosos os benefícios indiretos da vacinação [em vez de aumentar doses]”, disse Palácios.

Cidades vizinhas

Serrana está dentro de uma região que, neste momento, enfrenta elevação no número de casos e de internações. Há cidades nessa região que tiveram recentemente que decretar lockdown, com fechamento de comércio e proibição de circulação de pessoas.

Mas a incidência da covid-19 em Serrana foi bem menor do que nas cidades vizinhas. Enquanto a região apresenta alta nos casos de covid-19, Serrana manteve taxas baixas de contágio graças à vacinação. Mesmo com cerca de 10 mil moradores que transitam por outras cidades diariamente, ela alcançou um cenário de controle da pandemia. “Sem vacinação, talvez Serrana hoje estaria em colapso”, disse Palácios.

Apesar disso, a cidade ainda não vai liberar o comércio ou permitir que as pessoas circulem nas ruas sem máscaras. “Ela [Serrana] não pode dar um passaporte verde só porque participou de estudo e as pessoas foram vacinadas. É preciso tomar os mesmos cuidados vigentes. O fato de ter esse resultado de vacinação, vai ajudar lá na frente, no plano de flexibilização. Por enquanto, ela segue em obediência ao Plano São Paulo”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Segundo Covas, esse estudo não foi encerrado: a cidade de Serrana vai continuar sendo monitorada pelo prazo de um ano.

Variantes

Segundo Palácios, a vacinação em massa em Serrana não provocou o surgimento de novas variantes na cidade. E, a vacina, segundo ele, se mostrou efetiva com relação à variante P.1, que surgiu em Manaus e que é a mais predominante na região onde Serrana está inserida. “Todos esses dados que estamos demonstrando de efetividade são resultados que ocorrem na vigência de uma pandemia predominantemente pela variante P.1. E isso é reconfirmação de que a vacina é efetiva em relação a essa variante P.1”, disse ele.

“Podemos sonhar com o controle da pandemia. Mas as pessoas devem parar de pensar na pandemia como um problema individual. É a comunidade que vai me proteger; é a somatória da minha vacinação com a vacinação do outro [que vai controlar a pandemia]”, explicou Palácios.

O detalhamento da pesquisa está disponível na página na internet. Os dados, segundo Dimas Covas, ainda serão publicados em uma revista científica para avaliação dos pares.

Um outro estudo, semelhante a este, está sendo desenvolvido na cidade paulista de Botucatu, com a vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz.

Iniciativa FIS promove encontro de jovens empreendedores da saúde

 

 

Da Redação

No dia 28 de maio, A INICIATIVA FIS realizará o FIS Webinar – Empreendendo de verdade na Saúde, no seu canal do YouTube às 15h. O painel reunirá jovens empreendedores da área da saúde que irão apresentar suas experiências no ramo, bem como soluções para todo esse ecossistema. Os aspectos sobre o empreendedorismo, tecnologia e inovação nos dias atuais por conta da pandemia pela Covid-19 também serão abordados.

Alfonso Nomura, CEO da Alpha Diagnose Oftalmologia e um dos palestrantes, acredita que esse debate sirva para que a sociedade entenda os impactos positivos do empreendedorismo no país. Para Jihan Zoghbi, CEO da Dr. TIS e Presidente da Associação Brasileira CIO Saúde, o empreendedorismo na saúde difere de outros tipos e acredita que a pandemia acelerou bastante o investimento em tecnologia. “Muitos fundos estão olhando para a saúde com potencial, pois é uma coisa que todo mundo precisa. Surgiram muitos empreendedores nessa jornada de empreender e entregar a saúde com tecnologia”, explica a CEO.

Já o diretor de marketing da MedSolutions, Leonardo Alves, defende a necessidade de criar uma cultura de empreendedorismo na saúde. “Empreender na saúde é preciso treinar o olhar para visualizar os problemas e as oportunidades na área. O setor da saúde é um oceano de oportunidades para o empreendedorismo e a inovação”.

O FIS Webinar é um evento mensal totalmente gratuito, que reúne grandes lideranças tanto da saúde quanto de outras áreas para conversar e trocar experiências sobre os mais variados assuntos. Cada vez mais, novos executivos da saúde estão dentro do ecossistema da INICIATIVA FIS, que já se tornou o maior ecossistema de lideranças de saúde do Brasil e da América Latina.

Segundo o CEO da INICIATIVA FIS, Rodrigo Vilar, o evento tem como proposta a construção de um conteúdo linear sobre saúde. “O FIS Webinar virou um marco do setor de saúde para a geração e distribuição de conteúdo, possibilitando grandes discussões, conexões e testes de novas tecnologias para transmissão, grandes lideranças tanto de fora quanto de dentro da saúde. Todos eles têm o intuito de discutir e trazer experiências de temas que possam ajudar a transformar a saúde”, ressaltou.

Participantes:

André Ballalai: diretor Global de Pricing & Market Access na IQVIA

Dr. Alfonso Nomura: CEO da Alpha Diagnose Oftalmologia

Dr.Jamil Cade: Founder e CEO da W3.Care

Jihan Zoghbi: CEO da Dr. TIS e Presidente da Associação Brasileira CIO Saúde (ABCIS)

Leonardo Alves: Diretor de Marketing da MedSolutions,

Drª Paula Mateus: Chief Commercial Officer (CCO) da Rede na Saúde ID

Ministério da Saúde anuncia vacinação de portuários e aeroviários
Doses serão distribuídas aos estados ainda hoje

 

Da Agência Brasil

 

O Ministério da Saúde anunciou, hoje (25), o início da vacinação de trabalhadores de portos e aeroportos. Na noite de hoje começarão a ser distribuídas aos estados doses para a imunização desse público, que abrange pouco mais de 200 mil pessoas.

Segundo a pasta, as doses serão suficientes para atender 100% dos portuários e 78% dos trabalhadores em aeroportos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a medida foi tomada diante do cenário de circulação de uma nova variante, denominada de indiana, em menção ao país onde surgiu, cujo nome técnico é B.1.671.2.

No país, a variante foi identificada inicialmente no Maranhão, com casos suspeitos em outros estados sob análise. Uma pessoa infectada com a variante indiana está internada em São Luís em estado grave.

O governo federal enviou ao Maranhão 600 mil testes rápidos para identificar possíveis casos da variante no estado.