Recife recebe décima edição de simpósio internacional de câncer urológico
A incorporação de tecnologias como IA e robótica será um dos destaques do evento

O oncologista norte americano Ritesh Kotecha é um dos palestrantes confirmados

 

Da Redação

Começa hoje e termina amanhã (05) a décima edição do Simpósio Internacional de Uro-Oncologia. Realizado pela Oncologia D’Or, o evento vai reunir alguns dos principais nomes da oncologia do país no Beach Class Convention by HÔM, em Recife, para discutir o que há de mais atual e relevante em tratamento e diagnóstico de tumores urológicos. Coordenador científico do simpósio e diretor Regional da Oncologia D’Or Pernambuco, o oncologista José Iran Costa ressalta que o uso da cirurgia robótica, incorporação da inteligência artificial (IA) e o impacto genético na incidência de tumores, estão entre os principais destaques da programação.

O coordenador observa que se manter atualizado é um desafio cada vez maior para os médicos, frente à velocidade dos avanços tecnológicos.  No dia 05, por exemplo, todas as mesas da parte da tarde serão dedicadas à evolução da cirurgia robótica no tratamento de tumores urológicos, como câncer de próstata, segundo mais comum em homens. São estimados 71 mil novos diagnósticos por ano no Brasil. A incorporação da tecnologia robótica tem ampliado significativamente as possibilidades terapêuticas, inclusive para pacientes que antes eram considerados inoperáveis. José Iran observa que felizmente a tecnologia também tem feito o mesmo para câncer de rim, bexiga, entre outros. “Vamos compartilhar casos clínicos nos quais o acesso ao equipamento robótico foi vital para mudar o prognóstico dos pacientes”, relata.

Ele destaca, ainda, que o uso da IA, que vai nortear um dos módulos do primeiro dia, é outro exemplo de como a incorporação de novas tecnologias é um fator fundamental para proporcionar melhores diagnósticos e terapias. “Hoje conseguimos diagnósticos mais precisos e precoces, pois a inteligência artificial consegue analisar dados que são imperceptíveis para o homem. E acredito que ainda estamos longe da real capacidade dessa tecnologia”, avalia o oncologista.

Ao todo, serão 65 palestrantes, que vão discutir, em 11 módulos, além de uma aula magna e um simpósio satélite, o estágio atual, bem como as perspectivas futuras dos cânceres urológicos. Um dos nomes confirmados é o do norte americano Ritesh R. Kotecha. Oncologista geniturinário, Kotecha lidera estudos de imunoterapia e terapia celular do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, referência mundial em pesquisa e tratamento oncológico.

Sobre a Oncologia D’Or

Fundada em 2011, a Oncologia D’Or é composta por clínicas focadas no diagnóstico e tratamento do câncer e de doenças hematológicas, com padrão de qualidade reconhecido internacionalmente.

Presente em 12 estados brasileiros e no Distrito Federal, a Oncologia D’Or conta com mais de 60 clínicas, oferecendo atendimento altamente especializado, pautado na excelência médica, na inovação tecnológica e no acolhimento humanizado.

Com um corpo clínico formado por mais de 500 especialistas em oncologia, hematologia e radioterapia, além de equipes multidisciplinares capacitadas, a Oncologia D’Or promove um cuidado humanizado e personalizado em todas as fases do tratamento.

Sua atuação é integrada aos hospitais da Rede D’Or, garantindo sinergia entre clínicas, equipes médicas e estruturas hospitalares. Essa conexão assegura maior agilidade no diagnóstico, continuidade no tratamento e uma jornada assistencial mais eficiente e acolhedora para o paciente oncológico.

Serviço

X Simpósio Internacional de Uro-Oncologia Oncologia D’Or
Data: 04 e 05 de julho
Local: Beach Class Convention by HÔM – R. Maria Carolina, 661 – Boa Viagem, Recife – PE
Link: X Simpósio Internacional de Uro-oncologia Oncologia D’Or

O Mercado das Unimeds
RECEITAS E SINISTRALIDADE DAS UNIMEDS CRESCEM NO PERÍODO 2019-2024

 

Novo levantamento sobre o mercado das Unimeds, feito pelo Núcleo de Saúde da SP4 Comunicação, mostra os indicadores financeiros desse segmento no período 2019-2024, com destaque para o desempenho das 10 maiores Unimeds. Entre outros dados, o estudo mostra que, ao mesmo tempo em que a receita de contraprestação de serviços médico-hospitalares cresceu 54,1%, elevou-se também o índice de sinistralidade desse segmento da saúde suplementar, de 83,2% em 2019 para 83,4% em 2024.

Os dados sobre as dez maiores Unimeds e sobre o conjunto do Sistema Unimed estão organizados em tabelas comparativas sobre a evolução das receitas, das despesas assistenciais e dos índices de sinistralidade. O estudo anterior, que pode ser acessado neste link, analisava os números relativos à população de beneficiários com recortes por regiões e estados.

O trabalho, baseado em dados do Painel da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi realizado de forma colaborativa com o objetivo de contribuir para a melhor compreensão do setor privado de saúde e, consequentemente, para o seu desenvolvimento em bases sustentáveis. O levantamento completo está disponível no link https://lnkd.in/dY7YpYTT.

Terapia CAR-T de alvo duplo desacelera câncer cerebral agressivo
Descobertas foram apresentadas no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica

 

Matéria publicada pela NuOn Health

Uma abordagem terapêutica com células CAR-T de alvo duplo se mostrou promissora para desacelerar o crescimento tumoral em um tipo notoriamente agressivo e de rápido crescimento de câncer cerebral. Os tumores diminuíram de tamanho após a terapia experimental em quase dois terços dos pacientes. Embora os dados de sobrevida ainda estejam sendo coletados, vários pacientes viveram 12 meses ou mais após receberem a terapia em investigação — um resultado notável, dado que a sobrevida típica dessa população é inferior a um ano.

As descobertas foram apresentadas no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e publicadas simultaneamente na Nature Medicine por pesquisadores do Abramson Cancer Center (ACC) da Universidade da Pensilvânia e da Perelman School of Medicine da Penn.

Os resultados ampliam o otimismo gerado por um relatório anterior do mesmo ensaio clínico de fase I publicado no ano passado, além de corroborarem achados semelhantes de outros pesquisadores nos Estados Unidos. O glioblastoma (GBM) é o câncer cerebral mais comum — e mais letal — em adultos, com expectativa média de vida de 12 a 18 meses após o diagnóstico, apesar de décadas de pesquisa intensiva. Mesmo com tratamento agressivo, o câncer reaparece, ou recidiva, em quase todos os pacientes. A sobrevida mediana varia entre 6 e 10 meses.

“Ver tumores de GBM recorrente encolherem dessa forma é extraordinário, pois os imunoterápicos testados anteriormente não foram capazes de fazer isso”, disse o investigador principal Dr. Stephen Bagley, professor assistente de Hematologia-Oncologia e Neurocirurgia. “Antes do ensaio, muitos desses pacientes tinham tumores crescendo rapidamente, e o tratamento mudou a trajetória da doença — algo muito significativo para pacientes com GBM.”

Terapia CAR-T de alvo duplo desenvolvida na Penn

A terapia CAR-T é uma forma de imunoterapia personalizada que utiliza as próprias células imunes do paciente para combater o câncer. Embora já tenha tido grande sucesso em cânceres hematológicos, ainda tem dificuldades para avançar no tratamento de tumores sólidos, como os cerebrais.

O produto CAR-T utilizado neste estudo, desenvolvido na Penn, é único por mirar dois alvos tumorais ao mesmo tempo: o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e o receptor alfa 2 da interleucina-13 (IL13Rα2). A administração é feita por injeção no líquido cefalorraquidiano. A construção da CAR de alvo duplo foi realizada no laboratório do Dr. Donald M. O’Rourke, professor de Neurocirurgia e diretor do Centro de Excelência para Glioblastoma no Abramson Cancer Center, que também atuou como orientador científico do ensaio.

Redução temporária do tumor na maioria dos pacientes

O estudo incluiu 18 pacientes com GBM recorrente, que passaram por cirurgia para remover o máximo possível do tumor, seguida da infusão da CAR-T diretamente no líquido cefalorraquidiano. Dos 13 pacientes que ainda tinham pelo menos 1 cm de tumor remanescente após a cirurgia, 8 (62%) apresentaram redução tumoral após a terapia.

Embora em muitos casos os tumores tenham voltado a crescer em um a três meses, houve sinais animadores:

  • Dois pacientes (11%) permanecem vivos com a doença estável por mais de seis meses.
  • Entre os 7 pacientes com pelo menos 12 meses de acompanhamento, 3 (43%) ainda estavam vivos após um ano.
  • Um desses pacientes permanece com doença estável por mais de 16 meses, mesmo com doença avançada e crescimento tumoral rápido na inclusão no estudo.

Os pesquisadores também encontraram indícios de que a terapia permanece ativa no sistema imunológico após a infusão. Em um paciente que passou por nova cirurgia devido à recidiva, foram detectados efeitos positivos da terapia no tecido removido, como infiltração de células T no tumor e eliminação de células tumorais por macrófagos.

Amostras de líquor de outros pacientes também mostraram sinais de estimulação imunológica, incluindo um caso com células CAR-T ainda detectáveis um ano após o tratamento.

“Esses resultados confirmam que estamos no caminho certo com a terapia de alvo duplo e que temos uma boa base para aprimorar visando resultados mais duradouros”, disse O’Rourke. “Períodos de estabilidade, quando os tumores encolhem ou não crescem, melhoram significativamente a qualidade de vida do paciente. Nosso objetivo é refinar o tratamento para que mais pacientes experimentem benefícios prolongados.”

Na próxima etapa do estudo, a equipe planeja testar doses repetidas da terapia, avaliando se isso prolonga o tempo até a progressão tumoral.

Hospital Unimed Volta Redonda realiza primeira cirurgia cerebral com paciente acordada na região Sul Fluminense

 

Da Redação

O Hospital Unimed Volta Redonda, referência em procedimentos de alta complexidade, realizou com sucesso a primeira neurocirurgia para tratamento de tumor cerebral com a paciente acordada. O procedimento foi realizado pelo neurocirurgião Júlio Meyer, marcando mais um avanço importante na saúde da região Sul Fluminense.

A técnica, conhecida como craniotomia com paciente acordado, é realizada com o paciente conversando durante parte do procedimento, permitindo maior precisão no mapeamento das áreas cerebrais sensíveis para garantir uma retirada mais segura do tumor, minimizando riscos de sequelas neurológicas. Inicialmente, o paciente é sedado para a abertura do crânio e, em seguida, acordado com a retirada da sedação pelo anestesista.

Neste momento, o neurofisiologista, médico especializado no estudo do funcionamento do sistema nervoso, estimula o paciente com atividades relacionadas às funções da área cerebral que está sendo operada. A partir das respostas e possíveis disfunções apresentadas, os médicos identificam até onde podem remover o tumor sem causar prejuízos neurológicos.

O Meyer explicou que essa técnica tem ganhado cada vez mais espaço nos últimos anos justamente por possibilitar a preservação de funções importantes, como a fala, compreensão e visão. “Essa cirurgia vem evoluindo devido à possibilidade de preservar áreas funcionais do cérebro, garantindo mais segurança ao paciente”, destacou o especialista.

A equipe cirúrgica também contou com os médicos: Carlos Roberto Filho, Hebert Spener Junqueira, Karine Toledo e André Pedrote.

Para o presidente da Unimed Volta Redonda, Vitório Moscon Puntel, a realização da cirurgia reforça a capacidade do hospital da Cooperativa em oferecer serviços de alta complexidade e evidencia a qualidade do seu corpo clínico: “Estamos sempre buscando oferecer novos serviços que ainda não eram disponibilizados, preenchendo uma necessidade da nossa região. Para isso, investimos muito em nossa estrutura física, além de trazer novas tecnologias no mercado de saúde. Também contamos com um corpo clínico que segue o nosso propósito de cuidar da saúde e bem-estar das pessoas e entrega o nosso Jeito Unimed de Cuidar, que tem os pilares: Gentileza, Respeito, Competência e Segurança”, afirmou.