Butantan entrega mais 1 milhão de doses de vacinas contra covid-19
Instituto já disponibilizou este ano 46,112 milhões de doses

 

Da Agência Brasil

O Instituto Butantan liberou hoje (12) mais 1 milhão de doses da vacina contra o novo coronavírus ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Com essa remessa, o Butantan totaliza 46,112 milhões de doses disponibilizadas ao Ministério da Saúde desde o início deste ano e cumpre o primeiro contrato firmado com o governo federal em janeiro.

Segundo informações do governo de São Paulo, na próxima sexta-feira (14) começa a entrega das doses previstas no segundo contrato, que é de 54 milhões de vacinas. A primeira remessa será de 1,1 milhão de doses.

“As vacinas entregues em maio foram produzidas a partir de 3 mil litros de insumos recebidos no dia 19 de abril. Assim que um novo lote de insumos da China chegar ao país, será possível retomar a produção e efetuar novas entregas do imunizante ao governo federal”, diz o governo estadual.

De acordo com as informações, também serão entregues neste mês mais 30 milhões de doses da vacina contra a gripe para distribuição em todo o país.

Governo anuncia plano de vacinação para atletas olímpicos
Imunização de atletas e comissões técnicas deve começar amanhã

 

Da Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou hoje (11) a vacinação contra a covid-19 de toda a delegação olímpica e paraolímpica brasileira que vai aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, cuja abertura está marcada para 23 de julho, depois de ter sido adiada em um ano devido à pandemia. 

Segundo dados apresentados pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, serão imunizados 1.814 indivíduos, entre atletas e comissão técnica. Ele disse que, para isso, foram doadas 4.050 doses pela farmacêutica norte-americana Pfizer e outras 8 mil pela chinesa Sinovac, fabricante da Coronavac.

“Temos doses suficientes para imunizar nossos atletas e ainda reforçar o Plano Nacional de Imunização”, disse Queiroga nesta terça-feira (11) em uma entrevista coletiva para anunciar a iniciativa, na sede do Ministério da Saúde, em Brasília.

De acordo com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), serão imunizados também todos aqueles credenciados a acompanhar as delegações, incluindo jornalistas, oficiais e técnicos que trabalharão nas mais variadas funções, como na coleta de exames antidoping, por exemplo.

A doação de vacinas faz parte de uma estratégia do Comitê Olímpico Internacional (COI) para imunizar todos as delegações que irão a Tóquio. “É uma tendência mundial, hoje 16 países já iniciaram a vacinação de seus atletas”, disse.

Cronograma

De acordo com o cronograma apresentado pelo Ministério da Saúde, a vacinação dos atletas e das comissões técnicas deve se iniciar amanhã (12) nas cidades de Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro. Haverá imunizações também em Porto Alegre e no Distrito Federal, a partir de 17 de maio.

Para operacionalizar a vacinação desse público específico, o Ministério da Defesa auxilia com a logística de distribuição dos imunizantes e na disponibilização de salas de aplicação.

EUA autorizam vacina da Pfizer para faixa etária de 12 a 15 anos
Trata-se da primeira vacina contra covid-19 para jovens no país

 

Da Agência Brasil

A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos autorizou a vacina contra covid-19 da Pfizer e da parceira BioNTech para uso em crianças a partir de 12 anos, ampliando o programa de vacinação do país.

A vacina está disponível nos EUA sob uma autorização de uso emergencial para pessoas a partir dos 16 anos. A Pfizer/BioNTech disseram que iniciaram o processo de aprovação total para essas idades na semana passada.

Nesta segunda-feira (10), a FDA afirmou que estava fazendo alterações para incluir milhões de crianças de 12 a 15 anos.

É a primeira vacina contra a covid-19 a ser autorizada nos Estados Unidos para essa faixa etária, vista como um passo importante para levar as crianças de volta às escolas com segurança.

O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu aos estados que disponibilizassem a vacina aos adolescentes mais jovens imediatamente.

“A ação de hoje permite que uma população mais jovem seja protegida da Covid-19, aproximando-nos de retornar a um senso de normalidade e acabar com a pandemia”, disse a comissária em exercício da FDA, Janet Woodcock, em um comunicado.

“Os pais e responsáveis podem ter certeza de que a agência realizou uma revisão rigorosa e completa de todos os dados disponíveis, como fizemos com todas as nossas autorizações de uso emergencial da vacina contra a covid-19.”

A maioria das crianças com covid-19 desenvolve apenas sintomas leves ou nenhum sintoma. No entanto, as crianças correm o risco de adoecer gravemente e ainda podem transmitir o vírus.

Houve surtos relacionados a eventos esportivos e outras atividades para crianças nessa faixa etária.

APRENDENDO COM OS ERROS NA PANDEMIA
Josier Vilar e Hans Fernando

Epidemiologistas renomados e cientistas da complexidade têm afirmado que é certo que novas pandemias surgirão inexoravelmente em breve. Só não sabem ainda quando. Apesar de as leis da medicina serem incertas, imprecisas, incompletas e cheias de vieses, temos a obrigação de tentar aprender com os inúmeros erros que cometemos na condução da pandemia pela Covid19 em nosso país para não os repetir.

Não temos dúvidas da necessidade da criação de uma nova ordem mundial sanitária, com a OMS se reinventando e passando a desempenhar um novo e fundamental papel supranacional na coordenação mundial das prováveis novas epidemias previstas pelos especialistas. Um Plano Mundial de Imunização liderado pela OMS terá de ser criado.

Enquanto não se concretiza essa nova ordem mundial sanitária, baseada na economia colaborativa e na criação pelos países ricos de uma espécie de Fundo Monetário Sanitário Mundial, que financie pesquisa e desenvolvimento global em busca de soluções vacinais com o apoio da “nova” OMS, garantindo o acesso a países pobres e ricos equanimemente, temos no Brasil um importante “dever de casa” a ser feito: iniciar imediatamente a construção, com base na tecnologia e na inteligência artificial e seus algoritmos, de um sistema de vigilância em saúde em tempo real, com o desenvolvimento de aplicativos que permitam a todos os profissionais de saúde, de forma integrada e conectada por tecnologias mobile, informarem o surgimento de casos atípicos que possam indicar o surgimento de uma nova doença em nosso país.

A construção desse novo modelo de gestão epidemiológica, fundamentado na tecnologia, na ciência da complexidade e nos conhecimentos tradicionais da vigilância em saúde, poderia ser um primeiro e grande passo na integração dos segmentos públicos e privados da saúde brasileira.

Com base nessas informações, recebidas, analisadas através de inteligência artificial e armazenadas em um big data gerenciado pelo DATASUS do Ministério da Saúde, seria montado um plano coordenado de resposta rápida aos riscos sanitários.

Não podemos, em hipótese alguma, pois não é moralmente aceitável e economicamente sustentável, repetir os grosseiros erros cometidos durante esta pandemia de Covid 19, quando, por falta de informação, planejamento e execução, nos transformamos no epicentro da pandemia mundial e [no cenário de tragédias como as ocorridas em Manaus].

Quem sabe o Brasil, após tanto sofrimento e frustração, não poderia ser um exemplo para o mundo de como construir melhores controles através do aprendizado com a tragédia que nos assola, a muitos envergonha e a todos entristece?

Josier Vilar  é médico e presidente o Fórum Inovação Saúde

Hans Fernando é médico, pesquisador e gestor da Saúde.