HCor qualifica 1.400 profissionais do SUS em cuidados com a Pessoa Idosa
Realizado via PROADI-SUS, o projeto qualifica profissionais da Rede Pública em cinco estados brasileiros, na criação de Hospitais Seguros aos Idosos

 

O projeto Qualificação da Atenção à Saúde da Pessoa Idosa nas Redes de Atenção à Saúde capacitou profissionais de nove estados

 

Da Redação

O envelhecimento populacional ocorre de maneira acelerada em todo o mundo. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2050, espera-se que a população com 60 anos ou mais chegue a 2 bilhões de pessoas1. E para acompanhar as necessidades dessa expressiva parcela da população, os países deverão adaptar seus serviços básicos. O Brasil, possui uma população de 28 milhões de idosos², e até 2018, cerca de 75,3% dos idosos eram dependentes exclusivamente do SUS para a realização de consultas e acompanhamento médico³.

Visando fornecer assistência nos cuidados à população idosa, o HCor executa desde 2015, via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) o projeto Qualificação da Atenção à Saúde da Pessoa Idosa nas Redes de Atenção à Saúde (RAS), que implementa um modelo de atenção em saúde baseado nas necessidades dessa população.

Após a realização de um mapeamento de evidências sobre intervenções e políticas de saúde pública, a inciativa qualificou profissionais em diversos estados do Brasil, como o Acre, Rio Grande do Norte, Tocantins, Rio de Janeiro, Maranhão, Fortaleza, Paraná, Paraíba e São Paulo, com o apoio de consultorias presenciais e/ou a distância, e aulas EAD com material de apoio disponibilizado pelo HCor, como o Guia de Implementação e o Caderno de Capacitação.

Foram realizados, entre 2018 e 2020, três treinamentos presenciais sobre como atender os idosos na atenção primária, com estudos de casos. E através de metodologias ativas, o programa conduz a formação de profissionais multiplicadores, como explica a líder do projeto no HCor, Enilda Lara. “Os profissionais compartilham experiências e conteúdos com demais equipes, de maneira a zelar pelo cuidado integrado”. A formação das equipes multiplicadoras aconteceu em 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Atibaia (SP), 29 UBS em Foz do Iguaçu (PR), 45 UBS em Maricá (RJ), em 161 municípios de João Pessoa (PB) e 217 em São Luís (MA), e ao todo, 1.879 alunos foram qualificados em seis anos.

O projeto forneceu ainda subsídios para estudos de avaliação do impacto da implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa nos desfechos de interesse. Dentro desse escopo, foram abordadas síndromes geriátricas como risco nutricional, broncoaspiração, imobilismo, lesão por pressão, contenção mecânica e iatrogênica medicamentosa. Entre 2018 e 2020, 900 profissionais da Atenção Primária à Saúde foram impactados, e receberam conteúdo agregador no desenvolvimento profissional, como afirma Leônia Nayara Azevedo, aluna da iniciativa. “Esse curso foi muito importante para minha autoestima como profissional, às vezes estamos tão esquecidos lá na ponta do serviço e esse curso me avivou e fez ver e valorizar o nosso SUS, que hoje é essencial no enfrentamento do Covid-19 em diversos âmbitos”, destacou.

O projeto ainda conta com a implantação do Programa Hospital Seguro da Pessoa Idosa, metodologia estruturada e acompanhamento de indicadores, visando o desenvolvimento de modelos de atenção multidisciplinar, com foco na prevenção de complicações e na gestão eficiente das altas nos hospitais. Através desse programa são desenvolvidos protocolos, diagnósticos do modelo geral e dos processos e recursos, a avaliação multidimensional da pessoa idosa (AMPI). Para a realização dessas frentes, foram feitas revisões bibliográficas, dando apoio ao desenvolvimento de pesquisas e atividades de intervenção nutricional e de exercício físico aos idosos.

Enfretamento à pandemia de COVID-19:

Para orientar as ações envolvendo pessoas idosas e profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19, o HCor, por meio do projeto, realizou diversas atividades, como a colaboração na criação do protocolo de manejo do COVID-19 para Atenção Primária à Saúde, em parceria com a Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa COSAPI/MS, e a produção de cinco vídeos com orientação às pessoas idosas e aos profissionais quanto ao novo coronavírus. Fora essas ações, o HCor também forneceu auxílio na revisão do documento orientador para cuidados da pessoa idosa na Atenção Primária à Saúde, elaborado pela Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão. Foram, ainda, realizadas três Sessões de Aprendizagem Virtual (SAV) entre abril e setembro de 2020, com 64 instituições participantes e treinamentos ofertados às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).

Mulher de 55 anos é a primeira paciente com câncer de pâncreas no país a ser operada com tecnologia inovadora
Rede D’Or realiza primeiro procedimento de eletroporação utilizando a Nanoknife

 

Nova tecnologia abre novos horizontes para o tratamento contra o câncer de pâncreas

 

Da Redação

O câncer de pâncreas é um dos mais agressivos e apresenta uma alta taxa de mortalidade em cinco anos. Estima-se que apenas cerca 20% dos casos são diagnosticados no estágio inicial e, desta forma, passíveis de cirurgia. Felizmente, a chegada de um novo tratamento no país traz esperança de que mais pessoas possam ter melhores expectativas de sobrevida. O intervencionista oncológico Luiz Tenório Siqueira e o cirurgião Antônio Luiz Macedo realizaram neste domingo (28), no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, o primeiro procedimento de eletroporação irreversível com a Nanoknife para tratar um câncer de pâncreas. A incorporação da nova tecnologia oferece melhores perspectivas, principalmente aos pacientes que já apresentam o tumor em estado localmente avançado.

“Essa tecnologia inédita no país usa agulhas para dar choques de alta voltagem no tumor, matando as células cancerígenas. Com esse esforço da Rede D’Or, trazendo esse novo equipamento, pacientes com câncer de pâncreas ganham uma nova alternativa nesse tratamento tão difícil”, explica Tenório.

No caso do câncer de pâncreas, a falta de sintomas na fase inicial resulta, na maioria dos casos, em diagnóstico tardio, o que reduz ainda mais a chance de cura. “Até então, a ressecção de tumores que invadiam importantes artérias do abdome era difícil ou mesmo impossível de ser realizada. E, geralmente, a expectativa de vida desse paciente é baixa. Agora, podemos melhorar esse cenário”, observa o radiologista.

É esse o caso da primeira paciente. Claudia Maria Meirelles, de 55 anos, que há seis meses vem realizando rádio e quimioterapia neoadjuvantes, mas que talvez não conseguisse ressecar completamente o tumor sem esse avanço tecnológico. “Seria muito difícil ser operado e ter margens livres de tumor sem a Nanoknife”, afirma Tenório, que explica que os tratamentos cirúrgicos anteriores, além de oferecerem maior risco à vida do paciente, pois havia chance de afetar estruturas vitais, como vasos que nutrem o fígado e intestino, poderiam não retirar o tumor completamente. “Agora temos um procedimento cirúrgico mais seguro, menos invasivo e com maior chance de sucesso oncológico. “Dependendo do caso, não é preciso abrir a barriga, pôde-se fazer guiado por imagem de forma minimamente invasiva e o paciente recebe alta no dia seguinte”, conta.

Ele ainda explica que o equipamento utiliza uma técnica de ablação moderna. São usados eletrodos paralelos, posicionados lateralmente ao tumor que, quando aplicada uma tensão definida, transferem a ondas de alta voltagem de um lado para o outro, criando nanoporos permanentes na membrana celular, interrompendo a homeostase, criando um efeito que leva à morte a célula cancerígena.

“A ablação já era utilizada para combater outros cânceres, como pulmão, rins e fígado. Entretanto, as tecnologias predecessoras não permitiam o uso em tumor de pâncreas, pois geravam calor ou frio, o que machucava os órgãos e vasos ao redor do pâncreas. A Nanoknife não altera a temperatura, o que permite a realização em tumores de pâncreas”, esclarece.

Câncer de pâncreas em números

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pâncreas é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença. Por ano, mais de 11 mil pessoas morrem no país devido à doença. Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60 e tem maior incidência entre os homens.

Fiocruz: síndrome respiratória grave tende a aumentar em oito estados
Previsão é mais forte para o Ceará, Santa Catarina e Tocantins

 

Da Agência Brasil

O número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) tende a aumentar em oito estados brasileiros, segundo análise de longo prazo do Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No Ceará, em Santa Catarina e em Tocantins, a probabilidade de alta é forte, pois passa dos 95%. 

A análise de longo prazo compreende seis semanas encerradas na semana epidemiológica 7 de 2021, que vai de 14 a 20 de fevereiro. Além dos três estados citados, tendem a um aumento de casos de SRAG a Bahia, o Espírito Santo, a Paraíba, Pernambuco e o Rio Grande do Sul. No caso desses estados, a probabilidade de aumento é menor, entre 75% e 95%.

O Ceará e a Paraíba acumulam ao menos seis semanas consecutivas com sinal de crescimento, enquanto o Tocantins já está na quinta semana seguida de alta.

No boletim divulgado hoje (25), o Amazonas apresentou forte tendência de queda nos casos de SRAG, com probabilidade maior que 95%, enquanto Minas Gerais, o Pará, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo têm tendência moderada de queda.

Os demais estados e o Distrito Federal foram considerados com tendência de estabilidade, o que significa que há uma probabilidade menor que 75% tanto para alta quanto para queda de casos. Os pesquisadores responsáveis pelo boletim alertam que, apesar disso, Alagoas, Goiás, o Maranhão e Rondônia estabilizaram o patamar de casos após longo período de crescimento.

Outra ponderação é que “a tendência registrada para Mato Grosso não é confiável, uma vez que se mantém a grande diferença entre os dados de SRAG do estado reportados no SIVEP-gripe, utilizados pelo InfoGripe, e aqueles notificados no sistema próprio do estado, com grande subnotificação no SIVEP-gripe”.

Capitais

Quando a análise se concentra nas capitais e suas regiões, seis das 27 apresentam tendência de alta nos casos, sendo João Pessoa a única com mais que que 95% de chances. Campo Grande, Fortaleza, Florianópolis, Palmas e Salvador também tendem a um aumento de casos, porém com probabilidade moderada.

A tendência de queda no número de casos de SRAG é mais que 95% provável em Belém, Belo Horizonte, Cuiabá e Manaus. Sobre a capital mato-grossense, os pesquisadores fazem a mesma ponderação que para o estado de Mato Grosso e consideram que a avaliação não é confiável.

Boa Vista, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Vitória apresentam probabilidade moderada de queda nos casos de SRAG, enquanto as demais capitais estão na zona de estabilidade.

Vacina da Pfizer é a 1ª contra a Covid a obter registro definitivo no Brasil
Registro autoriza a importação pela rede privada, mas ainda não há acordo para compra

Do G1

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, nesta terça-feira (23), o registro definitivo à vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19. A vacina é a primeira a obter o registro sanitário definitivo no país, mas ela ainda não está disponível em solo brasileiro. Por meio de nota e de esclarecimento da assessoria de imprensa, a Pfizer informou que só vai negociar as doses da vacina contra a Covid com o governo, descartando especulações sobre a venda para a rede privada.

G1 questionou o Ministério da Saúde sobre uma previsão de compra da vacina, mas, até a mais recente atualização desta reportagem, não havia recebido resposta. A Anvisa vai conceder uma entrevista no fim da tarde sobre o registro da vacina. As vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil são a de Oxford e a CoronaVac, mas ambas têm autorização de uso emergencial, e não o registro definitivo. Com isso, elas só podem ser aplicadas em grupos prioritários.

Os dois imunizantes também serão produzidos no Brasil, graças a acordos de transferência de tecnologia entre as fabricantes (AstraZeneca e Sinovac, respectivamente) e instituições brasileiras (Fiocruz e Butantan). Já as negociações para compra da vacina da Pfizer não incluem transferência de tecnologia – por isso, a vacina não será fabricada em solo brasileiro, e, sim, comprada de fora.

Impasse nas negociações

A vacina da Pfizer foi uma das quatro testadas no Brasil. No início do ano, a farmacêutica disse ter oferecido 70 milhões de doses da vacina ao governo brasileiro para entrega ainda em dezembro, mas a oferta foi recusada. O Ministério da Saúde disse que as doses propostas pela Pfizer causariam “frustração” aos brasileiros.

O governo também afirmou que não comprou a vacina devido a uma cláusula no contrato prevendo que a Pfizer não se responsabilizaria por efeitos adversos graves do imunizante.

O Congresso avalia incluir trecho em medida provisória que permita a compra e que o Brasil assuma os riscos legais previstos em contrato. Na segunda-feira (22), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se reuniu com representantes dos laboratórios Pfizer e Janssen, do grupo Johnson&Johnson, para viabilizar a compra das vacinas contra Covid-19 produzidas pelas farmacêuticas.

No domingo (21), o Ministério da Saúde havia afirmado, em nota, que esperava até a próxima sexta-feira (26) uma orientação do Palácio do Planalto sobre como solucionar o impasse nas negociações das vacinas. A Johnson também pediu isenção de responsabilidade por eventuais efeitos adversos graves.

Prioridade deve ser o SUS

O pesquisador Daniel Dourado, médico e advogado do Centro de Pesquisa em Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Paris, afirma que a medida autoriza, também, que clínicas privadas comprem a vacina.

Ele avalia, entretanto, que é dever do Estado brasileiro usar quaisquer vacinas que sejam compradas pela iniciativa privada para vacinar as pessoas pelo SUS.

“A obrigação do Estado brasileiro é garantir o direito à saúde – neste momento, o principal elemento para garantir o direito à saúde é vacina. Qualquer vacina que entrar no território nacional é obrigação do Estado incorporar no PNI [Programa Nacional de Imunizações]. É a única maneira de o Estado garantir o direito à saúde neste momento – é a minha leitura constitucional”, afirma Dourado.

Veja íntegra da nota da Anvisa:

“Como diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, informo com grande satisfação que, após um período de análise de dezessete dias, a Gerência Geral de Medicamentos, da Segunda Diretoria, concedeu o primeiro registro de vacina contra a Covid-19, para uso amplo, nas Américas. O imunizante do Laboratório Pfizer/BioNTech teve sua segurança, qualidade e eficácia aferidas e atestadas pela equipe técnica de servidores da Anvisa que prossegue no seu trabalho de proteger a saúde do cidadão brasileiro. Esperamos que outras vacinas estejam em breve sendo avaliadas e aprovadas. Esse é o nosso compromisso.” Diretor-presidente Antonio Barra Torres.

“Entre as autoridades de referência pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a Anvisa é a primeira a conceder o registro de uma vacina Covid-19, com sete locais de fabricação certificados, refletindo a dedicação, o planejamento e o compromisso da Agência com o combate à pandemia. O registro abre caminho para a introdução no mercado de uma vacina com todas as salvaguardas, controles e obrigações resultantes dessa concessão.” Diretora Meiruze Freitas.

“O registro da primeira vacina contra a Covid, no Brasil, tem muitos significados. O reconhecimento dos esforços da ciência é um deles, sem dúvida. O mais importante, contudo, é que continuamos na luta pela preservação da saúde e da vida das pessoas.” Diretor Alex Machado.

“O registro sanitário de um imunobiológico ou qualquer outro medicamento é a chancela de um órgão regulador sobre a qualidade, a eficácia e a segurança desse tipo de produto. Durante a análise de um dossiê de registro são realizadas avaliações minuciosas, por especialistas, de todos os documentos e estudos que o compõem, como, por exemplo, das informações sobre o desenvolvimento farmacotécnico, do relatório técnico do produto (características de qualidade, dados de fabricação, controle de qualidade e estabilidade) e do relatório de experimentação terapêutica (ensaios não clínicos e clínicos). Essas avaliações são pautadas em marcos regulatórios e legislações vigentes, além de referências bibliográficas científicas, nacionalmente e internacionalmente reconhecidas. A Anvisa ainda participa dos mais importantes fóruns internacionais de discussão técnica, como do Conselho Internacional para Harmonização de Requisitos Técnicos de Produtos Farmacêuticos para Uso Humano (ICH, sigla em inglês). Dessa forma, a Agência está alinhada com as principais diretrizes regulatórias internacionais e adota o estado da arte dos critérios técnicos e regulatórios para a aprovação de medicamentos no país, promovendo e protegendo a saúde da população brasileira.” Diretor Romison Mota.