Gilson Machado Neto toma posse como ministro do Turismo
Cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, tomou posse oficialmente nesta quinta-feira (17.12) em cerimônia realizada no Palácio do Planalto. A solenidade contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro; do ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio; além de ministros, parlamentares, representantes do trade turístico e do meio cultural.

O presidente Jair Bolsonaro agradeceu o trabalho do ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio à frente do MTur, destacou a importância do turismo para o Brasil e desejou boa sorte ao ministro Gilson Machado Neto. “Ele deu tudo de si, passou um momento difícil com a pandemia, onde o primeiro setor atingido foi o turismo. Os fluxos internacionais deixaram de existir e os fluxos internos também foram reduzidos”, disse. “Marcelo, muito obrigado, você marcou história no turismo brasileiro. Quero desejar muita boa sorte ao Gilson, ou para os íntimos, Gilson da Sanfona”, afirmou.

Natural de Recife, capital de Pernambuco, o ministro Gilson assume a Pasta após mais de um ano como diretor-presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), onde atuou na promoção do turismo brasileiro no exterior e, mais recentemente, durante a pandemia, na promoção doméstica. Antes de assumir a presidência da Embratur, em maio de 2019, foi secretário nacional de Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Membro do trade turístico da Rota dos Milagres e do Convention Bureau de Maragogi (AL), Machado Neto se formou em medicina veterinária, mas foi no turismo que encontrou sua vocação, atuando no setor por mais de 30 anos. Aos 52 anos, Gilson também é empresário, produtor de eventos e músico.

A partir de agora, Gilson será responsável por liderar as ações do Ministério do Turismo, composto pela Secretaria Executiva; Secretaria Nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo; Secretaria Nacional de Atração de Investimentos, Parcerias e Concessões; Secretaria de Infraestrutura Turística; e Secretaria Especial da Cultura.

Em seu discurso, o ministro do Turismo destacou o trabalho desenvolvido para o setor durante a pandemia. “Nós, Marcelo (Álvaro Antônio), fizemos história no turismo junto com o presidente. O turismo sempre foi o patinho feio, ninguém nunca deu a importância que o turismo merece. Esse governo está dando, fazendo isso com ações concretas e não só com palavras”, declarou Machado Neto, citando, como exemplo, a liberação de vistos para australianos, norte-americanos (dos EUA E Canadá) e japoneses.

O ministro também ressaltou a importância do Congresso Nacional e do trade turístico para a retomada das atividades do setor. “Vamos precisar dos senhores no Congresso para que deem a devida importância ao turismo. O trade até hoje foi um guerreiro e sempre levou o turismo do Brasil para os outros países. O trade que foi tão atrapalhado por outros governos e agora tem um parceiro”, afirmou.

“O Brasil já está tendo não uma recuperação econômica, o Brasil está tendo ‘a’ recuperação econômica com o turismo. Quem fala isso são os números. Somos hoje o país da América Latina que tem o maior potencial de crescimento e velocidade de retomada. O turismo tem um papel importantíssimo pra isso”, explicou, registrando que as companhias áreas tiveram uma recuperação de 400% na malha aérea nos últimos meses.

O ministro Gilson citou ainda a vocação do governo do presidente Jair Bolsonaro em estar sempre perto da população, para ouvir demandas e tomar decisões. “Somos um governo itinerante. No último mês, andamos em mais de sete estados brasileiros. Então o nosso governo não faz as decisões ao pé da torre Eiffel tomando champanhe, comendo caviar ou conhecendo o Brasil pelo youtube”, comentou.

SEM LOCKDOWN – Sobre novos fechamentos no setor turístico, o ministro fez um apelo que que não haja novo lockdown no país, pois o turismo no Brasil tem protocolos de biossegurança específicos para os segmentos. “Nosso país foi exemplo de manutenção de empregos, foi o país que menos desemprego teve. Faço um apelo a você governador, que não decrete lockdown. Nosso trade não aguenta mais. Faço um apelo”, disse.

De acordo com o Machado Neto, o Brasil emite para o exterior 11 milhões de turistas que gastam em torno de 19 bilhões de dólares e recebemos em torno de 6,5 milhões de turistas. “Temos um déficit na quantidade de turistas que vem para o Brasil. Esse turista hoje está viajando dentro do Brasil. Então a gente já vê uma recuperação superlativa”.

O ministro Gilson Machado Neto terminou sua fala se referindo a sua família, que estava presente no evento, e registrando as belezas do nosso país. “Vou terminar dizendo que tenho muito orgulho da minha família, aqui presente. Quero dizer uma coisa que aprendi com o senhor: palavra falam, exemplos gritam. Ser brasileiro é sempre estar ao lado de um destino incrível. É morar onde o mundo sonha em tirar férias.”

 

Argentinos lideram intenção de visitar destinos nacionais no início de 2021
Rio de Janeiro (RJ), Búzios (RJ) e Foz do Iguaçu (PR) são os locais preferidos de estrangeiros para o período no país

 

Da Agência de Notícias de Turismo

Pelo segundo ano consecutivo, argentinos são os estrangeiros que mais pretendem visitar o Brasil na alta temporada de verão. É o que indica uma pesquisa do site de viagens Decolar, com base em buscas de consumidores por produtos de sua plataforma até 30 de novembro deste ano, para check-in no mês de janeiro de 2021. Cidadãos chilenos mantêm a segunda posição no ranking, seguidos de norte-americanos, peruanos e colombianos.

Os números estabelecem um comparativo em relação ao mesmo período de 2020, conforme mostra a tabela abaixo:

2020 2021
Argentina Argentina
Chile Chile
Peru Estados Unidos
Estados Unidos Peru
Uruguai Colômbia
Colômbia Uruguai
Equador México
Costa Rica Equador
Reino Unido Costa Rica
Panamá Panamá

O estudo da Decolar leva em consideração os novos hábitos de viajantes gerados pela pandemia do novo coronavírus. Quanto aos destinos procurados, a cidade do Rio de Janeiro (RJ) ocupa novamente a liderança neste ano, assim como Búzios (RJ) permanece em segundo lugar. Foz do Iguaçu (PR), Florianópolis (SC) e Salvador (BA) completam a relação das localidades prediletas, como indica a tabela a seguir:

                        2020 2021
Rio de Janeiro (RJ) Rio de Janeiro (RJ)
Búzios (RJ) Búzios (RJ)
Florianópolis (SC) Foz do Iguaçu (PR)
Foz do Iguaçu (PR) Florianópolis (SC)
Maceió (AL) Salvador (BA)
Porto de Galinhas (PE) Porto de Galinhas (PE)
Balneário Camboriú (SC) Natal (RN)
Salvador (BA) Porto Seguro (BA)
Morro de São Paulo (BA) Maceió (AL)
Natal (RN) Balneário Camboriú (SC)

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, reforça o incentivo à adoção de protocolos de biossegurança preconizados pelo Selo Turismo Responsável do MTur. “Proporcionar a percepção de cuidados sanitários pelos visitantes é essencial para permitir que os nossos atrativos continuem atraindo turistas. O Selo representa um marco na retomada do setor, contribuindo para que o mercado volte a gerar divisas, emprego e renda à população”, enfatiza.

Lançado em junho, o Selo Turismo Responsável, que indica o cumprimento de medidas de prevenção à Covid-19, já foi solicitado por mais de 24,2 mil prestadores de serviços turísticos de todo o país. A iniciativa, desenvolvida em parceria com empresas do setor e chancelada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), define protocolos específicos para 15 segmentos, com o objetivo de favorecer a retomada segura de atividades. (Saiba mais aqui)

RETOMADA – A recuperação de negócios do turismo no Brasil é evidenciada por dados do IBGE. Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços do instituto, o índice de atividades do ramo registrou em setembro a quinta alta seguida. O percentual atingiu 11,5% na comparação com agosto, registrando aumento em todas as 12 unidades da Federação avaliadas. No acumulado dos últimos cinco meses analisados, o turismo já registra um ganho de 88,8%.

Desde o início da pandemia, o governo federal atuou para reduzir efeitos da Covid-19 no turismo. Os trabalhos englobaram ações como a Medida Provisória 936, que permitiu a flexibilização de salários e jornadas de trabalho; a MP 948, que regulamentou relações de consumo no segmento, e a MP 963, que garantiu R$ 5 bilhões à concessão de empréstimos por meio do Fundo Geral do Turismo (Fungetur), entre outras providências.

Em novembro, foi lançada a Retomada do Turismo, uma aliança nacional pela volta responsável de atividades. Coordenado pelo MTur, o grupo reúne 32 instituições do poder público, da iniciativa privada, do terceiro setor e do Sistema S.

O Turismo após a pandemia
Martha Rocha*

 

Martha Rocha é deputada estadual (PDT)

 

No fim de agosto, o Copacabana Palace, um dos mais tradicionais hotéis do Rio de Janeiro, reabriu, após ficar 132 dias fechado por causa da pandemia. Entretanto, dezenas de outros estabelecimentos não tiveram o mesmo fôlego e não sobreviveram à crise causada pelo novo coronavírus. Essa é uma realidade global, que faz com que o Dia Mundial do Turismo deste ano seja marcado por incertezas.

Foram meses com aeroportos vazios, hotéis ociosos e pontos turísticos fechados. A previsão do Conselho Mundial de Viagens e Turismo é de que mais de 197 milhões de pessoas fiquem sem emprego por causa da crise que atinge o setor. Somente no Rio, o prejuízo é de R$ 720 milhões para a rede hoteleira, segundo o Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município.

Mas antes mesmo desta tragédia planetária, o setor turístico carioca já penava as consequências de gestões irresponsáveis e, no mínimo, lesivas. Apesar de ser mundialmente conhecida por suas belas paisagens e atrações como o Cristo Redentor e o Maracanã, a cidade está longe de ser uma das 20 cidades mais visitadas do mundo. Mas oportunidades não faltaram: entre 2011 e 2016, sediamos cinco dos maiores megaeventos globais: Jogos Mundiais Militares, em 2011; Encontro Mundial da Juventude”, em 2013; a Copa do Mundo, de 2014; e as Olimpíadas e as Paraolimpíadas de 2016.

Só a transmissão dos jogos olímpicos teve audiência de 3,6 bilhões de telespectadores; a metade do planeta acompanhou aos 16 dias de competição. Um sonho que, à medida em que os participantes iam deixando a cidade, foi se transformando em pesadelo, com desperdício de bilhões de reais em investimentos, esfarelamento de equipamentos urbanos e esportivos e esta sensação de perda de oportunidades que até hoje dói fundo no coração carioca.

Do mesmo jeito que dezenas de novos hotéis abriram as portas impulsionados pelos grandes eventos, muitos deles tiveram vida curta quando a projeção de aumento de demanda não se concretizou. Somente em 2018, pelo menos 16 empreendimentos tiveram que encerrar as atividades, pois a taxa de ocupação na cidade mal chegava a 30%.

Mais do que nunca é preciso inovar e fazer diferente para acelerar a retomada do turismo após o fim da pandemia. O Rio sofre com problemas crônicos de transporte e segurança e a imagem do país abalada com a forma como lidou com o novo coronavírus também não contribui para atrair, pelo menos em curto prazo, turistas estrangeiros. Uma das alternativas é desenvolver um arrojado plano de marketing turístico da cidade voltado para dentro e assim atrair visitantes de todo o país. Também é preciso fortalecer o turismo de eventos, que sempre foi um braço importante por manter o ativo o setor ao longo dos anos, mesmo em períodos de baixa estação. Quem sabe assim, possamos, no ano que vem, ter razões para celebrar o Dia Mundial do Turismo.

Brasil fecha fronteira com Uruguai para estrangeiros
Medida vela pelos próximos 30 dias e pode ser prorrogada

Da Agência Brasil

A fronteira do Brasil com o Uruguai, para estrangeiros vindos do país vizinho, está fechada. A portaria foi publicada, pelo governo brasileiro, na noite deste domingo (22/03), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus.

Este era o último limite territorial que permanecia aberto, após restrições impostas pelo Brasil na semana passada a moradores de nove países.

A medida vale inicialmente pelos próximos 30 dias, mas caso haja uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), poderá ser prorrogada.

A proibição de cruzar a fronteira com o país vizinho não se aplica em algumas situações: brasileiros natos ou naturalizados; cônjuge ou companheiro uruguaio de brasileiro; uruguaios que tenham filhos brasileiros; estrangeiros residentes no Brasil; profissionais estrangeiros em missão a serviço de organismo internacional e funcionários estrangeiros acreditados junto ao governo brasileiro.

A portaria também não impede o tráfego de cargas, a execução de ações humanitárias previamente autorizadas e o tráfego de residentes fronteiriços.

O descumprimento das regras levará à deportação imediata, além de responsabilização penal, civil e administrativa.

Na semana passada, foi restringida a entrada de estrangeiros vindos da Venezuela e, em seguida, ampliada para outros oito países: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Suriname. Diferentemente da portaria que trata dos outros países, a que abrange o Uruguai permite acesso a cônjuges uruguaios de brasileiro e a uruguaios que tenham filhos brasileiros.

Na quinta-feira (19), o país também restringiu, por via aérea, a entrada de estrangeiros de países da Europa, da Ásia e da Oceania.